terça-feira, 18 de junho de 2024

Brasil perde mais duas posições em ranking mundial de competitividade da IMD

IMD-International Institute for Management Development | UNPRME

O Brasil caiu mais duas posições, ficando à frente de apenas cinco países – Peru, Nigéria, Gana, Argentina e Venezuela -, no ranking mundial de competitividade da escola de negócios suíça IMD (Institute for Management Development). O País ficou na 62ª colocação no ranking deste ano, que foi liderado por Cingapura.

Além de ser ultrapassado, do ano passado para cá, por África do Sul e Mongólia, o Brasil desceu uma posição por causa da inclusão no ranking de uma economia mais competitiva: Porto Rico. O País só não caiu para as três últimas colocações, juntando-se à Argentina e Venezuela, porque dois países menos competitivos (Nigéria e Gana) também passaram a ser avaliados neste ano, e pelo fato de o Peru ter despencado da 55ª para a 63ª colocação.

O levantamento considera indicadores estatísticos, que têm peso maior (dois terços) nas notas dos países, e pesquisas de opinião com executivos e empresários de diferentes setores. No Brasil, foram entrevistados mais de 100 executivos pela Fundação Dom Cabral (FDC), parceira do IMD. Ao todo, os países são comparados em 336 indicadores.

A edição deste ano mostra uma avaliação positiva do desempenho econômico do Brasil, principalmente em relação ao emprego e ao crescimento do Produto Interno Bruto (PIB). Por outro lado, o País está dentre as quatro piores posições quando se olha para custo de capital, legislação trabalhista, contas públicas e barreiras tarifárias, itens que entram na esfera das políticas governamentais.

Em educação, tanto básica quanto universitária, o Brasil está em penúltimo lugar no ranking. Na avaliação do acesso das empresas ao crédito, está na última colocação. “Estamos caindo porque estamos asfixiando a cadeia produtiva brasileira, o custo de capital está cada vez maior e porque tem ‘muito Brasília e pouco Brasil’. Também não estamos focando em ciência, tecnologia, inovação e formação de mão de obra. Estamos deixando de lado esta agenda”, comenta o professor Hugo Tadeu, diretor do núcleo de inovação e tecnologias digitais da Fundação Dom Cabral e líder da pesquisa no Brasil.

Desde 2020, quando ocupava a 56ª colocação, o Brasil já caiu seis posições no ranking, seja pela inclusão de economias mais competitivas ou por ter sido ultrapassado por países como Eslováquia, Jordânia e Croácia.

Os países nas melhores colocações no estudo – Cingapura, Suíça e Dinamarca neste ano – se destacam por políticas públicas eficazes, infraestrutura avançada e educação básica sólida, o que permite um ambiente favorável à inovação e aos investimentos. No caso brasileiro, avalia a FDC, os desafios para melhorar a competitividade incluem a baixa oferta de programas para a formação de gestores, a falta de eficiência do setor público e a burocracia excessiva.

“O olhar macro, do nosso crescimento, é satisfatório, mas quando vamos para o micro há muitos desafios. Se não tivermos uma agenda estratégica para o País, vamos continuar amargando essas posições”, acrescenta Tadeu.

América Latina embaixo

Iniciado em 1989, o ranking mundial de competitividade chegou à 36ª edição. Os países da América Latina seguem posicionados na metade de baixo da tabela, sendo o Chile, na 44ª colocação, o melhor colocado na região.

Dentre as maiores economias do mundo, os Estados Unidos caíram da nona para a 12ª colocação em relação ao ano passado, enquanto a China subiu da 21ª para a 14ª posição entre os países que oferecem as melhores condições para uma empresa prosperar e concorrer em mercados internacionais. Já os países que encabeçam o ranking são economias pequenas, mas que utilizam bem seus acessos a mercados do exterior.

O objetivo do levantamento é identificar tanto os pontos fortes quanto as deficiências de cada economia, de modo a orientar governos e empresas na implementação de políticas e estratégias.

Governo lança Navegue Simples, que busca incentivar investimentos privados

 Indicado para diretoria da Antaq é investigado pelo MPF ...

