"Alcançamos um acordo de princípio para que Sam retorne à OpenAI como
CEO com um novo conselho, formado por Bret Taylor (presidente), Larry
Summers e Adam D'Angelo", anunciou a empresa na rede social X. (Crédito:
OLIVIER DOULIERY / AFP)
A
empresa de tecnologia americana OpenAI, que desenvolveu a plataforma de
Inteligência Artificial (IA) ChatGPT, anunciou na terça-feira à noite o
retorno de seu cofundador Sam Altman ao cargo de CEO, poucos dias após o
anúncio de sua demissão pelo conselho de administração.
“Alcançamos
um acordo de princípio para que Sam retorne à OpenAI como CEO com um
novo conselho, formado por Bret Taylor (presidente), Larry Summers e
Adam D’Angelo”, anunciou a empresa na rede social X.
Após a
demissão surpreendente na sexta-feira (17), Altman foi contratado pela
Microsoft para liderar uma nova equipe de pesquisa avançada em IA.
Altman
afirmou que tem o apoio do CEO da Microsoft, Satya Nadella, para
retornar ao comando da OpenAI, que tem uma parceria com a gigante do
setor de tecnologia.
“Com
o novo conselho e o apoio de Satya, estou ansioso para retornar à
OpenAI e construir nossa forte parceria com (a Microsoft)”, escreveu no
X.
A saída de Altman provocou uma onda de choque no mundo da IA e
uma série de anúncios e reações. Na segunda-feira, dia do anúncio da
contratação de Altman pela Microsoft, Emmett Shear, cofundador da
Twitch, informou que aceitou o convite para assumir o posto de CEO
interino da OpenAI.
A demissão de Altman também provocou uma
rebelião na empresa que criou o ChatGPT. Uma carta publicada em vários
meios de comunicação americanos informava que quase 700 dos 770
funcionários da OpenAI ameaçavam pedir demissão se Sam Altman, 38 anos,
não retornasse ao comando do grupo.
– Corrida pela IA –
O
lançamento da primeira versão do ChatGPT, em 30 de novembro de 2022,
foi o tiro de largada de uma corrida pela IA generativa, que tem a
capacidade de criar conteúdo na forma de texto, imagens e sons a partir
de instruções do usuário.
Além de Altman, também retorna à OpenAI o
seu colega Greg Brockman, que presidia o conselho de administração da
empresa e que também havia anunciado que trabalharia na Microsoft.
A
OpenAI foi fundada em 2015 como uma associação sem fins lucrativos.
Estabeleceu uma parceria com a Microsoft, que investiu bilhões de
dólares e permitiu acesso a sua infraestrutura tecnológica para permitir
o desenvolvimento de modelos de IA cada vez mais eficientes.
A queda surpreendente de Sam Altman recordou a algumas pessoas do Vale do Silício a demissão de Steve Jobs pela Apple em 1985.
Jobs
retornou anos depois ao grupo que havia fundado para iniciar uma etapa
de grande avanços da Apple, com o lançamento de produtos como o iPhone.
– Experiência –
O
novo conselho de administração da OpenAI continua tão pequeno quanto o
anterior, mas com uma diferença drástica em termos de experiência dos
novos integrantes, todos homens.
A nova diretoria é presidida por
Bret Taylor, 43 anos, um dos criadores do Google Maps, ex-executivo da
empresa especializada em softwares Salesforce, diretor técnico do
Facebook e membro do conselho de administração do Twitter até a
aquisição da rede social por Elon Musk.
Larry
Summers, 68 anos, professor de Harvard, já foi secretário do Tesouro
dos Estados Unidos e economista-chefe do Banco Mundial.
Adam
d’Angelo, 39 anos, é uma figura muito conhecida no Vale do Silício. Ele é
um dos sobreviventes do conselho anterior. Ele fundou o site de
perguntas e respostas Quora.
O comunicado não cita Ilya Sutskever,
cientista chefe da OpenAI e cofundador da empresa, nem a empresária
Tasha McCauley ou Helen Toner, diretora de estratégia de um instituto de
pesquisas em novas tecnologias, o que pode ser um indício de que não
participarão na nova etapa do grupo.
Ilya Sutskever já havia expressado muitas preocupações com os avanços da IA.
Alguns
especialistas consideram que a IA generativa terá a capacidade de
transformar setores inteiros da economia. A tecnologia gera entusiasmo,
mas também grandes preocupações sobre o potencial perigo para a
democracia (desinformação em larga escala) ou para os empregos.