quarta-feira, 26 de janeiro de 2022

Credit Suisse eleva projeção para IPCA a 6,2% em 2022, com riscos inclinados para cima


Credit Suisse eleva projeção para IPCA a 6,2% em 2022, com riscos inclinados para cima

Moedas de real

SÃO PAULO (Reuters) – O Credit Suisse aumentou sua estimativa para a alta dos preços ao consumidor no Brasil neste ano e disse que os riscos a suas perspectivas –que já projetam inflação bem acima do teto da meta, de 5%– estão inclinados para uma pressão ainda maior.

O banco privado suíço espera agora que o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) encerre 2022 com alta acumulada de 6,2%, ante previsão anterior de 6,0%.

Isso deixaria a inflação acima do objetivo do Banco Central, de 3,5% para este ano, com margem de tolerância de 1,5 ponto percentual para mais ou para menos, pelo segundo ano consecutivo, depois que o IPCA subiu 10,06% em 2021.

O centro da meta para o ano passado era de 3,75%, também com margem de tolerância de 1,5 ponto.

“Os riscos para nossa previsão permanecem inclinados para cima, já que o processo de desinflação no país tem sido, historicamente, muito longo e desafiador, requerindo uma combinação de apreciação cambial, ancoragem das expectativas de inflação e aumento na folga da economia”, escreveram em relatório Solange Srour, economista-chefe do Credit Suisse no Brasil, e Lucas Vilela, economista.

A revisão do credor suíço veio após leitura mais alta do que o esperado para o IPCA-15, considerado prévia do IPCA, divulgada nesta quarta-feira pelo IBGE. O índice teve alta de 0,58% em janeiro –abaixo da taxa de 0,78% de dezembro, mas acima da expectativa mostrada em pesquisa Reuters com economistas, de 0,43%.

Os dados de mais cedo “continuam mostrando uma dinâmica altamente preocupante para a inflação” no Brasil, disseram os especialistas do Credit Suisse.

“A inflação elevada entre os serviços tem sido impulsionada por dois fatores que não devem recuar no curto prazo: a reabertura da economia e inércia. Esta… afetará diretamente os preços do aluguel e taxas, salários e energia e, indiretamente, os preços de cursos educacionais, comida fora de casa, serviços pessoais e outros.”

Segundo o Credit Suisse, um risco que pode significar inflação mais baixa do que as projeções atuais seria uma possível redução nos impostos federais sobre combustíveis e eletricidade, por meio da PEC que já está sendo elaborada pelo governo do presidente Jair Bolsonaro.

A PEC teria “potencial de reduzir a inflação medida pelo IPCA em 0,9 ponto percentual, mas representa forte risco fiscal para as já frágeis contas públicas” do Brasil, disseram Srour e Vilela.

Em relação ao impacto da inflação na conduta da política monetária, o Credit Suisse afirmou que o Banco Central “não terá muito espaço para desacelerar seu ritmo de aperto monetário ao longo dos próximos meses”.

O banco privado manteve expectativas de que a taxa Selic –atualmente em 9,25% ao ano– será elevada em 1,5 ponto percentual em fevereiro, 1 ponto em março e 0,5 ponto em maio, chegando a 12,25%.

(Por Luana Maria Benedito)

 

Correntistas resgatam R$ 900 mil esquecidos em bancos


Cerca de 79 mil pessoas consultaram nova ferramenta do Registrato 
 
Segundo o BC, atualmente existem R$ 8 bilhões esquecidos em instituições financeiras no Brasil

Nos dois primeiros dias de funcionamento da nova funcionalidade do Registrato, correntistas resgataram R$ 900 mil esquecidos em bancos e instituições financeiras, informou o Banco Central (BC). Antes de o órgão tirar o sistema do ar por causa do grande volume de acessos, cerca de 79 mil pessoas consultaram a ferramenta, com 8,5 mil pedidos de devolução de recursos.

"O Sistema Valores a Receber (SVR) teve grande aceitação entre os cidadãos, gerando demanda muito superior à esperada. A despeito da instabilidade que essa demanda gerou no site, 79 mil cidadãos conseguiram consultar o SVR e 8,5 mil solicitações de devolução foram formalizadas, somando cerca de R$ 900 mil, os quais serão transferidos via Pix em até 12 dias úteis", informou o BC em nota.

