terça-feira, 11 de junho de 2024

Aumento de produtividade é necessário para PIB de qualidade, dizem economistas

 


Para um crescimento qualitativo da economia, especialistas ressaltam importância da reforma tributária, eficiência nos gastos públicos e melhora no ritmo de produtividade 

 

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dinheiro Getty Images

Pedro Zanattado CNN Brasil Business

em São Paulo

Os recentes indicadores econômicos têm apresentado resultados positivos e feito com que o mercado apresentasse revisões a respeito das expectativas de crescimento da economia brasileira.

Na segunda-feira (5), o presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto, comentou sobre os dados positivos, avaliando que o crescimento apresentado do Produto Interno Bruto (PIB) no segundo trimestre deste ano se deu com qualidade.

“Tivemos um crescimento de 1,2% que foi um número que surpreendeu, mas ele surpreendeu no qualitativo, porque vemos basicamente [como causas] investimento e consumo das famílias, que é onde não esperávamos que viria”, disse Campos Neto.

Na quinta-feira (1º), o (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) IBGE informou que a economia brasileira registrou crescimento de 1,2% no segundo trimestre de 2022 em comparação com os três primeiros meses do ano. O resultado foi impulsionado pelo investimento medido pela Formação Bruta de Capital Fixo, que registrou alta de 4,8% no período e pelo consumo das famílias, com alta de 2,6%, maior alta desde o quarto trimestre de 2020 (3,1%).

No mesmo dia, o secretário de Política Econômica do Ministério da Economia, Pedro Calhman, também considerou a qualidade dos resultados. “Esse é um crescimento puxado por investimento, que gera maior capacidade de produção no futuro. Então é o melhor tipo de crescimento”, disse.

Produtividade

Especialistas ouvidos pelo CNN Brasil Business reforçam a qualidade do crescimento, no entanto, explicam que para o longo prazo e a continuidade de um crescimento de qualidade, país deve se preocupar com o aumento da produtividade.

O economista e diretor do Centro de Cidadania Fiscal (CCif), Bernard Appy, explica que o ritmo de produtividade tem sido baixo nos últimos 40 anos. Segundo o especialista, para que ocorra esse aumento é necessário melhorar as instituições, corrigir distorções no modelo tributário e a aprimorar a formação da mão de obra no Brasil.

Em relatório que analisa a série de produtividade anual da economia brasileira do FGV IBRE, foi comparada a trajetória entre a produtividade por hora trabalhada e uma medida de bem-estar econômico, dada pela renda per capita, entre 1981 e 2021.

O resultado obtido pelos pesquisadores evidencia a relação estreita entre produtividade e bem-estar no longo prazo, uma vez que entre 1981 e 2021, enquanto a renda per capita cresceu 0,8% ao ano (a.a.), a produtividade por hora trabalhada avançou 0,6% a.a.

Segundo o estudo, outra evidência da forte conexão entre produtividade e bem-estar é o fato de que períodos de aumento mais rápido da renda per capita estão associados a uma aceleração do crescimento da produtividade.

Os pesquisadores citam como exemplo que, entre as décadas de 1990-2000 e 2000-2010, o crescimento da renda per capita aumentou de 1% a.a. para 2,3% a.a. (variação de 1,3 pontos percentuais). Entre essas duas décadas, o crescimento da produtividade por hora trabalhada acelerou de 0,7% a.a. para 1,6% a.a. (variação de 0,9 p.p.).

Além da produtividade, especialistas ressaltam a disfunção do sistema tributário brasileiro, seus impactos na economia e, consequentemente, a necessidade de uma reforma.

Bernard Appy reforça a importância das correções tributárias através de uma reforma ampla. “Hoje no Brasil temos, nos tributos indiretos – como PIS/Cofins, ISS, etc – uma quantidade enorme de benefícios fiscais, alíquotas diferenciadas. Em tributos como estes, com diferenciações, obriga a economia se organizar de formas diferentes e, consequentemente, ineficientes”, disse.

Além disso, o economista lembra que o atual sistema tributário brasileiro gera insegurança jurídica e, consequentemente, afasta investimentos no país, algo importante para o crescimento da economia.

Para Gabriel de Barros, economista-chefe da Ryo Asset, a questão tributária é, de fato, um dos principais pontos para possibilitar resultados de qualidade no longo prazo, elevando o PIB potencial, melhorando o ambiente de negócios e reduzindo o custo de compliance tributário.

