Dirigente do Banco Central Europeu (BCE) e presidente do BC da Estônia, Madis Müller afirmou que a economia da zona do euro está se movendo “na direção certa”, com a inflação arrefecendo gradualmente rumo à meta de 2%. Contudo, Müller esclareceu que a decisão de manter o nível restritivo da política monetária reflete a “necessidade de maior confirmação sobre a tendência de queda dos preços antes de começar cortes de juros”.
“É possível que esse sentimento suficiente de confiança surja com base nos indicadores econômicos dos próximos meses”, escreveu o dirigente, em comunicado divulgado nesta sexta-feira, acrescentando que uma “queda dos juros é provável no futuro”.
Segundo ele, as negociações salariais em andamento na maior parte dos países europeus serão importantes para determinar se o crescimento dos salários ajudará ou dificultará o processo de desinflação.
Assim como a presidente do BCE, Christine Lagarde, Müller destacou que irá monitorar eventual pressão dos salários sobre a inflação de serviços ou se haverá alívio nos repasses de preços, tendo em vista as margens elevadas de lucros corporativos.
O dirigente também reiterou as projeções econômicas do banco central, que preveem retorno da inflação à 2% no próximo ano e estagnação da atividade. No entanto, Müller apontou que o “provável” relaxamento monetário deve apoiar investimentos em empresas e no mercado imobiliário, assim como a queda da inflação deve elevar a renda doméstica real e ampliar gastos com consumo, ajudando a impulsionar a recuperação econômica.