quinta-feira, 11 de janeiro de 2024

Como está a Americanas (AMER3) após 1 ano do escândalo dos R$ 40 bilhões

 


Em dezembro de 2023, a companhia conseguiu maioria para aprovar sua recuperação judicial.

 

Como está a Americanas (AMER3) 1 ano após o escândalo dos R$ 40 bilhões?

Americanas entrou com recuperação judicial em janeiro de 2023 após escândalo de rombo e fraude (Crédito: Divulgação / Americanas)

Com ações a R$ 0,84, a Americanas S.A. (AMER3) amarga um ano desde o anúncio do escândalo envolvendo inconsistência contábil de R$ 20 bilhões – corrigidos depois para um rombo que, com a dívida bruta da companhia, somavam R$ 40 bilhões. 

Mais de 5,5 mil demissões até o final de 2023 e 95 lojas fechadas fazem parte do espólio do escândalo. A holding tenta se recuperar no mercado financeiro, em paralelo com a aprovação do plano de recuperação judicial fechando 2023. Para analistas, o PRJ aprovado deu fôlego, mas a imagem da Americanas está cada vez mais distante de um retorno ao clube das maiores varejistas do país.

Resumo

  • Americanas entrou com recuperação judicial em janeiro de 2023 após escândalo de rombo e fraude;
  • Em junho, um relatório emitido pela própria companhia apontou bilhões de reais em fraudes e lançamentos indevidos;
  • Em novembro, a empresa demitiu, no período de uma semana, mais de 5,5 mil colaboradores.
  • A empresa admitiu que ainda possuía R$ 21,1 bilhões em dívidas, sem contar o endividamento bancário.
  • Até setembro de 2023, a varejista fechou 95 lojas.

“Neste momento a [possibilidade de] falência está afastada, principalmente com a aprovação do plano de recuperação judicial que foi realizado agora em dezembro. Pela própria natureza da recuperação judicial, será necessário acompanharmos as ideias, processos e procedimentos que nela foram estabelecidos e postos em prática”, explica Rafael Zuanazzi, advogado empresarial e sócio da Russell Bedford Brasil.

No plano de recuperação judicial proposto, os bancos passarão a ser acionistas do negócio, pela conversão de R$ 12 bilhões de dívidas em ações. “Há uma grande complexidade sobre a forma do aceite da recuperação, mas aparentemente a relação está normalizada, dentro de um novo contexto”, reforça Zuanazzi.

Para Daniel Nogueira, sales de Renda Variável InvestSmart XP, existe uma dificuldade grande de posição por parte das casas de research para o papel, além da complicada projeção dos números e aplicação dos modelos matemáticos. “Temos uma empresa em que os reais números dos últimos anos vieram à tona há pouco tempo, uma imagem fragilizada frente ao público por conta da fraude e um cenário ainda difícil de juros altos, mesmo que em tendência de queda”, afirma.

Anúncio do rombo e renúncia de CEO: relembre o caso

A fraude veio à tona em 11 de janeiro de 2023, por meio de fato relevante, anunciando a inconsistência contábil de R$ 20 bilhões e a saída de Sergio Rial, CEO da empresa, que deixou o cargo após 10 dias na holding, seguido de André Covre (diretor financeiro e de relações com investidores), que também “abandonou o barco”.

No dia 13, a agência Fitch de classificação de risco rebaixou o rating de crédito da Americanas “AA+(bra)” para “CC(bra)”; a sigla representava o risco alto de calote no mercado.

O BTG Pactual, então na lista dos principais credores, apresentou uma liminar para derrubar a Tutela de Urgência, garantida pela Americanas no dia anterior. Tratava-se de um pedido de proteção judicial para ‘segurar’ o prazo de pagamento de dívidas, já reclamadas por acionistas, por 30 dias. A medida também garantia que somente após esse prazo seja apresentado um pedido de recuperação judicial.

Logo em seguida, a Justiça do Rio negou o pedido do BTG, que afirmava, em petição, se referindo a Lemann, Sicupira e Telles:

“Os três homens mais ricos do Brasil (com patrimônio avaliado em R$ 180 bilhões), ungidos como uma espécie de semideuses do capitalismo mundial “do bem”, são pegos com a mão no caixa daquela que, desde 1982, é uma das principais companhias do trio.

