quarta-feira, 17 de abril de 2024

BNDES aprova financiamento de R$ 84,6 milhões para a empresa de bicicletas Tembici

 


Tembici

O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) informou nesta quarta-feira, 17, que aprovou financiamento no valor de R$ 84,6 milhões para a empresa de compartilhamento de bicicletas Tembici investir em um plano de inovação entre 2024 e 2026.

“Os investimentos deverão ser alocados em pesquisa & desenvolvimento, com foco em inovação e aprimoramento contínuo nas bicicletas e estações desenvolvidas pela companhia, por meio do Tembici Labs”, informou o BNDES em nota.

O foco será fazer melhorias na experiência do usuário e a otimização de funcionalidades, com um novo software e aplicativo de compartilhamento de bicicletas, e aperfeiçoamento na infraestrutura digital e processamento de dados em nuvem.

Esse é o segundo financiamento do banco à empresa Tembici. O primeiro empréstimo possibilitou a estruturação do Tembici Labs, Centro de Inovação e Pesquisa que desenvolveu modelos de bicicletas e estações próprias.

Além disso, o financiamento possibilitou fortalecer a cadeia de fornecedores locais e o crescimento da nacionalização de insumos para a produção de bicicletas e estações, segundo o BNDES.

“O investimento em mobilidade sustentável é uma das missões da Nova Indústria Brasil, do governo do presidente Lula. Nesta operação, além de promover a locomoção sem emissão de CO2, estamos financiando a inovação, fator fundamental para o desenvolvimento e estruturante para colocar o Brasil no caminho da neoindustrialização”, disse em nota o presidente do BNDES, Aloizio Mercadante.

Para a diretora de Infraestrutura, Transição Energética e Mudança Climática do BNDES, Luciana Costa, o apoio vai o projeto contribui para o desenvolvimento da indústria e da cadeia de fornecedores no Brasil, reduzindo a dependência de fornecedores estrangeiros.

“O projeto apoiado vai permitir inovações tecnológicas importantes para a gestão e o planejamento dos sistemas de gestão da micro mobilidade nas cidades”, destacou Luciana Costa.

Eve assina carta de intenção de compra com AirX para até 50 eVTOLs, Vector e serviços

 


Eve assina carta de intenção de compra com AirX para até 50 eVTOLs, Vector e serviços
(Divulgação/Embraer) Eve assina carta de intenção de compra com AirX para até 50 eVTOLs, Vector e serviços

 

 

A Eve Air Mobility (“Eve”) (NYSE: EVEX; EVEXW), empresa gerida pela Embraer assinou uma Carta de Intenção de Compra (LOI) com a AirX Inc. (AirX), a maior empresa pública de serviço de fretamento de helicópteros do Japão, para 10 pedidos firmes do eVTOL (aeronave elétrica de decolagem e pouso vertical) com direitos de compra de outras 40 aeronaves. O pedido de compra apoiará o desenvolvimento contínuo e o dimensionamento de operações inovadoras de transporte no Japão.

A AirX é pioneira em mobilidade aérea avançada no Japão e uma empresa de plataforma digital que oferece uma solução completa de serviços de fretamento para o público japonês via AIROS Skyview. A AirX anunciou o lançamento do primeiro campo de testes de eVTOL da Grande Tóquio, o UAM Centre. A iniciativa baseia-se na rica história da AirX de oferecer experiências aéreas únicas por meio do AIROS Skyview desde 2015, estabelecendo um marco significativo na jornada da empresa em direção à mobilidade aérea urbana (UAM) sustentável e acessível. O UAM Centre está pronto para revolucionar as viagens aéreas na área metropolitana de Tóquio, mostrando o compromisso da empresa com a inovação e o futuro do transporte.

A região Ásia-Pacífico é um mercado importante para a Eve. A empresa continua construindo relacionamentos diversificados e trabalhando com seus clientes e potenciais clientes para trazer um novo modelo de transporte e ajudar a aliviar o congestionamento do trânsito na região. Além do Japão, a Eve tem trabalhado em estreita colaboração com clientes e operadores na Austrália, Índia e Coreia do Sul, entre outros locais. À medida que a empresa trabalha com seus parceiros locais, seu objetivo é construir ecossistemas de UAM de forma colaborativa em cada uma das comunidades e cidades focos para lançamento do mercado, e compartilhar informações de interesse público conforme as discussões acontencem.