O governo federal lançou oficialmente nesta terça-feira, 18, o programa Navegue Simples, que busca desburocratizar o setor portuário brasileiro. O foco será a simplificação e aperfeiçoamento de outorgas portuárias buscando incentivar investimentos pela iniciativa privada.

Neste momento, o objetivo do programa é simplificar processos de autorização de Terminais de Uso Privado (TUPs), visando à redução do tempo de tramitação processual. O prazo para concessão de um TUP é de cerca de três anos, segundo técnicos do Ministério de Portos e Aeroportos (MPor). A ideia é reduzir isso para de seis a oito meses.

Segundo o MPpor, o programa buscará melhorias contínuas. Cada ciclo do Navegue Simples vai durar quatro anos e, a cada ano, serão executadas ações de melhoria e inovação. O governo espera que as medidas resultem em investimentos da ordem de R$ 5,4 bilhões em autorizações e arrendamentos portuários.

Produtos

Nos termos da divulgação, o Navegue Simples irá entregar como produtos processos redesenhados e simplificados, procedimentos e ritos administrativos aperfeiçoados em relação aos atuais, com inovação e com menor carga burocrática, encurtando o tempo para se obter um contrato de autorização, arrendamento ou concessão ou ainda, para realizar um aditivo contratual.

“Isso será materializado em revisões de portarias, instruções normativas e resoluções, além de uma área no site do Ministério de Portos e Aeroportos dedicado ao Programa, com todas as informações e painéis acessíveis de forma transparente”, considera o MPor.

A Agência Nacional de Transporte Aquaviário (Antaq) afirma que, com o Navegue Simples, será possível mapear o fluxo atual de autorização de construção e exploração de instalações portuárias privadas, identificar os pontos de gargalo e sugerir fluxo desburocratizado visando à redução no tempo processual total.

Para participar do programa, os interessados deverão enviar propostas para um Comitê Técnico. Ao longo do Programa, o Comitê fará seminários e debates online, consultas, audiências públicas, tomadas de subsídio e outros eventos abertos aos interessados, para levantar ideias e sugestões ou críticas para o aperfeiçoamento das outorgas.

O MPor destaca que o Navegue Simples não terá interferência nos contratos vigentes. O foco será nos processos que resultarão nos futuros contratos e aditivos contratuais, sempre com a finalidade de aperfeiçoamento e eliminação de ineficiências e de carga burocrática.

Uma das demandas do setor, tendo sido apresentada pela Associação Brasileira dos Terminais Portuários (ABTP) no ano passado, é transformar os contratos de arrendamento em contratos de exploração, com natureza privada.

Lula ataca Campos Neto, critica isenções e diz que nada está descartado no ajuste fiscal

 


Presidente Luiz Inácio Lula da Silva durante reunião no Palácio do Planalto, em Brasília

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva indicou nesta terça-feira, 18, que nada está descartado pelo governo em relação ao ajuste das contas públicas, mas argumentou que a equipe econômica precisa apresentar a necessidade de cortes de despesas.

Em entrevista à Rádio CBN, Lula afirmou que o problema do país é o fato de os “ricos” se apoderarem do orçamento da União com isenções fiscais e desonerações, dizendo que existem isenções feitas sem contrapartida para o mundo do trabalho.

Ao ser questionado sobre possíveis cortes de gastos, Lula pediu cautela, mencionou os benefícios fiscais ao agronegócio e criticou a ideia de ajustes onerando os mais pobres.

“Não me venham querer que faça ajuste em cima das pessoas mais humildes”, disse.

De acordo com o presidente, a equipe econômica irá apresentar a necessidade de cortes. E voltou às críticas: “As mesmas pessoas que falam que é preciso parar de gastar são as pessoas que tem R$ 646 bilhões em isenção, desoneração de folha. São os ricos que se apoderam de uma parte do orçamento do País e eles se queixam com o que está gastando com o povo pobre. Acabamos de aprovar a desoneração para 17 setores, qual é a contrapartida que esses grupos trazem para o trabalhador?”, indagou.

