quarta-feira, 13 de setembro de 2023

Fundação Dom Cabral: principais destinos de 1ª internacionalização estão nas Américas

Fundação Dom Cabral

Segundo a pesquisa “Trajetórias de Internacionalização das Empresas Brasileiras” realizada pela Fundação Dom Cabral (FDC), os principais destinos nos primeiros passos dados para uma empresa se internacionalizar estão no continente americano. O foco neste processo são os Estados Unidos, Argentina e Paraguai. O principal destino fora das Américas para início da internacionalização é Portugal, muito em função dos laços históricos e similaridades culturais com o Brasil.

Ainda, de acordo com o levantamento, a modalidade de início da internacionalização, com 75,4%, é a exportação direta ou via representante comercial ou distribuidor no país em que a empresa pretende atuar. Subsidiárias comercial e produtiva aparecem com 6,4% e 7%, respectivamente, seguida por parceria estratégica sem investimento direto no exterior, com 4,8%.

Franquia aparece com 2,7%; acesso a mercados de capital, com 0,55%; presença virtual 1,65%; equipes de pesquisa e desenvolvimento (P&D) em trabalho remoto no exterior com 1,6% e licenciamento de produtos com 0,0%.

“Para a maior parte das empresas, a exportação foi a primeira modalidade de entrada em outros mercados. Apenas 13,4% das empresas iniciaram a internacionalização com modalidades que envolvem investimento direto no exterior (subsidiária comercial ou subsidiária produtiva), podendo ser essas por meio de aquisições ou greenfield”, afirma a professora da FDC e responsável pela pesquisa, Lívia Barakat.

A velocidade de internacionalização das empresas, a qual é obtida pela subtração do seu ano de internacionalização pelo seu ano de fundação, é de em média 20 anos. Quando se realiza um recorte entre empresas tradicionais (fundadas antes de 2000) e empresas jovens (fundadas a partir dos anos 2000) é possível ver diferenças significativas na velocidade de internacionalização.

As empresas tradicionais, segundo a pesquisa, levaram, em média 19 anos para se internacionalizar, enquanto as empresas mais jovens levaram apenas 6 anos. Para startups, a internacionalização é ainda mais rápida, e ocorre em média 4 anos após sua fundação.

“É possível que elas se diferenciem das empresas jovens visto que sua natureza inovadora pode ir além de seus produtos e refletir, por exemplo, em seu modelo de negócios, o que pode levá-las a investirem mais na internacionalização. Por fim, a média de tempo gasto pelas empresas consideradas Born Global é apenas 8 meses após sua fundação, o que mostra como algumas empresas de fato já nascem focadas em atender o mercado internacional”, observa a professora.

 

Brasileiro fica mais otimista com situação do País em setembro, diz pesquisa Febraban/Ipespe


48% dos entrevistados consideram que o Brasil está melhor, contra 41% na rodada anterior do levantamento, em junho

Parcela dos entrevistados que esperam que o Brasil melhore até o final do ano passou de 53% para 59% (Crédito: Freepik)

 

Os brasileiros estão mais otimistas com a situação do País, de acordo com pesquisa feita pela Federação Brasileira de Bancos (Febraban) e pelo Ipespe. De acordo com o levantamento, 48% dos entrevistados consideram que o Brasil está melhor, contra 41% na rodada anterior do levantamento, em junho. A parcela dos que veem uma situação pior caiu de 24% para 19% no mesmo período.

Da mesma forma, segundo a pesquisa, a parcela dos entrevistados que esperam que o Brasil melhore até o final do ano passou de 53% para 59%; aqueles que acreditam que vai piorar caíram de 24% para 20%. Ao mesmo tempo, 72% esperam que a vida pessoal e familiar melhore até o final de 2023, contra 70% em junho.

A melhoria das percepções também se deu em relação a indicadores como custo de vida, taxa de juros e desemprego. Na nova rodada da pesquisa, 45% dos entrevistados esperavam que juros aumentem, contra 48% em junho. Outros 25% esperam que diminuam, contra 22% na pesquisa anterior.

Ainda de acordo com o levantamento, 43% dos entrevistados disseram que esperam que a inflação e o custo de vida aumentem, contra 45% na pesquisa anterior; 30% esperam que os preços caiam, contra 29% no levantamento realizado em junho.

Em relação ao desemprego, 40% esperam que diminua nos próximos seis meses, contra 39% em junho. Outros 34% esperam que aumente, o mesmo porcentual computado pela pesquisa anterior.

