segunda-feira, 17 de junho de 2024

Temu chega ao Brasil para concorrer com Amazon, Shopee, AliExpress, Shein e ML

 


Temu: presente em 18 países, é o segundo aplicativo de compras mais usado nos EUA, depois da Amazon (Crédito:Divulgação)

RESUMO

• E-commerce chinês Temu, lançado em 2022, tornou-se um dos aplicativos mais baixados do mundo.
• Agora, desembarca no Brasil em meio à explosão do comércio digital de marcas estrangeiras.
• A “taxa das blusinhas” protegerá as lojas nacionais?
• Relatório do BTG não vê dano significativo na recente taxação do governo sobre itens importados de até US$ 50

Depois de meses de espera, a Temu finalmente desembarcou no Brasil. O marketplace do grupo chinês Pinduoduo (PDD) começou a operar no País no dia 6 de junho, no momento em que o varejo atravessa crises de empresas nacionais como Americanas e Marisa, ao mesmo tempo em que as internacionais – Mercado Livre, Amazon, Shopee, AliExpress e Shein – decolam. Para tentar fazer frente ao avanço das estrangeiras, o Senado Federal e a Câmara aprovaram, neste mês, a taxação das compras internacionais de até US$ 50, popularmente apelidada de “taxa das blusinhas”. Agora, o texto segue para a sanção do presidente Lula. Se esses fatores movimentam o setor, a Temu chega para abalar ainda mais.

Presente em 18 países, a varejista digital é especializada em vender (quase) tudo a preços baixíssimos, com estratégias agressivas de descontos e fretes grátis, atraindo milhares de clientes por onde passa. Não dá para negar que há motivos de sobra para os concorrentes se preocuparem com a chegada da plataforma no País.

Os números da empresa justificam a visão atenta do mercado.
Entrou em funcionamento pela primeira vez nos Estados Unidos em setembro de 2022, caiu no gosto popular e em apenas dois anos tornou-se o segundo aplicativo de compras mais usado no país, depois da Amazon, em termos de usuários mensais, de acordo com a Bloomberg.
Logo ocorreu a expansão das operações para outras potências como Alemanha, França, Reino Unido e Canadá.
Isso deu ao e-commerce a quinta posição no ranking de apps mais baixados no mundo em 2024, atrás somente das já tradicionais redes sociais TikTok, Instagram, Facebook e WhatsApp, segundo o portal App Magic.

Esse fenômeno é reflexo da estratégia da PDD, controladora da Temu, que visa crescimento global em longo prazo. A companhia saltou de um faturamento de US$ 4,3 bilhões em 2019 para US$ 34,9 bilhões no último ano. “Continuaremos focando no crescimento do nosso valor intrínseco de longo prazo através do investimento em iniciativas que tragam resultados sustentáveis e impactos em nossas comunidades”, disse Lei Chen, presidente e co-CEO da Pinduoduo, no relatório financeiro de 2023.

No Brasil, a Temu chega com o apetite de conquistar os consumidores, especialmente pelos preços competitivos e acessíveis. Em nota enviada à DINHEIRO, a empresa afirmou que a entrada no mercado tupiniquim segue o plano de permitir que mais pessoas de todas as classes sociais tenham acesso a produtos de qualidade. “Estamos empolgados para oferecer aos consumidores brasileiros produtos de qualidade a preços excelentes, conectando-os diretamente com fabricantes de classe mundial”, afirmou. “Ao eliminar margens de lucro desnecessárias, estamos facilitando o acesso de todas as pessoas aos produtos que desejam e necessitam”, complementou a companhia, que ainda não tem um executivo para liderar a operação no País.

A Temu mira um mercado bilionário.
O e-commerce brasileiro movimentou R$ 185,7 bilhões em 2023, segundo a Associação Brasileira de Comércio Eletrônico (ABComm).
A previsão para 2024 é que alcance R$ 205,11 bilhões, 10,45% superior ao ano anterior.

