Atuação:
Consultoria multidisciplinar, onde desenvolvemos trabalhos nas seguintes áreas: fusão e aquisição e internacionalização de empresas, tributária, linhas de crédito nacionais e internacionais, inclusive para as áreas culturais e políticas públicas.
No dia 22 de novembro, a
Marcopolo – referência internacional na fabricação de ônibus sediou a
segunda edição do LIDERARH, um encontro para debater as práticas de
gestão de recursos humanos. O evento reuniu empresários e profissionais
da Serra Gaúcha em Caxias do Sul. O projeto é uma iniciativa do
Instituto AMANHÃ com o apoio da IMED e da Localiza – Gestão de Frotas.
Acompanhe, a seguir, um resumo de como foi o encontro.
Confiantes na
expansão da economia, montadoras, redes de restaurantes, empresas de
tecnologia e grupos varejistas voltam a contratar
A FESTA DO EMPREGO:
o presidente da Dimension Data, Jefferson Anselmo (ao centro), está
acompanhando de perto a seleção para contratar 200 pessoas (Crédito:
Claudio Gatti)
Hugo Cilo e Moacir Drska
As
últimas semanas do ano estão movimentadas além do normal na sede da
empresa sul-africana de tecnologia Dimension Data no Brasil, no bairro
paulistano do Morumbi. Enquanto o time operacional acelera a entrega dos
projetos de 2018 para seus 350 clientes no País – entre eles BR
Distribuidora, Riachuelo, Hospital Oswaldo Cruz e Neoenergia –, o
presidente Jefferson Anselmo acompanha in loco a contratação de 200
novos funcionários. Eles serão incorporados, com salário médio inicial
de R$ 6 mil, ao quadro de empregados da companhia, hoje com 410 pessoas.
O processo seletivo, focado em candidatos com experiência nas áreas de
tecnologia, marketing e comercial, é o pilar do maior plano de expansão
da subsidiária brasileira, uma das que apresenta o melhor desempenho
global do grupo, dono de um faturamento de US$ 8 bilhões. Durante o ano,
as contratações estavam congeladas até que as turbulências políticas e
econômicas se dissipassem.
“Recebemos da matriz a missão de dobrar o
tamanho da nossa operação até 2020, algo que só é possível com o
recrutamento de novas mentes brilhantes”, disse Anselmo à DINHEIRO,
durante uma pausa entre uma entrevista e outra. “Como uma empresa de
tecnologia, nossa maior riqueza é o conhecimento, a propriedade
intelectual que está nas pessoas.”
A missão do executivo, no entanto, não tem sido fácil. Segundo
cálculos do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), em
outubro 12,3 milhões de desempregados buscavam um lugar ao sol no
mercado de trabalho. Mesmo assim, para conseguir preencher as vagas, a
Dimension Data teve de fazer parceria com ONGs dedicadas à recolocação
profissional de refugiados, com universidades e escolas técnicas, além
de algumas empresas caça-talentos. “O desemprego encheu o mercado de
novos candidatos, mas não solucionou o endêmico desafio da baixa
qualificação da mão-de-obra brasileira”, afirmou Anselmo, que comemorou a
contratação de engenheiros sírios e venezuelanos nesta semana. “Por
isso, cada vez mais, compor uma equipe competente e bem-treinada exige
paciência e investimento para reter talentos.”
A retomada do emprego, de fato, está promovendo um rali entre as
grandes empresas. Para alcançar o objetivo de dobrar de tamanho nos
próximos 12 meses, a empresa de TI Topmind decidiu pulverizar seu
processo de contratação de 126 funcionários nas próximas semanas, na
cidade paranaense de Londrina e na capital paulista. Outras 80 vagas
serão preenchidas nas unidades de Minas Gerais e Rio de Janeiro, algo
ousado para uma empresa de 360 funcionários. “Definimos um projeto para
contratar e, principalmente, fidelizar esses novos colaboradores”, disse
a CEO da empresa, Sandra Maura. A estratégia, segundo ela, consiste em
oferecer uma remuneração atrativa e um ambiente de trabalho agradável.
“Mesmo com tanta gente desempregada no mercado, temos de escolher os
melhores, treinar os profissionais e buscar um índice baixo de
rotatividade. A nossa está na casa de 2%, abaixo da média geral de 5%.”