Segundo o BC, atualmente existem R$ 8 bilhões esquecidos em instituições financeiras no Brasil. Desse total, até R$ 3,9 bilhões podem ser resgatados por até 28 milhões de pessoas e de empresas na primeira fase da ferramenta. Nos próximos meses, o serviço será ampliado para outras modalidades de saque.

Um dia após o lançamento do serviço de consulta a valores esquecidos, o site do Banco Central saiu do ar durante a manhã por causa do excesso de demanda. Durante a tarde, o órgão tirou o sistema do ar, para tentar normalizar o acesso ao portal, que continua apresentando instabilidade.

Consultas

 
Sistema do BC que agora fornece um extrato de relacionamentos do cidadão com instituições financeiras, até então fornecia consultas apenas sobre dívidas (abertas ou liquidadas), abertura de contas bancárias (ativas ou inativas) e remessas de dinheiro ao exterior. Com o novo serviço, a ferramenta também fornecerá informações sobre valores a receber esquecidos em bancos.

Para reaver os recursos, o cidadão poderá pedir o resgate de duas formas. A primeira será diretamente via Pix na conta indicada no Registrato, caso a instituição tenha aderido a um termo específico com o BC. Nos demais casos, o beneficiário informará os dados de contato no sistema, e a instituição financeira informará o meio de pagamento ou de transferência.

Nesta primeira fase, podem ser devolvidos recursos de contas correntes ou poupanças encerradas e não sacadas, cobranças indevidas de tarifas ou de obrigações de crédito com termo de compromisso assinado com o BC e cotas de capital e rateio de sobras líquidas de associados de cooperativas de crédito e grupos de consórcio extintos.

Ao longo do ano, o BC pretende ampliar a consulta para a devolução de valores decorrentes de tarifas ou obrigações de crédito cobradas indevidamente não previstas em termo de compromisso, contas de pagamento pré-paga e pós-paga encerradas e com saldo disponível, contas encerradas em corretoras e distribuidoras de títulos e de valores mobiliários e demais situações que resultem em valores a serem devolvidos reconhecidas pelas instituições financeiras.

Segundo o BC, os dados e os valores fornecidos no Registrato são de responsabilidade das próprias instituições financeiras. Em alguns casos, o saldo a receber pode ser de pequeno valor, mas o órgão orienta o cidadão a sacar o dinheiro que lhe pertence de forma simples e ágil, por meio do novo serviço.

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Meta da Bibi é chegar em 100 lojas na América Latina até 2030


No Brasil, marca transformou as unidades em minicentros de distribuição 
 
 
Para 2022, a projeção é que haja um crescimento de 20% no faturamento anual tanto na indústria quanto na rede de loja

A Bibi é a 15ª marca mais consumida em países da América Latina. Hoje, a rede conta com 146 franquias, sendo 15 delas internacionais localizadas no Peru, Chile, Equador e Guatemala. Uma das metas da calçadista no mercado externo é chegar em 100 lojas em diferentes países da América Latina até 2030. Para este ano, o plano de expansão da Bibi visa a implantação de 37 unidades, sendo 25 em território nacional e 12 no exterior, para fechar o ano com 183 pontos de venda.

Além do adensamento da marca nos principais mercados-alvo, fatores como a inovação, transformação digital e sustentabilidade fizeram com que a Bibi registrasse um incremento de 40% no faturamento, se comparado a 2020. Para 2022, a projeção é que haja um crescimento de 20% no faturamento anual tanto na indústria quanto na rede de loja.

Os últimos dois anos trouxeram a oportunidade de melhorar a eficiência industrial nas duas plantas fabris da empresa, localizadas em Parobé, no Rio Grande do Sul, e em Cruz das Almas, na Bahia. O movimento gerou investimentos na faixa de R$ 4 milhões, que promoveram uma mudança no layout das fábricas reduzindo o tempo da produção e, consequentemente, fases de retrabalho, além da aquisição de máquinas modernas e de última geração, como injetoras que aumentam a capacidade fabril na área de solados na planta baiana.

"Nosso plano é aumentar a produção de calçados para 2,5 milhões de pares neste ano. Além disso, seguimos expandindo por meio de franquias nos principais shopping centers de cada região, mas também há espaço para operações em pontos estratégicos na rua, de acordo com o potencial de cada local. Em dezembro, efetuamos a mudança da nossa plataforma de e-commerce, melhorando a navegabilidade dos consumidores. Agora, quando o cliente entra no site, insere o CEP e já consegue visualizar quais as lojas mais próximas", explica Andrea Kohlrausch, que assumiu a presidência meses antes da pandemia dar sinais no Brasil e no mundo.