O eVTOL da Eve utiliza uma configuração de decolagem e cruzeiro (Lift + Cruise) com rotores dedicados para o voo vertical e asas fixas para voar em cruzeiro, sem a necessidade de componentes para a transição durante o voo. O conceito mais recente inclui um propulsor elétrico alimentado por motores elétricos duplos que proporcionam redundância de propulsão, garantindo alto desempenho e segurança. Além de oferecer diversas vantagens, como baixo custo operacional, menos peças, estruturas e sistemas otimizados, foi desenvolvido para oferecer eficiência de empuxo com baixo ruído.

No ano passado, a Eve revelou que sua primeira fábrica de eVTOL será estabelecida na cidade de Taubaté, em São Paulo. A empresa iniciou a montagem do primeiro protótipo do eVTOL em escala real, que dará sequência à campanha de testes. A Eve tem LOIs para quase 3.000 eVTOLs e a aeronave deve entrar em serviço em 2026.

Paralelamente, a Eve continua desenvolvendo um amplo portfólio de soluções agnósticas, incluindo o Vector, para otimizar e expandir as operações de UAM em todo o mundo.

Nos EUA, Haddad explica reforma tributária e tenta atrair investidores para o Brasil

 


Presidente do BID disse que transição ecológica representa “janela de oportunidade” para América Latina

Ministro da Fazenda, Fernando Haddad
Ministro da Fazenda, Fernando Haddad 28/12/2023 - REUTERS/Adriano Machado

Agência Brasil

No primeiro dia de viagem aos Estados Unidos, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, apresentou oportunidades de investimento a empresários norte-americanos e debateu iniciativas para ampliar o financiamento à transição ecológica.

Ao longo da semana, o ministro participa, em Washington, de reuniões do Fundo Monetário Internacional (FMI), do Banco Mundial e do G20, grupo das 20 maiores economias do planeta, mais a União Europeia e a União Africana.

No primeiro evento da terça-feira (16), Haddad explicou, na Câmara de Comércio dos Estados Unidos, os efeitos da reforma tributária aprovada no ano passado sobre a oportunidade para investimentos estrangeiros no Brasil.

Segundo ele, a reforma resolveu um problema de décadas ao reparar a disfuncionalidade da tributação sobre o consumo no país.

Em relação à regulamentação da reforma tributária, cujos projetos deverão ser enviados na próxima semana ao Congresso, o ministro disse que o detalhamento das regras não “estragará” a reforma constitucional.

Haddad afirmou que o Brasil terá um sistema tributário de primeiro mundo a partir de 2027.

Também presente ao evento, o presidente do Banco Interamericano de Desenvolvimento e ex-presidente do Banco Central, Ilan Goldfajn, apresentou um diagnóstico sobre a América Latina.

Apesar do desafio de reduzir a imensa desigualdade social no continente, ele disse que a transição ecológica representa uma “janela de oportunidade” para a região.

Goldfajn elogiou iniciativas como o hegde (instrumento de proteção cambial) verde.

Finanças sustentáveis

Em evento paralelo às reuniões desta semana, Haddad debateu a importância de instrumentos e plataformas que financiem iniciativas de transição ecológica.

Na abertura do evento, o ministro destacou a importância do compartilhamento das experiências de países como o Brasil para avançar nas políticas de economia sustentável.

Segundo Haddad, o Brasil tem pioneirismo na área e está encontrando caminhos importantes. No entanto, a troca de experiências é fundamental para que os países possam fazer a transição ecológica em grande escala.

O enviado especial da Organização das Nações Unidas para a Ação do Clima, Mark Carney, elogiou a consistência e a estruturação do plano de transição ecológica apresentado durante a presidência brasileira do G20.

Ele defendeu reformas radicais no financiamento internacional para o meio ambiente, para que os países tenham recursos para executar esses planos.

O evento paralelo foi organizado pelo Grupo de Trabalho de Finanças Sustentáveis do G20 em parceria com o Instituto Clima Sociedade, o Wilson Center e o Brazil Institute.

Agenda

Nesta quarta-feira (17), Haddad participa de alguns eventos paralelos à reunião do G20. No primeiro compromisso, às 9h (horário local), na sede do Banco Mundial, o ministro tem presença confirmada no painel “A força tarefa da fome”, que visa a engajar líderes globais na luta contra a insegurança alimentar. Participarão ainda representantes dos Estados Unidos, da União Africana, Noruega e África do Sul.

