terça-feira, 21 de março de 2023

BNDES e Embrapii desembolsam R$ 145 mi para apoiar projetos de P&D

Vetor de P&D Initial logo. Ampersand monogram logo do Stock | Adobe Stock

 

 

O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e a Empresa Brasileira de Pesquisa e Inovação (Embrapii), estão desembolsando R$ 145 milhões para apoiar o desenvolvimento de projetos de Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação (P&D).

As duas entidades, que firmaram parceria para atuar no segmento de P&D, fizeram o anúncio nesta terça-feira, 21, durante o evento “Inova + Indústria digital e sustentável”, realizado em um dos auditórios da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp).

A parceria firmada entre BNDES e a Embrapii prestará apoio a sete áreas estratégicas: Transformação Digital, Materiais Avançados, Novos Combustíveis, Tecnologias Estratégicas para o SUS, Defesa, Bioeconomia Florestal e Economia Circular.

O presidente da Embrapii, José Luis Gordon, membro da diretoria do BNDES, disse que já alguns casos de sucesso de empresas estão produzindo medicamentos e cosméticos a partir da flora da Amazônia. “Esse é apenas um início. Vamos fazer parcerias maiores para trazer mais recursos para projetos estruturantes, disruptiva, usando novos modelos de apoio e centros de competência”, disse.

 

Justiça do Rio derruba efeitos de medida cautelar obtidas pela Americanas

logo-lojas-americanas - CAPEF

Estadão Conteúdo

 

 

 A Justiça do Rio derrubou nesta terça-feira, 21, os efeitos da medida cautelar obtida pelas Lojas Americanas em 13 de janeiro, conforme o Broadcast (sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado) havia adiantado instantes antes. Com a decisão, os bancos passam a poder compensar os recursos que a varejista tem junto às instituições.

A decisão foi tomada, por unanimidade, por três desembargadores da 15ª Câmara de Direito Privado. O tribunal analisou um agravo de instrumento impetrado em nome do Safra pelos escritórios FCDG Advogados e Wambier Advogados. O Safra tem R$ 100 milhões em recursos das Americanas em seus cofres.

A medida cautelar, obtida pelas Americanas dois dias após a revelação do rombo de R$ 20 bilhões – na ocasião, tratado como “inconsistência contábil” – impedia os bancos de compensar recursos que a varejista tinha em contas nas instituições financeiras.

Os magistrados declararam nula a decisão devido à forma como foi feito o pedido pelas Americanas. Desta maneira, os efeitos da recuperação judicial só passam a valer a partir de 19 de janeiro, quando a varejista de fato entrou com pedido de recuperação judicial.


Appy diz que reforma tornará sistema tributário ‘extremamente mais simples’

 

Governo oficializa Bernard Appy como secretário da reforma tributária |  Metrópoles

 

 

 

Depois de questionamentos e críticas de alguns setores, o secretário extraordinário do Ministério da Fazenda para a Reforma Tributária, Bernard Appy, disse nesta terça-feira, 21, que as mudanças nas regras vão tornar o sistema de cobrança e incidência de impostos “extremamente mais simples” do que o existente hoje. “No limite, a gente não quer que tenha escrituração contábil”, considerou, lembrando que o uso de registros como este ocorre quando há exceções.

Appy fez a declaração durante almoço realizado pela Frente Parlamentar do Empreendedorismo (FPE), em Brasília.

Fizeram perguntas sobre as mudanças ao secretário representantes dos setores de shoppings, consórcios, imobiliário, comércio, médico, ensino, contabilidade e de recursos humanos. Um deles chegou a brincar com Appy: “Acho que o senhor já ouviu isso algumas vezes, mas nosso caso é diferente”, disse, arrancando risos dos presentes, inclusive do convidado.

Appy reforçou que o setor de serviços vai ser beneficiado com reforma tributária, apesar das críticas constantes de representantes do segmento. “O setor paga pouco (imposto) hoje? Sim, mas não recupera nada e isso vai mudar”, disse, acrescentando que o custo líquido de serviços vai ser menor do que é hoje porque haverá o fim da cumulatividade que existe atualmente.

