sexta-feira, 28 de junho de 2019

Acordo UE-Mercosul: um texto polêmico de futuro incerto


Acordo UE-Mercosul: um texto polêmico de futuro incerto
Cronologia dos 20 anos de negociações entre a UE e o Mercosul para fechar um acordo comercial. - AFP


Criticado por agricultores e ambientalistas, o amplo acordo comercial firmado na sexta-feira (28) entre a União Europeia e o Mercosul (Brasil, Argentina, Uruguai e Paraguai) deve ser validado por seus Estados-membros, o que se anuncia como uma tarefa complicada.


Vitória diplomática –


Anunciado na sexta-feira após 20 anos de duras negociações, as últimas em Bruxelas, o acordo foi considerado uma vitória “histórica” pela Comissão Europeia, que negociou em nome dos Estados-membros.

“É um gesto político muito forte” em favor do “multilateralismo diante da atitude os Estados Unidos”, defendeu Olivier Dabène, presidente do Opalc (sigla em francês para Observatório Político da América Latina e Caribe).

Este amplo acordo será acrescido, se validado pelos Estados-membros, a duas importantes iniciativas similares da UE com Canadá e Japão. Esse movimento é visto como uma resposta ao presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que desestabiliza o comércio mundial com sua política protecionista.
A conclusão de um pacto comercial com o Mercosul estava longe de ser alcançada, apesar do recente otimismo na América do Sul.

Mas os negociadores aproveitaram “um alinhamento de planetas que não era visto há 20 anos”, disse Olivier Dabène.


– Agricultores descontentes –


O texto do acordo ainda não foi divulgado, mas os poucos detalhes conhecidos, incluindo cotas agrícolas oferecidas aos sul-americanos, deixaram insatisfeitos os agricultores europeus, que multiplicaram reações na maior parte da Europa.

“Totalmente desequilibrado” para o maior sindicato alemão, “uma enganação” para o seu equivalente francês, o acordo é considerado “vergonhoso” pelos agricultores irlandeses.
A Copa Cogeca, o maior sindicato agrícola da UE, criticou “uma política comercial de dois pesos e duas medidas”, porque considera que o acordo ampliará a “distância entre o que é exigido dos agricultores europeus” em termos de regras e normas “e o que é tolerado pelos produtores do Mercosul” que exportarão para a UE.

Ao longo do fim de semana, os produtores europeus receberam o apoio de eurodeputados de todas as tendências do espectro político. Isso sugere uma longa batalha sobre o texto no Parlamento Europeu, que terá de decidir a respeito do tema.


– Ecologistas revoltados –


“O livre-comércio está na origem de todos os problemas ecológicos”, denunciou no domingo à noite o ex-ministro francês da Transição Ecológica Nicolas Hulot, em entrevista ao jornal “Le Monde”.

“Acabamos não acreditando mais em ninguém. Dizem coisas e, nos bastidores, (…) assinam tratados que nos levam na direção contrária”, prosseguiu o ex-número três do governo francês.


 https://www.istoedinheiro.com.br/acordo-ue-mercosul-um-texto-polmico-de-futuro-incerto/

Diferentes e lucrativos

Inovação no mercado de franquias vai de asfalto a biscoito

 

Crédito: Divulgação
Raul Matos: o fundador da Biscoitê aposta no segmento de guloseimas gourmet (Crédito: Divulgação)

Investir em franquias têm se mostrado um bom negócio. O setor faturou R$ 174,8 bilhões em 2018, um crescimento de 7,1%, segundo a ABF. O mercado pujante tem incentivado o surgimento de novos negócios – alguns bem pouco convencionais. Um deles é o Vai Voando, rede de agências de viagem para o consumidor de baixa renda. O negócio foi criado em 2009 e até pouco tempo funcionava no modelo de licenciamento. Mas, este ano, a rede começou a transformar alguns de seus 350 parceiros em franqueados. “Já estamos com 50 franqueados e prospectando novos”, diz Luiz Andreaza, diretor da Vai Voando.

