segunda-feira, 10 de julho de 2023

Os limites do respeito, ou da falta dele, na chamada demissão “humanizada”


Oferecer chocolates no momento da demissão não é humanizá-la: como empresas devem agir para equilibrar a necessidade de realizar cortes com a consideração pelos sentimentos e bem-estar dos funcionários.

 

Os limites do respeito, ou da falta dele, na chamada demissão "humanizada"

Os limites do respeito, ou da falta dele, na chamada demissão "humanizada" (Crédito: Pexels)

Presentear o colaborador com uma cesta de chocolates no dia da demissão é considerado “demissão humanizada”? Há alguns dias viralizou uma postagem no LinkedIn de uma profissional de RH, mencionando que estava feliz por poder realizar uma “demissão humanizada” ao dar chocolates para uma funcionária quando a demitiu. 

Ela recebeu uma chuva de críticas e o post foi deletado.

Em minha experiência profissional já presenciei muitas situações de demissão desrespeitosa. Lembro de que uma chefe minha foi desligada e, ao voltar para sala para me passar algumas atividades, já que eu ficaria no lugar dela, simplesmente não conseguiu abrir o computador – sua senha já tinha sido bloqueada.

É comum nas empresas que você entre como “herói” e saia como “vilão”… No momento da demissão, algumas instituições chegam a tratar o funcionário como se de fato ele fosse um meliante – e não há dúvida de que essa atitude fere demais a autoestima profissional das pessoas.

Como mentora, recebo muitos profissionais que passaram por algo semelhante, constatando como é necessário trabalhar profundamente os danos emocionais que uma demissão desrespeitosa pode causar. 

O que se intitula hoje como “demissão humanizada” poderia ser substituído por um desligamento respeitoso –  uma situação em que o colaborador já recebeu feedbacks e não é pego de surpresa ou com justificativas que mais confundem do que explicam. Se a empresa quiser fazer mais, pode oferecer um acompanhamento psicológico ou uma mentoria de recolocação para ajudar nesse processo.

Isso é muito mais efetivo e menos constrangedor do que oferecer uma cesta com balões e chocolates.

A demissão humanizada busca equilibrar a necessidade da empresa em realizar cortes ou ajustes com a consideração pelos sentimentos e bem-estar dos funcionários. Ao adotar essa abordagem, as instituições esperam minimizar o impacto emocional negativo causado pelos desligamentos e manter um ambiente de trabalho mais humano e respeitoso.

Para implementar a demissão humanizada em uma empresa é necessário adotar uma estratégia consciente e sensível durante todo o processo de desligamento do funcionário. Aqui estão algumas etapas importantes a serem consideradas:

  1. Preparação e planejamento: antes de iniciar o processo de demissão, a empresa deve se preparar adequadamente. Isso envolve revisar a situação, identificar os motivos do desligamento e garantir que seja uma decisão justa e bem fundamentada. Além disso, é importante planejar a logística da demissão, como local, horário e pessoas envolvidas.
  2. Comunicação clara e direta: ao comunicar a demissão ao funcionário, é fundamental ser objetivo sobre os motivos e a decisão tomada. Essencial também manter um tom respeitoso e evitar linguagem ofensiva, explicando a situação de forma transparente e dando ao funcionário a oportunidade de fazer perguntas ou expressar suas preocupações.
  3. Confidencialidade: durante a demissão é importante garantir a privacidade do funcionário. A empresa deve escolher um local discreto para a conversa, onde o colaborador possa expressar suas emoções sem constrangimento, assegurando que as informações pessoais relacionadas à demissão sejam tratadas com confidencialidade.
  4. Empatia e suporte emocional: reconheça e valide as emoções do funcionário durante a demissão. Demonstre empatia e ouça ativamente suas preocupações. Esteja aberto para fornecer informações adicionais, se necessário, mostrando-se disponível para ajudar durante o processo de transição.
  5. Recursos de apoio: além do suporte emocional, a empresa pode disponibilizar recursos para auxiliar o funcionário demitido na transição para uma nova fase profissional. Isso pode incluir recomendações, treinamentos ou orientação profissional, ou mesmo acesso a programas de outplacement, que ajudam no desenvolvimento de habilidades e na busca por novas oportunidades de emprego.
  6. Acompanhamento pós-demissão: mantenha o contato com o funcionário após o desligamento para saber como ele está se adaptando, oferecer suporte adicional e, se necessário, fornecer referências ou apoio para oportunidades futuras. 

