quarta-feira, 21 de junho de 2023

Cade inicia julgamento sobre venda da Lubnor pela Petrobras para a Grepar

Cade julga venda da Lubnor para Grepar na próxima quarta (7)

O Tribunal do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) começou a julgar nesta quarta-feira, 21, a venda da refinaria da Petrobras no Ceará, Lubnor (Lubrificantes e Derivados de Petróleo do Nordeste), para a Grepar Participações. Líder na produção de asfalto no País, a unidade utiliza o petróleo pesado produzido no Espírito Santo e no Ceará, com capacidade de processar 8 mil barris por dia.

O negócio foi fechado com a Grepar há cerca de um ano, por US$ 34 milhões, com pagamento de US$ 3,4 milhões à vista. Em dezembro do ano passado, a Superintendência-Geral do Cade aprovou a operação sem restrições. Houve, contudo, um pedido de revisão da venda por parte das empresas concorrentes, que se sentiram afetadas pela decisão, como a Asfaltos Nordeste.

A Lubnor integra a lista de oito refinarias que a Petrobras se dispôs a vender no governo Bolsonaro para evitar processos de concentração de mercado.

Se o Cade concordar com a venda, esta será a quarta refinaria vendida pela estatal.

No governo Bolsonaro, foram vendidas a Refinaria Landulpho Alves (atual Refinaria de Mataripe), na Bahia; a Refinaria Isaac Sabbá (Remam), no Amazonas; e a SIX, de produção a partir do xisto, no Paraná.

 

As dificuldades para resgatar o submarino que ia ao Titanic


A busca pelo Titan é uma corrida contra o tempo, mas encontrar e resgatar um veículo aquático a uma profundidade de quase 4 quilômetros é um desafio por vários aspectos.O Titanic era o maior navio do mundo em 1912 e tido como inafundável. Como se sabe, afundou na viagem inaugural, cinco dias depois de partir de Southampton, no Reino Unido, com destino a Nova York.

Desde então, o mito Titanic fascina e atrai pessoas de todo o mundo – muitas delas pesquisadoras, mas também muitos curiosos e, nos últimos anos, cada vez mais turistas.

“Deixar o cotidiano e descobrir algo realmente extraordinário”: é com esse slogan que a empresa OceanGate atrai turistas para suas expedições até a carcaça do Titanic, a 3.800 metros de profundidade, no norte do Oceano Atlântico.

Agora, cinco pessoas estão desaparecidas, junto com o submersível que as levaria às profundezas do mar.

Turismo para ricos

 Uma expedição de oito dias oferecida pela OceanGate, incluindo um mergulho de cerca de oito horas até o Titanic, custa até 250 mil dólares. Por esse valor, só mesmo turistas de muitos recursos financeiros podem se aventurar a bordo do submersível.

De fato, a bordo do veículo desaparecido estão o bilionário britânico Hamish Harding, de 58 anos, assim como o empresário britânico-paquistanês Shahzada Dawood, de 48 anos, e o filho dele, Suleman, de 19 anos. Eles são de uma das famílias mais ricas do Paquistão e moram no Reino Unido.

As buscas estão sendo feitas tanto na superfície, para o caso de o submersível ter retornado, como com sonares para tentar localizar a embarcação embaixo da água.

Buscas ainda sem resultado

Segundo o capitão da Guarda Costeira dos Estados Unidos Jamie Frederick, até a noite de terça-feira (horário local), as guardas costeiras haviam feito buscas numa área de 20 mil quilômetros quadrados, sem resultados.

Na manhã desta quarta-feira, a Guarda Costeira americana afirmou que um avião canadense P-3 detectou sons subaquáticos, aumentando as esperanças de que os desaparecidos sejam resgatados com vida. O oxigênio disponível no submersível deverá acabar nesta quinta-feira.

Como já afirmou o comandante da Guarda Costeira dos EUA, contra-almirante John Mauger, é um desafio conduzir uma busca numa área tão remota.

Dificuldades do resgate

As condições são adversas: o fundo do mar no local onde o Titanic está, há 3.800 metros de profundidade, é completamente escuro, e a pressão da água é muito elevada.