A rede tem um crescimento anual de 25% e conquistou espaço pelo diferencial de oferecer uma forma de pagamento que não existia no mercado de turismo, viagens de avião parceladas em até 10 vezes no boleto, sem comprovação de renda ou outras burocracias. “Nós tornamos a viagem de avião possível para essa população”, diz Andreaza. A rede ampliou o portfólio e hoje também oferece passagens rodoviárias e hospedagens. A Vai Voando já realizou 620 mil embarques nesses nove anos de existência. Só no ano passado foram 80 mil embarques e um faturamento de R$ 75 milhões. Assim como as passagens são facilitadas, a entrada para ser um franqueado também é. O investimento é baixo, de R$ 15 mil, e não há exigências quanto ao espaço físico ou exclusividade com a marca.
Luiz Andreaza, diretor da Vai Voando: “Nós tornamos a viagem de avião possível para a população de baixa renda” (Crédito:Divulgação)
Outro negócio que surgiu no mercado, em 2012, foi a Biscoitê, uma rede especializada em biscoitos finos em versões doces e salgadas. Na loja é possível encontrar até 100 tipos diferentes de biscoitos para presentear alguém ou então para comer na hora. “Assim como o mercado de chocolate sofreu uma transformação nos últimos anos, com o produto saindo das gôndolas do supermercado para lojas que transformaram o item em presente, eu acredito que o mesmo deve acontecer com os nossos biscoitos”, diz Raul Matos, fundador da Biscoitê, que trabalha no segmento há mais de 15 anos. Ele é um dos sócios da Dauper, que fábrica produtos para as próprias marcas e para redes e indústrias. Com tanta experiência no segmento, Matos percebeu que o negócio com a Biscoitê tinha tudo pra dar certo. O Brasil é o terceiro maior mercado do mundo em consumo de biscoitos com um faturamento de R$ 24 bilhões. O item está presente em 99,7% dos lares.

O plano de Matos é chegar a 200 lojas em cinco anos, sendo 40% delas no modelo de franquias. A empresa deve fechar o ano com 20 lojas e planeja a abertura de 70 em 2020. “Temos um crescimento de 300% ao ano”, diz Matos. A Biscoitê foi eleita pela Endeavor uma das 15 marcas com maior potencial de crescimento no Brasil. Para entrar nesse lucrativo mundo das guloseimas é necessário investir de R$ 150 mil a R$ 250 mil.

Outra novidade no mercado de franquias é a Único Asfaltos, primeira franquia industrial do Brasil e a única no mundo a produzir e vender asfalto. O negócio criado pelo empresário Jorge Coelho já tem operação nos EUA, Colômbia e República Dominicana. Para tornar o negócio viável, Coelho compactou uma usina de asfaltos com a Cayman, uma máquina dez vezes menor que o de uma usina tradicional, que pode ser operada por apenas duas pessoas, e capaz de produzir 40 toneladas de asfalto por hora. O diferencial do produto é que ele é aplicado a frio, o que permite que seja colocado sem equipamentos especiais reduzindo em cerca de 50% obras com pavimentação. Os principais clientes são o setor público e corporativo. Nesse modelo os franqueados não pagam a taxa de franquia, mas o negócio – que inclui o maquinário que pode ser comprado ou alugado – exige um investimento de cerca de R$ 300 mil.


 https://www.istoedinheiro.com.br/diferentes-e-lucrativos/

Mercosul e União Europeia fecham acordo de livre comércio


Mercosul e União Europeia fecham acordo de livre comércio

Os europeus estão interessados em um maior acesso a mercado para suas exportações de automóveis no Mercosul - bloco formado por Paraguai, Uruguai, Argentina e Brasil -, enquanto que esses países querem criar cadeias de produção integradas com a UE - AFP/Arquivos

O Mercosul e a União Europeia finalizaram nesta sexta-feira, 28, as negociações para o acordo entre os dois blocos, segundo duas fontes do governo brasileiro informaram ao jornal O Estado de S. Paulo. 

O comunicado oficial deve sair em breve.

O tratado, que abrange bens, serviços, investimentos e compras governamentais, vinha sendo discutido há duas décadas por europeus e sul-americanos.

A rodada final de negociações foi iniciada por técnicos na semana passada. Diante do avanço nas tratativas, os ministros do Mercosul e da União Europeia foram convocados e, desde a quinta-feira, 27, estão fechados em reuniões na Bruxelas.

O acordo entre Mercosul e União Europeia representa um marco. É segundo maior tratado assinado pelos europeus – perde apenas para o firmado com o Japão, segundo integrantes do bloco – e o mais ambicioso já acertado pelo Mercosul, que reúne Brasil, Argentina, Paraguai e Uruguai.

