quinta-feira, 6 de abril de 2023

O lifting da Natura com a L’Oréal


Ao fechar acordo de US$ 2,5 bilhões com a Natura, que se desfaz de sua marca australiana pelo valor equivalente ao seu endividamento, o maior grupo de cosméticos do mundo amplia o império no mercado de luxo asiático.

Crédito:  Adriano Vizoni

"Com uma estrutura financeira fortalecida e um balanço desalavancado, poderemos priorizar a América Latina" Fabio Barbosa Presidente da Natura&Co. (Crédito: Adriano Vizoni)

 

Dois dos maiores grupos de cosméticos do mundo ­— a Natura &Co e a francesa L’Oréal — anunciaram um lifting em suas operações globais, na terça-feira (4). Ao comprar por US$ 2,5 bilhões da marca australiana Aesop, o maior conglomerado de produtos de beleza do mundo, com sede em Paris, fortalece seus negócios no mercado asiático, especialmente na China. Para a companhia brasileira, o dinheiro da transação reforça o caixa e alivia a pressão dos juros, já que equivale a 100% de seu endividamento. Além disso, a empresa pretende fortalecer seus negócios na América Latina, região em que há países com mais sinergias e identidade com a marca. Para Fabio Barbosa, diretor-presidente da Natura &Co, a venda da Aesop marca um novo ciclo de desenvolvimento. “Com uma estrutura financeira fortalecida e um balanço desalavancado, poderemos aprofundar o foco em prioridades estratégicas, especialmente em seu plano de investimentos na América Latina”, afirmou Barbosa. “Também poderemos nos concentrar em continuar aprimorando os negócios da The Body Shop e reorientar a presença da Avon International”, disse. No ano passado, a Natura &Co registrou receita líquida de R$ 36,3 bilhões.

Sob comando do CEO Nicolas Hieronimus, a L’Oréal também tem como estratégia se fortalecer regionalmente, mas com foco na Ásia. Com mais de 100 anos e faturamento de 38,2 bilhões de euros em 2022, a empresa é dona de marcas como Garnier, Lancôme, Biotherm, Kérastase e Vichy, além da própria L’Oréal. No Brasil, é dona também da marca Niely ­— especializada em pele e cabelo afro. Embora seja uma grife australiana, a Aesop é bem posicionada como marca de luxo nos maiores mercados consumidores asiáticos. Para o CEO global Hieronimus, a Aesop está bem consolidada como um produto de luxo. “Trata-se de uma marca fortemente conectada com todas as tendências atuais, e a L’Oréal vai acelerar a realização de seu enorme potencial de crescimento, principalmente na China e no Travel Retail”, disse o CEO da L’Oréal.

LUXO AUSTRALIANO Com receitas de US$ 537 milhões em 2022 e 395 lojas, a venda da Aesop garante caixa para a Natura e expansão da L’Oréal. (Crédito:Divulgação)

Segundo a L’Oréal, a aquisição da Aesop faz parte de um plano de diversificação do portifólio do grupo. “A Aesop detém um posicionamento único no mercado global de beleza de luxo, graças à sua essência de marca liderada pelo design, seus produtos altamente eficazes e sensoriais, bem como sua filosofia de obcecada pelo cliente”, disse. “Temos grande confiança de que a Aesop se juntará ao clube de marcas bilionárias da L’Oréal Luxo e, portanto, contribuirá significativamente para o crescimento da divisão nos próximos anos.” A divisão de luxo da L’Oréal fez cinco aquisições regionais nos últimos cinco anos. Com a Aesop, isso levará a um portfólio de 24 marcas muito complementares, de acordo com a empresa.