(Divulgação)

Presidente e co-CEO da Pinduoduo, Lei Chen foca no longo prazo: “Estamos empolgados
para oferecer produtos de qualidade a preços excelentes”, declarou a companhia

Com site e aplicativo já disponíveis em português, há mais de trinta categorias de produtos na prateleira digital da chinesa, entre eles:
moda feminina,
masculina e infantil,
eletrônicos,
decoração,
beleza e saúde,
e artigos para animais de estimação.

Em relatórios da XP, os analistas de varejo Danniela Eiger, Gustavo Senday e Laryssa Sumer apontaram que a plataforma estreou com uma estratégia promocional agressiva com descontos de até 90% para produtos selecionados, enquanto cupons de R$ 15 a R$ 50 de desconto também estão disponíveis para compras acima de R$ 175.

No entanto, a companhia estabeleceu um pedido mínimo de R$ 75 para proceder o checkout, potencialmente como forma de otimizar os custos de frete.

Outra iniciativa inovadora em relação à concorrência é que, caso os preços listados diminuam após 30 dias da compra dos consumidores, a Temu se compromete a reembolsar a diferença, o que também arregala os olhos dos consumidores brasileiros ávidos por compras com descontos e cashback.

As plataformas Shein e Shopee apostam em novas formas de compras e agressividade promocional para dominar o varejo brasileiro (Crédito:Divulgação )
(Divulgação)

CONCORRÊNCIA

Enquanto a novata ainda desfaz as malas no Brasil, a Temu comemora os rápidos resultados nos Estados Unidos e no México. Poucos meses após o lançamento nesses países, a base de usuário aumentou e o app se tornou vice-líder e líder em usuários ativos mensais nesses respectivos mercados.

Os players já estabelecidos aqui têm respondido à entrada agressiva da Temu com estratégias e investimentos.

O Mercado Livre – plataforma de origem argentina – anunciou em março o aporte de R$ 23 bilhões para as operações brasileiras neste ano, com o objetivo de preservar sua liderança e se posicionar melhor na batalha por atração e retenção de clientes.

O e-commerce da PDD entra para disputar os clientes com as plataformas asiáticas Shein, AliExpress e Shopee. Isso porque a Temu se assemelha ao modelo de negócios da Shein, que leva precisão e eficiência para uma performance ainda melhor dos fabricantes chineses, enquanto pode ser comparada com a proposta de valor da Shopee, com variedade de produtos.

Segundo o especialista Alberto Serrentino, fundador da Varese Brasil e vice-presidente da Sociedade Brasileira de Varejo e Consumo, há embate direto entre a Temu e a Shopee. “A Temu deve investir em vendedores locais, assim como fez nos Estados Unidos. Esse é o modelo de negócio da Shopee para atrair uma base maior de clientes em cada país”, afirmou.

Embora a comparação seja quase inevitável, a Shopee, e-commerce de Singapura que opera no Brasil desde 2019, não gosta de se colocar no mesmo balaio. À DINHEIRO, Felipe Piringer, head de marketing da Shopee, disse que a empresa é tão brasileira quanto as outras. “A operação brasileira tem foco local. Temos dois escritórios em São Paulo, mais de 10 mil colaboradores, além de centros de distribuição, galpões logísticos e pontos de coleta”, disse. Segundo Piringer, são 3 milhões de vendedores brasileiros na plataforma, como Havaianas e MadeiraMadeira, e mais de 90% das vendas são de lojistas locais.

Em crescimento, Mercado Livre anunciou investimento de R$ 23 bilhões no Brasil em 2024. País é o maior mercado da empresa argentina (Crédito:Divulgação )

Se entre as concorrentes internacionais a Temu causa preocupação, nas varejistas brasileiras a situação é ainda mais delicada. Muitas delas enfrentam fragilidades financeiras e a chegada de um player altamente competitivo pode deixar a disputa pelo mercado ainda mais acirrado.