O tratado permitirá que a maior parte dos produtos seja comercializada entre os blocos com tarifa zero. Haverá um calendário para que isso ocorra. Os europeus eliminarão mais rapidamente as tarifas, mas vão manter cotas de importação em alguns produtos agrícolas. Para o Mercosul, pode levar uma década para que boa parte das alíquotas seja zerada.

Vinte anos de negociação


As conversas para o acordo foram lançadas em junho de 1999. Uma troca de ofertas chegou a ser feita em 2004, mas decepcionou os dois lados e as discussões foram logo interrompidas. Em 2010, as negociações foram relançadas.

Desde então, houve idas e vindas com momentos de resistências tanto do lado do Mercosul quanto do lado da União Europeia. Em 2016, os dois blocos voltaram a trocar propostas e, neste ano, havia a percepção de que faltava muito pouco para um acerto.

Para a rodada final, o governo brasileiro enviou a Bruxelas o chanceler Ernesto Araújo, a ministra da Agricultura, Tereza Cristina, e o secretário especial de Comércio Exterior do Ministério da Economia, Marcos Troyjo.

O clima era de otimismo e o Brasil se preparava para anunciar um desfecho favorável já na noite de quinta-feira. Mas muitos detalhes referentes ao setor agrícola ainda não tinham sido resolvidos, segundo uma fonte próxima às conversas que correm na Bélgica.

O clima pesou em diversos momentos e houve tensão entre os negociadores, conta essa fonte. Ao longo desta sexta, porém, foi possível alcançar um consenso.

 https://www.istoedinheiro.com.br/mercosul-e-uniao-europeia-fecham-acordo-de-livre-comercio/

Um gole de novidades contra a crise


A Fruki, uma das mais tradicionais indústrias de bebidas do Sul, mira na cerveja para conquistar mais consumidores

 

Por Karine Menoncin

 

karine.menoncin@amanha.com.br
Nelson Eggers, presidente do Conselho Consultivo da Fruki


Na Fruki, a produção de refrigerante e água mineral ainda são os carros-chefe da empresa, mas quem vem ganhando espaço é a cerveja. Inspirada nas cervejas alemãs, a BellaVista belisca a linha premium, porém com um preço mais em conta. 

A aceitação do público em relação à marca surpreendeu a Fruki, registrando venda oito vezes superior ao previsto pela marca. Para dar conta da demanda, foram investidos quase R$ 100 milhões numa área de 90 hectares que receberá uma nova fábrica. O início das operações é planejado para o final de 2020.  


Edição: Allan Pochmann

 

http://www.amanha.com.br/posts/view/7723

quinta-feira, 27 de junho de 2019

Weg cria estrutura voltada para negócios digitais


A área será comanda por Carlos José Bastos Grillo 

 

Da Redação


redacao@amanha.com.br
Weg cria estrutura voltada para negócios digitais


A Weg (foto) comunicou nesta quarta-feira (26) a criação de uma nova estrutura de negócios digitais para acelerar o desenvolvimento de soluções em softwares, embarcados ou externos aos produtos tradicionais da companhia, bem como transformar em negócio seu sistema de gerenciamento de processos e de manufatura em tempo real. 

“A nova estrutura atuará de forma matricial, fomentando e suportando todas as unidades de negócio da companhia para a maior aplicação das novas tecnologias como realidade aumentada e inteligência artificial em nossos produtos e desenvolver serviços digitais. Estas ações, juntamente com a missão de desenvolver o negócio de sensoriamento, IIoT e softwares de monitoramento e análises de dados, a Weg estará oferecendo aos seus clientes a espinha dorsal para a indústria 4.0”, revela o fato relevante publicado pela empresa de Jaraguá do Sul.  

A área será comanda por Carlos José Bastos Grillo, executivo formado em engenharia mecânica pela Universidade Federal do Rio Grande, pós-graduado em engenharia de produção pela Universidade São Judas Tadeu (SP) e em gestão de negócios pela Fundação Getúlio Vargas. Na companhia desde 1997, Grillo já ocupa cargos de direção e possui longa experiência em produtos, processos industriais, engenharia e desenvolvido de software.

http://www.amanha.com.br/posts/view/7729

quarta-feira, 26 de junho de 2019

Adidas perde exclusividade do logo de 3 faixas na Europa


Empresa disputava pela propriedade intelectual da marca

- POR ÉPOCA NEGÓCIOS ONLINE
Logo da Adidas em prédio


A marca de artigos esportivos Adidas perdeu o direito à exclusividade no uso do logotipo de 3 faixas na Europa. A decisão, que partiu do Tribunal Geral da União Europeia, considera as listras paralelas como "uma marca comum".