O especialista elenca outro ponto que considera relevante para a discussão, a necessidade de o Brasil buscar estar no mesmo nível em termos de inovação e tecnologia com os países pares, sendo uma agenda relevante para fomentar e internalizar os ganhos da transição para uma economia se baixo carbono, “outro vetor relevante de crescimento econômico e atração de investimentos”.

Ambos os economistas concordam em pontos-chave como, por exemplo, a melhoria qualitativa e eficiente dos gastos públicos. Isso vale para diversas áreas em que o gasto público, seja federal ou subnacional, é elevado, mas de baixa efetividade. No entanto, os especialistas destacam a educação como sendo fundamental para gerar resultados no longo prazo.

O resultado do PIB brasileiro fez com que o Brasil alcançasse o sétimo melhor desempenho entre as principais economias do mundo em 2022 no segundo trimestre de 2022, de acordo um levantamento da agência de classificação de risco Austin Rating.

 

 https://www.cnnbrasil.com.br/economia/aumento-de-produtividade-e-necessario-para-pib-de-qualidade-dizem-especialistas/

BC trabalha em pagamento com Pix por aproximação, diz Campos Neto

 


SÃO PAULO (Reuters) – O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, disse nesta terça-feira estar fazendo uma associação com Google Pay e Apple Pay para que seja possível fazer pagamentos com Pix por aproximação, usando o telefone celular.

Em evento promovido pelo Valor Capital Group, em São Paulo, Campos Neto afirmou que uma das razões que levam as pessoas a usarem o cartão de crédito no lugar do Pix é a facilidade da ferramenta de aproximação.

Na apresentação, ele também defendeu o diálogo entre países para que se avance em uma integração global de sistemas de pagamento instantâneo.

 

(Por Bernardo Caram)

Conab anuncia que leilão do governo para compra de arroz está anulado

 


Na média dos últimos cinco anos (2014-2018), o arroz de sequeiro rendeu 2.134 kg/ha, enquanto o irrigado teve um rendimento de 7.403 kg/ha - 3,5 vezes mais

O diretor-presidente da Conab (Companhia Nacional de Abastecimento), Edegar Pretto, anunciou nesta terça-feira,11, que o leilão feito pelo governo na última quinta-feira,6, para compra de 263,37 mil toneladas de arroz está anulado.

“Em acordo com o ministro Fávaro [Agricultura] e Paulo Teixeira [Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar], decidimos anular esse leilão. E vamos revisitar os mecanismos que são estabelecidos para esses leilões, com apoio da Controladoria Geral da União, da Advocacia Geral da União, pretendemos fazer um novo leilão, quem sabe em outros modelos, para que a gente possa ter as garantias de que vamos contratar empresas que tenham capacidade técnica e financeira, e que vão honrar os contratos. Por esse motivo, a decisão é anular esse leilão e proceder com um novo mais ajustado”, disse Pretto em entrevista coletiva aos jornalistas.

Após o leilão, opositores ao governo, sobretudo a ex-ministra da Agricultura Tereza Cristina, atualmente senadora pelo Partido Progressistas, por Mato Grosso do Sul, levantaram suspeitas sobre a participação de empresas desconhecidas do mercado e que arremataram alguns lotes.

Como mostrou o jornal O Estado de S.Paulo, das quatro companhias vencedoras, apenas uma é uma empresa do ramo.

Hoje, Pretto alegou que o leilão “é muito complexo”, e que as empresas são representadas por bolsas de mercadorias. “E somente depois que o leilão é concluído, é que ficamos sabendo quem são as empresas vencedoras. A partir da revelação de quem são essas empresas, começaram os questionamentos sobre capacidade técnica e financeira de honrar os compromissos do leilão, que envolve um volume expressivo de dinheiro público”, argumentou.

Lula veta ideia de fazer casa provisória no RS, dias após Leite anunciar medida

 

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva vetou a ideia de o governo federal investir recursos da União para a construção de moradias provisórias aos cidadãos gaúchos diante das enchentes que acometem a região. A fala do chefe do Executivo, contudo, ocorre dias após o governador do Estado, Eduardo Leite (PSDB), ter anunciado a instalação de 500 casas provisórias em três regiões afetadas pelas enchentes.