No dia 19 de janeiro de 2023, a Americanas ingressou na justiça buscando proteção via recuperação judicial, relatando dívida de R$ 40 bilhões. A empresa afirmava ter R$ 100 milhões em caixa; o 3G Capital anunciava, na mesma época, uma possível ajuda de R$ 6 bilhões.

As ações das Americanas (AMER3) caíram de R$ 10,41 em 6 de janeiro de 2023 para R$ 0,84 em 10 de janeiro de 2024. A desvalorização passou dos 90%.

Uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) foi instaurada em 17 de maio de 2023 para investigar as operações e práticas comerciais da varejista. Porém concluiu os trabalhos sem apontar responsáveis pelo rombo bilionário. Parte do colegiado apontou “blindagem” ao trio do 3G Capital, e o relator, deputado Carlos Chiodini (MDB-SC), afirmou não haver provas suficientes para responsabilizar os culpados.

Fraude comprovada

Em 14 de junho, a Americanas admitiu a fraude nas contas da empresa. O documento confirmava também que o ex-presidente-executivo Miguel Gutierrez, fora da holding desde dezembro de 2022, fez parte do rombo.

Por meio de fato relevante enviado à Comissão de Valores Mobiliários (CVM), a varejista notificou que as fraudes vinham de contratos fictícios de Verba de Propaganda Cooperada (VPC), uma quantia negociada entre fornecedores e varejo para cobrir eventuais custos com publicidade e propaganda. O comunicado informava:

  • Diversos contratos de VPC artificialmente criados para melhorar os resultados operacionais da companhia atingiram o saldo de R$ 21,7 bilhões em 30 de setembro de 2022;
  • Ausência de lançamentos de juros sobre operações financeiras, que deveriam ter transitado pelo resultado da companhia ao longo do tempo, totalizando o saldo de R$ 3,6 bilhões em 30 de setembro de 2022. Portanto, no que diz respeito aos resultados da companhia ao longo do tempo, a fraude descrita ajudou a incrementá-lo em R$ 25,3 bilhões.

“Com a saída de nomes da diretoria e a contratação de empresa independente para analisar o fato, foi divulgado comunicado ao mercado relatando que as tais inconsistências eram fraude, sendo no mesmo documento estabelecido que a antiga diretoria tinha conhecimento do ocorrido, porém isentou os conselheiros e acionistas de qualquer participação”, recorda Zuanazzi.

O que vem por aí

Quase um ano depois, a Americanas recebe, em julgamento do plano de recuperação judicial, um aporte de R$ 24 bilhões com a aprovação em Assembleia Geral de Credores. O pagamento será dividido entre os três principais acionistas e os bancos credores. Hoje, a empresa é comandada por Leonardo Coelho, no cargo de CEO, e Camille Faria, como CFO.

Em comunicado para a Dinheiro, a varejista reforça que o plano dará “início ao pagamento das dívidas e à capitalização de R$ 24 bilhões, com aporte de R$ 12 bilhões pelos acionistas de referência e conversão de dívidas de R$ 12 bilhões pelos credores financeiros”.

“O objetivo da companhia para os próximos anos é continuar a ser o operador de varejo mais simples e diverso do país, com presença em todo o Brasil, suporte de uma robusta malha logística, um marketplace que privilegia a experiência de consumidores e sellers e o relacionamento próximo com seus milhares de clientes. Esta base sustentará o sucesso da implementação do Plano Estratégico de Negócios, que possibilitará atingir, em 2025, Ebitda superior a R$ 2,2 bilhões, com caixa e recebíveis na ordem de R$ 2,5 bilhões e dívida financeira bruta de até R$ 1,5 bilhão.”

O PRJ aguarda homologação, que deve ocorrer ainda em janeiro de 2024. Instituições como Banco do Brasil, Caixa Econômica Federal, Banco da Amazônia, fundos do Itaú, BTG e Banco Votorantin estão entre os credores que acordaram previamente em apoiar o plano.

“2024 é o ano em que vai ser visto se o plano tem sucesso ou não. Deve haver um bom relacionamento, principalmente da diretoria executiva da empresa, um conselho muito bem formado com visão do momento que a empresa está passando; as relações entre os três principais acionistas, os bancos, os credores têm que ser muito bem administradas. Se passar dessa forma, com alinhamento entre uma excelente gestão e relação tripartite, aí a partir de 2025 é que a empresa pode sim dar o seu salto e se reerguer”, avalia Roberto Gonzalez, especialista em governança corporativa.

quarta-feira, 10 de janeiro de 2024

Expectativas de inflação para 2025, 2026 e 2027 continuam estacionadas em 3,5%, diz Guillen

 Diretor do BC sugere que home office pode estar aliviando ...