De acordo com um levantamento da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), a quantidade de itens de bens de consumo com valor de importação de até US$ 50 por unidade cresceu 35% em 2023 em relação a 2022. Lideraram as encomendas produtos originários da China (51,8%). Muito atrás estão Argentina (6,2%) e Paraguai (5,9%).

DIPLOMACIA

Vislumbrando o potencial de mercado proveniente da aliança entre Brasil e China, o vice-presidente da República e chefe do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (Mdic), Geraldo Alckmin, esteve no país asiático na primeira semana de junho em uma comitiva empresarial. O plano, segundo ele, era celebrar acordos e aproximar o empresariado chinês das oportunidades brasileiras. Entre os acordos firmados, destacam-se os R$ 24,6 bilhões autorizados em concessões de crédito para o mercado brasileiro de bancos chineses e o acordo para exportação de café de R$ 500 milhões.

Se o clima diplomático rondava os eventos de comemoração de 50 anos das relações entre Brasil e China na estada de Alckmin por lá, por aqui um assunto bem menos afável era tratado entre os importadores de produtos, em especial os chineses.

A taxação do governo para compras internacionais acima de US$ 50, tópico sensível inclusive entre o eleitorado petista, foi aprovada no Congresso e seguiu para sanção presidencial. Na prática, a mudança surge como forma de proteger a indústria brasileira, como parte do pacote de renovação dos parques fabris promovido pelo governo com iniciativas como o Mover.

Alckmin prega cautela ao falar sobre o assunto. “Enquanto governo, precisamos olhar o todo. A cadeia como um todo. O fato é que, como foi colocado, não se trata de um valor muito alto. E, na contrapartida, é algo que ajuda a preservar emprego, garantir o desenvolvimento de empresas”, disse ele à DINHEIRO, ao avaliar que o mundo tem observado o potencial de consumo brasileiro. “Estamos trabalhando para dar ao mundo a infraestrutura ideal. A reforma tributária, por exemplo, nos coloca em paridade com as melhores práticas mundiais e abre espaço para muitas empresas, inclusive as chinesas.”

Para Geraldo Alckmin, vice-presidente da República e ministro do Mdic, a Reforma Tributária abre espaços para a chegada de companhias estrangeiras (Crédito:Divulgação )

Mesmo impopular entre os cidadãos, em razão da percepção de que os preços dos produtos aumentarão, a medida não é vista como fim da linha para as asiáticas e não deve ser capaz de frear o bom momento das operações.

Segundo Claudio Felisoni de Angelo, presidente do Instituto Brasileiro de Executivos de Varejo & Mercado de Consumo (Ibevar), se sancionada, a taxação terá efeito limitado para os consumidores. “Os preços das plataformas chinesas continuarão muito atrativos em relação aos ofertantes do mercado interno”, afirmou. Em relatório divulgado no dia 7, analistas do BTG Pactual também apontaram que, mesmo com os impostos, ainda há posicionamento competitivo para essas plataformas com uma ampla variedade de produtos mais baratos. Dessa forma, as portas do Brasil estão escancaradas para as plataformas chinesas. O consumidor agradece. Os concorrentes nem tanto.

sexta-feira, 14 de junho de 2024

Vale reitera que busca potenciais parceiros para plataforma de energia

 

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A Vale reiterou na noite da quinta-feira, 13, que busca potenciais parceiros para sua plataforma de energia após aquisição de fatia de 45% da Cemig na Aliança Energia. Neste momento, no entanto, não há qualquer instrumento vinculante ou decisão tomada a respeito de quem será o potencial parceiro para a futura plataforma ou sua estrutura de capital.

Em comunicado enviado à Comissão de Valores Mobiliários (CVM), a empresa lembra que a conclusão da aquisição da totalidade da participação de 45% da Cemig na Aliança Energia, pelo valor de R$ 2,7 bilhões, é sujeita a condições precedentes usuais.