EXPANSÃO DE UM IMPÉRIO Sob comando do CEO Nicolas Hieronimus, a L’Oréal expande seus negócios em todo o mundo e fortalece a operação no mercado de luxo da Ásia. (Crédito:AFP)

Desde que foi comprada pela Natura &Co, em 2012, a Aesop multiplicou exponencialmente seus resultados. Entre 2012 e 2022, as vendas brutas dispararam de US$ 28 milhões para US$ 537 milhões. O total de pontos de venda (lojas e quiosques) saltou de 52 para 395 e o número de países passou de oito para 29. No ano passado, a Aesop abriu sua primeira loja física na China e expandiu significativamente a categoria de fragrâncias. Após a concretização do negócio, Natura, Aesop e L’Oréal estarão com suas operações renovadas. Como deve ser o setor da beleza.

terça-feira, 4 de abril de 2023

Especialista vê manipulação de Musk ao trocar logo do Twitter por de criptoativo

 


Crédito: DogeCoin/Reprodução

Criptomoeda Dogecoin disparou 27% após Musk trocar logo do Twitter pelo da moeda digital (Crédito: DogeCoin/Reprodução)

 

 

Na segunda-feira, a criptomoeda Dogecoin disparou 27% após o dono do Twitter e da moeda digital (que é controlada pela Tesla, uma de suas companhias), Elon Musk, trocar o logo da rede social pelo meme conhecido como “doge”, que é o logo do criptoativo de forma estilizada.

Após a ação, muitos começaram a perguntar se o bilionário não estaria manipulando o mercado de ativos digitais de forma ilegal com a ação de propaganda velada.

De acordo com Joelson Sampaio, doutor em Mercados Financeiros pela Fundação Getúlio Vargas (FGV), o fato de ele ter feito uma propaganda cruzada não é ilegal de forma geral.

“Você pode ter duas empresas e usar uma para divulgar a outra. O grande problema é quando você está no mercado de capitais, que é o caso, já que isso pode ser visto como uma forma de manipulação. E esse é o risco que ele tem e deve haver algum desdobramento em termo de processo”, afirma Sampaio.

 

No entanto, ele diz que é difícil provar esse tipo de crime, mesmo quando ele parece óbvio para o público em geral. “Certamente haverá um desafio para provar que houve manipulação, existe toda uma prova técnica necessária para ser produzida para provar que houve um desejo de manipular o mercado”, afirma.

Se o caso tivesse ocorrido no Brasil, Sampaio afirma que haveria a chance de ele ser processado pelos investidores e ser autuado pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM), com sanções que incluem multas e indenizações. No Twitter, o bilionário tratou o assunto com a ironia de sempre, compartilhando memes e agindo como se tudo fosse uma grande diversão para ele.

Mas, investidores que perderam milhões com a dogecoin acusam Musk de inflar o valor da moeda artificialmente e depois deixá-la cair, lucrando no processo, enquanto eles perderam milhões. Por conta disso, ele é alvo de um processo que pede US$ 258 bilhões em indenizações nos EUA.

Na semana passada, ele defendeu a moeda durante audiência do processo afirmando que ela é legítima, não um esquema de pirâmide como acusam os investidores. Musk diz que também teve grandes perdas quando o valor das criptomoedas sofreu uma forte queda em 2022.

LONGE DE MIM

Em 2022, Musk chegou chegou a afirmar que “nunca disse que as pessoas deveriam investir em criptomoedas”, já que os investidores de varejo sentem a dor do mercado de moedas digitais em queda.


Governo espera aprovar reforma tributária neste semestre na Câmara e neste ano no Senado


Governo espera aprovar reforma tributária neste semestre na Câmara e neste ano no Senado

Moedas de 1 real

 

Reuters

 

 SÃO PAULO (Reuters) – O governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva espera aprovar a reforma tributária na Câmara dos Deputados neste semestre e no Senado ainda neste ano, disse nesta terça-feira o diretor de Programa da Secretaria Extraordinária da Reforma Tributária do Ministério da Fazenda, Rodrigo Orair.

Em evento promovido pelo Bradesco BBI, Orair também disse que, uma vez aprovada a proposta de emenda à Constituição (PEC) pelo Congresso neste ano, será necessário aprovar uma lei complementar que regulamente a reforma no ano que vem para, em 2025, entrar em vigor o imposto federal.

(Por Luana Maria Benedito)

 

Virgin Orbit, do bilionário Richard Branson, faz pedido de recuperação e busca comprador


Virgin Orbit, do bilionário Richard Branson, faz pedido de recuperação e busca comprador

Sede da Virgin Orbit, em Long Beach, Califórnia

 

Por Joey Roulette
 

WASHINGTON (Reuters) – A Virgin Orbit, do bilionário britânico Richard Branson, entrou com pedido de recuperação judicial nesta terça-feira, depois que a empresa de lançamento de satélites não conseguiu garantir financiamento de longo prazo necessário para ajudá-la a se recuperar de uma falha em um foguete em janeiro.