‘Campos Neto trabalha para prejudicar’ o Brasil’

O presidente também voltou a atacar o presidente do Banco Central, acusando Roberto Campos Neto de trabalhar “para prejudicar o país”.

De acordo com o presidente, o comportamento da autarquia é a única “coisa desajustada” no Brasil no momento e a taxa de juros não pode ser “proibitiva” para setores produtivos.

“O presidente do Banco Central não demonstra nenhuma capacidade de autonomia, tem lado político e, na minha opinião, trabalha muito mais para prejudicar o país do que para ajudar”, disse Lula.

Nesta quarta-feira, 18, o Comitê de Política Monetária do BC (Copom) anunciará sua próxima decisão sobre a taxa Selic, com ampla expectativa do mercado de manutenção dos juros no patamar de 10,50% ao ano, encerrando um ciclo de sete cortes consecutivos.

segunda-feira, 17 de junho de 2024

Temu chega ao Brasil para concorrer com Amazon, Shopee, AliExpress, Shein e ML

 


Temu: presente em 18 países, é o segundo aplicativo de compras mais usado nos EUA, depois da Amazon (Crédito:Divulgação)

RESUMO

• E-commerce chinês Temu, lançado em 2022, tornou-se um dos aplicativos mais baixados do mundo.
• Agora, desembarca no Brasil em meio à explosão do comércio digital de marcas estrangeiras.
• A “taxa das blusinhas” protegerá as lojas nacionais?
• Relatório do BTG não vê dano significativo na recente taxação do governo sobre itens importados de até US$ 50

Depois de meses de espera, a Temu finalmente desembarcou no Brasil. O marketplace do grupo chinês Pinduoduo (PDD) começou a operar no País no dia 6 de junho, no momento em que o varejo atravessa crises de empresas nacionais como Americanas e Marisa, ao mesmo tempo em que as internacionais – Mercado Livre, Amazon, Shopee, AliExpress e Shein – decolam. Para tentar fazer frente ao avanço das estrangeiras, o Senado Federal e a Câmara aprovaram, neste mês, a taxação das compras internacionais de até US$ 50, popularmente apelidada de “taxa das blusinhas”. Agora, o texto segue para a sanção do presidente Lula. Se esses fatores movimentam o setor, a Temu chega para abalar ainda mais.

Presente em 18 países, a varejista digital é especializada em vender (quase) tudo a preços baixíssimos, com estratégias agressivas de descontos e fretes grátis, atraindo milhares de clientes por onde passa. Não dá para negar que há motivos de sobra para os concorrentes se preocuparem com a chegada da plataforma no País.

Os números da empresa justificam a visão atenta do mercado.
Entrou em funcionamento pela primeira vez nos Estados Unidos em setembro de 2022, caiu no gosto popular e em apenas dois anos tornou-se o segundo aplicativo de compras mais usado no país, depois da Amazon, em termos de usuários mensais, de acordo com a Bloomberg.
Logo ocorreu a expansão das operações para outras potências como Alemanha, França, Reino Unido e Canadá.
Isso deu ao e-commerce a quinta posição no ranking de apps mais baixados no mundo em 2024, atrás somente das já tradicionais redes sociais TikTok, Instagram, Facebook e WhatsApp, segundo o portal App Magic.

Esse fenômeno é reflexo da estratégia da PDD, controladora da Temu, que visa crescimento global em longo prazo. A companhia saltou de um faturamento de US$ 4,3 bilhões em 2019 para US$ 34,9 bilhões no último ano. “Continuaremos focando no crescimento do nosso valor intrínseco de longo prazo através do investimento em iniciativas que tragam resultados sustentáveis e impactos em nossas comunidades”, disse Lei Chen, presidente e co-CEO da Pinduoduo, no relatório financeiro de 2023.