Para este ano, o foco da Bibi será continuar os investimentos em inovação, em manufatura e na eficiência das lojas. Além disso, a sustentabilidade é outro tema que está em alta na empresa e contextualiza ações em diferentes âmbitos, sendo eles ambiental, econômico e social. Um dos programas é voltado para diminuir em 20% a geração de resíduos no desenvolvimento de novos produtos e operações industriais até 2025. Já no quesito novos produtos e tendências, ao longo do ano, a marca apresentará ao mercado as duas novas coleções de Verão e Inverno, além de lançamentos pontuais de modelos que prometem arrebatar o coração dos pequenos e dos papais.

Para quem deseja se tornar um franqueado, a Bibi disponibiliza dois modelos de negócios. O formato de loja Standard, com investimento a partir de R$ 580 mil, foi criado para ser implantado em shopping centers de capitais e grandes metrópoles. Já o conceito Light, com custo de R$ 450 mil, é indicado para cidades com, em média, 200 mil habitantes. Os valores de investimentos para as duas operações já incluem as instalações, soluções tecnológicas, primeiro estoque, capital de giro e taxa de franquia. 

 

 https://amanha.com.br/categoria/empresa/meta-da-bibi-e-chegar-em-100-lojas-na-america-latina-ate-2030?utm_campaign=NEWS+DI%C3%81RIA+PORTAL+AMANH%C3%83&utm_content=Meta+da+Bibi+%C3%A9+chegar+em+100+lojas+na+Am%C3%A9rica+Latina+at%C3%A9+2030+-+Grupo+Amanh%C3%A3+%283%29&utm_medium=email&utm_source=EmailMarketing&utm_term=News+Amanh%C3%A3+26_01_2022

 

terça-feira, 25 de janeiro de 2022

Creditas tem aporte de US$ 260 mi em rodada liderada pela Fidelity

 



Rodada Series F avalia a fintech especializada em crédito com garantia em US$ 4,8 bilhões, ou R$ 26,4 bilhões, e atrai gigante de investimentos nos EUA
Sergio Furio, da Creditas: espera de nove meses para conseguir abrir a Creditas | Germano Lüders

Süders/EXAME


Por Felipe Marques e Vinícius Andrade

A Fidelity Investments comprou uma participação na Creditas, avaliando a fintech brasileira em 4,8 bilhões de dólares (cerca de 26,4 bilhões de reais ao câmbio da segunda-feira, dia 24). O anúncio foi feito na manhã desta terça, dia 25.

A Creditas levantou 260 milhões de dólares em rodada Series F que foi liderada pela Fidelity, disse Sergio Furio, fundador e diretor-executivo da Creditas. Outros acionistas, como os fundos Vision e Latin America do SoftBank, também acompanharam a rodada, segundo Furio.

“O mercado estava ficando um pouco esquisito e queríamos estar bem capitalizados”, disse Furio em entrevista por vídeo. Ele espera aproveitar a volatilidade do mercado ao longo de 2022 para novas possíveis aquisições.

A Fidelity é uma gigante de investimentos nos Estados Unidos, com cerca de 40 milhões de investidores individuais e 11,1 trilhões de dólares em ativos sob administração.

Os recursos da rodada também serão usados para expandir a base de clientes da Creditas com o objetivo de dobrar a receita em 2022, disse Furio. A startup tem pela frente um ano difícil no Brasil, com uma economia que não deve crescer e uma eleição presidencial polarizada em outubro.

“Os brasileiros terão que tomar mais empréstimos com garantias, já que os bancos incumbentes vão recuar a oferta de outras linhas de crédito”, disse Furio.

A Creditas oferece uma série de empréstimos com garantias, usando casas, veículos e até iPhones como colaterais -- com taxas mais baixas do que a praticada por bancos tradicionais. Em uma rodada anterior de captação de recursos em dezembro de 2020, a empresa havia sido avaliada em 1,75 bilhão de dólares. Ou seja, a valorização foi de 175% em pouco mais de um ano.

A transação da Creditas dá início ao que promete ser mais um ano forte para as startups latino-americanas. No ano passado, empresas e fundos de venture capital investiram mais de 15 bilhões de dólares em startups da região, mais de três vezes o montante de 2020, segundo dados compilados pelo PitchBook.