 

O diretor de Política Econômica do Banco Central, Diogo Guillen, disse nesta quarta-feira, 10, que as expectativas de inflação para 2025, 2026 e 2027 continuam estacionadas em 3,5%, 0,5 ponto porcentual acima do centro da meta, de 3%. Esses dados sobre as estimativas dos agentes financeiros fazem parte do relatório de mercado Focus divulgado semanalmente pela autoridade monetária.

Ainda sobre a inflação doméstica, o diretor disse, em evento virtual promovido pelo JPMorgan, que a inflação doméstica de serviços caiu, mas em ritmo menor que bens industriais.

O diretor afirmou também que o ambiente global continua volátil, mas um pouco menos adverso do que no momento da reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) anterior.

Ele citou, por exemplo, que os núcleos de inflação têm caído em diferentes regiões e que será importante acompanhar de perto os próximos índices. “Tem havido avanço na desinflação de núcleos em várias regiões”, disse.

O diretor, o primeiro do BC a se pronunciar publicamente em 2024, pontuou que o ambiente global continua requerendo cautela por parte das economias emergentes, ainda que elas apresentem processo de desinflação mais claro.

De qualquer forma, Guillen comentou que os bancos centrais das principais economias têm ficado atentos e atuantes para trazer os preços para patamares mais baixos.

Pressão local de salários

O diretor disse que o Copom continua a acreditar que não há significativa pressão dos salários, ainda que os dados apresentados sejam diferentes entre si. Enquanto o Caged revela certa manutenção da renda, a Pnad mostrou uma leve elevação.

De forma geral, o diretor disse que o mercado de trabalho no Brasil passa por alguma transformação. Ainda não está claro, segundo ele, se isso é fruto da aprovação da reforma trabalhista. “Há dificuldades de dimensionar”, comentou.

Impacto no crédito

Guillen também afirmou que os impactos da política monetária no crédito estão em linha com as expectativas. Em dezembro, o Copom cortou a Selic pela quarta vez consecutiva em 0,50 pp, para 11,75% ao ano.

O colegiado manteve a sinalização de que o ritmo de corte de 0,50 ponto porcentual continua sendo o mais apropriado para as próximas reuniões, no plural.

Na coletiva do último Relatório Trimestral de Inflação (RTI), o presidente do BC, Roberto Campos Neto, enfatizou que essa mensagem vale para dois encontros: de janeiro e março de 2024.

Câmbio

O diretor do BC disse ainda que, como a autoridade monetária não tem uma meta de câmbio, não houve razões para intervenções em 2023. Ele lembrou que o BC não fez nenhuma intervenção no mercado cambial no ano passado e que isso ocorreu pela primeira vez desde 1999, quando o País adotou o sistema de câmbio flutuante dentro do tripé econômico, que leva em conta também metas de inflação e a área fiscal.

“Quando intervimos no mercado? Quando o mercado requer alguma intervenção”, minimizou o diretor.

Ele salientou que alguns países sofreram mais com o câmbio no ano passado, mas que o comportamento no Brasil ocorreu dentro do desejável.

Durigan: decisão sobre MP será de Pacheco, que sinalizou conversa com Haddad semana que vem

 Pacheco se reúne com Haddad para discutir dívida de Minas - Rádio Itatiaia


Em meio ao impasse sobre a medida provisória (MP) que revogou a desoneração da folha de pagamento e propõe uma alternativa, rechaçada pelo Congresso, o secretário-executivo do Ministério da Fazenda, Dario Durigan, afirmou que estão sendo feitos debates preliminares sobre soluções para a questão e que o tema será definido pelo presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), na próxima semana, após conversar com o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, que está de férias.

Durigan participou de reunião com Pacheco na manhã desta quarta-feira para apresentar os pontos da Fazenda em defesa da reoneração gradual da folha de pagamento, reiterando o compromisso e preocupação da equipe econômica com o equilíbrio das contas públicas.