Lembre-se de que cada situação de demissão é única, e a empresa deve adaptar essas práticas à sua cultura e às necessidades individuais dos funcionários demitidos. A chave é tratar os funcionários com dignidade, respeito e empatia durante todo o processo.

 https://istoe.com.br/mulher/noticia/os-limites-do-respeito-ou-da-falta-dele-na-chamada-demissao-humanizada/

 

‘Lula pode plantar esperança’, diz diretor de festival italiano

Lula | Site oficial do presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva.

SÃO PAULO, 10 JUL (ANSA) – Por Lucas Rizzi – No fim de julho, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva participará por videoconferência do principal festival de cinema na Itália dedicado ao público infanto-juvenil e falará para uma plateia ansiosa para saber mais sobre as complexidades do Brasil.   

O Giffoni Film Festival acontece de 20 a 29 de julho, na pequena cidade de Giffoni Valle Piana, na Campânia, e Lula será uma das estrelas de um elenco que inclui diversos ministros italianos e a presidente do Parlamento Europeu, Roberta Metsola.   

Em entrevista à ANSA, o diretor do evento, Claudio Gubitosi, conta que, na preparação da programação, os jovens sempre são questionados sobre com quais protagonistas da vida política, social e econômica eles gostariam de se encontrar.   

“Lula está há tempos entre as 10 personalidades com quem gostariam de debater, porque o presidente do Brasil representa para eles uma oportunidade formativa e de crescimento”, diz Gubitosi, acrescentando que o petista pode “plantar a semente da esperança para uma juventude que vive em uma sociedade que não consegue lhes transmitir confiança”.   

Segundo o diretor, Lula é um “patrimônio que faz parte da história do mundo” e simboliza um país “muito amado” pelo público do Giffoni Film Festival por sua complexidade, contradições e belezas naturais.   

Gubitosi chegou a se reunir com o presidente em Roma, no mês passado, em encontro intermediado pelo professor Domenico De Masi, amigo de ambos. “Foi uma conversa muito intensa, vi um homem tranquilo, mas ansioso para colocar em movimento a máquina social do Brasil. Pude constatar como seu olhar está constantemente voltado às faixas mais frágeis”, relata.   

Criado em 1971, o Giffoni tem um forte teor social e reúne milhares de crianças e adolescentes de toda a Itália, que discutem com diretores, atores e lideranças políticas algumas das principais questões da atualidade.   

Gubitosi cita como exemplos de temas urgentes para o público juvenil os fenômenos migratórios, a fuga de cérebros para o exterior, o medo de uma devastação ambiental e o “drama do desmatamento da Amazônia”.   

“São estes alguns dos temas que estão no coração das jovens gerações, e o presidente Lula encarna tudo isso: compromisso e paixão civil, luta política, afirmação da legalidade, proximidade aos mais frágeis, a ideia de uma cooperação concreta com todos os países da América Latina e de uma maior solidariedade internacional”, ressalta.   

Já confirmada pela Secretaria de Comunicação Social (Secom) da Presidência da República, a participação de Lula no festival deve durar cerca de 30 minutos, mas a data exata ainda não foi definida. “Não faltarão perguntas de nossos jovens, e Lula terá a oportunidade de enviar uma mensagem que, tenho certeza, eles jamais esquecerão”, diz o diretor.   

Ao todo, o festival exibirá 150 filmes de 35 países e também receberá convidados internacionais, como os atores britânicos Matt Smith, o “Daemon Targaryen” de “A Casa do Dragão”, e Asa Butterfield, o “Otis” de “Sex Education”. (ANSA).  