Às 10h30, Haddad estará em uma discussão sobre tributação internacional, durante evento organizado em parceria entre Brasil e França, na sede do Fundo Monetário Internacional (FMI). O tema ganhou destaque na reunião do G20 realizada em São Paulo, em fevereiro.

À tarde, o ministro, participa das reuniões da cadeira brasileira do Banco Mundial e do FMI. À noite, às 18h30, irá a um jantar oficial de trabalho do G20, na sede do FMI.

BIS menciona Drex do Brasil ao defender futuro sistema financeiro com usuário no centro

 


Relatório do Banco divulgado nesta segunda-feira (15) argumenta maior acesso a serviços e ativos financeiros 

 

Torre do edifício sede do Banco de Compensações Internacionais (BIS) na Basileia
Torre do edifício sede do Banco de Compensações Internacionais (BIS) na Basileia Foto: Reuters/Arnd Wiegmann 
 

Gabriel Bueno da Costa, do Estadão Conteúdo

O Banco de Compensações Internacionais (BIS, na sigla em inglês) publica nesta segunda-feira (15) relatório de trabalho, no qual discute sua visão para o futuro do sistema financeiro.

 Batizando-o de “Finternet”, o BIS argumenta que é crucial colocar os usuários dos serviços financeiros “firmemente no centro”, com acesso a uma variedade mais ampla de serviços e ativos financeiros e maior flexibilidade para gerenciar suas questões nessa frente.

Nesse contexto, o documento ainda menciona o caso do Drex no Brasil.

 Segundo o BIS, os serviços financeiros devem ser “baratos, seguros e quase instantâneos”, para todos. O sistema financeiro deve ajudar pessoas e empresas a gerenciar riscos, salvaguardar suas economias e investir em um futuro melhor, argumenta.

O BIS acredita que os ganhos podem ser “particularmente grandes” nos mercados emergentes e nas economias em desenvolvimento, diante de sua falta de acesso maior a serviços financeiros no quadro atual.

O BIS vê três componentes necessários para traduzir essa visão em realidade: uma arquitetura econômica e financeira eficiente, tecnologia de ponta; e marcos legais e de governança robustos.

Estratégias de unificar os múltiplos ativos financeiros em uma carteira oferecem a possibilidade de reduzir processos lentos, como o de compensações, dando mais eficiência e serviços confiáveis aos usuários, acredita a instituição.

Mas ela também admite a “incerteza considerável” sobre como de fato as tecnologias inovadoras servirão melhor como uma base para o futuro do sistema financeiro, e seus melhores usos.

O BIS acredita que avançar nessa frente “exige experimentação” e vê muitos bancos centrais engajados neste processo “necessário de tentativa e erro”.

Em box, o BIS comenta o caso do Drex, após o sucesso do PIX no Brasil. O BC brasileiro lançou o Drex, um projeto de real digital, como parte de uma agenda mais ampla para fomentar a competição no sistema financeiro por meio da inovação, cita o BIS.

Também incluídos nesta categoria estão o Pix, a iniciativa de open finance e a internacionalização do real, diz o BIS. O Drex é apontado como “talvez uma das iniciativas mais avançadas” na tentativa de tornar realidade a unificação de carteiras, “ele certamente não é o único”.

O BIS menciona também projetos do BC da Coreia do Sul e de Cingapura, nessa mesma linha.BIS menciona Drex do Brasil ao defender futuro sistema financeiro com usuário no centro


Sem investimentos, Angra 1 pode ser desligada em dezembro

 


Presidente da Eletrobras comunicou à Eletronuclear que não tem obrigação de investir na primeira usina nuclear brasileira .

 

 

Visão geral de usina em Angra (Crédito: REUTERS/Lucas Landau)

 

Uma carta enviada no dia 14 de março pelo presidente da Eletrobras, Ivan Monteiro, ao presidente do Conselho de Administração da Eletronuclear, Thiago Guilherme Ferreira Prado, caiu como uma bomba na empresa que gere as usinas nucleares brasileiras. No documento, Monteiro informa que a Eletrobras não tem qualquer obrigação de realizar aportes para finalização do Projeto de Extensão da Vida Útil de Angra 1, a pioneira do país, em operação desde 1985.+ Angra 1 é reconectada ao Sistema Interligado Nacional, informa Eletronuclear

Sem investimento, a Eletronuclear pode ser obrigada desligar a central elétrica em 24 de dezembro, quando vencerá sua licença. Com isso, Eletronuclear perderá sua receita, além de debilitar o sistema nacional em 640MW de energia firme e próxima ao centro de carga (região Sudeste), volume suficiente para abastecer uma cidade como Belo Horizonte.