O frenesi de negócios ajudou a criar novos bilionários e transformou as startups em algumas das maiores empresas da região.

A mais recente captação de recursos colocou a Creditas entre as cinco startups de capital fechado mais valiosas da região. Para comparação, a revendedora digital de carros usados ​​Kavak, do México, é avaliada em 8,7 bilhões de dólares, a colombiana Rappi, em 5,25 bilhões de dólares, e o brasileiro QuintoAndar, em 5,1 bilhões de dólares.

A questão agora é como essas startups se sairão quando for considerarem que chegou o momento de acessar o mercado público de ações. Devido à queda nos papéis de empresas de tecnologia ao redor do mundo, o Nubank (NU), que abriu seu capital em dezembro passado, agora está sendo negociado abaixo do preço de seu IPO.

A Creditas planeja fazer uma oferta pública inicial em algum momento, provavelmente em uma bolsa americana, de acordo com Furio, mas ainda não há um prazo definido. A nova rodada posterga esse momento, dado que a empresa fica capitalizada por mais alguns meses.

Crescimento no México

Furio, que é espanhol, fundou a Creditas em 2012, depois de ouvir de sua então namorada brasileira sobre os juros astronômicos do Brasil. Ele já havia trabalhado na divisão de banco corporativo e de banco de investimento do Deutsche Bank, seguido por um período de sete anos no The Boston Consulting Group, e chegou ao Brasil sem falar português.

Agora, a empresa que ele criou tem mais de 4.000 funcionários, com um escritório de tecnologia na Espanha e uma operação de empréstimo no México. A Creditas planeja usar parte dos recursos da rodada para acelerar o crescimento no México, mas não há por ora planos de expansão para outros países da América Latina.

Incluindo a rodada recente, a Creditas já levantou 829 milhões de dólares por meio de transações de ações, segundo Furio. Além da Fidelity, outros novos investidores incluem o fundo Actyus e a Greentrail Capital.

A empresa também é apoiada por QED Investors, Kaszek Ventures, Wellington Management e Advent International, por meio de sua afiliada Sunley House Capital.

“A Creditas é a rara fintech que realmente constrói relacionamentos profundos com seus clientes, reduzindo drasticamente o custo do crédito e melhorando a qualidade de vida daqueles que atendem”, disse Will Pruett, diretor da Fidelity.

 

 https://invest.exame.com/me/creditas-tem-aporte-de-us-260-mi-em-rodada-liderada-pela-fidelity

 


Embraer assina contrato com Avian para fornecimento de peças de aviões

Emerson Lopes

São Paulo, 25 de janeiro de 2022 – A Embraer informou hoje que a Avian Inventory Management, LLC, juntamente com a sócia York Aerospace Solutions III (YAS), assinou um acordo com a empresa para os direitos de aquisição, promoção e distribuição de peças sobressalentes de aviões comerciais e executivos da companhia.

O centro de distribuição da Avian vai oferecer produtos a todos os operadores de aeronaves e centros de manutenção e reparo ao redor do mundo. A empresa norte-americana concentrará o inventário global de partes sobressalentes em uma nova base em Orlando, na Flórida (EUA). As operações e as vendas devem iniciar no primeiro trimestre de 2022.

Além da Embraer, a Avian tem trabalhado para incorporar um canal de vendas de parceiros em sua operação para atender seus clientes. DASI, UNICAL Aviation e Regional Airline Support Group (RASG) foram nomeadas dentre uma ampla gama de interessados. Cada uma delas demostrou ter grande alcance no mercado, possuir anos de experiência com o produto e, principalmente, expressaram desejo em apoiar os clientes da Embraer.

“Com este acordo de longo prazo com a Avian, conseguiremos aumentar o nosso alcance e acessibilidade em termos de distribuição de peças, ao mesmo tempo que nos permite aumentar desempenho e eficiência, com foco nas necessidades do cliente”, afirmou Johann Bordais, presidente e CEO da Embraer Serviços e Suporte (foto à direita).

Os usuários terão acesso a todo o inventário da Avian por meio dos canais de venda regulares da Embraer, e dos três parceiros de vendas mencionados. Além do estoque, poderão solicitar as peças sobressalentes nas plataformas da Embraer.