“O aumento da participação na Aliança Energia é um passo importante para a criação de uma plataforma de energia, que potencialmente contemplará outros ativos do portfólio da Vale”, afirma.

A Vale diz que busca potenciais parceiros para essa plataforma mantendo seu compromisso com a descarbonização de suas operações a partir de fontes renováveis e com custos competitivos de autoprodução.

Comerc Energia inicia operação de última usina solar e prepara novo ciclo de investimentos

 


Parque de geração de energia solar na França 12/02/2024 REUTERS/Gonzalo Fuentes/File Photo

O grupo Comerc Energia, que tem a Vibra como acionista, dá início na próxima semana à operação comercial da última usina solar de seu atual plano de investimentos em geração renovável de grande escala, um ciclo que já consumiu R$ 5,5 bilhões em aportes desde 2021 e que levou a companhia a alcançar um portfólio de 1,8 gigawatt (GW) de capacidade instalada.

Agora, a Comerc começa a se preparar para um novo ciclo de investimentos na área, também focado na fonte solar, com “apetite” de seus controladores e em um momento de melhora da tendência de preços de energia no país, disse à Reuters Pedro Fiuza, vice-presidente de geração centralizada da Comerc.

O grupo, que é um dos maiores na comercialização, gestão e soluções de energia do país e tem a Vibra como acionista, inaugurou nesta sexta-feira em Minas Gerais a usina solar São João do Paracatu, com 267 megawatts-pico (MW), e inicia na próxima semana a atividade comercial da usina Várzea, de 118 MWp, também no Estado mineiro.

As grandes usinas solares da Comerc têm sua energia contratada no mercado livre, principalmente junto a grandes consumidores eletrointensivos, como mineradoras e produtoras de alumínio.

“Fizemos um passo por vez, o desafio era muito grande para esse primeiro ciclo de investimentos. Concluímos e estamos entregando conforme o prazo, isso nos dá muita tranquilidade para discutir o segundo ciclo”, disse Fiuza.

Segundo o executivo, a execução dos investimentos no prazo e o bom desempenho observado dos empreendimentos já em operação garantem “conforto” aos acionistas da Comerc, que querem seguir crescendo em geração renovável, afirmou.

Ainda não há definição sobre o tamanho do próximo ciclo de investimentos, mas a proposta é seguir apostando na energia solar, campo de “expertise” da Comerc. O grupo tem participações minoritárias em parques eólicos de terceiros, mas não está no radar hoje se tornar operador ou sócio majoritário de projetos da fonte, disse Fiuza.

Aquisições no radar

A empresa está agora prospectando a compra de projetos solares em estágio inicial, com outorga e licenças, para desenvolver e construir.

A avaliação é de que o cenário de preços baixos da energia no Brasil, que até então se mostrava desafiador para viabilizar o lançamento de novos “greenfields”, está melhorando.

Em um ambiente de preços da energia deprimidos, os consumidores do mercado livre geralmente tendem a comprar energia para o curto prazo e evitar contratações mais longas, dificultando a negociação de contratos para novas usinas de grande porte.

“Temos visto o mercado voltando, os preços voltando, com mais volatilidade… Hoje está bem melhor do que no final do ano passado. Há uns nove meses a gente tinha pouca aceitação por parte dos clientes para negociar contratos de longo prazo. Hoje a agenda do time comercial está bem mais cheia.”

O executivo comentou ainda que a companhia tem visto empresas interessadas em comprar seu complexo solar Hélio Valgas, um dos maiores da fonte no país, com 662 MWp.

Segundo ele, a Comerc não “buscou ativamente” sondar o mercado para uma venda, mas o empreendimento atraiu a atenção de terceiros por possuir um contrato de compra e venda de energia (PPA, na sigla em inglês) em dólar, já que a energia está contratada junto a um cliente exportador.

“São poucos os projetos com essa característica, isso por si só desperta o interesse de alguns players do mercado. Diante dessa realidade, comentamos com os bancos que estamos abertos (a fazer negócio)”.