O projeto de Extensão da Vida Útil de Angra faz parte do “Novo PAC” e os investimentos para 2024 são de ordem de R$ 800 milhões.

Na mesma carta, o presidente da Eletrobras comunica sua preocupação a respeito da continuidade operacional da Eletronuclear, expressada pelos auditores independentes da PWC (Price Water House Coopers) no âmbito das demonstrações financeiras de 2023. Segundo ele as incertezas não são novas e mesma preocupação já constava das demonstrações financeiras de 2022, ano em que a Eletronuclear deixou de ser subsidiária integral da Eletrobras.

Na carta, o presidente da Eletrobras alega que a empresa, antes da sua privatização em junho de 2022, já teria aportado R$ 3,7 bilhões, direta e indiretamente, na Eletronuclear e manifesta suas preocupações sobre a continuidade operacional da companhia, tendo em vista que o agravamento de sua situação de caixa e seu desequilíbrio econômico-financeiro foram acentuados pela ineficiência de contenção nos custos de pessoal, material e serviços e pelos reiterados atrasos relacionados à estruturação do Projeto de Angra 3.

E conclui que segue monitorando as ações e as iniciativas da administração da Eletronuclear para equacionamento do desequilíbrio econômico-financeiro, incluindo medidas de racionalização da gestão, redução de custos, adequada interação e follow-up junto ao Poder Concedente e aos órgãos responsáveis pela modelagem do projeto de Angra 3.

O problema é que o Projeto de Extensão da Vida Útil de Angra 1 foi aprovado pela própria Eletrobras em 2019, muito antes da sua privatização. E o Conselho de Administração da Eletronuclear, no qual a Eletrobras possui assentos, aprovou em novembro de 2023 e, novamente, em janeiro de 2024, um empréstimo “ponte” dos acionistas (Eletrobras e ENBPar) no valor de R$ 800 milhões, até que o financiamento de longo prazo do banco americano Eximbank fosse aprovado.

Segundo fontes próximas ao assunto, o acordo de investimentos assinado na época da privatização da Eletrobras rege “novos investimentos e Angra 3”. Por meio dele, as partes se comprometem com a retomada de Angra e os novos investimentos somente são obrigatórios se ambas as partes concordarem. Entretanto, o Projeto de Extensão da Vida Útil de Angra 1 foi aprovado pela própria Eletrobras em 2019, não sendo considerado “novo investimento”. Procurada, a Eletronuclear, não se pronunciou sobre a carta de Monteiro.

Cacau Show recebe sinal verde do Cade para compra do PlayCenter

 


Alê Costa e Marcelo Gutglas juntos no evento da divulgação da compra do Grupo Playcenter pela Cacau Show

Alê Costa e Marcelo Gutglas juntos no evento da divulgação da compra do Grupo Playcenter pela Cacau Show (Crédito: Divulgação)

A Cacau Show recebeu sinal verde para seguir com seus planos para o PlayCenter. Quase dois meses depois do anúncio da compra do parque pela empresa de chocolates, a aprovação do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) foi publicada nesta quarta-feira (17) no Diário Oficial da União.

O negócio foi anunciado em fevereiro. A IstoÉ Dinheiro questionou a Cacau Show sobre os próximos passos após a aprovação do Cade, mas, até a última atualização desta reportagem, não havia recebido retorno.

Conhecido pelos parques de diversões, o Grupo Playcenter tem 50 anos de fundação e hoje conta com tem dois modelos de negócio em shoppings centers – Playland e o Playcenter Family.

Já a Cacau Show tem mais de 4,2 mil lojas pelo Brasil e busca diversificar seus negócios para além da venda de chocolates no varejo. E a compra do PlayCenter não é o primeiro passo nesse sentido, já que a empresa do chocolaier Alê Costa entrou recentemente para o setor hoteleiro.