Ian Gurekian, CEO da Avian Inventory Management (foto à esquerda), afirmou que “esta parceria é um exemplo da habilidade da Embraer em ajustar sua estratégia de longo prazo ao mesmo tempo em que mantém o foco total em seus clientes. A Avian conseguiu trabalhar com a Embraer para desenhar uma solução que una os objetivos financeiros e operacionais, enquanto cria uma plataforma que mantém a Embraer próxima e integrada à sua base de cliente”.

 

 https://www.agenciacma.com.br/embraer-assina-contrato-com-avian-para-fornecimento-de-pecas-de-avioes/

FMI rebaixa previsão para crescimento da América Latina, com fortes ajustes sobre México e Brasil


FMI rebaixa previsão para crescimento da América Latina, com fortes ajustes sobre México e Brasil

Sede do FMI, em Washington


Por Rodrigo Campos

(Reuters) – O Fundo Monetário Internacional (FMI) reduziu nesta terça-feira suas previsões de crescimento econômico em 2022 para a América Latina e suas duas maiores economias, citando inflação, política monetária mais apertada e uma estimativa de crescimento mais baixa para os Estados Unidos como determinantes para os rebaixamentos.


O FMI cortou suas expectativas de crescimento para o México e o Brasil em 1,2 ponto percentual cada, para 2,8% e 0,3%, respectivamente, enquanto a estimativa para a América Latina e o Caribe foi diminuída em 0,6 ponto percentual, a 2,4%.

“A luta contra a inflação levou a uma forte resposta da política monetária, que pesará sobre a demanda doméstica”, disse o FMI sobre o Brasil em uma atualização de seu relatório Perspectiva Econômica Mundial.

A primeira vice-diretora-gerente Gita Gopinath afirmou em entrevista coletiva que outro motivo para o corte na previsão do Brasil é a moderação dos preços das commodities de pauta de exportações do país, como os de minério de ferro, que haviam subido no ano passado.

O relatório do Fundo disse que o México também será afetado por inflação e juros altos, agravadas por uma queda esperada no crescimento da produção nos Estados Unidos, seu parceiro comercial mais importante.

“O rebaixamento (do crescimento econômico) dos EUA traz consigo a perspectiva de uma demanda externa mais fraca do que o esperado para o México em 2022”, disse o FMI.

A Argentina deve crescer 3,0% este ano, um aumento de 0,5 ponto percentual ante às estimativas do FMI de outubro, e o crescimento estimado de 2,5% em 2023 também é 0,5 ponto percentual maior.

O país sul-americano e o FMI negociam um programa de refinanciamento de cerca de 41 bilhões de dólares que a Argentina disse não poder pagar conforme o planejado.

“Estamos adotando uma abordagem flexível e pragmática e esperamos progredir ainda mais nos próximos dias”, afirmou Gopinath.

Para 2023, o Fundo prevê que a América Latina e o Caribe cresçam 2,6%. A expansão do Brasil deve ser de 1,6% e o crescimento do México deve chegar a 2,7%.

(Por Rodrigo Campos)


segunda-feira, 24 de janeiro de 2022

Como a tensão na Ucrânia afeta os investimentos no mundo

 

Bandeira da Ucrânia


Movimentação de tropas russas na fronteira da Ucrânia e retirada de famílias de diplomatas americanos do país trouxe preocupação para gestores de

Por Alexander Nicholson

O acúmulo de tropas russas na fronteira com a Ucrânia agora está sendo citado por estrategistas como uma das principais ameaças aos mercados globais, embora o presidente Vladimir Putin tenha dito repetidamente que atualmente não tem planos de atacar.

Os mercados locais de títulos, moedas e ações em Moscou e Kiev já foram atingidos, mas uma escalada nas tensões pode agravar as baixas. Embora as penalidades contra commodities russas não tenham sido discutidas pelos EUA e pela Europa, um conflito pode desestabilizar os preços do gás natural e do trigo.

Além disso, o apetite por títulos do Tesouro dos EUA está crescendo à medida que alguns investidores transferem suas participações para ativos mais seguros.

Ministros da UE devem discutir a situação da Ucrânia com o secretário de Estado dos EUA Antônio Blinken na segunda-feira. Aqui estão os principais aspectos dos mercados a serem observados:

Gás

Embora os preços tenham caído desde o pico de dezembro, um problema na Ucrânia pode tornar a crise energética da Europa mais longa e mais severa. A maior vítima seria o Nord Stream 2, um novo oleoduto da Rússia para a Alemanha que ainda não iniciou suas operações.