No Brasil, a Temu chega com o apetite de conquistar os consumidores, especialmente pelos preços competitivos e acessíveis. Em nota enviada à DINHEIRO, a empresa afirmou que a entrada no mercado tupiniquim segue o plano de permitir que mais pessoas de todas as classes sociais tenham acesso a produtos de qualidade. “Estamos empolgados para oferecer aos consumidores brasileiros produtos de qualidade a preços excelentes, conectando-os diretamente com fabricantes de classe mundial”, afirmou. “Ao eliminar margens de lucro desnecessárias, estamos facilitando o acesso de todas as pessoas aos produtos que desejam e necessitam”, complementou a companhia, que ainda não tem um executivo para liderar a operação no País.

A Temu mira um mercado bilionário.
O e-commerce brasileiro movimentou R$ 185,7 bilhões em 2023, segundo a Associação Brasileira de Comércio Eletrônico (ABComm).
A previsão para 2024 é que alcance R$ 205,11 bilhões, 10,45% superior ao ano anterior.

(Divulgação)

Presidente e co-CEO da Pinduoduo, Lei Chen foca no longo prazo: “Estamos empolgados
para oferecer produtos de qualidade a preços excelentes”, declarou a companhia

Com site e aplicativo já disponíveis em português, há mais de trinta categorias de produtos na prateleira digital da chinesa, entre eles:
moda feminina,
masculina e infantil,
eletrônicos,
decoração,
beleza e saúde,
e artigos para animais de estimação.

Em relatórios da XP, os analistas de varejo Danniela Eiger, Gustavo Senday e Laryssa Sumer apontaram que a plataforma estreou com uma estratégia promocional agressiva com descontos de até 90% para produtos selecionados, enquanto cupons de R$ 15 a R$ 50 de desconto também estão disponíveis para compras acima de R$ 175.

No entanto, a companhia estabeleceu um pedido mínimo de R$ 75 para proceder o checkout, potencialmente como forma de otimizar os custos de frete.

Outra iniciativa inovadora em relação à concorrência é que, caso os preços listados diminuam após 30 dias da compra dos consumidores, a Temu se compromete a reembolsar a diferença, o que também arregala os olhos dos consumidores brasileiros ávidos por compras com descontos e cashback.

As plataformas Shein e Shopee apostam em novas formas de compras e agressividade promocional para dominar o varejo brasileiro (Crédito:Divulgação )
(Divulgação)

CONCORRÊNCIA

Enquanto a novata ainda desfaz as malas no Brasil, a Temu comemora os rápidos resultados nos Estados Unidos e no México. Poucos meses após o lançamento nesses países, a base de usuário aumentou e o app se tornou vice-líder e líder em usuários ativos mensais nesses respectivos mercados.

Os players já estabelecidos aqui têm respondido à entrada agressiva da Temu com estratégias e investimentos.

O Mercado Livre – plataforma de origem argentina – anunciou em março o aporte de R$ 23 bilhões para as operações brasileiras neste ano, com o objetivo de preservar sua liderança e se posicionar melhor na batalha por atração e retenção de clientes.

O e-commerce da PDD entra para disputar os clientes com as plataformas asiáticas Shein, AliExpress e Shopee. Isso porque a Temu se assemelha ao modelo de negócios da Shein, que leva precisão e eficiência para uma performance ainda melhor dos fabricantes chineses, enquanto pode ser comparada com a proposta de valor da Shopee, com variedade de produtos.

Segundo o especialista Alberto Serrentino, fundador da Varese Brasil e vice-presidente da Sociedade Brasileira de Varejo e Consumo, há embate direto entre a Temu e a Shopee. “A Temu deve investir em vendedores locais, assim como fez nos Estados Unidos. Esse é o modelo de negócio da Shopee para atrair uma base maior de clientes em cada país”, afirmou.

Embora a comparação seja quase inevitável, a Shopee, e-commerce de Singapura que opera no Brasil desde 2019, não gosta de se colocar no mesmo balaio. À DINHEIRO, Felipe Piringer, head de marketing da Shopee, disse que a empresa é tão brasileira quanto as outras. “A operação brasileira tem foco local. Temos dois escritórios em São Paulo, mais de 10 mil colaboradores, além de centros de distribuição, galpões logísticos e pontos de coleta”, disse. Segundo Piringer, são 3 milhões de vendedores brasileiros na plataforma, como Havaianas e MadeiraMadeira, e mais de 90% das vendas são de lojistas locais.

