No nota, o MPor diz que a pandemia do Covid-19 impactou fortemente o
setor aéreo em todo o mundo, o que exigiu a adoção de medidas de apoio
(Crédito: Arquivo / IstoÉ Dinheiro)
O
Ministério de Portos e Aeroportos (MPor) divulgou nota nesta quinta,
25, em que afirma estar acompanhando o plano de reestruturação
apresentado hoje pela companhia aérea Gol e que está trabalhando junto à
empresa e à Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) para garantir a
manutenção dos serviços prestados à população.
No
nota, o MPor diz que a pandemia do Covid-19 impactou fortemente o setor
aéreo em todo o mundo, o que exigiu a adoção de medidas de apoio, de
governos de diversos países, para atenuar o prejuízo causado às empresas
aéreas. “Infelizmente, no Brasil, estas medidas não foram adotadas na
gestão anterior, mesmo com a existência de recursos no Fundo Nacional de
Aviação Civil (Fnac)”, afirma.
A
pasta diz que a expectativa é de que, assim como aconteceu com outras
grandes empresas aéreas no mundo que entraram no Chapter 11 (Latam,
Delta, United, Aeroméxico etc), espera que o Plano de reestruturação da
Gol fortaleça a empresa, aumentando cada vez mais sua capacidade de
investimentos para melhor atender a população.
Pacote de medidas
O
governo federal promete, desde meados de novembro do ano passado, um
pacote de medidas conjuntas com as aéreas para reduzir o preço das
passagens. Por parte das companhias, foi anunciado em dezembro maior
volume de promoções e disponibilidade de passagens. Já a contrapartida
do governo ainda não é oficialmente conhecida.
A expectativa,
contudo, a partir de declarações do ministro Silvio Costa Filho, é de
que o governo atue em medidas para reduzir o preço do querosene de
aviação (QAV) e nas mudanças sobre o uso do Fnac, além da criação de um
fundo próprio para as companhias. Ele também fala sobre a necessidade de
encarar a judicialização que afeta o setor, com alto volume de
indenizações principalmente por atraso de voos.
À imprensa no
início desta semana, Costa Filho optou por não comentar concretamente
sobre possíveis medidas do governo para socorrer a Gol O ministro disse,
contudo, que tem se reunido com representantes de todas as companhias
aéreas e que o Estado irá auxiliá-las como for possível. “Companhias
como a Azul e a Gol estão fazendo suas estruturações internas. E, onde o
Estado brasileiro puder dar sua contribuição, iremos dar”, afirmou.
O
ministro não confirmou uma reunião específica com a Gol para tratar da
atual situação da companhia. No entanto, conforme apurado pelo Broadcast, representantes da empresa estiveram na sede do ministério, em Brasília, na terça-feira, 16, justamente em busca de ajuda.
Sobre
o risco de a empresa quebrar, o ministro disse que, pelo que se observa
com outras companhias ao redor do mundo, entrar em recuperação judicial
não representa o fim. “Companhias como a American Airlines, que em
algum momento entraram em recuperação, saíram maiores do que entraram”,
afirmou.