“Se chegar a um preço que faça sentido (vender Hélio Valgas), reciclar capital e realocar, a gente faz, mas não é uma diretriz do nosso acionista e do conselho de administração fazer a venda de ativos de forma ativa”, acrescentou Fiuza.

Em paralelo, a Comerc segue crescendo em geração distribuída solar, modalidade que envolve projetos de pequeno porte, com até 5 MW, com mais 1,5 bilhão de reais em investimentos para executar até 2025. Somando sua carteira em “GD” e fatias em eólicas, o grupo alcança 2,1 GW em capacidade instalada.

Eikto anuncia R$ 50 milhões para expandir fábrica de Laguna

 


Aporte irá gerar uma média de 100 empregos diretos e indiretos na região 
 
 
A Eikto, que produz células, módulos e sistemas de baterias de lítio, é a maior fabricante da China no setor e está presente em 44 países

 

A multinacional Eikto anunciou a aprovação de uma segunda rodada de investimentos na fábrica de Laguna (SC). Serão mais de R$ 50 milhões para ampliar a sua instalação com foco em exportação, o que irá gerar uma média de 100 empregos diretos e indiretos para a cidade e região, segundo informou o diretor comercial da Eikto no Brasil, Mauricio Borba. A empresa, uma das maiores atuantes internacionais no setor de baterias de lítio, investiu aproximadamente R$ 20 milhões para sua instalação, comercialização e linha de montagem em Santa Catarina, somente no ano passado.

A Eikto, que produz células, módulos e sistemas de baterias de lítio, é a maior fabricante da China no setor e está presente em 44 países. Tem como foco, na sua produção, atender as necessidades náuticas, de telecomunicações ou de equipamentos de movimentação de materiais. Os benefícios são vários, tanto para o meio ambiente, como a redução da emissão de carbono, quanto para os consumidores, pois a duração das baterias é de 10 anos, com monitoramento do produto direto da China. "Os produtos fabricados em Laguna serão destinados aos segmentos de empilhadeiras", explica Borba.

De acordo com o plano de negócios da Eikto, o projeto total terá valor de R$ 120,9 milhões, incluindo investimentos com maquinário, insumos, equipamentos, instalações, obras civis, infraestrutura, mobiliário, tecnologia e capital de giro. A representante da empresa no Brasil, Melina Fechine, detelha ainda que o plano da Eikto em Santa Catarina consiste na implantação da linha de montagem de baterias com maquinário da melhor tecnologia do mercado global, desde máquina de solda, dobradeira, até máquina de corte a laser e de teste de baterias. "Na instalação da fábrica de bateria de íon de lítio haverá redução de custos, como os de importação, para melhor atender potenciais clientes brasileiros, são eles fabricantes de empilhadeiras, revendedores, empresas de locação de máquinas, empresas de logística e empresas voltadas à energia e energia solar", enumera.

O mercado de empilhadeiras engloba, segundo ela, as de combustão interna e elétricas (chumbo e lítio). "Entre as elétricas, a maioria das baterias eram de chumbo ácido antes de entrarmos no mercado brasileiro, e estamos promovendo a substituição para baterias de lítio. Nossa presença no Brasil está facilitando essa mudança no mercado entre empilhadeiras elétricas e baterias de lítio, aliando também as empresas de fabricação de empilhadeiras locais, que estão se tornando mais fortes quando se juntam a nós contra as empilhadeiras com baterias de íon de lítio importadas. O total de vendas anuais de novas empilhadeiras no Brasil é de atualmente 30 mil unidades", destaca.

terça-feira, 11 de junho de 2024

Aumento de produtividade é necessário para PIB de qualidade, dizem economistas

 


Para um crescimento qualitativo da economia, especialistas ressaltam importância da reforma tributária, eficiência nos gastos públicos e melhora no ritmo de produtividade 

 

dinheiro
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Pedro Zanattado CNN Brasil Business

em São Paulo

Os recentes indicadores econômicos têm apresentado resultados positivos e feito com que o mercado apresentasse revisões a respeito das expectativas de crescimento da economia brasileira.