“Numa profundidade como essa, um sistema de busca por sonar precisaria ser especializando num feixe muito estreito, mas com frequência alta o suficiente para detectar um submersível tão pequeno”, explica o geocientista britânico Jamie Pringle, da Universidade de Keele.

No caso do Titan, há duas possibilidades: ele ter retornado à superfície e estar à deriva ou ele estar nas profundezas do mar.

“Se o submersível, ao contrário do esperado, tiver voltado à superfície e não estiver sendo localizado devido a sua reduzida borda livre [a altura da parte não submersa], as chances de ser encontrado são reais”, diz a Marinha alemã à DW. “Porém, num caso como esse, um sinal de emergência teria sido enviado.”

Se o veículo, porém, estiver no fundo do mar, fica muito mais difícil encontrá-lo e resgatá-lo. O fundo do mar é muito acidentado, a plataforma continental cai abruptamente e as correntes marinhas são fortes. Além disso, a água do mar impede a maioria das opções de comunicação.

“Infelizmente a água do mar bloqueia muito rapidamente a transmissão [de ondas eletromagnéticas] embaixo da superfície”, explica o especialista australiano Eric Fusil, da Universidade de Adelaide. Tanto radares e GPS como projetores de luz e raios laser são absorvidos depois de poucos metros.

Pressão do mar elevada

A pressão a 3.800 metros de profundidade, no local onde está a carcaça do Titanic, é de cerca de 400 atmosferas, o que é mais ou menos como sentir o peso de 35 elefantes sobre os ombros.

Isso torna a pesquisa do fundo do mar um desafio tecnológico, com uma necessidade de submersíveis e submarinos especiais. Eles precisam estar em condições de aguentar, durante muito tempo, essa enorme pressão.

“Todo submarinista e mergulhador de águas profundas sabe como o mar profundo é implacável: explorar o mundo subaquático é tecnicamente tão desafiador, se não mais, do que explorar o espaço”, diz Fusil.

O Titan é feito de fibra de carbono e titânio, materiais que podem aguentar a pressão existente numa profundidade de 3.800 metros. O casco é feito de uma maneira a proteger a tripulação da pressão do fundo do mar – ao menos enquanto ele estiver intacto.

Submarinos militares de resgate podem ir no máximo a uma profundidade de 3 mil metros. “Se o submersível estiver no fundo do mar e não tiver mais propulsão, e assim um resgate do submersível como um todo for descartado, o salvamento da tripulação não é possível”, explica a Marinha da Alemanha.

Fusil diz que mesmo submarinos militares com propulsão nuclear estão limitados a uma profundidade de 500 metros e poderiam usar seus sonares somente para detectar sinais do Titan, mas sem poder se aproximar dele.

Outras expedições famosas

Normalmente, quem se ocupa em pesquisar o fundo do mar são especialistas e cientistas. Mas essa não é a primeira expedição às profundezas marítimas de que participam também turistas ricos.

Em 2012, por exemplo, exatos cem anos depois do naufrágio do Titanic, o cineasta britânico James Cameron participou de uma expedição organizada pela revista National Geographic, ao ponto mais profundo da Terra, a Fossa das Marianas, no Oceano Pacífico. Lá, fez filmagens em 3D e coletou amostras de espécimes.

Sete anos depois foi a vez do aventureiro e investidor americano Victor Vescovo. Ele desceu a 10.927 metros de profundidade e estabeleceu um novo recorde mundial, 16 metros mais profundo que o anterior, do americano Don Walsh e do suíço Jacques Piccard, em 1960.

E em março passado, junto com Harding (bilionário a bordo do Titan), Vescovo estabeleceu um novo recorde de permanência no fundo do mar quando mergulharam, juntos, até o ponto mais profundo da Fossa das Marianas.

A bordo do Titan está também o explorador francês Paul-Henri Nargeolet, um ex-capitão da Marinha de 77 anos. Conhecido como “Mister Titanic”, ele é um dos principais especialistas no navio naufragado.

Há alguns anos, ele declarou, numa entrevista: “Se você está a 11 metros ou a 11 quilômetros de profundidade, se algo ruim acontece, o resultado é o mesmo. Se você está no fundo do mar, você está morto antes mesmo de entender que há algo acontecendo, então isso não é um problema.”