O secretário afirmou que ainda não se debruçou sobre a questão dos consórcios, que os shoppings podem ganhar crédito ao investirem em outras unidades e que haverá manutenção do Simples. Ele lembrou também que todos os pontos, mesmo depois de serem apresentados pela Fazenda, serão debatidos pelos parlamentares no Congresso.

Appy comentou ainda que não cabe ao governo decidir o que é importante para as pessoas consumirem, mas que esta escolha cabe a elas próprias. “Por que o perfume não é um produto tão importante quanto a cesta básica para os mais pobres? Não é o governo que tem que dizer isso, mas hoje é assim que é.”

Estados

O secretário garantiu que todos os Estados vão ganhar arrecadação em duas décadas com a implantação da reforma tributária. De acordo com ele, são “pouquíssimos” os municípios que sairão perdendo, mas que isso ocorre por causa de distorções existentes hoje.

Essas cidades, conforme Appy, são geralmente muito pequenas e têm uma forte arrecadação com ISS porque conta, por exemplo, da instalação de uma refinaria em seu território. “São erros, na verdade. Não faz sentido”, disse.

Ele afirmou que o município que mais recebe ISS conta com uma receita de R$ 14 mil per capita. Ao mesmo tempo, o que menos arrecada é de R$ 65 por habitante. “Não faz sentido um País com uma distribuição tão diferente dessas”, comparou.

Ao final de sua explanação, o secretário reafirmou que a aprovação da reforma é um “jogo de ganha ganha” e que terá impacto muito grande sobre o PIB.

Interferência para quem consome ou produz

Bernard Appy também que a tributação não pode ser um dos pontos de interferência na escolha de quem consome ou quem produz. “Numa decisão sobre alugar ou comprar carro, por exemplo. Num mundo sem imposto, você toma a decisão. O imposto não pode interferir nessa decisão, não pode distorcer o que for melhor do ponto de vista de preços relativos”, disse.

Appy repetiu que, quanto mais exceções forem adicionadas à reforma tributária, maior será a dificuldade de classificação dos produtos.

Ele também voltou a dizer que é preciso tomar cuidado com o que se chama de “serviços”. A maior gritaria contra a reforma tem sido exatamente desse setor produtivo, que teme pagar mais tributos aos governos com a reforma tributária. “É bom tomar cuidado porque podemos errar na mão”, alertou.

O secretário comentou ainda que, atualmente, é impossível saber qual é o imposto que foi pago em um produto ou serviço, porque não é de conhecimento o total de incidências ao longo da cadeia produtiva tamanha a complexidade do sistema tributário doméstico. Além disso, ele comentou que a incidência de impostos sobre impostos é uma jabuticaba, já que só ocorre em solo brasileiro.

Abertura para construção do melhor modelo

Appy disse também o Ministério da Fazenda está aberto para a construção do melhor modelo tributário para o País. Na semana que vem, a FPE fará um encontro com secretários de Fazenda dos Estados para também discutir a reforma tributária.

Ele voltou a dizer que os textos dos projetos que tramitam no Congresso – o PL 45, na Câmara e o 110, no Senado – são muito próximos, com a principal diferença sendo a divisão do imposto entre Estados e União no caso do Senado, conhecido como IVA (Imposto sobre Valor Agregado) Dual.

Aos parlamentares e empresários, o secretário afirmou que o regime tributário nacional é complexo porque tem muitas regras e, mais do que isso, conta com muitas exceções. “A complexidade tem custo, o litígio tem custo também e gera insegurança jurídica, que reduz investimentos”, afirmou.

A FPE insiste na necessidade da desoneração da folha de pagamentos para todos os setores permanentemente. De acordo com a Frente, o Brasil é o País com maior tributação e subsídios sobre a folha no mundo.

A entidade divulgou um quadro comparativo, citando a Brasscom como fonte, que revela que a incidência doméstica é de 27,8%, seguida por 20,4% na Argentina, 18,1% na Hungria, 13,8% na Alemanha, 12,3% no Japão, 12,05% na Índia, 10,6% na Austrália, 9,8% no México e 8,8% na Coreia do Sul.