Na segunda-feira (5), o presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto, comentou sobre os dados positivos, avaliando que o crescimento apresentado do Produto Interno Bruto (PIB) no segundo trimestre deste ano se deu com qualidade.

“Tivemos um crescimento de 1,2% que foi um número que surpreendeu, mas ele surpreendeu no qualitativo, porque vemos basicamente [como causas] investimento e consumo das famílias, que é onde não esperávamos que viria”, disse Campos Neto.

Na quinta-feira (1º), o (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) IBGE informou que a economia brasileira registrou crescimento de 1,2% no segundo trimestre de 2022 em comparação com os três primeiros meses do ano. O resultado foi impulsionado pelo investimento medido pela Formação Bruta de Capital Fixo, que registrou alta de 4,8% no período e pelo consumo das famílias, com alta de 2,6%, maior alta desde o quarto trimestre de 2020 (3,1%).

No mesmo dia, o secretário de Política Econômica do Ministério da Economia, Pedro Calhman, também considerou a qualidade dos resultados. “Esse é um crescimento puxado por investimento, que gera maior capacidade de produção no futuro. Então é o melhor tipo de crescimento”, disse.

Produtividade

Especialistas ouvidos pelo CNN Brasil Business reforçam a qualidade do crescimento, no entanto, explicam que para o longo prazo e a continuidade de um crescimento de qualidade, país deve se preocupar com o aumento da produtividade.

O economista e diretor do Centro de Cidadania Fiscal (CCif), Bernard Appy, explica que o ritmo de produtividade tem sido baixo nos últimos 40 anos. Segundo o especialista, para que ocorra esse aumento é necessário melhorar as instituições, corrigir distorções no modelo tributário e a aprimorar a formação da mão de obra no Brasil.

Em relatório que analisa a série de produtividade anual da economia brasileira do FGV IBRE, foi comparada a trajetória entre a produtividade por hora trabalhada e uma medida de bem-estar econômico, dada pela renda per capita, entre 1981 e 2021.

O resultado obtido pelos pesquisadores evidencia a relação estreita entre produtividade e bem-estar no longo prazo, uma vez que entre 1981 e 2021, enquanto a renda per capita cresceu 0,8% ao ano (a.a.), a produtividade por hora trabalhada avançou 0,6% a.a.

Segundo o estudo, outra evidência da forte conexão entre produtividade e bem-estar é o fato de que períodos de aumento mais rápido da renda per capita estão associados a uma aceleração do crescimento da produtividade.

Os pesquisadores citam como exemplo que, entre as décadas de 1990-2000 e 2000-2010, o crescimento da renda per capita aumentou de 1% a.a. para 2,3% a.a. (variação de 1,3 pontos percentuais). Entre essas duas décadas, o crescimento da produtividade por hora trabalhada acelerou de 0,7% a.a. para 1,6% a.a. (variação de 0,9 p.p.).

Além da produtividade, especialistas ressaltam a disfunção do sistema tributário brasileiro, seus impactos na economia e, consequentemente, a necessidade de uma reforma.

Bernard Appy reforça a importância das correções tributárias através de uma reforma ampla. “Hoje no Brasil temos, nos tributos indiretos – como PIS/Cofins, ISS, etc – uma quantidade enorme de benefícios fiscais, alíquotas diferenciadas. Em tributos como estes, com diferenciações, obriga a economia se organizar de formas diferentes e, consequentemente, ineficientes”, disse.

Além disso, o economista lembra que o atual sistema tributário brasileiro gera insegurança jurídica e, consequentemente, afasta investimentos no país, algo importante para o crescimento da economia.