 

Comissão do Senado aprova relatório do novo arcabouço fiscal

Arcabouço: governo quer Aziz como relator e descarta mudanças no texto

Com 19 votos favoráveis e seis contrários, a Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado aprovou nesta quarta-feira (21) o relatório do senador Omar Aziz (PSD-AM) do novo arcabouço fiscal. O texto substitui o atual teto de gastos e cria novas regras com limites para as despesas da União. Agora, a matéria segue para apreciação do plenário do Senado.

O relatório aprovado sofreu mudanças em relação ao aprovado na Câmara dos Deputados. O relator Omar Aziz retirou o Fundo Constitucional do Distrito Federal (FCDF), o Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica (Fundeb) e os gastos com ciência, tecnologia e inovação dos limites de gastos impostos pelo arcabouço.

O projeto contou com o voto contrário do líder da oposição no Senado, Rogério Marinho (PL-RN). Para o parlamentar, o arcabouço não tem condições de ser cumprido porque depende do aumento da receita da União. “Não podemos colocar nossa digital em um projeto que não vai sobreviver ao primeiro ano. O governo não vai cumprir a meta fiscal. Ele vai ter dificuldade de zerar o déficit”, afirmou.

Em resposta, o relator Omar Aziz argumentou que as regras vão permitir a estabilidade da dívida. “Você tem um limite de gastos de 70% e com os outros 30%, que possivelmente terá um excesso de arrecadação, você está se comprometendo já a diminuir a dívida pública, que é uma dívida em real, nós não temos dívida em dólar”, ponderou.Emendas

O projeto teve dois pontos destacados, votados em separado e rejeitados pela maioria da comissão. O primeiro destaque dos senadores Carlos Portinho (PL-RJ) e Rogério Marinho (PL-RN) pedia a inclusão de dispositivo para limitar as despesas de acordo com a relação dívida Produto Interno Bruto (PIB, soma dos bens e serviços produzidos no país) suspendendo totalmente o crescimento real das despesas primárias caso a dívida chegue a 80% do PIB. “A relação dívida/PIB deve se aproximar de 80% do PIB em 2026. Esse percentual é muito elevado quando considerando a experiência internacional”, justificou.

O senador Rogério Carvalho (PT-SE) rebateu dizendo que o crescimento do PIB deve reduzir a dívida. “Se tivermos crescimento de 2%, como está previsto para este ano, essa relação dívida PIB vai cair”, afirmou.

A segunda emenda destacada foi a do senador Mecias de Jesus (Republicanos-RR) que retirava das regras do arcabouço as transferências da União para estados e municípios bancarem o piso nacional da enfermagem. O senador roraimense alegou que se esse piso ficar dentro do arcabouço “as prefeituras e os estados não vão ter condições de corrigir os salários”.

O senador Omar Aziz respondeu que não crê que faltará recursos para enfermagem e ponderou que qualquer mudança precisaria ter entendimento com a Câmara dos Deputados, que terá a última palavra sobre as mudanças aprovadas no Senado.

Novo arcabouço

O teto de gastos aprovado durante o governo de Michel Temer limitou as despesas da União a variação da inflação do ano anterior, sem levar em consideração o aumento, ou não, da receita do Estado. Ou seja, mesmo com o aumento da arrecadação de impostos, os gastos estavam limitados à variação do Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA).

Agora, a nova regra aprovada na CAE permite o aumento das despesas levando em conta também a variação da receita. A União estará autorizada a aumentar os gastos em até 70% do aumento da receita. O projeto ainda estabelece metas fiscais para as despesas primárias, com previsão de se chegar a um déficit fiscal zero já em 2024. As despesas primárias são todas as despesas do governo excluídos os gastos com a dívida.

A Câmara dos Deputados ainda incluiu no projeto a previsão de bloqueio de despesas em caso de descumprimento da meta fiscal proposta.

 

Embraer e Lanzhou Group assinam acordo para 20 conversões de E-Jets para cargueiros

 Embraer diz que não recebeu proposta da Boeing sobre nova empresa - Jornal  Grande Bahia (JGB)


A Embraer assinou nesta quarta-feira, 21, uma Letter of Agreement (LoA) com o Lanzhou Aviation Industry Development Group para a conversão de 20 E-Jets para cargueiros, de modo que o Lanzhou Group se torna o primeiro cliente da conversão P2F (passenger-to-freighter) na China.