“O argumento técnico que está sendo utilizado é o argumento dos números, do impacto. A gente gostaria muito de ter esse impacto considerado para essa tomada de decisão”, disse o secretário.

Questionado sobre uma mudança na meta fiscal de 2024, de déficit zero, caso a desoneração da folha de pagamento seja mantida como está, Durigan disse que essa pode ser uma consequência, mas reiterou que isso não está em debate no momento.

Durigan elogiou a postura de Pacheco na condução firme do debate da desoneração da folha de pagamento e frisou que a decisão sobre devolução da MP cabe a ele. Porém, o secretário ressaltou que a agenda econômica desenvolvida ao longo de 2023, com o apoio do Congresso, foi pautada pela premissa do equilíbrio das contas públicas e que esse compromisso continuará neste ano.

Ele disse que é preciso prestigiar o Congresso, mas não perder esse norte do compromisso fiscal. “O mais importante da discussão toda é a gente ter o mesmo entendimento sobre a importância de manter o equilíbrio das contas públicas. Acho que essa premissa, que é uma premissa que o Congresso deu mostras no ano passado, liderando essa agenda das medidas que foram aprovadas no Congresso, e acho que a gente segue com essa mesma premissa de que é importante equilibrar as contas públicas. E a gente vai tratar de uma maneira serena, equilibrada para a gente chegar nesse bom termo”, declarou.

Parlamentares estão pressionando Pacheco pela devolução imediata da MP. O governo propôs essa MP no final do ano passado, revogando a desoneração da folha e propondo uma solução que prevê a retomada gradual da cobrança da alíquota de contribuição previdenciária sobre o salário. A questão é que o Congresso já havia tomado duas decisões contrárias ao interesse do governo nessa questão, ao aprovar a lei que prorrogava a desoneração para 17 setores até 2027 e ao derrubar o veto presidencial para essa regra.

O Ministério da Fazenda considera a MP indispensável para o ajuste das contas do governo neste ano e para alcançar a meta de déficit zero, como prometido por Haddad. A alegação é que a desoneração para 17 setores, como aprovado pelo Congresso, custa R$ 12 bilhões. Outros R$ 4 bilhões seriam necessários para bancar a extensão do benefício para pequenas prefeituras em 2024.

Anfavea atualiza de 4,7% para 6,2% previsão de crescimento da produção em 2024

 

Anfavea | LinkedIn

A Anfavea, entidade que representa as montadoras, atualizou nesta quarta-feira, 10, as previsões ao desempenho do setor neste ano. Os volumes seguem iguais aos projetados no mês passado, quando a associação apresentou pela primeira vez seus prognósticos. A incorporação dos resultados de dezembro, no entanto, alterou as variações.

A expectativa de crescimento da produção, que veio no mês passado abaixo do esperado, subiu assim de 4,7% para 6,2%.

Já em relação às vendas, que surpreenderam em dezembro com a demanda forte das locadoras, houve um pequeno ajuste para baixo na previsão de crescimento em 2024: de 7% para 6,1%.

A expectativa para as exportações fica ainda menor após os dados finais de 2023. Os 407 mil veículos previstos para este ano representam agora um modesto crescimento de 0,7%, e não mais de 2% como a Anfavea aguardava um mês atrás.

A entidade considera na conta uma redução de 90 mil carros do mercado argentino, normalmente o principal destino dos veículos exportados pelo Brasil, mas que no ano passado já ficou atrás do México.

As previsões da Anfavea para 2024 incluem ainda a expectativa de crescimento de 51% nas compras de carros eletrificados. Se o prognóstico for confirmado, 142 mil dos carros vendidos no Brasil, ou o equivalente a 6,2% do mercado, serão híbridos ou, em menor número, puramente elétricos.

Segundo Márcio de Lima Leite, presidente da Anfavea, a transição tecnológica dos automóveis está acontecendo com certa velocidade e deve continuar mesmo com a volta gradual da taxação, a partir deste mês, das importações de carros híbridos e elétricos. “Mesmo com a recomposição parcial da alíquota de importação, ainda é um mercado que desperta o interesse do consumidor”, disse Leite.

Ele lembrou que mais marcas vão lançar carros eletrificados neste ano. Fora isso, a chinesa Great Wall Motor (GWM) planeja iniciar em maio a produção de carros com a nova tecnologia na fábrica comprada da Mercedes-Benz em Iracemápolis, no interior de São Paulo.

