Atuação:
Consultoria multidisciplinar, onde desenvolvemos trabalhos nas seguintes áreas: fusão e aquisição e internacionalização de empresas, tributária, linhas de crédito nacionais e internacionais, inclusive para as áreas culturais e políticas públicas.
O
ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse nesta sexta-feira, 1º, que
espera pela retomada das discussões entre o Mercosul e a União Europeia
(UE) no segundo semestre.
“Eu
penso que a discussão da União Europeia com o Mercosul vai ser retomada
no segundo semestre. Eu penso que a poeira vai baixar um pouco e os
negociadores vão voltar para a mesa”, disse o ministro acrescentando que
um acordo ente os dois blocos vai ajudar a economia brasileira,
especialmente o setor agrícola.
O Ministério da Agricultura deu sua bênção para que o mercado
financeiro comece a estruturar Fiagros que ajudem no processo de
reestruturação das dívidas dos produtores. O sinal verde vem na esteira
do crescente número de pedidos de recuperação judicial no agronegócio.
“Quanto
mais crédito privado houver, melhor para o governo e para o setor.
Quanto mais pudermos contribuir para que os Fiagros possam avançar,
melhor para nós”, disse Neri Geller, secretário de política agrícola do
Ministério da Agricultura.
A tese da nova modalidade nasceu dentro
da Câmara de Modernização do Crédito e Instrumentos de Gestão de Risco
do Agronegócio, com o suporte do Instituto Brasileiro de Direito do
Agronegócio (IBDA). A ideia é que o novo instrumento evite a
judicialização provocada pelos pedidos de RJ.
Na
prática, o novo instrumento carregaria o endividamento do produtor
usando a atual estrutura do Fiagro. Batizado de Reorg, o Fiagro de
dívida rural reuniria os credores – revendas, fornecedores de insumos,
bancos, entre outros – do produtor endividado como cotistas do fundo.
A
propriedade, tradicionalmente dada como garantia na tomada de crédito,
seria transferida como patrimônio do Fiagro. Os credores se
transformariam em cotistas do fundo, na proporção do crédito cedido.
Já
o produtor, passaria a ser um arrendatário, pagando os dividendos com a
produção. Ao final do prazo estipulado para o resgate, ele teria o
direito de recomprar as cotas e reaver sua fazenda, além de se manter na
atividade, adimplentes e com acesso a crédito.
Segundo o advogado
Renato Buranello, presidente do IBDA, o foco da nova modalidade não
seria a listagem em bolsa. O Fiagro Reorg ficaria restrito a
investidores institucionais, que poderiam comprar as cotas dos credores
no mercado secundário, liberando espaço no balanço das empresas.
Sem
dar detalhes, Buranello disse que já existem iniciativas da nova
modalidade sendo estruturadas. Além disso, o advogado lembrou que o
Fiagro de dívida já está coberto pela regulamentação vigente da Comissão
de Valores Mobiliários (CVM).
“A recuperação judicial é a
alternativa menos importante e que menos apoiamos. Temos um problema
pontual e vamos sobreviver, com muita força”, disse Geller.
O consórcio formado por TCN, Viterra, CLI e ALZ
Grãos, que administra o terminal de grãos do porto de Itaqui (Tegram),
no Maranhão, protocolou nesta semana um pedido solicitando a renovação
antecipada do contrato de sua concessão portuária, que vencerá apenas em 2037.
O motivo é a forte demanda e a necessidade de expandir a estrutura do terminal. Com duas fases do projeto original implementadas, o Tegram movimentou um volume 50% superior ao esperado.
Somadas, esperava-se que as fases 1 e 2 chegassem a um movimento de 10
milhões de toneladas. No entanto, 15 milhões de toneladas já passaram
pelo porto.
“Em
oito anos conseguimos exaurir a capacidade do projeto. Até 2037,
teremos novas áreas em produção, tecnologias mais desenvolvidas e
adaptadas, e precisamos crescer para atender à demanda”, disse Marcos
Pepe Bertoni, presidente do Tegram, ao IM Business.
O
pedido de renovação antecipada coincide com o início do investimento da
terceira fase do terminal, que prevê aportes de R$ 1,6 bilhão por parte
dos sócios. Originalmente, a terceira fase contemplava apenas a construção do terceiro berço do Tegram.
Dado
que a capacidade já foi alcançada, o novo plano proposto prevê a
ampliação da armazenagem e da área de recepção de caminhões. Assim, o terminal poderia movimentar 23 milhões de toneladas de grãos por ano.
Por
esse motivo, além da renovação antecipada, o consórcio está solicitando
também um adensamento. Na prática, é a autorização para construir novas
estruturas em uma área ao lado dos armazéns já existentes.
O grande foco do Tegram tem sido a exportação de soja. Das
15,6 milhões de toneladas movimentadas em 2023, pouco mais de 65% foram
referentes ao grão, o que representou um crescimento de 6,5% em
comparação a 2022.