A adidas tentava provar que o uso de três listras paralelas, independente de sua direção, havia recebido um caráter distintivo na Europa, fazendo com que os consumidores associassem o padrão à marca, e assim também seriam capazes de diferenciar os produtos Adidas em meio a outros, diz a CNBC.

O tribunal, no entanto, não considerou o logo como propriedade exclusiva da Adidas. “A Adidas não prova que essa marca adquiriu, em todo o território da UE, caráter distintivo após o uso que foi feito dela”, disse o tribunal. Ou seja, as três faixas ainda são apenas três faixas.

Em 2014, a empresa alemã também se envolveu em uma briga pela propriedade intelectual do logotipo. Naquele ano, o tribunal reconheceu que apenas as faixas que possuem a mesma largura e distanciamento das utilizadas pela fabricante seriam consideradas como plágio, diz a CNBC. No entanto, a decisão foi revogada em 2016 pelo escritório Europeu de Propriedade Intelectual.

Em declaração à CNBC, a Adidas disse estar “decepcionada com a recente decisão” e afirma estar avaliando opções e aguardando orientações do Tribunal para a proteção da sua marca de 3 faixas.

Melhora a confiança da indústria da construção, aponta CNI


Os dados constam da Sondagem Indústria da Construção


POR AGÊNCIA BRASIL


Indústria da construção teve aumento de confiança (Foto: Elza Fiúza/Agência Brasil)


A confiança dos empresários na indústria da construção apresentou melhora em junho, após cinco meses de queda. De acordo com levantamento divulgado hoje (26) pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), o Índice de Confiança do Empresário da Construção (Icei-Construção) subiu para 57 pontos. Com a alta de 1,2 ponto em relação a maio, o índice está 3,7 pontos acima da média histórica, que é de 53,3 pontos.

Os dados constam da Sondagem Indústria da Construção. Com indicadores de confiança que variam de zero a 100 pontos, esse índice, quando acima de 50 pontos, demostra confiança por parte do empresariado.

Na avaliação da CNI, o aumento do otimismo se deve à melhora das perspectivas dos empresários em relação ao desempenho das empresas e da economia nos próximos seis meses.

De acordo com o levantamento, o índice de expectativas aumentou 1,3 ponto na comparação com maio, atingindo 62,5 pontos. Já o índice de percepção sobre as condições atuais aumentou 1 ponto na mesma base de comparação, chegando a 46 pontos em junho. O resultado, abaixo da linha divisória dos 50 pontos, mostra, segundo a CNI, que os empresários “continuam pessimistas em relação à situação atual dos negócios e da economia”.

O fato de todos indicadores relativos a expectativas estarem acima de 50 pontos demonstra que os empresários do setor projetam crescimento do nível de atividade, dos novos empreendimentos e serviços, das compras de insumos e matérias-primas e do número de empregados nos próximos seis meses.

O indicador de expectativa de nível de atividade ficou em 54,4 pontos, e os índices de expectativas de novos empreendimentos e serviços, de compra de insumos e matérias-primas e de número de empregados ficaram em 52,9 pontos.


Investimentos


Apesar disso, a CNI avalia que os empresários “ainda estão pouco dispostos a fazer investimentos”, uma vez que o índice de intenção de investimentos se manteve em 33 pontos – praticamente o mesmo valor registrado em maio, e 0,7 ponto abaixo da média histórica de 33,7 pontos. Esse índice varia de zero a 100 pontos. Quanto maior o valor, maior é a disposição para o investimento.


O índice de nível de atividade registrou 46,9 pontos em maio; e o índice de número de empregados teve alta de 0,9 ponto frente a abril, atingindo 45 pontos.

Segundo a pesquisa, a indústria da construção continua operando com “elevada ociosidade”. O nível de utilização da capacidade de operação ficou em 56% em maio, seis pontos percentuais abaixo da média histórica, que é de 62%. “Isso significa que as construtoras operaram com 44% dos equipamentos, das máquinas e do pessoal parados no mês passado”, segundo a CNI.

A Sondagem Indústria da Construção foi feita entre 3 e 12 de maio, com 497 empresas, sendo que 174 são pequenas, 215 médias e 108 de grande porte.