A declaração de Lula ocorreu nesta terça-feira, 11, durante anúncio de acordos indenizatórios às famílias proprietárias de moradias em edifícios da Região Metropolitana de Recife. A fala do petista foi fechada, mas divulgada posteriormente pela Secretaria de Comunicação Social (Secom).

No discurso, Lula disse ter comunicado ao ministro das Cidades, Jader Filho, que o governo federal não fará investimentos em casas provisórias. “Tem sempre a ideia de que é preciso cuidar para fazer uma casa provisória. Eu falava: Não tem casa provisória”, comentou.

“É melhor dizer a verdade para o povo, é melhor dizer que destruir é muito rápido, construir é muito demorado, mas a gente vai ter que encontrar terreno sólido, vai ter que fazer casa com rua, com esgoto, com água, com energia elétrica, com área de lazer para as crianças, com escola”, acrescentou Lula. “Porque a gente não pode fazer o pessoal, depois do que passaram no Rio Grande do Sul, voltar a morar em lugar inóspito, em lugar inseguro.”

Na sexta-feira, 7, Leite anunciou que 500 casas provisórias serão instaladas em três regiões afetadas pelas enchentes: Eldorado do Sul (250), Região Metropolitana (100) e Vale do Taquari (150). De acordo com o governo gaúcho, as unidades são destinadas às famílias cujas casas foram totalmente destruídas ou estão com estrutura condenada.

As unidades habitacionais serão em construção modular com base metálica e terão 27 metros quadrados. Elas contarão com um dormitório, sala/cozinha conjugadas e banheiro, mobiliário planejado e eletrodomésticos. O prazo de entrega é de 30 dias a partir da liberação do terreno, segundo informações do governo estadual.

No início da tragédia do Rio Grande do Sul, Lula e Leite falavam sobre a união entre os Poderes para enfrentar a crise. Contudo, especialmente após o governo federal nomear Paulo Pimenta como ministro designado para acompanhar a reconstrução do Estado, a relação se distanciou.

Auxiliares do Lula avaliam que o tucano não tem feito acenos de agradecimento ao petista. “Nem um ‘obrigado’ ele fala”, afirmou um integrante do governo. Na semana passada, o governador tentou se reunir a sós com Lula para pedir novas medidas ao Estado. Na terça-feira passada, dia 4, Leite viajou a Brasília e, no dia seguinte, pediu um encontro com o chefe do Executivo no Palácio do Planalto.

O petista, contudo, negou a agenda para um “café” com mais governadores, que também foram à sede do Executivo federal para participar de um evento em ocasião ao Dia Mundial do Meio Ambiente.

Nesta quinta-feira, 6, Lula e Leite estiveram juntos em agenda de Lula no Rio Grande do Sul durante a manhã, quando fizeram uma visita à cidade de Cruzeiro do Sul. Porém, na ida a Arroio do Meio, o governador não acompanhou o petista para participar de agendas internas do Estado.

Marisa Lojas aprova aumento de capital de até R$ 750 milhões

 


Marisa terá um novo comandante com passagens pela Nestlé e Riachuelo - Crédito: Divulgação

A Marisa Lojas aprovou um aumento de capital privado de até R$ 750 milhões como parte de uma reestruturação financeira mais ampla que vem implementando, informou a companhia no final da segunda-feira, 11.

A Marisa vai emitir cerca de 535,7 milhões de ações ao preço de R$ 1,40 cada, o que representa um desconto de 14,6% em relação ao preço de fechamento de segunda-feira.

Os acionistas receberão dois bônus de subscrição para cada 10 ações que comprarem na transação. Cada bônus de subscrição dá direito a uma nova ação, segundo a Marisa.

Os acionistas controladores se comprometeram a investir pelo menos R$ 290 milhões no aumento de capital, acrescentou a companhia.

Atakadão Atakarejo investe R$ 70 milhões em nova loja

 São Caetano | Atakarejo



  Liderado pelo fundo de investimentos Patria, o Atakadão Atakarejo abrirá uma unidade em Vitória da Conquista, município da Bahia, na próxima quinta-feira (13). A loja recebeu investimento de R$ 70 milhões e conta com 13.390 m² de área e 250 vagas de estacionamento. Atualmente, a rede tem 32 operações na Bahia. O Patria, que comprou o controle do negócio em 2023, pretende abrir 50 unidades da bandeira até 2028. A transação movimentou R$ 850 milhões e o fundo assumiu 56% do Atakadão, enquanto o fundador da rede, Teobaldo Costa, ficou com 44% de participação.