TECNOLOGIA
O segmento que promete ser um dos principais palcos da disputa por bons
currículos nesse novo cenário é o tecnológico. “O setor é o que mais
vem demandando vagas”, diz Fernando Morette, diretor de operações do
site de empregos da Catho. Dos 30 cargos com maior oferta de vagas
disponíveis atualmente na plataforma, 12 são diretamente relacionados a
essa atividade. A indiana TCS, de serviços de TI, é uma das empresas
cuja área de RH tem cumprido uma agenda bem movimentada nos últimos
meses. Desde março, a companhia ampliou sua equipe em mais de 500
pessoas. E agora vai contratar mil profissionais no Brasil até julho de
2019. O plano é preencher metade dessas vagas até o fim do ano. As
oportunidades se dividem entre o centro de desenvolvimento, instalado em
Londrina (PR), e os escritórios em São Paulo e no Rio de Janeiro.
“Temos percebido que os nossos clientes estão mais otimistas”, afirma
Tushar Parikh, CEO local da TCS. O grupo atende grandes empresas em
segmentos como finanças, mineração, bens de consumo, e óleo e gás.
“Nosso objetivo é chegar a 4 mil profissionais no prazo de dois a quatro
anos.”
Especializada em transformação digital, a brasileira CI&T também
está à caça de programadores, desenvolvedores e afins. A empresa abriu
480 vagas neste ano, das quais 100 ainda estão disponíveis nas operações
em Campinas, São Paulo e Belo Horizonte. “Crescemos a uma taxa média de
30% nos últimos anos”, diz Marcelo Trevisani, executivo-chefe de
marketing da CI&T, dona de uma receita de R$ 498 milhões em 2017.
“Se conseguimos navegar bem em um ambiente que não era favorável, a
expectativa é que a demanda aumente ainda mais com a economia em
crescimento.” As contratações acompanham investimentos recentes da
companhia, entre eles, a transformação de seu centro de tecnologias
digitais, em Belo Horizonte, em um hub de exportação para projetos
internacionais. Hoje, 40% do faturamento já vem do exterior, por meio de
clientes como Coca-Cola, McDonald’s e Johnson & Johnson.
A expectativa pela retomada não está restrita às empresas de
tecnologia. A consultoria americana de recrutamento Robert Half
antecipou à DINHEIRO dados da 6ª edição do Índice de Confiança,
realizada em novembro e que será divulgada na próxima semana. Foram
realizadas 1.161 entrevistas com profissionais empregados, desempregados
e responsáveis pelo RH em companhias de diversos setores. O índice, que
mede a percepção quanto ao mercado de trabalho, foi de 55,3, o maior da
série histórica, iniciada em julho de 2017. Entre os recrutadores, 70%
acreditam que 2019 será melhor que 2018 em relação à criação de vagas.
No âmbito geral, outros 70% apontaram a definição do cenário eleitoral
como o fator preponderante para esse reaquecimento. “Com maior
previsibilidade, as empresas estão mais dispostas a assumir riscos e a
desengavetar projetos que estavam suspensos”, diz Mário Custódio,
diretor associado da Robert Half.
Um dos mais afetados pela crise dos últimos anos, o varejo vem
reforçando esse sentimento de maior confiança. “Estou percebendo um
clima mais positivo entre os empresários”, diz Carlos Wizard, fundador
da Sforza, holding que reúne negócios como as redes de fast food KFC,
Pizza Hut e Taco Bell. “Se o novo governo obtiver sucesso na reforma da
Previdência, nas privatizações e na redução do tamanho do Estado,
acredito que o Brasil entrará em um ciclo virtuoso de crescimento
sustentável.” Sob essa perspectiva, a Sforza anunciou, em novembro, um
plano de investimento de R$ 1,6 bilhão para os próximos cinco anos. No
período, a projeção é gerar 45 mil empregos nos restaurantes, a partir
da expansão do número atual de 250 lojas para 1.250 unidades, uma alta
de 400%. Os aportes incluem ainda o Mundo Verde, rede de produtos
naturais e orgânicos, e a Hub Fintech, de meios de pagamento.
FARMÁCIAS
Dono das redes Drogaria São Paulo e
Drogaria Pacheco, o grupo DPSP também segue essa toada de expansão. A
empresa planeja manter um ritmo de abertura de cem lojas por ano.