A partir do acordo assinado no Paris Air Show, a Embraer e o Lanzhou Group irão cooperar no estabelecimento da capacidade de conversão do E190F e E195F em Lanzhou, na China, acelerando a introdução da primeira geração de cargueiros E-Jet no mercado chinês.

Segundo a Embraer, a cooperação será um ponto de partida para ambas as empresas alavancarem seus pontos fortes, promoverem conjuntamente o desenvolvimento da indústria de transporte aéreo de Lanzhou e impulsionar a economia na região do aeroporto.

“A LoA assinada hoje com o Lanzhou Group é um forte indicador da demanda para nossas conversões de E-Jet para carga na China”, afirma Johann Bordais, Presidente e CEO da Embraer Serviços & Suporte.

Em março de 2022, a Embraer lançou o programa E190F e E195F de conversões Passenger-to-Freight (passageiros para cargueiros), apoiando a alta demanda por carga e as tendências positivas do mercado na China.

A Embraer prevê uma demanda de mercado para cerca de 700 E-Jet cargueiros nos próximos 20 anos. Entre eles, o mercado chinês deve precisar de 240 cargueiros desse porte, representando 34% do total global, impulsionado pelas demandas dos setores de comércio eletrônico e logística.

O E190 e o E195, os dois modelos incluídos no programa P2F, são algumas das aeronaves comerciais mais vendidas da Embraer de todos os tempos. Atualmente, 85 E-Jets estão em serviço na China, voando com Tianjin Airlines, Hebei Airlines, Beibu Gulf Airlines, Colorful Guizhou Airlines.

A Embraer também estabeleceu um sistema abrangente de serviço pós-venda e suporte na China, incluindo centros de manutenção autorizados, depósitos de peças de reposição e uma rede completa de treinamento de pilotos.

terça-feira, 20 de junho de 2023

Alckmin: reforma tributária tem que ser agora porque depois do 1º ano de governo fica difícil

Geraldo Alckmin

O vice-presidente Geraldo Alckmin afirmou nesta terça-feira, 20, que o debate da reforma tributária está “maduro” e que a proposta precisa ser votada “agora”. Na visão dele, o governo pode enfrentar mais dificuldades para aprovar uma alteração constitucional, como é o caso da mudança no sistema de tributos do País, depois do primeiro ano de mandato. O presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), prometeu levar o texto ao plenário da Casa na primeira semana de julho.

“O debate está maduro e tem que ser agora. Não pode perder o primeiro ano. Reforma constitucional, PEC, tem que ser no primeiro ano. Se perder o primeiro ano, você já começa a ter dificuldades”, disse Alckmin, durante evento organizado pelo presidente do Conselho Nacional do Sesi, Vagner Freitas de Moraes, e pelo Correio Braziliense.

Alckmin disse que há uma conjunção de esforços do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, e da cúpula do Congresso para aprovar a reforma. Presidente em exercício – com a viagem de Lula ao exterior -, ele também destacou que a mudança no sistema tributária deve desonerar investimentos, promover o crescimento econômico e gerar empregos.

O vice-presidente, que também é ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio, defendeu a reforma como necessária para impulsionar o setor industrial e minimizou as resistências de alguns Estados com o texto da proposta.

De acordo com Alckmin, a ideia não é “tirar de um para dar ao outro” na questão federativa.

 

Lidar com as individualidades é o segredo para acolher pessoas neurodiversas no trabalho


Trabalhadora com as mãos na cabeça em frente a notebook

Empresas podem ajudar, mas funcionários neurodivergentes não podem ser discriminados. Foto: Pexels

Falta de foco e organização e dificuldades em tomar decisões são alguns dos problemas que pessoas neurodivergentes enfrentam no mercado de trabalho. Apesar delas estarem cada vez mais presentes nas empresas, as companhias ainda precisam lidar de uma forma adequada. 

Segundo informações da Associação Brasileira do Déficit de Atenção (ABDA), mais de 2 milhões de pessoas são diagnosticadas com Transtorno de Déficit de Atenção com Hiperatividade (TDAH) no país. De acordo com o IBGE, 85% dos brasileiros que possuem diagnóstico de Transtorno do Espectro Autista (TEA) estão desempregados. 