 

Depoimentos ao TSE de aliados de Bolsonaro mostram estratégia para livrar ex-presidente

Jair Bolsonaro trabalha menos horas que um estagiário e | Política

Antes de Jair Bolsonaro ser condenado pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) pelos ataques às urnas eletrônicas em reunião com embaixadores, aliados do ex-presidente lançaram uma estratégia uníssona na Corte na esperança de livrar o ex-chefe do Executivo da inelegibilidade. Militares e políticos ligados diretamente a Bolsonaro tentaram, em depoimentos no TSE, minimizar a conduta do ex-presidente, sustentando, por exemplo, que suas declarações contra as urnas eram “hipóteses”, não “afirmações”.

Eles ainda tentaram ligar as falas de Bolsonaro a sua “simplicidade de linguagem”. Disseram que a transmissão do evento com diplomatas pela TV Brasil visava à “transparência”. Alegaram que os efeitos da reunião foram “superestimados”. E evocaram “falta de intenção” do ex-presidente. Mas nada disso convenceu a Corte.

As alegações constam nos termos de oitiva tornados públicos pelo TSE após o julgamento que alijou Bolsonaro das eleições até 2030. Foram divulgados depoimentos do ex-ministro da Justiça e delegado da Polícia Federal Anderson Torres, do ex-chefe da Casa Civil e senador Ciro Nogueira (PP-PI) e do deputado Filipe Barros (PL-PR). Os relatos do almirante Flávio Augusto Viana Rocha, ex-secretário de Assuntos Estratégicos da Presidência, e do ex-deputado major Vitor Hugo (PL-GO) também foram detalhados.

Todos prestaram depoimento na Ação de Investigação Judicial Eleitoral conduzida pelo corregedor-geral do TSE, ministro Benedito Gonçalves. O ex-presidente foi declarado inelegível no último dia 30, para decepção de Bolsonaro e seus seguidores. Leia abaixo trechos dos depoimentos, que, agora, podem ser usados em outras investigações que envolvem o ex-presidente:

FELIPE BARROS

As perguntas dirigidas a Filipe Barros ficaram centradas na live em que o presidente usou inquérito da PF para alegar suposta fraude nas urnas eletrônicas. Tanto Filipe Barros como Bolsonaro foram investigados pela divulgação do caso, que acabou arquivado. Sobre o sigilo do inquérito, Barros sustentou que norma da Câmara diz que todos os documentos recebidos pelo Parlamento têm de ser tornados públicos, a não ser que tenha pedido para colocação de sigilo.

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O deputado ainda sustentou que “jamais disse que teria havido fraude nas urnas”. Ele citou a “simplicidade de linguagem típica’ de Bolsonaro” e disse que o ex-chefe “aventa uma hipótese” sobre fraude as urnas, mas “não afirma que houve uma fraude”. “Todas as falas… Eu, depois, me atentei, para ler a transcrição da live inteira e, em nenhum momento, nem eu nem o presidente Bolsonaro afirmamos categoricamente que havia fraude.”

Na live, Barros disse: “O hacker teve acesso a todo o código-fonte da urna, com a possibilidade até de alterar. O quê? Qual a consequência disso? Alterar o código-fonte, você faz programações. Por exemplo, bota 1, aparece o 13; bota 17, cai o voto nulo”. Ao TSE, ele disse que tratava de “mera possibilidade”.

MAJOR VITOR HUGO

Outro participante da live em que Bolsonaro usou o inquérito da PF para atacar as urnas, o ex-deputado major Vitor Hugo disse que, em nenhum momento, “percebeu na fala do então presidente um ataque às instituições democráticas”. “Eu sempre percebia no presidente, e ele, lógico como políticos que chegam nos cargos mais relevantes, tem uma maneira própria e peculiar de se referir, de falar, de conquistar o apoio da população ou da parte da população que lhe apoia, de manter esse apoio, mas em nenhum momento eu vi, eu senti no presidente a intenção de atacar as instituições.”