Em crescimento, Mercado Livre anunciou investimento de R$ 23 bilhões no Brasil em 2024. País é o maior mercado da empresa argentina (Crédito:Divulgação )

Se entre as concorrentes internacionais a Temu causa preocupação, nas varejistas brasileiras a situação é ainda mais delicada. Muitas delas enfrentam fragilidades financeiras e a chegada de um player altamente competitivo pode deixar a disputa pelo mercado ainda mais acirrado.

De acordo com um levantamento da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), a quantidade de itens de bens de consumo com valor de importação de até US$ 50 por unidade cresceu 35% em 2023 em relação a 2022. Lideraram as encomendas produtos originários da China (51,8%). Muito atrás estão Argentina (6,2%) e Paraguai (5,9%).

DIPLOMACIA

Vislumbrando o potencial de mercado proveniente da aliança entre Brasil e China, o vice-presidente da República e chefe do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (Mdic), Geraldo Alckmin, esteve no país asiático na primeira semana de junho em uma comitiva empresarial. O plano, segundo ele, era celebrar acordos e aproximar o empresariado chinês das oportunidades brasileiras. Entre os acordos firmados, destacam-se os R$ 24,6 bilhões autorizados em concessões de crédito para o mercado brasileiro de bancos chineses e o acordo para exportação de café de R$ 500 milhões.

Se o clima diplomático rondava os eventos de comemoração de 50 anos das relações entre Brasil e China na estada de Alckmin por lá, por aqui um assunto bem menos afável era tratado entre os importadores de produtos, em especial os chineses.

A taxação do governo para compras internacionais acima de US$ 50, tópico sensível inclusive entre o eleitorado petista, foi aprovada no Congresso e seguiu para sanção presidencial. Na prática, a mudança surge como forma de proteger a indústria brasileira, como parte do pacote de renovação dos parques fabris promovido pelo governo com iniciativas como o Mover.

Alckmin prega cautela ao falar sobre o assunto. “Enquanto governo, precisamos olhar o todo. A cadeia como um todo. O fato é que, como foi colocado, não se trata de um valor muito alto. E, na contrapartida, é algo que ajuda a preservar emprego, garantir o desenvolvimento de empresas”, disse ele à DINHEIRO, ao avaliar que o mundo tem observado o potencial de consumo brasileiro. “Estamos trabalhando para dar ao mundo a infraestrutura ideal. A reforma tributária, por exemplo, nos coloca em paridade com as melhores práticas mundiais e abre espaço para muitas empresas, inclusive as chinesas.”

Para Geraldo Alckmin, vice-presidente da República e ministro do Mdic, a Reforma Tributária abre espaços para a chegada de companhias estrangeiras (Crédito:Divulgação )

Mesmo impopular entre os cidadãos, em razão da percepção de que os preços dos produtos aumentarão, a medida não é vista como fim da linha para as asiáticas e não deve ser capaz de frear o bom momento das operações.

Segundo Claudio Felisoni de Angelo, presidente do Instituto Brasileiro de Executivos de Varejo & Mercado de Consumo (Ibevar), se sancionada, a taxação terá efeito limitado para os consumidores. “Os preços das plataformas chinesas continuarão muito atrativos em relação aos ofertantes do mercado interno”, afirmou. Em relatório divulgado no dia 7, analistas do BTG Pactual também apontaram que, mesmo com os impostos, ainda há posicionamento competitivo para essas plataformas com uma ampla variedade de produtos mais baratos. Dessa forma, as portas do Brasil estão escancaradas para as plataformas chinesas. O consumidor agradece. Os concorrentes nem tanto.

sexta-feira, 14 de junho de 2024

Vale reitera que busca potenciais parceiros para plataforma de energia

 

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A Vale reiterou na noite da quinta-feira, 13, que busca potenciais parceiros para sua plataforma de energia após aquisição de fatia de 45% da Cemig na Aliança Energia. Neste momento, no entanto, não há qualquer instrumento vinculante ou decisão tomada a respeito de quem será o potencial parceiro para a futura plataforma ou sua estrutura de capital.