Hoje,
são mais de 1,3 mil. Nessa trilha, além dos programas de estágio e de
trainees, que contabilizam cerca de 170 vagas, a companhia tem mais de
mil oportunidades disponíveis, a maioria delas voltadas a atendentes e
farmacêuticos. “Estamos seguindo as perspectivas do setor, que tem
previsão de crescimento entre 8% e 9% para 2019”, afirma Liliane
Cammarano, gerente-executiva de recursos humanos da DPSP. Na avaliação
de Nilson Pereira, CEO da consultoria Manpower, esse início de
recuperação em segmentos como o varejo vem sendo guiado pela oferta de
vagas operacionais, em detrimento de posições mais estratégicas. “Com a
flexibilização do crédito e a perspectiva de aumento do consumo, as
empresas estão reativando postos de trabalho para ampliar sua capacidade
de atendimento e de vendas”, afirma o executivo. A Heineken é mais uma
que aposta na volta dos consumidores às prateleiras. O grupo tem 600
contratações para fazer. “Neste ano, tivemos um crescimento de 12% em
relação ao número de vagas no ano passado”, observa Raquel Guarinon
Zagui, vice-presidente de Recursos Humanos da Heineken no Brasil.
Um movimento semelhante é registrado pela maior rede hoteleira do
mundo com 9 mil hotéis, a Wyndham. O presidente da operação na América
Latina, o mexicano Alejandro Moreno, está capitanenando a abertura de 34
hoteis no País entre 2018 e 2019, e a contratação de 5 mil funcionários
operacionais na região, cerca de 2,8 mil deles no Brasil. “Estamos em
uma fase sensacional de expansão das operações no Brasil”, afirma
Moreno, que somente em novembro assinou a carteira de trabalho de 200
novos funcionários com a abertura do Wyndham Gramado Termas Spa, no Rio
Grande do Sul. “Vamos acelerar no nosso mais ambicioso plano de
crescimento.”
Em outra frente, Pereira, da Manpower, aponta outras indústrias que
investiram fortemente até 2014 e que, com a chegada da crise, passaram a
operar com grande capacidade ociosa. “Pouco a pouco, essas companhias
estão abrindo novos turnos e reativando linhas de produção.” Esse é o
caso de grandes montadoras, como Volkswagen e Mercedes-Benz. No caso da
VW, a retomada das vendas de veículos motivou o anúncio de contratação
de 800 pessoas nesta semana. Cerca de 500, muitos deles que tiveram seus
contratos suspensos nos últimos anos, em razão da queda dos mercados,
serão reincorporados para a fábrica de São José dos Pinhais, no Paraná,
onde será produzido o T-Cross, primeiro SUV da Volkswagen a ser
fabricado no País. “A Volkswagen vive um excelente momento, com a maior
ofensiva de produtos da nossa história e uma forte retomada das vendas”,
disse Pablo Di Si, presidente e CEO da Volkswagen América Latina.
“Crescemos em 2018 mais do que o dobro da indústria e fechamos o ano com
uma sólida segunda posição. Anunciamos a contratação de 250 empregados
na nossa fábrica de motores, em São Carlos, no interior de São Paulo, em
razão do aquecimento do mercado interno e da ampliação do contrato de
exportação.”
Já a Mercedes-Benz está contratando 600 novos colaboradores para
aumentar os seus volumes de produção de caminhões para a crescente
demanda no mercado brasileiro em 2019. “As empresas de transporte estão
olhando com mais otimismo para o cenário econômico em função do controle
de índices como a inflação, taxa de juros e câmbio, além da expectativa
pelo crescimento do PIB”, disse Philipp Schiemer, presidente da
Mercedes-Benz América Latina. “Isso traz a desejada previsibilidade nos
negócios, gerando segurança para que clientes invistam na renovação de
frota. Estamos novamente ao lado deles nesse momento de retomada”.
Brinks: desde março de 2017, a Brinks concluiu nove aquisições (Brinks/Divulgação)
São Paulo – A companhia norte-americana de
logística de valores Brinks anunciou nesta terça-feira, 11, que recebeu
aval de autoridades de defesa da concorrência para comprar a brasileira
Rodoban por cerca de 130 milhões de dólares em dinheiro.