CIRO NOGUEIRA

Indagado se houve alguma dúvida de embaixadores estrangeiros sobre o funcionamento das urnas ou sobre a Justiça Eleitoral, o ex-ministro Ciro Nogueira respondeu: “Não”. Nogueira disse que o encontro “foi uma reunião bem tranquila” e seus efeitos, “superestimados”. “As pessoas que foram convidadas não eram eleitoras em nosso País, então, não teriam influência na questão eleitoral no Brasil.” Para ele, Bolsonaro só manifestou dúvidas sobre o sistema eleitoral, sem “promoção pessoal” ou “ganho eleitoral”. Mas avaliou que a reunião “poderia ter sido evitada”.

FLÁVIO ROCHA. O almirante Flávio Rocha foi questionado sobre a organização da reunião com diplomatas. Disse não ter sido consultado sobre o teor do discurso do ex-chefe e que a transmissão pela TV Brasil ocorreu para “dar transparência” ao evento.

ANDERSON TORRES

O ex-ministro Anderson Torres estava preso quando prestou depoimento ao TSE. Torres tentou desvincular Bolsonaro da “minuta de golpe” apreendida em sua casa. Disse que não levou o documento, nem comentou sobre o teor dele com o ex-presidente. E sustentou que “nem lembrava” da minuta, achada sob um porta-retrato com uma foto sua ao lado da mulher.

Segundo Torres, após a derrota nas urnas, Bolsonaro “entrou em um processo introspectivo”. “Ele ficou bastante isolado, fazendo esse tratamento. Acho que passando por um processo ali até de, eu diria, de aceitação do processo, de recuperação dessa doença.”

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

 

sexta-feira, 7 de julho de 2023

ETARISMO NO BRASIL


 Pinheiral terá espaço de acolhimento para idosos - Folha do Café

 

 

Etarismo é o nome que se dá ao preconceito contra pessoas com base na sua idade. Os idosos constituem o grupo que mais sofre com o Etarismo no Brasil e no mundo. O 'Etarismo” (ageismo) como uma das formas menos visíveis de intolerância, pelo comportamento discriminatório que impõe exclusões etárias nos relacionamentos, tem sido presente dentro dos atuais confinamentos familiares; afetando, sensivelmente, as pessoas idosas.

O Etarismo, ou ageismo , é comum acontecer tanto com os mais jovens, quanto com os mais velhos. O Etarismo pode acontecer de diversas formas, seja na negação de empregos ou promoções, na negação de serviços, na exclusão social, na falta de representatividade na mídia e até mesmo na violência física ou verbal.

"O Etarismo é um problema no Brasil, mas não somente aqui. A Organização Mundial da Saúde apontou, por meio de uma pesquisa, que um em cada seis idosos no planeta já sofreram algum tipo de violência em algum momento de sua vida. Uma das formas de violência consideradas nessa pesquisa é o Etarismo."

Com a  radical transformação no padrão demográfico brasileiro com a redução das taxas de crescimento populacional em paralelo com aumento da população em idade ativa e da população idosa é uma preocupante realidade, conforme dados recentes divulgados pelo IBGE (2022). Sendo assim, é possível inferir a necessidade da população em permanecer por mais tempo no mercado de trabalho para a sustentação da economia do país.

 "A pesquisa da OMS também revelou que até 2050, a população de idosos será de cerca de 2 bilhões de pessoas, sendo necessário agir para impedir que o Etarismo siga tão difundido assim. No caso do Brasil, estima-se que o país terá uma das populações mais idosas do mundo nas próximas décadas. Lembrando que o etarismo pode se manifestar por meio de violência psicológica, verbal e até mesmo física."

O Brasil precisará urgentemente se preparar para combater o Etarismo, sendo fundamental e importante que sejam criadas políticas públicas que incentivem a inclusão e a valorização das pessoas de todas as idades. É preciso combater os estereótipos e preconceitos que limitam a capacidade das pessoas de se desenvolverem plenamente em todas as fases da vida. A inclusão de pessoas de diferentes idades em espaços de convivência e aprendizado também pode ser uma forma eficaz de combater o Etarismo, permitindo que as pessoas se conheçam e aprendam umas com as outras.

