Atuação:
Consultoria multidisciplinar, onde desenvolvemos trabalhos nas seguintes áreas: fusão e aquisição e internacionalização de empresas, tributária, linhas de crédito nacionais e internacionais, inclusive para as áreas culturais e políticas públicas.
O
Brasil caiu mais duas posições, ficando à frente de apenas cinco países
– Peru, Nigéria, Gana, Argentina e Venezuela -, no ranking mundial de
competitividade da escola de negócios suíça IMD (Institute for
Management Development). O País ficou na 62ª colocação no ranking deste
ano, que foi liderado por Cingapura.
Além de ser ultrapassado, do
ano passado para cá, por África do Sul e Mongólia, o Brasil desceu uma
posição por causa da inclusão no ranking de uma economia mais
competitiva: Porto Rico. O País só não caiu para as três últimas
colocações, juntando-se à Argentina e Venezuela, porque dois países
menos competitivos (Nigéria e Gana) também passaram a ser avaliados
neste ano, e pelo fato de o Peru ter despencado da 55ª para a 63ª
colocação.
O
levantamento considera indicadores estatísticos, que têm peso maior
(dois terços) nas notas dos países, e pesquisas de opinião com
executivos e empresários de diferentes setores. No Brasil, foram
entrevistados mais de 100 executivos pela Fundação Dom Cabral (FDC),
parceira do IMD. Ao todo, os países são comparados em 336 indicadores.
A
edição deste ano mostra uma avaliação positiva do desempenho econômico
do Brasil, principalmente em relação ao emprego e ao crescimento do
Produto Interno Bruto (PIB). Por outro lado, o País está dentre as
quatro piores posições quando se olha para custo de capital, legislação
trabalhista, contas públicas e barreiras tarifárias, itens que entram na
esfera das políticas governamentais.
Em educação, tanto básica
quanto universitária, o Brasil está em penúltimo lugar no ranking. Na
avaliação do acesso das empresas ao crédito, está na última colocação.
“Estamos caindo porque estamos asfixiando a cadeia produtiva brasileira,
o custo de capital está cada vez maior e porque tem ‘muito Brasília e
pouco Brasil’. Também não estamos focando em ciência, tecnologia,
inovação e formação de mão de obra. Estamos deixando de lado esta
agenda”, comenta o professor Hugo Tadeu, diretor do núcleo de inovação e
tecnologias digitais da Fundação Dom Cabral e líder da pesquisa no
Brasil.
Desde 2020, quando ocupava a 56ª colocação, o Brasil já
caiu seis posições no ranking, seja pela inclusão de economias mais
competitivas ou por ter sido ultrapassado por países como Eslováquia,
Jordânia e Croácia.
Os
países nas melhores colocações no estudo – Cingapura, Suíça e Dinamarca
neste ano – se destacam por políticas públicas eficazes, infraestrutura
avançada e educação básica sólida, o que permite um ambiente favorável à
inovação e aos investimentos. No caso brasileiro, avalia a FDC, os
desafios para melhorar a competitividade incluem a baixa oferta de
programas para a formação de gestores, a falta de eficiência do setor
público e a burocracia excessiva.
“O olhar macro, do nosso
crescimento, é satisfatório, mas quando vamos para o micro há muitos
desafios. Se não tivermos uma agenda estratégica para o País, vamos
continuar amargando essas posições”, acrescenta Tadeu.
América Latina embaixo
Iniciado
em 1989, o ranking mundial de competitividade chegou à 36ª edição. Os
países da América Latina seguem posicionados na metade de baixo da
tabela, sendo o Chile, na 44ª colocação, o melhor colocado na região.
Dentre
as maiores economias do mundo, os Estados Unidos caíram da nona para a
12ª colocação em relação ao ano passado, enquanto a China subiu da 21ª
para a 14ª posição entre os países que oferecem as melhores condições
para uma empresa prosperar e concorrer em mercados internacionais. Já os
países que encabeçam o ranking são economias pequenas, mas que utilizam
bem seus acessos a mercados do exterior.
O objetivo do
levantamento é identificar tanto os pontos fortes quanto as deficiências
de cada economia, de modo a orientar governos e empresas na
implementação de políticas e estratégias.
O
governo federal lançou oficialmente nesta terça-feira, 18, o programa
Navegue Simples, que busca desburocratizar o setor portuário brasileiro.
O foco será a simplificação e aperfeiçoamento de outorgas portuárias
buscando incentivar investimentos pela iniciativa privada.
Neste
momento, o objetivo do programa é simplificar processos de autorização
de Terminais de Uso Privado (TUPs), visando à redução do tempo de
tramitação processual. O prazo para concessão de um TUP é de cerca de
três anos, segundo técnicos do Ministério de Portos e Aeroportos (MPor).
A ideia é reduzir isso para de seis a oito meses.
Segundo
o MPpor, o programa buscará melhorias contínuas. Cada ciclo do Navegue
Simples vai durar quatro anos e, a cada ano, serão executadas ações de
melhoria e inovação. O governo espera que as medidas resultem em
investimentos da ordem de R$ 5,4 bilhões em autorizações e arrendamentos
portuários.
Produtos
Nos termos da divulgação, o
Navegue Simples irá entregar como produtos processos redesenhados e
simplificados, procedimentos e ritos administrativos aperfeiçoados em
relação aos atuais, com inovação e com menor carga burocrática,
encurtando o tempo para se obter um contrato de autorização,
arrendamento ou concessão ou ainda, para realizar um aditivo contratual.