A empresa com sede em Long Beach, Califórnia, entrou com o processo no Tribunal de Falências dos Estados Unidos para o Distrito de Delaware buscando a venda de seus ativos depois de anunciar a demissão de cerca de 85% de seus 750 funcionários na semana passada.

“Acreditamos que o processo do Chapter 11 representa o melhor caminho a seguir para identificar e finalizar uma venda eficiente e maximizadora de valor”, disse o presidente-executivo da Virgin Orbit, Dan Hart, em comunicado.

As ações da companhia desabaram 18% antes da abertura do mercado nos Estados Unidos.

A empresa listou ativos de cerca de 243 milhões de dólares e uma dívida total de 153,5 milhões.

A Virgin Orbit abriu capital em 2021, levantando 255 milhões de dólares menos do que o esperado. Separada da empresa de turismo espacial de Branson, Virgin Galactic, em 2017, a Virgin Orbit lança satélites em órbita por meio de foguetes disparados a partir de um Boeing 747 modificado.

A estratégia da empresa vinha sendo o lançamento de pequenos foguetes do 747 em voo, o que permite lançamentos mais rápidos de qualquer local, incluindo para propósitos militares.

Mas uma mudança na demanda em direção aos foguetes maiores e de custo melhor da rival SpaceX ao longo dos últimos dois anos dificultou o mercado para a Virgin Orbit, afirmam analistas.

segunda-feira, 3 de abril de 2023

Dólar à vista encerra o dia perto da estabilidade à espera de novidades na área fiscal


Dólar à vista encerra o dia perto da estabilidade à espera de novidades na área fiscal

Notas de dólares

 
 
SÃO PAULO (Reuters) – O dólar à vista fechou praticamente estável ante o real nesta segunda-feira, interrompendo uma sequência de seis sessões consecutivas de perdas, com os investidores à espera de novidades na área fiscal brasileira, enquanto no exterior a moeda norte-americana sustentava perdas ante as demais divisas.

Mesmo após seis quedas consecutivas, o dólar começou a sessão no território negativo, influenciado pelo exterior, onde as moedas de países exportadores de commodities eram favorecidas pela alta do preço do petróleo nos mercados internacionais.

A baixa do dólar, no entanto, foi perdendo fôlego no Brasil, com investidores à espera das medidas do governo na área de arrecadação, que servirão como complemento ao novo arcabouço fiscal anunciado na semana passada.

Após oscilar durante boa parte do dia perto da estabilidade, o dólar à vista fechou cotado a 5,0704 reais na venda, em variação positiva de 0,01%.

Na B3, às 17:33 (de Brasília), o contrato de dólar futuro de primeiro vencimento subia 0,09%, a 5,0915 reais. No início da sessão, às 9h08 (horário de Brasília), o dólar marcou a mínima de 5,0385 (-0,62%), em sintonia com o exterior, onde a divisa dos EUA também cedia ante outras moedas de exportadores de commodities.

O movimento era influenciado pela alta nos preços do petróleo, após a Organização dos Países Exportadores de Petróleo e seus aliados, incluindo a Rússia, anunciarem cortes extras na produção de cerca de 1,16 milhão de barris por dia (bpd) no domingo.

“Pela manhã, até achei que o dólar ia cair um pouco, mas depois ficou praticamente na estabilidade. Na verdade, o mercado está esperando para ver o que vai acontecer com o arcabouço fiscal”, comentou o gerente de câmbio da Fair Corretora, Mário Battistel.

Battistel lembra que, além das dúvidas sobre a arrecadação que sustentará o arcabouço, a proposta ainda precisará passar pelo Congresso e está sujeita a mudanças.

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, já havia prometido para esta semana a apresentação de medidas “saneadoras” que poderão sustentar o novo arcabouço. Em entrevista à GloboNews, o ministro afirmou nesta segunda-feira que a reforma tributária –outra prioridade do governo Lula– busca “cobrar de quem não paga” impostos, o que deve elevar a receita e contribuir para o cumprimento dos objetivos fiscais previstos no novo arcabouço recém-apresentado pelo governo.