Outro dado agravante da  Organização Mundial da Saúde (OMS), o está associaEtarismodo à várias doenças e a morte precoce . Esta constatação foi uniforme nos 10 estudos que examinaram este desfecho na Austrália, China, Alemanha e Estados Unidos.

Segundo pesquisas as pessoas idosas propensas ao Etarismo contra si próprias apresentaram uma probabilidade quase 20% maior de morrer durante o período de seis anos do estudo do que as pessoas com percepções mais positivas sobre si mesmas.

O Etarismo está associado com a piora da saúde física, e isso impede que a pessoa se recupere de um evento incapacitante. Dos 52 estudos que investigaram o impacto do  Etarismo sobre as doenças físicas realizados pela OMS, 50 encontraram vínculos.

O Etarismo contribui para a piora da saúde sexual e reprodutiva e está associado a um aumento nas taxas de infecções sexualmente transmissíveis (IST).

Em todo o mundo, as pesquisas epidemiológicas indicam que as taxas das IST têm aumentado em pessoas idosas, e que o Etarismo tem algo a ver com isso. As pessoas idosas correm maior risco de contraírem IST devido à falta de informações e de campanhas voltadas para esse público. Além disso, é menos provável que as pessoas idosas busquem diagnóstico e tratamento por haver poucas informações sobre as IST, falta de serviços de saúde sexual para pessoas idosas e temor de se deparar com atitudes estaristas em relação à sua sexualidade.

A exclusão de pessoas idosas dos dados de vigilância e das pesquisas sobre as IST também pode ter contribuído para o aumento dessas doenças nessa população ao reduzir a conscientização sobre o risco das doenças entre essa parcela da população. 

 

 SAÚDE PUBLICA E DADOS DO IBGE – 2022

 

 A população total do país foi estimada em 212,7 milhões em 2021, o que representa um aumento de 7,6% ante 2012. Nesse período, a parcela de pessoas com 60 anos ou mais saltou de 11,3% para 14,7% da população. Em números absolutos, esse grupo etário passou de 22,3 milhões para 31,2 milhões, crescendo 39,8% no período.22 de jul. de 2022.

 "A pesquisa da OMS também revelou que até 2050, a população de idosos será de cerca de 2 bilhões de pessoas, sendo necessário agir para impedir que o Etarismo siga tão difundido assim. No caso do Brasil, estima-se que o país terá uma das populações mais idosas do mundo nas próximas décadas. Lembrando que o Etarismo  pode se manifestar por meio de violência psicológica, verbal e até mesmo física."

 Para concluir, o Brasil precisará urgentemente lançar Campanhas Preventivas e Políticas Públicas para atender essa demanda cada vez maior maior dentro da nossa população tão vulnerável e carente. 

 

Esilda Alciprete

 

 

 

 

 

Reforma tributária: veja o que prevê a proposta que muda a cobrança de impostos


Novo regime fiscal criará a Contribuição Sobre Bens e Serviços (CBS), o Imposto Seletivo e o Imposto Sobre Bens e Serviços (IBS); entenda a questão

Anne Barbosada CNN


 Câmara vai concluir votação da reforma tributária nesta sexta-feira -  Notícias - Portal da Câmara dos Deputados

 

 

A reforma tributária criará a Contribuição Sobre Bens e Serviços (CBS) para substituir o PIS/Cofins. Ainda não há uma alíquota definida, que será gerada pela União.

Haverá também o Imposto Seletivo no lugar do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI). É uma sobretaxa para produtos prejudiciais à saúde ou ao meio ambiente, como agrotóxicos, cigarros e bebidas alcoólicas.

O IVA dual conta com o Imposto Sobre Bens e Serviços (IBS). Ele substitui o Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) e o Imposto sobre Serviços de Qualquer Natureza (ISS).

 A alíquota não está definida no substitutivo apresentado na Câmara dos Deputados. O novo Imposto Sobre Bens e Serviços terá uma gestão feita por estados e municípios por meio de um conselho federativo. Entretanto, a reforma vai manter alguns regimes atuais, como a Zona Franca de Manaus e o Simples Nacional.