A aquisição deve ser concluída até o final do ano. Baseada em Minas Gerais, a Rodoban é especializada em transporte de valores e serviços para caixas eletrônicos.
Em 12 meses, a Rodoban teve receita de cerca de 78 milhões de dólares
e lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda)
ajustado de cerca de 17 milhões de dólares, informou a Brinks em
comunicado à imprensa.
O valor do negócio não foi revelado pelas empresas
Da Redação
redacao@amanha.com.br
A Recrusul, que atua no
segmento de implementos rodoviários e tem sede em Sapucaia do Sul (RS),
anunciou nesta segunda-feira (10) que vai adquirir a MaxxiBrasil
Indústria de Tratores, de Caxias do Sul (RS). “O objetivo é complementar
a linha de implementos rodoviários e industrial da Recrusul,
aproveitando o ciclo de crescimento do mercado de agribussiness
brasileiro. O setor de tratores, da mesma forma que o de implementos
rodoviários, é altamente competitivo, mas esta aquisição contempla
também a participação do ex-diretor industrial da Mahindra Brasil – com
mais de 20 anos de experiência no segmento de tratores, que foi o
responsável pela instalação desta multinacional indiana no Brasil no ano
de 2011”, destaca a companhia em Fato Relevante não informando o nome
do executivo. O valor do negócio é mantido em sigilo pelas companhias.
A
MaxxiBrasil já produziu mais de 84 tratores com potências entre 50 HP e
100 HP. Começou suas operações no ano 2014 com distribuição de produtos
importados e ao mesmo tempo nacionalização de diversos componentes até
chegar ao produto integralmente produzido no Brasil. A empresa caxiense
possui todas as licenças para fabricação de tratores com códigos tanto
de FINAME quanto de MDA (financiamento para pequenos produtores
agrícolas). O patrimônio líquido de dezembro de 2017 totalizava R$ 987
mil, sem contar com todo o ferramental avaliado em aproximadamente em R$
2,2 milhões. A MaxxiBrasil também possui passivos da ordem de R$ 2,2
milhões. “A aquisição está sendo feita via troca de ações, aproveitando o
aumento de capital da Recrusul em curso, e totalizará aproximadamente
R$ 1 milhão. Serão iniciadas, a partir de janeiro de 2019, diligências
de auditoria para confirmação de tais valores e inclusão desta empresa
como nova controlada direita ou indireta da Recrusul. A planta
industrial da MaxxiBrasil será transferida para Sapucaia do Sul onde
ocupará prédio exclusivo dentro da atual área industrial da Recrusul”,
informa o documento assinado por Davi Souza da Rosa, diretor
vice-presidente e de relações com investidores da Recrusul.
O
Fato Relevante informa ainda que o plano de negócios da MaxxiBrasil
contempla a produção de equipamentos entre 50 HP e 100 HP com preços
médios entre R$ 70 mil e R$ 105 mil. A capacidade fabril anual será de
até 350 tratores dependendo da disponibilidade de capital de giro.
James Hirschmann, da Western Asset, gerencia R$ 1,63 trilhão e acha que aplicar dinheiro aqui é um bom negócio
Hirschmann: rentabilidade dos títulos brasileiros
é atraente, ainda mais se os juros americanos subirem pouco (Crédito: Bruno Mooca)
Cláudio Gradilone
Western
Asset. No País, a gestora de recursos de origem americana não é uma das
líderes de mercado. Segundo dados da Anbima, associação que representa
as empresas que administram dinheiro, ela cuida de um patrimônio de R$
28,3 bilhões, o que a coloca em 17º lugar na lista. No entanto, se a
empresa presidida por James Hirschmann fosse brasileira, ela
administraria mais recursos do que Banco do Brasil e Itaú Unibanco –
somados. Com US$ 421 bilhões (R$ 1,63 trilhão) de dólares sob
administração e escritórios em nove países, é uma das maiores do setor
nos Estados Unidos. Dedicando-se quase que totalmente a fundos de renda
fixa, a companhia avalia investimentos em todas as latitudes, tanto
geográficas quanto de risco. Os 851 funcionários liderados por
Hirschmann dedicam boa parte de seu tempo a avaliar as possibilidades de
títulos de dívida públicos e privados. Em uma entrevista à DINHEIRO,
Hirschmann falou das perspectivas para o Brasil. E diz, com todas as
letras: o País permanece atraente. “Vale a pena deixar dinheiro aqui”,
diz.