Para o Brasil, o cálculo levou em conta tributos de 22% (INSS patronal de 20% e Seguro de Acidente de Trabalho de 2%) e uma taxa de 5,8% de terceiros com os subsídios para o Sistema S, entre outros.


São Martinho mira novos negócios e investe R$ 150 mi em centro de inovação

Empresas | Monitor do Mercado

 

 

Com o objetivo de criar novos produtos e negócios e otimizar as operações de açúcar, etanol e bioenergia, a São Martinho inaugura, em Pradópolis (SP), um Centro de Inovação dedicado ao desenvolvimento de soluções tecnológicas em parceria com startups, empresas e universidades. A companhia investiu mais de R$ 150 milhões para levar conectividade aos 350 mil hectares de lavoura de cana-de-açúcar das quatro usinas no Brasil e pretende utilizar a capacidade de gerenciar suas operações de forma online e em tempo real como matéria-prima para o hub.

Em entrevista, o vice-presidente e superintendente Agroindustrial da companhia, Agenor Cunha Pavan, detalhou o projeto e ressaltou que a iniciativa poderá, até mesmo, favorecer a interação da empresa com agentes financiadores. “Quando houver interesse em investimentos, certamente, seremos olhados como uma iniciativa inovadora diferenciada”, afirmou o executivo.

O Centro de Inovação da São Martinho é um prédio instalado na principal unidade da companhia, considerada a maior planta processadora de cana-de-açúcar em operação do mundo, com moagem de 10 milhões de toneladas por safra.

No local, além das áreas de Gestão da Inovação, Ambiental, Sustentabilidade, Melhoria Contínua, Tecnologias Agroindustriais e Projetos, uma central de operações controla as atividades agrícolas e industriais das quatro unidades da empresa por meio de monitores com dados em tempo real. Por trás das telas, a São Martinho também contratou profissionais específicos para trabalhar nesse novo segmento da empresa, como especialistas em transformação digital e desenvolvedores de tecnologia.

A ideia do Centro de Inovação derivou de um planejamento estratégico da companhia elaborado para até 2030. Segundo Pavan, a São Martinho decidiu mirar no desenvolvimento de tecnologias e em novos negócios e, para atingir o objetivo, aproveitou sua “essência inovadora”. “O fato de termos um processo de inovação bastante estruturado abriu muitas portas alguns anos atrás para financiar nossa conectividade”, explicou o vice-presidente. “Queremos capitalizar essa conectividade em novos negócios, principalmente na frente digital”, completou.

A companhia vem investindo em transformação digital desde 2015, com a implantação de redes 4G nas usinas, em parceria com empresas como CNH Industrial, Centro de Pesquisa e Desenvolvimento em Telecomunicações (CPqD) e Tim. Entre 2018 e 2021, instalou também Centrais de Operações Agrícolas (COA) em todas as unidades da companhia, para monitorar as atividades. No último ano, a São Martinho começou a ativação da rede 5G com auxílio da Ericsson, Vivo e Tim e desenvolveu, ainda, uma plataforma de big data com a KPMG e a Microsoft para o gerenciamento dos dados. “Podemos sistematizar esse conhecimento agronômico e industrial na forma de algoritmos de inteligência artificial”, definiu Pavan.

O executivo afirma que um dos grandes objetivos da empresa com o hub é garantir a produção de carbono renovável com a máxima eficiência e o menor custo do mercado. Para isso, espera captar startups, principalmente com o auxílio Cubo Agro, e desenvolver soluções que favoreçam a logística das operações, a manutenção dos equipamentos e a agricultura de precisão (com o controle da adubação, de pragas e de bioinsumos).

O Cubo Agro, do qual a São Martinho foi uma das sócias-fundadoras, é derivado do Cubo Itaú e fomenta o empreendedorismo tecnológico do setor. “Em um ano, mais de 30 startups estiveram sob a nossa curadoria e a ideia é pinçar para dentro de casa aquelas que tiverem qualidade e alinhamento com nosso planejamento estratégico”, ressaltou Pavan. Além do Cubo, a São Martinho também é associada à ibiTech de Israel, à Enrich da Europa, à Associação Brasileira de Bioinovação (ABBI), entre outras iniciativas que devem se tornar parceiras do Centro de Inovação em breve.