Qualquer escalada pode desencadear sanções ao projeto, potencialmente “restringindo os fluxos para a Europa por um período indefinido” enquanto empurra os preços para novos recordes, escreveram analistas do Goldman Sachs em nota. Os fluxos de gás russo para o continente estão em níveis reduzidos há vários meses, aumentando a pressão sobre os estoques baixos na região.

Metais

Os investidores estão ficando nervosos com as exportações de matérias-primas da Rússia, com as ações da MMC Norilsk Nickel PJSC, a maior mineradora da Rússia, caindo quase 5,9% em Moscou na segunda-feira. Analistas alertam que qualquer interrupção nos fluxos de outros metais, incluindo paládio, níquel e alumínio, pode impulsionar os preços drasticamente.

No entanto, cortar o fornecimento dos produtores de commodities da Rússia corre o risco de causar estragos nas cadeias de suprimentos de manufatura e não há indicações de que sanções diretas aos gigantes da mineração da Rússia estejam na agenda. Ainda assim, operadores também estão ponderando se quaisquer sanções mais amplas às instituições financeiras russas teriam um impacto indireto nas exportações de metais cotadas em dólares.

Treasuries

Após o pior início de ano em décadas, os títulos do Tesouro dos EUA subiram à medida que a tensão entre a Rússia e a Ucrânia estimulou a demanda por papeis mais seguros. Os rendimentos dos títulos de 10 anos dos EUA caíram pelo quarto dia consecutivo depois de subir na semana passada para o nível mais alto em mais de dois anos.

Os rendimentos de seus pares alemães, também considerados seguros, seguiram o exemplo e caíram na segunda-feira, depois de ficarem brevemente positivos pela primeira vez desde maio de 2019.

Ativos da Ucrânia

Os títulos estrangeiros da Ucrânia perderam 7,5% este ano em dólares, o pior desempenho nos mercados emergentes depois da Argentina, segundo índice da Bloomberg.

Ações da Rússia

Os estrategistas do Morgan Stanley prevêem uma queda de 27% no índice MSCI Rússia no caso de uma escalada substancial. Já com alguns dos piores desempenhos do mundo, as ações do país sentiram o calor novamente no final da semana passada, após um relatório de que Washington está permitindo que alguns países bálticos enviem armas fabricadas nos EUA para a Ucrânia.

É provável que as empresas suspendam quaisquer planos de listagem de ações e esperem que os preços se recuperem antes de fazê-lo.

Títulos russos e rublo

À medida que a tensão aumentou, o Ministério das Finanças da Rússia cancelou os leilões regulares de títulos da semana passada, já que os rendimentos subiram para o nível mais alto em meia década. O rublo caiu na segunda-feira, recuando até 2,8% em relação ao dólar e liderando baixas em mercados emergentes. Os rendimentos da dívida local de 10 anos saltaram 33 pontos base para 9,76%.

Ao mesmo tempo, uma recuperação nos preços das commodities permitiu à Rússia reconstruir suas reservas internacionais, que em mais de US$ 600 bilhões fornecem à economia uma proteção contra possíveis novas sanções.

Trigo

Os futuros de trigo atingiram a marca de US$ 8 pela primeira vez desde dezembro na semana passada, em meio a preocupações com possíveis interrupções no comércio.

Dependendo da escala de qualquer ação militar, a produção e exportação de commodities agrícolas ucranianas, incluindo milho e trigo, podem ser afetadas, Warren Patterson, chefe de estratégia de commodities do ING Groep NV, escreveu em nota na sexta-feira.

Para a Rússia, quaisquer sanções financeiras dificultariam o comércio, o que poderia afetar as exportações agrícolas, disse ele. A Rússia deve se tornar o maior exportador de trigo do mundo nesta temporada, depois da União Europeia.

Ainda assim, após a anexação da Crimeia pela Rússia, não houve grandes interrupções nos fluxos de grãos da região, e os principais portos ucranianos estão longe da Rússia na parte ocidental da Ucrânia. Até agora, as conversas sobre novas sanções se concentraram nos setores financeiros, e não nas commodities.

 

 https://invest.exame.com/me/como-a-tensao-na-ucrania-afeta-os-investimentos-no-mundo