Embora existam leis de inclusão que buscam garantir a presença de pessoas neurodiversas no mercado, como a Lei nº 12.764/12 e a Lei nº 13.146/15, muitas vezes, as empresas não estão preparadas para lidar com as especificidades de cada indivíduo, que, em certos momentos, precisam de determinadas condições para exercer sua função de maneira confortável.

Apesar das companhias poderem prestar apoio ao funcionário, se ele assim desejar, o diagnóstico do funcionário precisa ser tratado com discrição, respeitando o desejo do trabalhador neurodivergente. 

“O indivíduo deve ter o direito de ter suas questões emocionais ou diagnósticas reservadas. Caso seja do seu interesse, seu médico psiquiatra poderá dialogar com médico do trabalho para melhorar condições ambientais e/ou da rotina  que ampliem o conforto psicológico do trabalhador e consequentemente suas entregas”, disse Camila Magalhães, psiquiatra e cofundadora da Caliandra Saúde Mental. 

Como as empresas podem ajudar?

Uma das empresas que possuem um programa específico para pessoas neurodiversas é a Sofist, especialista em engenharia de qualidade. Para Geovana Pavaneli, Gerente de Pessoas e Cultura da companhia, o mais importante é respeitar as especificidades de cada profissional.

“Acredito que o ideal para lidar com pessoas neurodiversas é tratá-las de acordo com suas especificidades. Cada uma possui alguma característica única que pode ajudar a mantê-la mais confortável dentro do ambiente de trabalho. É importante escutá-las e estar sempre atento para oferecer ajuda, quando necessário”, disse. 

A analista de Recursos Humanos da empresa Heloísa Monteiro conta que tinha dificuldades de se concentrar e de realizar tarefas simples como escolher um produto no supermercado por conta do seu TDAH. 

“Desde a minha liderança até o CEO, foi identificado e valorizado um potencial em meu trabalho que nem mesmo eu reconhecia. O resultado dessa parceria é aumentar as nossas conquistas, uma vez que um entende o modo de trabalhar do outro”, apontou.  

Já o assistente de testes funcionais Felipe Sales foi diagnosticado com TEA conta que precisou superar até mesmo os próprios preconceitos para conseguir se inserir em uma nova profissão. 

 “O primeiro passo para a empregabilidade é o tratamento, sem sombra de dúvidas. Eu tenho certeza que, se eu não estivesse em tratamento, não teria passado na entrevista. Não conseguia ler duas, três páginas de um livro sem esquecer. Hoje, eu vejo os benefícios da decisão de ter tomado essa atitude de procurar ajuda”, aponta. 

Por conta do seu quadro, Sales tinha muita dificuldade em aglomerações no transporte público, e conta que o trabalho remoto o ajudou nesse sentido. 

“Eu me descobri na questão do home office, está sendo algo muito bom pra mim. Achei que teria um pouquinho mais de dificuldade, mas não, tem sido bem fácil a rotina de acordar, ter um horário para entrar, outro para almoçar e depois sair”, encerrou. 

Raízen dá pontapé inicial no uso de caminhões elétricos em abastecimento de aviões

Raízen | Redefinindo o futuro da energia

A Raízen realizou nesta terça-feira, 20, uma operação inédita de abastecimento de aeronave utilizando caminhão 100% elétrico no Aeroporto Internacional de São Paulo, em Guarulhos (SP). A operação foi realizada em uma aeronave da companhia aérea Azul e faz parte de um projeto-piloto para uma transição futura de parte da frota da companhia no segmento de aviação, de forma a contribuir na descarbonização do transporte aéreo, responsável por cerca de 2% das emissões globais de gases de efeito estufa e considerado um dos mais difíceis de descarbonizar.

Segundo vice-presidente de Supply Chain da Raízen, Juliano Tamaso, a ação é “o pontapé inicial” nas iniciativas voltadas para o uso de soluções renováveis para abastecimento de aeronaves, mas também serve como piloto para outras aplicações de descarbonização logística, inclusive na entrega de combustíveis em postos de abastecimento, segmento em que a empresa gerencia 3 mil caminhões por dia.