Haverá ainda alíquotas diferenciadas dentro do IVA dual. Transporte público, saúde, educação, produtos agropecuários, cesta básica e atividades culturais terão desconto de 50% em relação à alíquota padrão. Estarão isentos os medicamentos, o Programa Universidade Para Todos (ProUni), os produtores rurais e pessoas físicas.

Para corrigir desigualdades regionais, será criado o Fundo de Desenvolvimento Regional (FDR). Ele será mantido com recursos da União a partir de 2029, com aportes de R$ 8 bilhões por ano, chegando a R$ 40 bilhões em 2033.

 A forma de distribuição dos recursos não está definida no relatório preliminar da Proposta de Emenda à Constituição (PEC).

Para compensar a renúncia com o ICMS dos estados, está previsto Fundo de Compensação de Benefícios Fiscais, também mantido pela União, com funcionamento até 2032. Ao todo está previsto que ele conte com R$ 160 bilhões.

Para a transição federativa, haverá um prazo de 50 anos, entre 2029 e 2078, para manter a arrecadação da União, estados e municípios.

O objetivo é evitar prejuízos de regiões “produtoras” com a cobrança do IBS no local de consumo. A transição para que os novos tributos substituam totalmente os atuais é de oito anos, gradualmente, de 2026 até 2033. Isso seria feito para calibrar as alíquotas de forma a manter a carga tributária.

S&P: Perspectivas de crescimento para América Latina permanecem modestas, em meio a juros altos

Em junho, o BC divulgou que o setor público consolidado registrou déficit primário de R$ 50,2 bilhões em maio, ante déficit de R$ 33 bilhões no mesmo mês de 2022

O S&P Global apontou que as perspectivas de crescimento para a América Latina e o Caribe permanecem modestas, “em meio a taxas de juros mais altas, uma grande carga de dívida e uma política monetária mais rígida”.

A agência de avaliação de risco ainda afirmou que mantém perspectiva estável em 80% dos ratings de longo prazo de títulos soberanos nas Américas, a maior parcela de estabilidade em uma década. Entretanto, a agência de avaliação de risco aponta para perspectivas negativas em cinco títulos soberanos, sendo eles da Argentina, Panamá, Peru, Honduras e Bolívia.

Entretanto, a S&P ressalta que os títulos soberanos da região carregam um peso maior na dívida do governo que em anos pré-pandêmicos, mas com a maioria menor que o pico observado em 2020, com exceção ao Chile e ao Peru. “O endividamento mais alto, combinado com o custo mais alto de financiamento, elevou a parcela de receita do governo que paga juros”, destacou a S&P, indicando que o maior aumento é notável na Colômbia e no Panamá.

 

A igualdade entre os gêneros e os altos índices de felicidade de um país


Os países nórdicos estão no topo da lista dos mais felizes do mundo e detêm os melhores índices nas relações de igualdade de gêneros. 

 

A igualdade entre os gêneros e os altos índices de felicidade de um país

A igualdade entre os gêneros e os altos índices de felicidade de um país (Crédito: Pexels)

A Islândia ocupa o primeiro lugar entre os países mais felizes do mundo, Finlândia e Noruega vêm empatadas logo depois, a Suécia em seguida e a Dinamarca ocupa a 14ª posição, segundo o relatório Global Gender, divulgado pelo Fórum Mundial de Economia em 2015. Enquanto isto o Brasil, segundo o mesmo relatório, ocupa a 85ª posição...Isto significa dizer que as mulheres brasileiras ainda têm um longo caminho pela frente, até conquistar a tão almejada igualdade nas relações de gêneros. 

 

Felicidade X Igualdade

Na Finlândia, ao longo dos séculos, as mulheres sempre tiveram importância e representatividade como trabalhadoras, portanto não só recebiam respeito e reconhecimento nos trabalhos domésticos que realizavam. Quando a agricultura era a principal fonte de economia do país, era comum que todos da família trabalhassem intensamente. Não havia dinheiro para se contratar serviços; assim mulheres, homens e seus filhos trabalhavam sempre juntos. Apesar da sociedade naquela época ainda ser patriarcal, as mulheres tinham consciência de sua importância e valor, sempre foram bastante ativas no sentido de se impor no universo social e se aprimorar para conquistas cada vez maiores.