Para Gabriel de Barros, economista-chefe da Ryo Asset, a questão tributária é, de fato, um dos principais pontos para possibilitar resultados de qualidade no longo prazo, elevando o PIB potencial, melhorando o ambiente de negócios e reduzindo o custo de compliance tributário.

O especialista elenca outro ponto que considera relevante para a discussão, a necessidade de o Brasil buscar estar no mesmo nível em termos de inovação e tecnologia com os países pares, sendo uma agenda relevante para fomentar e internalizar os ganhos da transição para uma economia se baixo carbono, “outro vetor relevante de crescimento econômico e atração de investimentos”.

Ambos os economistas concordam em pontos-chave como, por exemplo, a melhoria qualitativa e eficiente dos gastos públicos. Isso vale para diversas áreas em que o gasto público, seja federal ou subnacional, é elevado, mas de baixa efetividade. No entanto, os especialistas destacam a educação como sendo fundamental para gerar resultados no longo prazo.

O resultado do PIB brasileiro fez com que o Brasil alcançasse o sétimo melhor desempenho entre as principais economias do mundo em 2022 no segundo trimestre de 2022, de acordo um levantamento da agência de classificação de risco Austin Rating.

 

 https://www.cnnbrasil.com.br/economia/aumento-de-produtividade-e-necessario-para-pib-de-qualidade-dizem-especialistas/

BC trabalha em pagamento com Pix por aproximação, diz Campos Neto

 


SÃO PAULO (Reuters) – O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, disse nesta terça-feira estar fazendo uma associação com Google Pay e Apple Pay para que seja possível fazer pagamentos com Pix por aproximação, usando o telefone celular.

Em evento promovido pelo Valor Capital Group, em São Paulo, Campos Neto afirmou que uma das razões que levam as pessoas a usarem o cartão de crédito no lugar do Pix é a facilidade da ferramenta de aproximação.

Na apresentação, ele também defendeu o diálogo entre países para que se avance em uma integração global de sistemas de pagamento instantâneo.

 

(Por Bernardo Caram)

Conab anuncia que leilão do governo para compra de arroz está anulado

 


Na média dos últimos cinco anos (2014-2018), o arroz de sequeiro rendeu 2.134 kg/ha, enquanto o irrigado teve um rendimento de 7.403 kg/ha - 3,5 vezes mais

O diretor-presidente da Conab (Companhia Nacional de Abastecimento), Edegar Pretto, anunciou nesta terça-feira,11, que o leilão feito pelo governo na última quinta-feira,6, para compra de 263,37 mil toneladas de arroz está anulado.

“Em acordo com o ministro Fávaro [Agricultura] e Paulo Teixeira [Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar], decidimos anular esse leilão. E vamos revisitar os mecanismos que são estabelecidos para esses leilões, com apoio da Controladoria Geral da União, da Advocacia Geral da União, pretendemos fazer um novo leilão, quem sabe em outros modelos, para que a gente possa ter as garantias de que vamos contratar empresas que tenham capacidade técnica e financeira, e que vão honrar os contratos. Por esse motivo, a decisão é anular esse leilão e proceder com um novo mais ajustado”, disse Pretto em entrevista coletiva aos jornalistas.

Após o leilão, opositores ao governo, sobretudo a ex-ministra da Agricultura Tereza Cristina, atualmente senadora pelo Partido Progressistas, por Mato Grosso do Sul, levantaram suspeitas sobre a participação de empresas desconhecidas do mercado e que arremataram alguns lotes.

Como mostrou o jornal O Estado de S.Paulo, das quatro companhias vencedoras, apenas uma é uma empresa do ramo.

Hoje, Pretto alegou que o leilão “é muito complexo”, e que as empresas são representadas por bolsas de mercadorias. “E somente depois que o leilão é concluído, é que ficamos sabendo quem são as empresas vencedoras. A partir da revelação de quem são essas empresas, começaram os questionamentos sobre capacidade técnica e financeira de honrar os compromissos do leilão, que envolve um volume expressivo de dinheiro público”, argumentou.