Em comunicado enviado à Comissão de Valores Mobiliários (CVM), a empresa lembra que a conclusão da aquisição da totalidade da participação de 45% da Cemig na Aliança Energia, pelo valor de R$ 2,7 bilhões, é sujeita a condições precedentes usuais.

“O aumento da participação na Aliança Energia é um passo importante para a criação de uma plataforma de energia, que potencialmente contemplará outros ativos do portfólio da Vale”, afirma.

A Vale diz que busca potenciais parceiros para essa plataforma mantendo seu compromisso com a descarbonização de suas operações a partir de fontes renováveis e com custos competitivos de autoprodução.

Comerc Energia inicia operação de última usina solar e prepara novo ciclo de investimentos

 


Parque de geração de energia solar na França 12/02/2024 REUTERS/Gonzalo Fuentes/File Photo

O grupo Comerc Energia, que tem a Vibra como acionista, dá início na próxima semana à operação comercial da última usina solar de seu atual plano de investimentos em geração renovável de grande escala, um ciclo que já consumiu R$ 5,5 bilhões em aportes desde 2021 e que levou a companhia a alcançar um portfólio de 1,8 gigawatt (GW) de capacidade instalada.

Agora, a Comerc começa a se preparar para um novo ciclo de investimentos na área, também focado na fonte solar, com “apetite” de seus controladores e em um momento de melhora da tendência de preços de energia no país, disse à Reuters Pedro Fiuza, vice-presidente de geração centralizada da Comerc.

O grupo, que é um dos maiores na comercialização, gestão e soluções de energia do país e tem a Vibra como acionista, inaugurou nesta sexta-feira em Minas Gerais a usina solar São João do Paracatu, com 267 megawatts-pico (MW), e inicia na próxima semana a atividade comercial da usina Várzea, de 118 MWp, também no Estado mineiro.

As grandes usinas solares da Comerc têm sua energia contratada no mercado livre, principalmente junto a grandes consumidores eletrointensivos, como mineradoras e produtoras de alumínio.

“Fizemos um passo por vez, o desafio era muito grande para esse primeiro ciclo de investimentos. Concluímos e estamos entregando conforme o prazo, isso nos dá muita tranquilidade para discutir o segundo ciclo”, disse Fiuza.

Segundo o executivo, a execução dos investimentos no prazo e o bom desempenho observado dos empreendimentos já em operação garantem “conforto” aos acionistas da Comerc, que querem seguir crescendo em geração renovável, afirmou.

Ainda não há definição sobre o tamanho do próximo ciclo de investimentos, mas a proposta é seguir apostando na energia solar, campo de “expertise” da Comerc. O grupo tem participações minoritárias em parques eólicos de terceiros, mas não está no radar hoje se tornar operador ou sócio majoritário de projetos da fonte, disse Fiuza.

Aquisições no radar

A empresa está agora prospectando a compra de projetos solares em estágio inicial, com outorga e licenças, para desenvolver e construir.

A avaliação é de que o cenário de preços baixos da energia no Brasil, que até então se mostrava desafiador para viabilizar o lançamento de novos “greenfields”, está melhorando.

Em um ambiente de preços da energia deprimidos, os consumidores do mercado livre geralmente tendem a comprar energia para o curto prazo e evitar contratações mais longas, dificultando a negociação de contratos para novas usinas de grande porte.

“Temos visto o mercado voltando, os preços voltando, com mais volatilidade… Hoje está bem melhor do que no final do ano passado. Há uns nove meses a gente tinha pouca aceitação por parte dos clientes para negociar contratos de longo prazo. Hoje a agenda do time comercial está bem mais cheia.”

O executivo comentou ainda que a companhia tem visto empresas interessadas em comprar seu complexo solar Hélio Valgas, um dos maiores da fonte no país, com 662 MWp.