“Os resultados dessa edição do Radar Febraban refletem em grande medida o ambiente econômico favorável apontado nas últimas avaliações e projeções divulgadas, que indicam desaceleração da inflação, redução da taxa de juros, queda do desemprego, aumento do consumo e adesão às medidas para redução do endividamento”, afirma em nota o presidente do conselho científico do Ipespe, Antonio Lavareda.

Aprovação do governo

A pesquisa mediu ainda a aprovação do governo de Luiz Inácio Lula da Silva. O índice de entrevistados que aprovam a gestão saiu de 51% em junho para 55% em setembro, diante do contexto de melhora na economia. Os que desaprovam passaram de 40% para 38%.

A aprovação do governo chega a 65% no Nordeste, de acordo com o levantamento, e tem o pior desempenho na região Norte, com 43% dos entrevistados. A aprovação é maior entre as mulheres (59%) e entre os entrevistados com idades entre 25 e 44 anos (59%).

A pesquisa da Febraban e do Ipespe foi feita entre os dias 28 de agosto e 1º de setembro, e ouviu 2.000 entrevistados que representam a população brasileira adulta. A margem de erro é de 2,2 pontos porcentuais para mais ou para menos, e o intervalo de confiança é de 95,5%.

 

Minirreforma eleitoral alivia punição a políticos e enfraquece cota feminina


(Arquivo) Plenário da Câmara dos Deputados em Brasília, em 1º de fevereiro de 2023 - AFP 

 

Apresentado nesta terça-feira, 12, pela deputada Dani Cunha (União Brasil-RJ), o projeto da chamada minirreforma eleitoral abranda punições impostas a políticos e a partidos que cometerem irregularidades, flexibiliza regras de transparência e prevê brechas para que as legendas descumpram as cotas definidas para candidaturas de mulheres e de pessoas negras.

A proposta, fatiada em dois projetos de lei, deve ser votada no plenário pelos deputados nesta quarta, 13. A minirreforma avançou na Câmara em poucos meses porque o presidente da Casa, Arthur Lira (PP-AL), deseja que as novas regras sejam aplicadas para as eleições municipais do ano que vem. Para isso, o texto precisa ser sancionado até o dia 6 de outubro deste ano. Caso passe na Câmara, o projeto seguirá para o Senado.

Mesmo diante de questionamentos e protestos de partidos e de organizações de transparência eleitoral, o grupo de trabalho que elaborou o texto final da minirreforma – o colegiado é comandado por Dani Cunha e tem como relator o deputado Rubens Pereira Junior (PT-MA) – manteve trechos controversos.

Um deles abre a possibilidade para que candidatos que praticarem compra de votos ou que realizarem gastos ilícitos durante a campanha se livrem da cassação e preservem o mandato. Nesses casos, o texto prevê uma opção de punição mais branda: o pagamento de multa que pode variar de R$ 10 mil a R$ 150 mil.

No trecho que trata da compra de votos, a mudança proposta é sutil. Atualmente, a lei impõe como punições cassação do diploma e multa. No texto apresentado ontem, a conjunção “e” foi substituída pela “ou”. Assim, o candidato condenado pela prática de compra de votos passaria a ser punido com apenas uma das sanções, conforme entendimento da Justiça Eleitoral.

Críticas

Entidades da sociedade civil que atuam nos campos do combate à corrupção eleitoral e da transparência afirmam que o debate sobre a minirreforma com mudanças para o pleito do ano que vem exige mais tempo, além de uma maior participação de especialistas e da população. A proposta atenua, ainda, punição em casos de falta de prestação de contas e de candidatos considerados fichas-sujas.

O Pacto Pela Democracia e o Movimento Contra a Corrupção Eleitoral criticaram a proposta. “Iremos tomar as medidas cabíveis para que esse tipo de passo para trás, esse retrocesso na transparência, não seja aplicado nas eleições”, afirmou o coordenador de Advocacy do Pacto Pela Democracia, Arthur Mello. Ele vê no projeto risco de danos “à integridade eleitoral, à participação eleitoral e à democracia”.

‘Panfleteiros’

Outro ponto polêmico da minirreforma eleitoral estabelece que candidatos não precisarão informar dados sobre pessoas subcontratadas por empresa terceirizada que prestar serviços à campanha. Dessa forma, não seria possível identificar quem foi contratado, a função que esses funcionários desempenharam e que valores foram repassados. Na prática, o dispositivo afrouxa o controle da Justiça Eleitoral e de outros órgãos de fiscalização sobre a distribuição de recursos recebidos pelos partidos políticos.

“É a farra dos panfleteiros”, criticou Arthur Mello, do Pacto Pela Democracia. “Isso pode facilitar a compra de votos, uma vez que não vai haver a documentação de quem foram os subcontratados para desempenhar o serviço.”