A “União das Mulheres da Finlândia”, primeira organização feminista finlandesa, criada em 1892, era um espaço reservado onde se discutia estratégias para a inclusão social, política e econômica das mulheres na sociedade. Fato interessante a se destacar sobre esta União é que não era formada apenas por mulheres – homens também participavam, e de forma ativa. Um artigo interessante sobre as organizações feministas na Finlândia pode ser encontrado, em inglês, com o título “The Progress of Woman in Finland”, de Hilkka Pietilä.

À história revela que diversas associações feministas surgiram e, com elas, a crescente ideia de que o país precisava de todos para crescer e superar as dificuldades. Na época o Estado finlandês, enquanto nação, já defendia que era necessário dar às mulheres as mesmas oportunidades de estudos e carreira que aos homens e, para isso, as tarefas domésticas precisavam ser divididas.

Em 1906, a Finlândia tornou-se o primeiro país do mundo a dar as mulheres tanto o direito ao sufrágio universal quanto o direito de se candidatar a eleições. Em 1907, o país entrou para a história como o primeiro a eleger 19 mulheres, 10% do parlamento. Hoje o parlamento finlandês é ocupado em 40% por mulheres e, dentre importantes políticos finlandeses, já teve representantes femininas ocupando tanto o cargo de Presidente quanto de Primeira-Ministra. 

Tais transformações não aconteceram com a rapidez desejada e com o apoio integral de toda a sociedade, mas foram um marco importante para as mulheres finlandesas, desde cedo, terem condições de atuar no cenário político do país, fazendo-se presentes nos campos de decisão mais importantes.

No entanto foi só a partir dos anos 70 que os movimentos feministas atingiram a força necessária para que as mulheres da Finlândia conseguissem conquistar as vitórias de que usufruem até os dias de hoje. Três conquistas fundamentais são consideradas valiosas para que as mulheres pudessem “sair de casa” e investir em suas carreiras e estudos: as escolas oferecerem almoço e lanche às crianças (desde 1948); o governo prover creches em período integral para que ambos os pais pudessem trabalhar (desde 1973); e a licença-maternidade ser dividida entre o pai e a mãe (desde 1970). Houve emendas e mudanças com o decorrer dos anos.

Atualmente, a participação feminina no mercado de trabalho finlandês é quase tão alta quanto a masculina (73% mulheres e 76,2% homens). 83% das mulheres que são mães de crianças pequenas possuem emprego em horário integral e nas universidades, 56% dos estudantes são mulheres 

Outro destaque positivo a ser considerado é a responsabilidade realmente compartilhada no que diz respeito a cuidar da família e dos filhos. 

Apesar das estatísticas serem positivas quando comparamos a Finlândia a outros países especialmente, ao Brasil, este país ainda tem muito a conquistar. Na vida em trabalho, por exemplo, as estatísticas mostram que o salário das mulheres ainda é 20% menor do que o dos homens, mesmo quando a função é a mesma.

A despeito de haver sido tomada uma medida bastante positiva e importante  pelo sistema de justiça e segurança da Finlândia no ano de 1995 – “ casos de violência doméstica reportados sempre são investigados e o agressor sempre responde criminalmente, mesmo que a vítima não queira acusá-lo – os índices de violência contra mulheres apresenta-se em patamares indesejáveis, indicando a Finlândia como o segundo país do mundo que mais prática este tipo de crime. Cerca de 1/4 das ligações para a polícia reportam casos de violência doméstica e cerca de 49% das mulheres finlandesas reportam já terem sofrido algum tipo de violência ou abuso por parte de homens. O governo finlandês tem envidado esforços no sentido de rever as leis e ações necessárias para reduzir essas estatísticas, que ferem a dignidade da pessoa humana, violando todos os nossos direitos fundamentais.

 

 https://istoe.com.br/mulher/noticia/a-igualdade-entre-os-generos-e-os-altos-indices-de-felicidade-de-um-pais/