Segundo a pesquisa “Trajetórias de Internacionalização das Empresas Brasileiras” realizada pela Fundação Dom Cabral (FDC), os principais destinos nos primeiros passos dados para uma empresa se internacionalizar estão no continente americano. O foco neste processo são os Estados Unidos, Argentina e Paraguai. O principal destino fora das Américas para início da internacionalização é Portugal, muito em função dos laços históricos e similaridades culturais com o Brasil.
Ainda, de acordo com o levantamento, a modalidade de início da internacionalização, com 75,4%, é a exportação direta ou via representante comercial ou distribuidor no país em que a empresa pretende atuar. Subsidiárias comercial e produtiva aparecem com 6,4% e 7%, respectivamente, seguida por parceria estratégica sem investimento direto no exterior, com 4,8%.
Franquia aparece com 2,7%; acesso a mercados de capital, com 0,55%; presença virtual 1,65%; equipes de pesquisa e desenvolvimento (P&D) em trabalho remoto no exterior com 1,6% e licenciamento de produtos com 0,0%.
“Para a maior parte das empresas, a exportação foi a primeira modalidade de entrada em outros mercados. Apenas 13,4% das empresas iniciaram a internacionalização com modalidades que envolvem investimento direto no exterior (subsidiária comercial ou subsidiária produtiva), podendo ser essas por meio de aquisições ou greenfield”, afirma a professora da FDC e responsável pela pesquisa, Lívia Barakat.
A velocidade de internacionalização das empresas, a qual é obtida pela subtração do seu ano de internacionalização pelo seu ano de fundação, é de em média 20 anos. Quando se realiza um recorte entre empresas tradicionais (fundadas antes de 2000) e empresas jovens (fundadas a partir dos anos 2000) é possível ver diferenças significativas na velocidade de internacionalização.
As empresas tradicionais, segundo a pesquisa, levaram, em média 19 anos para se internacionalizar, enquanto as empresas mais jovens levaram apenas 6 anos. Para startups, a internacionalização é ainda mais rápida, e ocorre em média 4 anos após sua fundação.
“É possível que elas se diferenciem das empresas jovens visto que sua natureza inovadora pode ir além de seus produtos e refletir, por exemplo, em seu modelo de negócios, o que pode levá-las a investirem mais na internacionalização. Por fim, a média de tempo gasto pelas empresas consideradas Born Global é apenas 8 meses após sua fundação, o que mostra como algumas empresas de fato já nascem focadas em atender o mercado internacional”, observa a professora.
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