‘Taxa de juros do Brasil é ‘chocante’ e equivale a ‘pena de morte’’, diz Stiglitz, Nobel de economia

Professor da Universidade Columbia, economista americano é crítico da política monetária que usa juros para conter inflação sem observar efeitos nocivos sobre investimento

 

Joseph Stiglitz, vencedor do prêmio Nobel de economia em 2001 e professor da Universidade Columbia (EUA), definiu a taxa básica de juros Brasil como “chocante” e equivalente a uma “pena de morte”, a qual o País tem sobrevivido em função da atuação de bancos públicos.

O nobel de Economia, Joseph Stiglitz, durante seminário internacional realizado na sede do BNDES
O nobel de Economia, Joseph Stiglitz, durante seminário internacional realizado na sede do BNDES Foto: Pedro Kirilos/Estadão

Stiglitz fez a avaliação nesta segunda-feira, 20, em palestra no seminário “Estratégias de Desenvolvimento Sustentável para o Século XXI”, promovido pelo BNDES em parceria com o Centro Brasileiro de Relações Internacionais (Cebri) e com a Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), na sede do banco de fomento, no Rio.

Crítico da política monetária que usa juros para conter a inflação sem observar efeitos nocivos sobre investimento, Stiglitz fez duras críticas à condução do Banco Central (BC) brasileiro nos últimos anos, mas sem mencionar diretamente a autoridade monetária. “Um Banco Central independente e com mandato só para inflação não é o melhor arranjo para o bem-estar do País como um todo”, disse o economista.

“A taxa de juros de vocês (Brasil) é de fato chocante. Uma taxa de 13,7% (a taxa básica Selic está estacionada em 13,75% ao ano desde agosto do ano passado), ou 8% real (quando descontada a inflação esperada), é o tipo de taxa de juros que vai matar qualquer economia. É impressionante que o Brasil tenha sobrevivido a isso, que seria uma pena de morte. E parte da razão disso é que vocês têm bancos estatais, como o BNDES, oferecendo fundos a empresas produtivas para investimentos de longo prazo com juros menores”, afirmou Stiglitz.

O economista afirmou que, se o Brasil tivesse política monetária mais razoável, teria tido crescimento bem maior que o registrado nas últimas décadas. Isso porque os juros altos da economia teriam desencorajado investimentos, inclusive os ora necessários para promover uma transição verde na economia, capaz de levar o Brasil da posição de exportador de commodities (matérias-primas negociadas globalmente) para uma economia industrial relevante no cenário internacional.

“A necessidade de se adaptar à transição verde e reduzir a desigualdade torna ainda mais urgente buscar modelos econômicos alternativos. As questões do Brasil são mais urgentes do que em outros países ao redor do mundo. O Brasil sempre foi descrito como o país do futuro, mas o futuro continua sempre deixado para o futuro”, afirmou Stiglitz.

O economista americano apontou uma piora do cenário da economia brasileira nos últimos quatro anos, quando o País teve um “presidente não indutor de crescimento econômico”, em referência ao governo Jair Bolsonaro (PL). Segundo Stiglitz, as taxas de crescimento seguiram deprimidas enquanto desemprego e informalidade se mantiveram em níveis altos, de 13% e 40% respectivamente, com queda na renda das famílias.

Em entrevista a jornalistas após a palestra, Stiglitz voltou a criticar o governo Bolsonaro. Em parte por causa disso, é possível ser otimista em relação ao sucesso da política econômica do terceiro governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

“A política econômica anterior foi um desastre. Acho que qualquer pessoa que olhe para a transição entre Bolsonaro e Lula fica muito otimista. Até porque os dois governos anteriores de Lula foram muito bons economicamente”, disse Stiglitz, ponderando, por outro lado, que o mundo está em situação mais difícil do que nos dois governos anteriores do petista e que há problemas graves deixados pelo governo anterior.