Scholz e Milei, favoráveis a conclusão rápida do acordo comercial UE-Mercosul

 


O comércio mercosul-UE - AFP

As negociações sobre o acordo comercial entre União Europeia (UE) e Mercosul “devem ser concluídas rapidamente”, avaliaram o chanceler alemão, Olaf Scholz, e o presidente argentino, Javier Milei, durante uma conversa por telefone, segundo um comunicado do governo alemão.

Assinado em 2019, após vinte anos de complexas negociações, o acordo de livre-comércio entre o Mercosul (Brasil, Argentina, Paraguai, Uruguai) e a União Europeia jamais foi finalizado, por causa, principalmente, das reticências sobre a política ambiental do Brasil durante o governo de Jair Bolsonaro.

O tom mudou favoravelmente após a volta de Luiz Inácio Lula à Presidência, que prometeu combater o desmatamento, embora novas condições apresentadas pela UE sobre questões ambientais tenham gerado divergências.

Em um breve comunicado divulgado na tarde desta terça-feira (9), o governo alemão informou sobre um telefonema entre Scholz e o novo mandatário argentino, o ultraliberal Javier Milei.

“Eles conversaram sobre assuntos bilaterais e multilaterais, mas também sobre o acordo comercial entre o Mercosul e a União Europeia”, reportou o governo alemão.

“Eles concordaram sobre o fato de que as negociações sobre o tratado de livre-comércio devem ser concluídas rapidamente”, acrescentou.

Em 7 de dezembro de 2023, durante uma cúpula de chefes de Estado do Mercosul no Rio de Janeiro, o bloco sul-americano e a União Europeia disseram que desejavam concluir “rapidamente” o acordo comercial bilateral.

Anfitrião do encontro, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva desejava fechar esse acordo antes que o Brasil transmitisse a presidência rotativa do Mercosul ao Paraguai.

Inicialmente, Brasília esperava anunciar um desfecho em virtude do encontro, mas as discordâncias persistiram e o acordo acabou não sendo finalizado.

Outro fator que contribuiu fortemente para atrasar o término das negociações foi a eleição, na Argentina, de Javier Milei, que não tinha tomado posse ainda.

A Alemanha é um dos maiores defensores desse acordo de livre comércio dentro da União Europeia, já que o tratado é considerado indispensável para o seu poderoso setor industrial.

 

 https://istoedinheiro.com.br/scholz-e-milei-favoraveis-a-conclusao-rapida-do-acordo-comercial-ue-mercosul/


Lula se reúne com primeiro-ministro do Japão e propõe maior cooperação


Presidente está em Hiroshima para participar da Cúpula do G7 e deve priorizar negócios e agenda climática na conversa com países desenvolvidos 
 
Lula em reunião com premier japonês. | Foto: RIcardo Strucket/PR


O presidente Luiz Inácio Lula da Silva se reuniu com o primeiro-ministro japonês, Fumio Kishida, na noite desta sexta-feira, 19 – manhã de sábado no Japão. O encontro bilateral ocorreu no Grand Price Hotel, na cidade japonesa de Hiroshima, mesmo local onde será realizada a Cúpula do G7, da qual o Brasil foi convidado a participar após 14 anos.  Na reunião, Lula e o premiê manifestaram interesse em ampliar o comércio bilateral, combate às mudanças do clima, educação e integração entre as comunidades.

“Brasil e Japão precisam estabelecer uma relação mais produtiva não apenas do ponto de vista comercial, mas também do ponto de vista cultural, político e da ciência e tecnologia”, disse Lula ao primeiro-ministro, conforme publicação nas redes sociais da Presidência da República. 

Em 2022, o fluxo comercial Brasil-Japão somou US$ 11,9 bilhões, com superávit brasileiro de cerca de US$ 1,3 bilhão. O estoque de investimentos diretos do Japão na economia brasileira aproxima-se de US$ 22,8 bilhões. 

O presidente ressaltou a colaboração dos imigrantes japoneses no crescimento da economia do Brasil e os investimentos de empresas brasileiras no mercado japonês. Este ano serão celebrados 115 anos do início da imigração nipônica ao Brasil. 

Estima-se que cerca de 204 mil brasileiros vivam no Japão, a quinta maior comunidade no mundo. Já o Brasil tem a maior comunidade de nipodescendentes fora do território japonês, com mais de 2 milhões de pessoas.  

