Logo do banco Citi exibido em exposição em Bangkok
Por Scott Murdoch e Selena Li
HONG KONG (Reuters) – O Citigroup planeja contratar cerca de 3
mil novos funcionários para seus negócios institucionais na Ásia nos
próximos anos, aprimorando seu foco em uma região de forte crescimento
em que abandonou o banco de consumo na maioria dos mercados, disse seu
presidente-executivo da Ásia-Pacífico.
Os planos de expansão de pessoal, que ainda não haviam sido
comunicados, evidenciam a ambição do Citi de tornar os negócios
institucionais e a gestão de patrimônio motores de crescimento, buscando
aumentar a receita em uma região que se tornou um campo de batalha para
os bancos globais que buscam explorar suas vastas economias e riqueza
crescente.
O negócio institucional do Citi inclui banco de investimento e
unidades de banco corporativo e comercial que fornecem serviços de
financiamento comercial, gestão de caixa, pagamentos e custódia, entre
outros.
“Estamos falando de um impulso substancial ao crescimento de nossos
negócios na Ásia”, disse o presidente-executivo da Ásia-Pacífico, Peter
Babej, à Reuters em entrevista. Babej assumiu o cargo em 2019 e
trabalhou anteriormente como chefe global do grupo de instituições
financeiras do banco.
O Citi tem cerca de 200 bilhões de dólares em ativos de patrimônio na
Ásia, e o banco está “no caminho certo” para aumentar os ativos de
clientes em 150 bilhões de dólares até 2025, disse um porta-voz, apesar
das incertezas econômicas e dos mercados globais.
A expansão do negócio institucional asiático do banco vai além dos
planos anunciados no ano passado de contratar cerca de 2.300 pessoas até
2025 para sua unidade de gestão de patrimônio.
O Citi disse no ano passado que 7 bilhões de dólares em capital
liberado do desinvestimento de negócios bancários ao consumidor em 13
mercados, 10 dos quais na Ásia, seriam devolvidos aos acionistas ou
investidos em lucrativas unidades de banco institucional e gestão de
patrimônio.
Os principais negócios institucionais regionais do banco estão em
Hong Kong e Cingapura, e Babej disse que esses dois hubs serão o foco
principal do quadro de 3 mil funcionários adicionais da unidade.
No ano passado, o Citi criou um único negócio de gestão de patrimônio
para fornecer serviços a clientes do segmento afluente. O negócio de
riqueza na Ásia também está centrado em Cingapura e Hong Kong, centros
onde o banco ainda mantém suas unidades de banco de consumo.
“IMPORTÂNCIA DA CHINA”
Babej acredita que a riqueza acumulada e crescente na China é “muito
significativa”, apesar dos ventos macroeconômicos contrários, das
incertezas em torno da chamada “prosperidade comum” de Pequim e dos
desafios das medidas de controle da Covid-19.
“Mesmo com uma taxa de crescimento do Produto Interno Bruto mais
baixa, é algo que realmente cresce mais rápido do que no resto do
mundo”, disse Babej, observando que o impacto do impulso de prosperidade
comum no investimento internacional dos clientes é difícil de prever.
Mesmo com a expectativa de que a economia da China desacelere
acentuadamente este ano devido aos desafios induzidos pela pandemia,
entre outras coisas, o chefe do Citi Ásia disse que a volatilidade e a
incerteza relacionadas aos desafios econômicos e geopolíticos da China
continuarão no curto prazo, mas não mudarão a estratégia do banco.
“Estamos na China a longo prazo”, disse ele. “Há pontos de
interrogação à luz da situação geopolítica e macroeconômica, mas a longo
prazo acreditamos muito na importância da China”.
(Por Scott Murdoch e Selena Li)
((Tradução Redação São Paulo, 55 11 56447500)) REUTERS BC IV
https://www.istoedinheiro.com.br/citigroup-quer-contratar-3/