O economista exaltou ainda a possibilidade de o novo governo retomar políticas de distribuição de renda. Stiglitz disse que, até o meio da década passada, o Brasil era um dos países onde a desigualdade caía, enquanto, no resto do mundo, subia, um avanço interrompido pelos últimos governos.

”Mas, agora, você toma conhecimento de políticas para o aumento do salário mínimo, o que vai ajudar a melhorar a distribuição de renda. Há, portanto, uma visão que claramente não existia antes”, afirmou o vencedor do Nobel.

Inflação no mundo

Na palestra, Stiglitz comentou o cenário econômico global e disse que a discussão dominante no debate público brasileiro, sobre juros, também acontece nos EUA, a despeito dos juros em níveis bem mais baixos. Para o economista, há reprodução do erro de perseguir meta de inflação com alta de juros.

Continua após a publicidade

Na visão de Stiglitz, a inflação americana e mundial não advêm de pressões de demanda, mas está diretamente ligada à pandemia e, agora, a consequências da guerra na Ucrânia, como a alta das cotações do petróleo. Nesse quadro, taxas de juros crescentes em diferentes países do mundo pioram o problema, porque impedem investimentos, por exemplo, em habitação.

“Uma fonte de inflação importante é a indústria de óleo e gás e alimentos. Outra fonte tem sido habitação. Mas as taxas de juros recentes não resolvem nenhum desses problemas. Como isso (taxas mais altas) vai trazer mais petróleo e mais gás? A resposta é que claramente não é possível”, disse o economista americano.

Segundo Stiglitz, o efeito mais direto dessa recente escalada de juros nos EUA e no mundo é a criação de barreiras ao investimento, inclusive em áreas críticas, como habitação, além de uma “redistribuição de dinheiro dos pobres aos ricos”. “As altas taxas de juros exacerbam problemas de desigualdade, como o do Brasil”, disse Stiglitz, acrescentando que aumentos de juros também elevam os gastos com a dívida pública, problema ainda maior para países com maior taxa de endividamento.

Ex-integrante da equipe econômica no governo do ex-presidente americano Bill Clinton, Stiglitz foi também economista-chefe do Banco Mundial. Em 2001, ele dividiu o Prêmio Nobel de economia com os também americanos George Akerlof e Michael Spence, em reconhecimento ao trabalho dos três sobre a “assimetria de informações” nas relações de mercado. Conforme a justificativa informada pelo prêmio Nobel, Stiglitz concentrou suas pesquisas no que indivíduos e operadores podem fazer pela melhorar sua situação em mercados com assimetria de informações, a partir de um estudo de caso do mercado de seguros.

 

 https://www.estadao.com.br/economia/taxa-de-juros-brasil-chocante-joseph-stiglitz-nobel-economia/?utm_campaign=redes-sociais:032023:e&utm_medium=social-organic&utm_source=linkedin:newsfeed


 

Wall St abre em alta com alívio de temores sobre bancos e foco no Fed


Wall St abre em alta com alívio de temores sobre bancos e foco no Fed

Placa em frente à Bolsa de Valores de Nova York sinaliza Wall Street


(Reuters) – Os principais índices de Wall Street abriram em alta nesta terça-feira, com o resgate do Credit Suisse acalmando o nervosismo sobre uma crise bancária maior, enquanto os investidores aguardavam o resultado da reunião de política monetária do Federal Reserve.

O Dow Jones subia 0,55% na abertura, para 32.420,71 pontos. O S&P 500 abriu em alta de 0,62%, a 3.975,89 pontos, enquanto o Nasdaq Composite ganhava 0,76%, para 11.764,79 pontos.