A justificativa para esse interesse é simples: apesar da baixa dos
juros por aqui, e da alta potencial das taxas americanas, os títulos de
dívida brasileiros ainda pagam prêmios bastante superiores à média dos
demais países emergentes. Isso justifica correr os riscos de um eventual
calote. “Mesmo na hipótese de que algum emissor venha a não cumprir com
suas obrigações, a remuneração compensa”, diz ele. Isso vale tanto para
títulos públicos quanto para papéis privados. “A economia brasileira
está saindo da recessão e a situação deve melhorar com o novo governo,
por isso permanecemos com uma perspectiva de alta no Brasil.”
Ele afirma estar otimista também com relação às perspectivas do
mercado internacional. Para ele, a temida elevação de juros nos Estados
Unidos será menos drástica do que parecia há alguns meses. Atualmente
entre 2% e 2,25% ao ano, a taxa referencial de juros do país deverá ser
elevada em mais 0,25 ponto percentual neste mês. Para o executivo, os
prognósticos de alguns analistas que previam juros acima de 3% ao ano
não deverão se confirmar. “A inflação não está tão elevada, e os juros
não devem subir tanto”, avalia.
RISCOS Esse cenário não é isento de riscos, porém.
Para o Hirschmann, há duas ameaças à estabilidade dos mercados. Um deles
é a situação na Europa. O governo inglês ainda não apresentou uma
proposta clara para implantar a saída da União Europeia (UE) o chamado
Brexit. Segundo uma pesquisa da Bloomberg Economics, isso poderá
representar uma retração de até sete pontos percentuais no Produto
Interno Bruto britânico ao longo dos próximos 12 anos. Isso deixará a
Inglaterra muito distante dos demais países da Europa em termos
econômicos, com um forte impacto sobre as finanças globais. Outro risco é
a possibilidade de que o novo governo populista italiano descumpra as
normas de responsabilidade fiscal da UE, gerando ainda mais turbulência.
A maior ameaça no curto prazo é a delicada situação das relações
comerciais entre Estados Unidos e China, que pode reduzir em até 1,5% o
crescimento econômico chinês. O fato de tanto o presidente americano,
Donald Trump, quanto seu oponente chinês, Xi Jingping estarem
determinados a travar uma guerra comercial não ajuda a acalmar os
ânimos. “O presidente Trump é muito imprevisível”, diz Hirschmann.
Os negócios envolvendo fusões e aquisições cresceram 26% até
setembro em relação ao mesmo intervalo do ano anterior, somando R$
121,4 bilhões, de acordo com as estatísticas da Associação Brasileira
das Entidades dos Mercados Financeiros e de Capitais (Anbima). Em número
de operações, entretanto, o panorama é inverso, com 68 transações
realizadas este ano, contra 99 de janeiro a setembro de 2017.
“O crescimento do volume reflete as operações de grande porte
realizadas no ano, além do avanço no montante gerado pelas aquisições de
empresas brasileiras por estrangeiras”, afirma Dimas Megna, coordenador
do subcomitê de Fusões e Aquisições da Anbima, em nota distribuída pela
associação.
Em 2018, as operações de compra de companhias brasileiras por
estrangeiras atingiram R$ 54,6 bilhões, o que representa crescimento de
23% ante o volume levantado em nove meses de 2017. As transações que
compreenderam apenas empresas locais totalizaram R$ 60,3 bilhões no
período, equivalente a 49,7% do total.
Os setores de papel e celulose (com participação de 39,3%
entre todos os negócios), TI e telecomunicações (15,5%) e alimentos e
bebidas (12,7%) responderam por 67,5% do volume transacionado até
setembro. Juntos, esses segmentos responderam por apenas sete operações
no período.
Entre as finalidades dos negócios, as aquisições de controle
representaram 52,7% do volume total de 2018, a partir de 52 operações,
de acordo com a Anbima.
Uma incorporação correspondeu a 39,3% do montante do período,
enquanto as fusões e aquisições destinadas à compra de participação
minoritária e a joint venture responderam por 4,2% e 3,8%,
respectivamente.