Crescimento

 

  "A meta é ter mais 50 lojas com a bandeira Atakarejo nos próximos 4 a 5 anos. Vamos triplicar o tamanho da rede nesse período", afirmou Luis Cruz, sócio do Pátria e responsável pelos novos investimentos de private equity no Brasil, após a aquisição do negócio. Com faturamento de R$ 4,3 bilhões no ano passado, contra R$ 3,7 bilhões em 2022, o Atakadão Atakarejo ocupa a 6ª posição entre os maiores atacados do Brasil, de acordo com o Ranking ABAD/NielsenIQ 2024. Já no Ranking Abras, que considera todas as empresas do canal alimentar, a rede figura na 24ª posição.

 

 https://gironews.com/atacado-cash-carry/atakadao-atakarejo-investe-r-70-milhoes-em-nova-loja/

Apple, enfim, revela sua nova IA e integra iPhone com ChatGPT

 

 Ficheiro:Apple logo black.svg – Wikipédia, a enciclopédia livre

 

A Apple anunciou nesta segunda-feira, 10, sua nova inteligência artificial (IA), batizada de Apple Intelligence, em uma tentativa de mostrar que a empresa não está para trás na corrida pelo domínio da tecnologia. Além disso, a companhia revelou uma parceria com a OpenAI para integrar o ChatGPT à assistente Siri, que ganhou um banho de loja.

A gigante apresentou também o iOS 18, nova geração de seu sistema operacional para celulares, e novidades para o Vision Pro, AirPods, tvOS, Apple Watch, Mac e iPad. Os anúncios aconteceram na Worldwide Developers Conference (WWDC 2024), nos EUA.

A notícia mais aguardada foi a parceria entre a dona do iPhone e a OpenAI. Com ela, a assistente Siri vai perguntar ao usuário se as respostas podem ser realizadas em parcerias com o ChatGPT.

Assim, a IA da OpenAI será será integrada aos aparelhos com compatibilidade ao iOS 18. A Apple, porém, acrescentou que pretende oferecer outras IAs como cérebro da Siri, o que abre portas para o Claude, da Anthropic, e o Gemini, do Google.

Além da Siri, a OpenAI vai ser integrada em alguns aplicativos da Apple como o Notas, para gerar textos a partir de comandos, por exemplo. A ferramenta também vai aceitar comandos em fotos, para analisar imagens ou responder perguntas sobre as imagens.

Inicialmente, a nova parceria vai estar disponível em inglês no fim do ano para iOS 18, iPadOS 18 e macOS Sequoia. Uma versão beta vai deverá chegar por volta de setembro, provavelmente após o lançamento do iPhone. Outros idiomas e plataformas estarão disponíveis apenas no ano que vem.

Apple Intelligence

Antes do anúncio da parceria com a OpenAI, o CEO da Apple, Tim Cook, mostrou a Apple Intelligence, nova plataforma de IA da companhia. Foi a primeira vez que a Apple revelou sua estratégia de IA publicamente. “Tem de ser poderosa, intuitiva, integrada, pessoal e privada”, defendeu Cook sobre a estratégia de IA da empresa. Os recursos de IA generativa da Apple vão estar disponíveis para iPhone 15 Pro, iPad Pro, MacBooks e iMacs mais novos, entre outros.

A plataforma Apple Intelligence vai permitir reescrever e corrigir textos. Vai ser possível pedir que a IA reescreva com o tom da mensagem para algo mais formal ou informal, algo que o Google já disponibiliza no Workspace, por assinatura.

A Apple Intelligence também vai editar fotografias e vídeos, removendo objetos do fundo de imagens. Também vai ser possível pesquisar por conteúdos no app Fotos com comandos mais descritivos. O Image Wand, integrado no aplicativo Notas, vai poder transformar rascunhos de desenhos em imagens mais detalhadas e ilustrações com referências.

No iOS 18, será possível reorganizar os aplicativos da tela de início. Uma das novidades para a Apple é permitir a mudança de cores de aplicativos e de barras de ferramentas. A customização chega também à central de controle, acessada por um deslize de dedo no topo da tela direita do iPhone. A tela de desbloqueio vai permitir que aplicativos tenham acesso rápido – os botões de câmera e lanterna poderão ser substituídos por outros comandos e aplicativos.


As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.