A expectativa é que a soja permaneça
como o carro-chefe do terminal, mas o crescimento da demanda
internacional pelo milho brasileiro anima o consórcio. Só no ano passado, os embarques de milho do Tegram cresceram quase 40% e chegaram a 5,3 milhões de toneladas.
As
quatro empresas do consórcio que administra o Tegram têm operações
distintas. A TCN é uma sociedade formhttps://www.infomoney.com.br/business/porto-de-itaqui-chega-ao-limite-para-graos/ada entre a Toyota (75%) e CHS
(25%), uma cooperativa americana que representa aproximadamente 500 mil
produtores.
A ALZ Grãos tem como sócios LDC, Amaggi e a japonesa
Zen-Noh Grãos. Já a Viterra, foi comprada recentemente pela Bunge, que
tende a assumir a operação assim que o negócio foi aprovado pelos órgãos
reguladores.
No caso da CLI, a empresa tem como sócios os fundos
Macquarie e o private equity IG4 Capital. A empresa é um operador
logístico e presta serviços em Itaqui para ADM, Cargill e Cofco.
Meta, empresa de Mark Zuckerberg (Crédito: Divulgação )
Estadão Conteúdoi
A
Justiça de São Paulo deu 30 dias para a Meta, empresa que administra
Facebook, Instagram e WhatsApp, deixe de usar o nome no Brasil. A multa
diária em caso de descumprimento é de R$ 100 mil. Cabe recurso. O Estadão entrou em contato com a assessoria de imprensa da Meta e aguarda resposta. O espaço está aberto para manifestação.
A
decisão foi tomada pela 1.ª Câmara de Direito Empresarial do Tribunal
de Justiça a pedido de uma empresa brasileira, também do segmento de
tecnologia, que detém o registro da marca, concedido pelo Instituto
Nacional de Propriedade Intelectual (INPI), desde 2008.
A
Meta Serviços em Informação S/A, especializada no desenvolvimento e
licenciamento de softwares, alega no processo que vem sofrendo
transtornos por ser confundida com a big tech.
A empresa relata,
por exemplo, visitas de usuários insatisfeitos à sua sede, em Barueri,
na região metropolitana de São Paulo, e a inclusão indevida no polo
passivo de ações judiciais.
O desembargador Azuma Nishi, relator
do processo, concluiu que a convivência das duas empresas é “inviável”,
dada a coincidência da área de atuação, e defendeu que o direito de
exclusividade deve ser concedido a quem recebeu primeiro o registro do
INPI.
“Não
bastasse a titularidade dos registros da marca “Meta” pela autora,
cujas concessões remontam há quase duas décadas, verifica-se que a
aludida propriedade industrial tem sido incessantemente por ela
empregada visando à identificação de seus produtos e serviços desde o
ano de 1996, tendo sido investidas vultosas quantias objetivando seu
amplo reconhecimento tanto no cenário nacional quanto internacional”,
diz um trecho do voto.
(Arquivo) O diretor-executivo da Tesla, Elon Musk - AFP/Arquivos
Estadão Conteúdoi
O
empresário bilionário Elon Musk está processando a OpenAI e seu CEO,
Sam Altman, alegando que ambos violaram o acordo de fundação da empresa
de inteligência artificial (IA) ao priorizar o lucro em detrimento do
benefício para a humanidade.
As
ações movidas por Musk contra a OpenAI e os outros dois cofundadores
incluem quebra de contrato, quebra de dever fiduciário e práticas
comerciais desleais.
Musk
e os cofundadores Altman e Greg Brockman concordaram em criar uma
empresa sem fins lucrativos “para o benefício da humanidade” ao fundarem
a OpenAI em 2015, afirmou o empresário, em documentos judiciais
apresentados em São Francisco (EUA) nesta quinta-feira, 29.
De
acordo com ele, o relacionamento próximo da OpenAI com a Microsoft vai
contra o compromisso original da empresa com a tecnologia pública e de
código aberto, transformando o formato independente da desenvolvedora de
IA em uma subsidiária da big tech. “Sob o novo conselho, a OpenAI não
está apenas desenvolvendo, mas sim refinando a IA generativa para
maximizar os lucros da Microsoft”, alegou Musk. Fonte: Dow Jones
Newswires.
Cenário tem setor de serviços em retomada, Selic em queda, mas ainda faltam investimentos
Segundo ano seguido que o Brasil cresce quase 3% - Crédito: Freepik/@ pikisuperstar
Mauro Balhessai
O PIB (Produto Interno Bruto)
brasileiro encerrou 2023 com crescimento de 2,9%, totalizando R$ 10,9
trilhões. O PIB per capita alcançou R$ 50.194, um avanço, em termos
reais, de 2,2% em relação a 2022.
“É
o segundo ano que o Brasil cresce quase 3%, ou seja, um dado muito bom.