“Este é o primeiro projeto de muitos outros que vão vir de usar soluções renováveis para abastecimento”, disse o executivo, salientando que a ampliação do uso da solução ainda depende dos resultados da “prova prática na área controlada de um aeroporto”, para confirmar as hipóteses testadas em laboratório. Ele evitou traçar um cenário provável para o uso ampliado dessa solução.

Será utilizado um e-Delivery, primeiro caminhão elétrico desenvolvido e produzido no Brasil, na fábrica da Volkswagen Caminhões e Ônibus (VWCO), em Resende (RJ). O veículo foi adaptado pela área técnica da Raízen para executar a atividade de abastecimento de aeronaves, com equipamentos montados pela Rucker, de equipamentos de movimentação e armazenagem de carga aérea. Segundo Tamaso, há seis meses a empresa vem desenvolvendo a solução técnica, com o objetivo também a atender a diversos requisitos técnicos e obrigações, e garantir a segurança da operação.

Além de zerar as emissões, o veículo elétrico proporciona uma redução de até 50% nos custos anuais com abastecimento em comparação com o caminhão a combustão e, segundo o vice-presidente de Vendas, Marketing e Serviços da VWCO, Ricardo Alouche, também possui baixo custo de manutenção.

“Quando fazemos a avaliação do custo total de operação ao longo da vida útil do equipamento, prevemos não só a descarbonização, mas uma redução do custo operacional do equipamento, que gera uma economia operacional”, acrescentou o diretor de Soluções de Energia e Renováveis da Raízen, Rafael Rebello. Ele disse, porém, que atualmente, devido ao peso da bateria, veículos leves – como automóveis ou veículos urbanos de carga (VUC) – são mais viáveis no custo total de operação, enquanto veículos mais pesados, em rotas mais longas, apresentam maior complexidade operacional.

O caminhão será recarregado em uma estação de recarga rápida Shell Recharge, com potência de 60 kW, instalada dentro da área de operações do aeroporto, que permitirá uma recarga completa em cerca de uma hora utilizando energia renovável produzida pela Raízen, já que o aeroporto é cliente livre atendido pela empresa.

A companhia, que tem 1,5 gigawatt (GW) de capacidade de energia renovável de usinas a biomassa, vem realizando movimentos para ampliar sua posição no mercado de energia elétrica, como a compra da comercializadora WX Energy e a joint-venture com a Gera, de geração distribuída. Além disso, por meio da Shell Recharge, a Raízen tem priorizado a eletrificação de frotas, em especial de empresas com metas de descarbonização e que possuem operações logísticas.

Com dois anos de operação no Brasil, o programa tem atualmente 20 estações de recarga rápida em operação e 15 em construção, com expectativa de instalar pelo menos 100 pontos de recarga rápida pública em 2023. Além disso, a empresa possui pontos de abastecimento dentro das instalações dos clientes, como Ambev e Mercado Livre.

Aviação

Além da iniciativa de redução das emissões no abastecimento de aeronaves, a Raízen atua também no desenvolvimento da cadeia de produção de combustível de aviação sustentável (SAF, na sigla em inglês) a partir do etanol. Em julho do ano passado, a empresa firmou uma carta de intenções com a Embraer nesse sentido.

A viabilização desse combustível teria um impacto mais relevante para a descarbonização do transporte aéreo do que o simples uso de energia limpa na logística dos aeroportos. No entanto, os investimentos para o desenvolvimento e produção desse energético são elevados e especialistas apontam que a iniciativa, sozinha, provavelmente não será capaz de atender as metas de neutralidade de emissões líquidas de carbono estabelecidas pelo setor, até 2050.

Uma pesquisa da Bain & Company divulgada em fevereiro sugeriu que uma das medidas que as empresas aéreas precisarão adotar para colaborar na redução das emissões é a ampliação da descarbonização das operações aeroportuárias.

Tamaso e Rebello comentaram que a Raízen tem planos de buscar a eletrificação para todo o transporte interno realizado no Aeroporto de Guarulhos, para colaborar na redução das emissões locais. Segundo o diretor de Soluções de Energia e Renováveis da empresa, existem projetos em discussão que atendem não só “frotas circulantes”, mas o “ecossistema de Guarulhos”, incluindo empresas logísticas que utilizam também o transporte aéreo.

“Vão vir surpresas à frente que contribuem para descarbonização de outras cadeias do aeroporto, não só a parte de logística”, disse Rebello.