Destinado às legendas em anos eleitorais para bancar as campanhas de seus candidatos, como viagens, cabos eleitorais e material de divulgação, o fundo eleitoral em 2022 foi de R$ 4,9 bilhões, um recorde. Para 2024, os parlamentares articulam furar esse teto.

Cotas

A minirreforma eleitoral em curso no Legislativo também é alvo de contestações por afetar candidaturas femininas e negras, abrindo margem para que os partidos possam manejar os recursos destinados para esses grupos como quiserem. A jurisprudência do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) define que o repasse para essas candidaturas tem de ser proporcional. Isto é, se há 40% de candidaturas negras, 40% da verba deve ser destinada ao grupo. Nesta minirreforma, não há referência sobre o valor a ser destinado a cotas raciais.

Na reunião dos integrantes do grupo de trabalho da minirreforma realizada anteontem, o PSOL protestou, pedindo a alteração do texto. No entanto, não houve mudanças significativas na versão final.

No caso de candidaturas de mulheres, o porcentual mínimo de 30% deverá, pelo novo texto, ser analisado por federação, e não mais por partido. Assim, seria possível cumprir a cota determinada pela Justiça Eleitoral se houver 30% de mulheres no somatório geral das candidaturas apresentadas pelas legendas que integram a federação partidária.

“Dirigentes partidários alegam que, na lei, os partidos detêm autonomia para realizar suas ações. A questão de cotas não é uma prerrogativa de partido”, afirmou o presidente do Movimento de Combate à Corrupção Eleitoral, Luciano Santos. “A questão de cotas é uma política pública de inclusão, acima dos partidos. É a Lei Eleitoral. Não dá para alegar autonomia dos partidos e deixar por conta deles como se aplica e qual o porcentual.”

‘Boca de urna’

O texto elaborado pelo grupo de trabalho permite, ainda, a propaganda eleitoral nas redes sociais no dia da eleição, mas veda o impulsionamento pago dos anúncios para alcançar mais público. Especialista em Direito Eleitoral, Alberto Rollo disse considerar a prática “boca de urna” em ambiente digital. “Fazer propaganda na internet no dia da eleição não deixa de ser boca de urna na internet. O eleitor abre as redes e vê propaganda eleitoral, é uma boca de urna diferente, mas é uma boca de urna”, afirmou.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

 

terça-feira, 12 de setembro de 2023

Tebet: ‘esperamos que nas próximas reuniões do BC tenhamos corte de pelo menos de 0,5 p.p.’

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A ministra do Planejamento, Simone Tebet, destacou há pouco que o mercado previa uma inflação “ligeiramente maior” para o IPCA de agosto, que subiu 0,23%, e que, portanto, a expectativa em torno do número acabou se tornando positiva. A ministra reforçou que o governo espera ver o Banco Central cortando a taxa Selic nas próximas três reuniões em pelo menos 5 p.p., para fechar o ano com um patamar de juros abaixo de 12%.

“A inflação é um ponto de atenção, inclusive nas votações que temos no CMN. O mercado previa até inflação ligeiramente maior esse mês, então a expectativa que era negativa acabou se tornando positiva, inclusive para efeito de queda de juro já na próxima reunião do Copom. O governo espera que nas próximas três reuniões nós tenhamos pelo menos 0,5 pp de diminuição da taxa de juro, pra fecharmos abaixo de 12%”, disse Tebet em entrevista à GloboNews.

Para Tebet, os números recentes também mostram que o Brasil vem registrando um crescimento econômico “sem aumento de inflação”. Ela destacou o PIB do segundo trimestre, que registrou uma surpresa positiva para o mercado, com alta de 0,9%. “Quando falamos em crescimento, claro que nos preocupamos muito com a inflação, que é perversa para os mais pobres.

Mas surpreendentemente verificamos que há crescimento no Brasil sem haver inflação, porque não é de consumo, o que nos tranquiliza”, afirmou a ministra, destacando que a inflação de agosto ficou dentro das expectativas, afetada pelo aumento da energia elétrica.

 

Marca de azeite brasileira é a 1ª do mundo a ser ‘carbono negativo’

A fabricante brasileira de azeite ‘Lagar H’, de Cachoeira do Sul (RS), tornou-se a primeira empresa do mundo a comprovar que tem produção “carbono negativo”.

O certificado inédito confirma que o carbono retirado da atmosfera pela empresa é maior do que a emissão de gases danosos para o planeta. O saldo considera todo o processo de produção, que vai do cultivo de azeitonas à fabricação e distribuição do azeite.

A marca de azeite brasileira começou a analisar suas emissões de gases de efeito estufa há dois anos, quando contratou a startup Akvo ESG. A iniciativa de verificar o balanço de carbono surgiu quando a empresa quis se enquadrar no Sistema B Brasil, que inclui metas de boas práticas sociais e ambientais (ESG).