Fazia muito tempo que isso não acontecia, desde 2010, 2011. O país está
em uma rota de crescimento bastante interessante”, avalia Paulo Gala,
economista-chefe do Banco Master.
Destaque para a
agropecuária ao apresentar alta de 15,1% de 2022 para 2023. A atividade
industrial aumentou em 1,6%, enquanto o setor de serviços saltou 2,4%.
Os
dados são do Sistema de Contas Nacionais Trimestrais, divulgado nesta
sexta-feira, 1, pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e
Estatística).
PIB do 4º trimestre fica estável
Em relação ao quarto trimestre, o PIB apresentou estabilidade na comparação com o terceiro trimestre de 2023.
“Não
teve nenhuma surpresa. Já era esperado que o segundo semestre fosse de
desaceleração comparado com o terceiro trimestre”, comenta André
Roncaglia, professor de economia da Unifesp.
Gala
ressalta que o Brasil, ao longo de 2023, foi desacelerando. Mesmo assim
conseguiu crescer com uma Selic com quase 14% no ano passado no pico.
Agro e indústria
Com
as safras concentradas no primeiro semestre do ano passado, a
agropecuária recuou 5,3% no último trimestre ante os três meses
anteriores.
“Chamou
muito atenção a queda entre trimestres da agropecuária, sinalizando uma
desaceleração, que é esperada para esse ano, apesar de já ter
indicativos que os eventos extremos não vão afetá-la tanto assim. A
indústria cresceu bem no último trimestre, comparativamente ao agro,
1,3%”, pontua Roncaglia.
.”
Consumo das famílias
Outro ponto acentuado pelo professor da Unifesp foi o consumo das famílias.
“Apesar
de estar desacelerando, o último trimestre de 2023 comparado a 2022
teve crescimento de 2,3%, que é bastante significativo. E o consumo do
governo que, comparado ao último trimestre 2022, também cresceu 3%.”
Serviços
O setor de serviços apresentou alta de 0,3%.
“Mostrou retomada e o que esperamos é que para o início de 2024 continue se sustentando, principalmente no setor imobiliário.”
Expectativa para 2024
Na
visão de Roncaglia, para 2024, há um conjunto de elementos que pode
acelerar o PIB ao longo do ano. As expectativas do mercado é que o
produto interno bruto pode acelerar de 1,5% a 2%. A perspectiva é de que
a Selic caia abaixo de 10%.
“O
primeiro ponto é a continuidade da queda da taxa Selic. A combinação
dessa queda, com programas de estímulo e investimento. Esses elementos
de estímulo setorial, por meio de crédito tributário, isenção tributária
em investimentos, eles vão canalizar recursos para esses investimentos
num contexto de taxa que Selic caindo.”
No
quesito entrada de capitais, professor acredita que o movimento global
de transição ecológica tende a trazer mais recursos para o Brasil, o que
também deve contribuir para o PIB.
Em relação aos setores, serviços devem puxar a economia.
“O
setor que acho que vai puxar mais forte será o de serviços. Ele está
com o maior crescimento no número de vagas. Ele é muito intensivo em mão
de obra. Estamos vendo uma retomada importante e deve representar
aproximadamente 70% do PIB. A parte de serviços de construção civil deve
ajudar bastante e a parte de comércio, varejo, vai dar sua
contribuição, devido às medidas do governo, como Bolsa Família,
Desenrola.”
Para Gala, o grande desafio do Brasil é a retomada de investimentos.
“Nós
caímos de novo para uma mínima de quase 20 anos de formação bruta de
capital fixo sobre PIB, indo para 16% do PIB, o que é muito baixo. Esse
número já chegou em 22%, 23%, em 2014, 2015. Tinha recuperado para 18% e
agora despencou para 16%. Mais um sinal de que os juros precisam cair.”
O
Indicador de Incerteza da Economia (IIE-Br) da Fundação Getulio Vargas
caiu 4,6 pontos em fevereiro, para 104,5 pontos, menor nível desde julho
de 2023 (103,5 pontos). O principal fator para a queda foi o
comportamento do componente de Mídia, que recuou 6,4 pontos, para 105,8
pontos, também menor nível desde julho do ano passado (101,9 pontos).
Já
o componente de Expectativas, que mede a dispersão nas previsões de
especialistas para variáveis macroeconômicas, subiu 4,5 pontos, para
97,5 pontos, contribuindo de forma positiva com 1,0 ponto para o IIE-Br.
“O
movimento reflete a continuidade de um cenário econômico doméstico
favorável, com melhora do emprego, renda e inflação sob controle, apesar
das tensões geopolíticas internacionais do momento. Para os próximos
meses, o indicador deverá continuar flutuando em faixa favorável, na
medida em que a economia continue a apresentar resultados positivos e as
contas públicas evoluam de forma satisfatória”, afirmou em nota a
economista da FGV IBRE Anna Carolina Gouveia.