“Ótima conversa com o primeiro-ministro do Japão. Falamos sobre a necessidade de retomarmos e ampliarmos relações entre empresários e empresas dos dois países. Temos laços culturais com Japão e uma grande comunidade nipo-brasileira. A ampliação de nossa parceria será importante para o crescimento de nossos países”, disse Lula, em sua conta no Twitter.  

O primeiro-ministro do Japão propôs que os dois países tenham “discussões amplas sobre questões como clima, educação, desenvolvimento, paz e estabilidade” e que estão “muito dispostos a cooperar com o Brasil”.  

Kishida também mencionou a importância do papel do Brasil no G20, que reúne as maiores economias do mundo. Em dezembro, o Brasil assume a presidência do grupo.  

Após o encontro com o primeiro-ministro do Japão, Lula se reuniu com o presidente da Indonésia, Joko Widodo, quando trataram da questão do clima global e preservação das florestas.

 

 https://www.jornalopcao.com.br/negocios/lula-se-reune-com-primeiro-ministro-do-japao-e-propoe-maior-cooperacao-492365/

Vaquinha virtual pode ser alternativa para tirar seu projeto do papel em 2024; confira dicas

 


Vaquinha

Planejamento é essencial para uma campanha de financiamento coletivo bem sucedida (Crédito: Freepik)

 

Método tradicional para ajudar na coleta de dinheiro, a vaquinha ganhou contornos tecnológicos graças a plataformas onde qualquer um pode começar uma campanha de financiamento coletivo. Escritores, cantores e criadores de conteúdo muitas vezes optam pela modalidade para tirar seus projetos do papel de forma independente. 

O especialista em finanças e fundador da Wide Brazil People José Roberto Araújo Filho dá dicas de como se planejar para conseguir ter sucesso na captação de recursos via financiamento coletivo. 

Tenha um plano de negócios detalhado

Para uma preparação eficaz no lançamento de uma campanha de crowdfunding, é crucial ir além da mera exposição dos objetivos financeiros. Além de um plano de negócios detalhado, é necessário criar uma proposta que não só capte a atenção dos investidores, mas também ofereça um valor tangível aos apoiadores. 

Ofereça recompensas

Ao oferecer recompensas, a pessoa física não apenas estimula o engajamento, mas também fornece incentivos tangíveis aos apoiadores. Estas podem variar desde brindes exclusivos, acesso privilegiado ao produto ou serviço, até experiências únicas relacionadas ao projeto. Por exemplo, ao financiar um filme independente, as recompensas poderiam incluir pôsteres autografados, convites para eventos exclusivos de pré-lançamento ou até mesmo participação no processo criativo. Essa abordagem não apenas atrai investidores, mas também constrói uma comunidade em torno do projeto, promovendo um envolvimento mais duradouro.

Maximize sua participação nas redes

Ao adotar uma abordagem online, é vital maximizar a presença nas redes sociais, onde milhões de potenciais apoiadores podem ser alcançados. Conteúdos envolventes e compartilháveis, combinados com uma participação ativa em grupos relevantes, podem aumentar exponencialmente o alcance.

Além disso, colaborar com influenciadores e figuras de destaque na indústria pode proporcionar uma exposição significativa. Essas parcerias podem não apenas validar o projeto aos olhos dos seguidores do influenciador, mas também ampliar a base de apoiadores.

Não se esqueça do offline

Participar de eventos locais, estabelecer parcerias com empresas locais e aproveitar os meios de comunicação tradicionais, como jornais locais e rádio comunitária, são estratégias que, muitas vezes, podem ser negligenciadas. A construção de uma presença palpável na comunidade fortalece a autenticidade do projeto e gera apoio tangível.

Família conseguiu R$ 2 milhões para tratamento médico

Além de projetos pessoais, a vaquinha também é muito importante na hora de ajudar alguém em momentos de dificuldade. Recentemente a viúva do indigenista Bruno Ferreira, a antropóloga Beatriz de Almeida Matos, conseguiu arrecadar mais de R$ 2 milhões para custear o tratamento do câncer raro do seu filho Pedro. 

Outro exemplo recente é de Diones Coelho da Silva, o motorista que atropelou o ator Kayky Brito, conseguiu R$ 180 mil via financiamento coletivo para comprar um carro novo.