Segundo ele, a Comerc não “buscou ativamente” sondar o mercado para uma venda, mas o empreendimento atraiu a atenção de terceiros por possuir um contrato de compra e venda de energia (PPA, na sigla em inglês) em dólar, já que a energia está contratada junto a um cliente exportador.

“São poucos os projetos com essa característica, isso por si só desperta o interesse de alguns players do mercado. Diante dessa realidade, comentamos com os bancos que estamos abertos (a fazer negócio)”.

“Se chegar a um preço que faça sentido (vender Hélio Valgas), reciclar capital e realocar, a gente faz, mas não é uma diretriz do nosso acionista e do conselho de administração fazer a venda de ativos de forma ativa”, acrescentou Fiuza.

Em paralelo, a Comerc segue crescendo em geração distribuída solar, modalidade que envolve projetos de pequeno porte, com até 5 MW, com mais 1,5 bilhão de reais em investimentos para executar até 2025. Somando sua carteira em “GD” e fatias em eólicas, o grupo alcança 2,1 GW em capacidade instalada.

Eikto anuncia R$ 50 milhões para expandir fábrica de Laguna

 


Aporte irá gerar uma média de 100 empregos diretos e indiretos na região 
 
 
A Eikto, que produz células, módulos e sistemas de baterias de lítio, é a maior fabricante da China no setor e está presente em 44 países

 

A multinacional Eikto anunciou a aprovação de uma segunda rodada de investimentos na fábrica de Laguna (SC). Serão mais de R$ 50 milhões para ampliar a sua instalação com foco em exportação, o que irá gerar uma média de 100 empregos diretos e indiretos para a cidade e região, segundo informou o diretor comercial da Eikto no Brasil, Mauricio Borba. A empresa, uma das maiores atuantes internacionais no setor de baterias de lítio, investiu aproximadamente R$ 20 milhões para sua instalação, comercialização e linha de montagem em Santa Catarina, somente no ano passado.

A Eikto, que produz células, módulos e sistemas de baterias de lítio, é a maior fabricante da China no setor e está presente em 44 países. Tem como foco, na sua produção, atender as necessidades náuticas, de telecomunicações ou de equipamentos de movimentação de materiais. Os benefícios são vários, tanto para o meio ambiente, como a redução da emissão de carbono, quanto para os consumidores, pois a duração das baterias é de 10 anos, com monitoramento do produto direto da China. "Os produtos fabricados em Laguna serão destinados aos segmentos de empilhadeiras", explica Borba.

De acordo com o plano de negócios da Eikto, o projeto total terá valor de R$ 120,9 milhões, incluindo investimentos com maquinário, insumos, equipamentos, instalações, obras civis, infraestrutura, mobiliário, tecnologia e capital de giro. A representante da empresa no Brasil, Melina Fechine, detelha ainda que o plano da Eikto em Santa Catarina consiste na implantação da linha de montagem de baterias com maquinário da melhor tecnologia do mercado global, desde máquina de solda, dobradeira, até máquina de corte a laser e de teste de baterias. "Na instalação da fábrica de bateria de íon de lítio haverá redução de custos, como os de importação, para melhor atender potenciais clientes brasileiros, são eles fabricantes de empilhadeiras, revendedores, empresas de locação de máquinas, empresas de logística e empresas voltadas à energia e energia solar", enumera.

O mercado de empilhadeiras engloba, segundo ela, as de combustão interna e elétricas (chumbo e lítio). "Entre as elétricas, a maioria das baterias eram de chumbo ácido antes de entrarmos no mercado brasileiro, e estamos promovendo a substituição para baterias de lítio. Nossa presença no Brasil está facilitando essa mudança no mercado entre empilhadeiras elétricas e baterias de lítio, aliando também as empresas de fabricação de empilhadeiras locais, que estão se tornando mais fortes quando se juntam a nós contra as empilhadeiras com baterias de íon de lítio importadas. O total de vendas anuais de novas empilhadeiras no Brasil é de atualmente 30 mil unidades", destaca.