(Reportagem de Amruta Khandekar)

 

O enriquecimento do Nordeste está à mão

Não foi fornecido texto alternativo para esta imagem
 
 
 
 
 
Políticas regionais de estímulo econômico precisam ser combinadas a aperfeiçoamentos na educação, nas instituições e em políticas nacionais que beneficiarão regiões mais pobres
 
 
Por Notas & Informações/Estadão
O Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (FGV Ibre) anunciou a inauguração neste semestre do Centro de Desenvolvimento do Nordeste. Essa bem-vinda iniciativa suscita oportunidades de relembrar as riquezas nordestinas, diagnosticar as razões de seu desperdício e investigar remédios para corrigi-lo.
Os nove Estados do Nordeste cobrem 18% do território nacional e abrigam 28% dos brasileiros. Entre 2002 e 2020, o PIB nordestino respondeu por 13,6% do PIB nacional. Nesse período, a economia teve um desempenho comparativamente bom, sobretudo em razão do setor de serviços. Enquanto o PIB nacional cresceu, em média, 2% ao ano, o do Nordeste cresceu 2,2%.
Mas isso não foi suficiente para superar uma defasagem histórica. O PIB per capita nordestino ainda é o menor do País. Todos os nove Estados figuram entre os dez menores níveis do Brasil. A pandemia expôs fragilidades estruturais. No biênio 2021-22, enquanto o Brasil cresceu 8%, o Nordeste cresceu só 7%, sobretudo pelo baixo desempenho da indústria de transformação, particularmente afetada pelo fechamento da fábrica da Ford em Camaçari, na Bahia.
O desafio do desenvolvimento do Nordeste exige ponderar suas diversidades. Bahia, Pernambuco e Ceará concentram 62% do PIB. “Temos o Semiárido, a Caatinga, a Zona da Mata, o Recôncavo Baiano”, lembrou o pesquisador do Ibre Flávio Ataliba. Entre as vantagens comparativas da região, ele aponta a geração de energia eólica, além de potencialidades locais, como a agropecuária no Maranhão e no Piauí, serviços no Ceará ou a indústria na Bahia e em Pernambuco. Sem dúvida, como disse Ataliba, “qualquer estratégia de desenvolvimento precisa ser pensada examinando todas essas características”. Mas nesse exame é crucial tirar as lições da história.
“Desde meados do século 20, o governo federal executa políticas de desenvolvimento regional voltadas a elevar a renda per capita do Norte e Nordeste e também do Centro-Oeste”, apontou o economista do Insper Marcos Mendes em um estudo sobre a desigualdade regional. “O custo dessas políticas é alto e os resultados pouco expressivos. Por outro lado, há políticas públicas não relacionadas à questão regional que atuam na direção contrária, concentrando benefícios no Sul e Sudeste, ou impondo custos ao N e NE.”
Com base no diagnóstico de que a causa do atraso estaria na falta de condições para a industrialização, as políticas regionais focaram majoritariamente em subsídios e incentivos fiscais para a indústria. Os custos foram elevados – somadas as três regiões, Norte, Nordeste e Centro-Oeste, da ordem de 0,5% do PIB ao ano, o equivalente a R$ 50 bilhões hoje –, mas o efeito para a convergência da renda per capita aos níveis do Sul e Sudeste foram, como se sabe, pífios.
O problema não está tanto nessa política em si, mas na negligência de outras que lhe dariam condições de sustentabilidade. Quanto desse dinheiro não teria produzido resultados mais robustos em termos de geração de empregos e renda se tivesse sido investido diretamente nas pessoas, ou seja, em educação e capital humano? Quanto não teria sido mais bem empregado se condicionado a reformas de máquinas públicas regionais ineficientes e sujeitas à captura de interesses privados e corrupção, herança dos latifúndios escravocratas e sua cultura de privilégios?
O estudo de Mendes analisa – além da educação pública, prioritária – seis casos de políticas “não regionais” que poderiam ser aprimoradas: reformas da Previdência (para melhor incluir os informais e mais pobres), do Fundo de Participação dos Municípios (para corrigir o subfinanciamento das cidades médias e periferias), da tributação do consumo (para aumentar a arrecadação dos Estados menos industrializados), das políticas sociais (para conter o vazamento de recursos para famílias de renda média e alta) e redução de benefícios tributários e de proteções comerciais (para eliminar privilégios corporativos). Aperfeiçoamentos como esses trariam o duplo bônus de melhorar as perspectivas para todo o País e de reduzir desigualdades regionais.
Encontrou algum erro?