Foi anunciada a compra do antigo Hotel Vacance, em Águas de Lindóia (SP) com o objetivo de transformá-lo em um hotel temático de chocolate para toda família. Já em Campos de Jordão (SP, a empresa tem o Bendito Cacao Resort & Spa, com atrações focadas para casais.

Após o anúncio da compra do PlayCenter em fevereiro, Costa falou à IstoÉ Dinheiro sobre a expectativa para os próximos anos da ampliação dos negócios indoor em diversos shoppings do Brasil. Além disso, o projeto prevê a inauguração de atrações exclusivas para toda a família em uma das redes na zona norte de São Paulo e um super parque de diversões em Itu (SP) – com conceito Disneylândia.

Pedidos de recuperação judicial têm maior alta em 8 anos, puxados por agro e comércio

 


No acumulado em 12 meses, alta foi de 73%, o 15º aumento seguido; especialistas ainda não enxergam perspectivas de melhora.

 

 

Loja do Dia - Crédito: Divulgação

Apesar da queda da Selic já em curso, o número de pedidos de recuperação judicial segue crescendo. No acumulado do primeiro trimestre de 2024, o avanço foi de 73,4%, o maior para o período desde 2016. Os dados foram antecipados pela Serasa Experian à IstoÉ Dinheiro

Somente em março, foram 183 pedidos, um crescimento de 94,7% em comparação ao ano passado, e de 8,3% em relação a fevereiro deste ano. Já em 12 meses, o aumento dos pedidos de RJs foi de 73,3%, o 15º aumento seguido. E, por enquanto, não há perspectiva de melhora, segundo afirma o economista da Serasa Experian, Luiz Rabi, dado o “patamar ainda muito elevado de inadimplência das empresas”. 

“Enquanto isso não entrar numa tendência de queda, os dados de pedidos recuperações continuarão elevados”, afirma ele.

“Se esse ritmo se mantiver, até o final do ano nós vamos praticamente igualar ou até mesmo ultrapassar a quantidade de pedidos de RJ que nós observamos em 2016.”

No mercado, a perspectiva também não é positiva entre quem acompanha de perto a situação de empresas em dificuldades. “Eu não vejo cenário melhorando, eu vejo piorando”, afirma Max Mustrangi, sócio fundador da Excellance, empresa que atua com reestruturação de empresas. 

Ele cita riscos externos, como a persistência da inflação nos Estados Unidos (que pode minar as chances de queda de juros e dificultar o afrouxamento das taxas no Brasil) e internos, como as preocupações sobre as contas públicas e as consequências sobre a inflação. 

Rabi também aponta esses fatores como obstáculos para a melhora do cenário para as empresas. “Mais recentemente voltaram as preocupações, com o governo agora revisando a meta fiscal do ano que vem para baixo, isso está impactando a curva de juros, o dólar subindo”, comenta. “Essas incertezas ainda pairam sobre o cenário econômico e isso pode atrapalhar nesse processo de queda de inadimplência.”

Preocupações com agro e comércio

Na divisão por setores, o agronegócio e o comércio se destacam com os maiores aumentos no número de pedidos de RJ. Na comparação anual, os avanços em março de 2024 foram de 200% e 220%, respectivamente. A indústria registrou alta de 55% e o setor de serviços, de 47,9%. 

Para o agro, especialistas apontam dificuldades como o clima, queda nos preços dos grãos e aumento no custo de fertilizantes. E a perspectiva é de que a tendência perdure por mais alguns meses, segundo Mustrangi. 

“Eu tenho conversado muito com o setor financeiro e a expectativa de RJs no agro não para no primeiro trimestre com a safra. Existe uma perspectiva de continuidade de casos de RJ e falência no agro no segundo e terceiro trimestre, que é quando as empresas vão começar a fazer água, não conseguem achar financiamento, vai acabando o estoque de dinheiro no caixa”, afirma ele. 

Já para o comércio, Rabi aponta que “é um setor que depende de juros, de crédito e de renda”, e portanto tende a sofrer mais com a Selic ainda elevada.

Entre os pedidos de RJ do comércio em março houve o da rede de supermercados Dia. “Esse caso foi como o de um monte de empresas que foram malucamente e obsessivamente atrás do crescimento a qualquer custo do faturamento, e se esqueceram que precisava dar rentabilidade, dar retorno”, opina Mustrangi.