Já o presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse pela manhã que não concorda com “as avaliações negativas de que o PIB vai crescer zero não sei das quantas, 0,1%”. Segundo ele, o PIB crescerá “mais do que os pessimistas estão prevendo”.

Em meio às expectativas, o dólar até chegou a marcar a máxima de 5,0842 reais (+0,28%) às 16h, mas também não teve fôlego para sustentar cotações mais altas, retornando para perto da estabilidade.

No exterior, a divisa norte-americana seguia com baixas firmes ante outras moedas.

Às 17:33 (de Brasília), o índice do dólar –que mede o desempenho da moeda norte-americana frente a uma cesta de seis divisas– caía 0,88%, a 102,030.

Pela manhã, o Banco Central vendeu todos os 16.000 contratos de swap cambial tradicional ofertados na rolagem dos vencimentos de maio.

(Por Fabrício de Castro)


Crédito para empresas seca e renegociação de dívida dispara

Dinheiro brasileiro Fotos de Stock, Dinheiro brasileiro ...



 

 

Diante de um cenário de juro alto, desaceleração econômica, dificuldades no mercado internacional e crise na Lojas Americanas, o crédito corporativo no Brasil secou. Endividadas, empresas têm recorrido a renegociação de débitos, além de recuperação judicial e extrajudicial, para tentar sobreviver.

A tendência, segundo analistas, é que as condições de crédito continuem duras pelo menos até o fim do ano, dificultando a operação das companhias brasileiras.

Na semana passada, o Banco Central divulgou que a concessão de crédito para pessoas jurídicas foi de R$ 166 bilhões em fevereiro, valor 8,6% inferior ao de janeiro. Para o Goldman Sachs, é provável que esse cenário piore. “Esperamos que as condições de crédito se tornem mais exigentes nos próximos meses devido ao alto nível de endividamento do consumidor, taxas elevadas, perspectiva de abrandamento da atividade real e o surgimento recente de várias situações de dificuldade de crédito corporativo”, afirma relatório do banco.

Na análise de Douglas Bassi, sócio da área de reestruturação de dívida da Virtus BR Partners, a situação deve se manter assim no mínimo até dezembro, dado que, após o Banco Central reduzir a taxa básica de juros, a Selic, serão necessários de quatro a nove meses para haver efeitos na economia real.

Com o acesso ao crédito restrito, companhias têm tido dificuldade de rolar dívidas. As que conseguem estão pagando juros pesados. A Gol, por exemplo, trocou em fevereiro título de dívidas que venciam entre 2024 e 2026 por papéis que vencem em 2028, mas assumiu uma taxa de juros de 18% – antes, variava entre 3,75% e 8%. 

Para as que não estão tendo essa opção, as recuperações judicial e extrajudicial têm sido a saída. Na última semana, o Grupo Petrópolis, dono da cerveja Itaipava, e a varejista de moda Amaro recorreram, respectivamente, a esses expedientes.

Apenas no primeiro bimestre deste ano, 195 empresas no País já pediram proteção na Justiça, um aumento de 60% na comparação com o mesmo período de 2022. É o número mais alto desde 2017, quando foram feitos 197 pedidos nos dois primeiros meses do ano, segundo dados da Serasa Experian.

O economista Luiz Rabi, da Serasa, diz que o crédito ficou mais caro devido ao aumento da inadimplência e ao juro alto. Uma melhoria só seria possível com uma perspectiva de queda na inadimplência, o que não está no horizonte.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

 

Diretor de tecnologia e digital da Marisa renuncia

Rodrigo Lamosa Poço - Chief Digital Officer at Marisa Lojas SA | The Org

 

SÃO PAULO (Reuters) – O diretor de tecnologia e digital da Marisa Lojas, . Rodrigo Lamosa Poço, renunciou ao seu cargo para dar seguimento a projetos pessoais, informou a varejista de moda nesta segunda-feira.

A saída de Lamosa é mais recente mudança no alto escalão da Marisa, que desde fevereiro trocou de presidente, diretor financeiro e de presidente do Conselho de Administração.

A Marisa anunciou resultados de 2022 não auditados e um plano de reestruturação na sexta-feira, em meio a uma tentativa de controlar o patamar de endividamento.

(Por André Romani)