Segundo o inventário da empresa, a remoção de carbono foi 1.266% superior ao volume total de suas emissões. Somadas todas as atividades da empresa, incluindo a agroindústria e os olivais, a Lagar H emitiu 55,8 toneladas de CO2 equivalente (tCO2e) e retirou da atmosfera 715,99 tCO2e.

 

Um terço da população mundial continua sem acesso à Internet

Rede de cidades inteligentes


Um terço da população mundial continua sem acesso à Internet em 2023, embora o número de pessoas conectadas nunca tenha sido tão alto, segundo as últimas estatísticas da ONU publicadas nesta terça-feira (12).

Desde a última contagem da União Internacional de Telecomunicações (UIT) em 2022, cerca de 100 milhões de pessoas tiveram acesso à rede, mas 2,6 bilhões não puderam se conectar.

As pessoas conectadas representam 67% da população mundial, ou seja 5,4 bilhões de pessoas.

“Este aumento da conexão é mais um passo na direção correta”, disse a secretária-geral da UIT, Doreen Bogdan-Martin, citada em nota.

Porém, o avanço não é suficiente e “são necessários esforços sustentados para alcançar uma conectividade universal e eficiente em 2030. Não cessaremos nossos esforços até que vivamos em um mundo no qual a conectividade efetiva seja uma realidade concreta para todos nós, independentemente de onde vivemos”, insistiu.

O avanço das conexões, obviamente, é maior nos países de baixa renda, com um aumento do número de usuários de cerca de 17% no ano passado, explica a UIT.

“No entanto, apenas um terço da população destes países está conectada à Internet”, acrescentou.

As últimas estimativas globais confirmam que o aumento de dois dígitos da conexão observado em 2020, estimulado pela pandemia de covid-19, pelos confinamentos e pelos longos períodos de teletrabalho, foi muito breve, destaca a UIT.

As populações que ainda não estão conectadas são também as mais difíceis de alcançar.

Outros obstáculos são frequentemente subestimados, como a baixa velocidade de conexão, preços altos demais, falta de conhecimento digital básico, barreiras culturais e linguísticas, discriminação de gênero e, às vezes, a falta de acesso à eletricidade.

 

Riachuelo retira peças de circulação após críticas nas redes sociais


 

A Riachuelo está retirando de suas lojas e do e-commerce um conjunto de roupas que gerou críticas nas redes sociais. O conjunto, que é composto por uma camisa e uma calça listrados nas cores branca e azul, foi associado por internautas aos uniformes dos campos de concentração nazistas utilizados durante a Segunda Guerra Mundial. As informações foram publicadas pelo G1 e confirmadas pelo Estadão.

Uma das vozes que se destacou nesse coro de críticas foi a da especialista em cultura material e consumo, e semiótica psicanalítica da USP, Maria Eugênya. Em uma publicação que já alcançou mais de 115 mil curtidas e 7 mil compartilhamentos, ela destacou a necessidade de “conhecer a história” e caracterizou como “puro cinismo” a decisão de colocar o “uso estético acima de crítica ou memória histórica”.

Em resposta à polêmica, a Riachuelo divulgou uma nota onde reconhece que a escolha do modelo e da cartela de cores “realmente foi uma infelicidade”. A empresa afirmou que não teve a intenção de fazer alusão a um período histórico marcado por graves violações aos direitos humanos e que está retirando todas as peças de suas lojas e do e-commerce. A nota também contém um pedido de desculpas às pessoas que se sentiram ofendidas pelo produto. Confira abaixo o comunicado na íntegra.

“Nós, da Riachuelo, prezamos pelo respeito por todas as pessoas, e esclarecemos que, em nenhum momento, houve a intenção de fazer qualquer alusão a um período histórico que feriu os direitos humanos de tanta gente. A escolha do modelo das peças e da cartela de cores realmente foi uma infelicidade, e gostaríamos de reforçar que todas as peças já estão sendo retiradas das nossas lojas e e-commerce. Entendemos a sensibilidade do assunto, agradecemos o alerta trazido pelos nossos consumidores e pedimos desculpas a todas as pessoas que se sentiram ofendidas pelo que o produto possa ter representado.”

Até a publicação desta matéria, a Riachuelo não detalhou se tomará medidas adicionais após a retirada das peças de circulação. O Estadão também buscou esclarecimentos sobre o processo criativo por trás da concepção das peças e sobre as estratégias que a empresa possui para prevenir que situações de sensibilidade histórica e cultural se repitam no futuro. O espaço para resposta da empresa permanece aberto.