“Isso
será materializado em revisões de portarias, instruções normativas e
resoluções, além de uma área no site do Ministério de Portos e
Aeroportos dedicado ao Programa, com todas as informações e painéis
acessíveis de forma transparente”, considera o MPor.
A
Agência Nacional de Transporte Aquaviário (Antaq) afirma que, com o
Navegue Simples, será possível mapear o fluxo atual de autorização de
construção e exploração de instalações portuárias privadas, identificar
os pontos de gargalo e sugerir fluxo desburocratizado visando à redução
no tempo processual total.
Para participar do programa, os
interessados deverão enviar propostas para um Comitê Técnico. Ao longo
do Programa, o Comitê fará seminários e debates online, consultas,
audiências públicas, tomadas de subsídio e outros eventos abertos aos
interessados, para levantar ideias e sugestões ou críticas para o
aperfeiçoamento das outorgas.
O MPor destaca que o Navegue Simples
não terá interferência nos contratos vigentes. O foco será nos
processos que resultarão nos futuros contratos e aditivos contratuais,
sempre com a finalidade de aperfeiçoamento e eliminação de ineficiências
e de carga burocrática.
Uma das demandas do setor, tendo sido
apresentada pela Associação Brasileira dos Terminais Portuários (ABTP)
no ano passado, é transformar os contratos de arrendamento em contratos
de exploração, com natureza privada.
Presidente Luiz Inácio Lula da Silva durante reunião no Palácio do Planalto, em Brasília
Da redação com Reutersi
O
presidente Luiz Inácio Lula da Silva indicou nesta terça-feira, 18, que
nada está descartado pelo governo em relação ao ajuste das contas
públicas, mas argumentou que a equipe econômica precisa apresentar a
necessidade de cortes de despesas.
Em entrevista à Rádio CBN, Lula
afirmou que o problema do país é o fato de os “ricos” se apoderarem do
orçamento da União com isenções fiscais e desonerações, dizendo que
existem isenções feitas sem contrapartida para o mundo do trabalho.
Ao
ser questionado sobre possíveis cortes de gastos, Lula pediu cautela,
mencionou os benefícios fiscais ao agronegócio e criticou a ideia de
ajustes onerando os mais pobres.
“Não me venham querer que faça ajuste em cima das pessoas mais humildes”, disse.
De
acordo com o presidente, a equipe econômica irá apresentar a
necessidade de cortes. E voltou às críticas: “As mesmas pessoas que
falam que é preciso parar de gastar são as pessoas que tem R$ 646
bilhões em isenção, desoneração de folha. São os ricos que se apoderam
de uma parte do orçamento do País e eles se queixam com o que está
gastando com o povo pobre. Acabamos de aprovar a desoneração para 17
setores, qual é a contrapartida que esses grupos trazem para o
trabalhador?”, indagou.
‘Campos Neto trabalha para prejudicar’ o Brasil’
O
presidente também voltou a atacar o presidente do Banco Central,
acusando Roberto Campos Neto de trabalhar “para prejudicar o país”.
De
acordo com o presidente, o comportamento da autarquia é a única “coisa
desajustada” no Brasil no momento e a taxa de juros não pode ser
“proibitiva” para setores produtivos.
“O
presidente do Banco Central não demonstra nenhuma capacidade de
autonomia, tem lado político e, na minha opinião, trabalha muito mais
para prejudicar o país do que para ajudar”, disse Lula.
Temu: presente em 18 países, é o segundo aplicativo de compras mais usado nos EUA, depois da Amazon (Crédito:Divulgação)
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RESUMO
• E-commerce chinês Temu, lançado em 2022, tornou-se um dos aplicativos mais baixados do mundo. • Agora, desembarca no Brasil em meio à explosão do comércio digital de marcas estrangeiras. • A “taxa das blusinhas” protegerá as lojas nacionais? • Relatório do BTG não vê dano significativo na recente taxação do governo sobre itens importados de até US$ 50
Depois de meses de espera, a Temu finalmente desembarcou no Brasil. O marketplace do grupo chinês Pinduoduo (PDD) começou a operar no País no dia 6 de junho,
no momento em que o varejo atravessa crises de empresas nacionais como
Americanas e Marisa, ao mesmo tempo em que as internacionais – Mercado
Livre, Amazon, Shopee, AliExpress e Shein – decolam. Para tentar fazer
frente ao avanço das estrangeiras, o Senado Federal e a Câmara
aprovaram, neste mês, a taxação das compras internacionais de até US$
50, popularmente apelidada de “taxa das blusinhas”. Agora, o texto segue
para a sanção do presidente Lula. Se esses fatores movimentam o setor, a
Temu chega para abalar ainda mais.
Presente em 18 países,
a varejista digital é especializada em vender (quase) tudo a preços
baixíssimos, com estratégias agressivas de descontos e fretes grátis,
atraindo milhares de clientes por onde passa. Não dá para negar que há
motivos de sobra para os concorrentes se preocuparem com a chegada da
plataforma no País.
Os números da empresa justificam a visão atenta do mercado. • Entrou
em funcionamento pela primeira vez nos Estados Unidos em setembro de
2022, caiu no gosto popular e em apenas dois anos tornou-se o segundo
aplicativo de compras mais usado no país, depois da Amazon, em termos de
usuários mensais, de acordo com a Bloomberg. • Logo ocorreu a expansão das operações para outras potências como Alemanha, França, Reino Unido e Canadá. •
Isso deu ao e-commerce a quinta posição no ranking de apps mais
baixados no mundo em 2024, atrás somente das já tradicionais redes
sociais TikTok, Instagram, Facebook e WhatsApp, segundo o portal App
Magic.
Esse fenômeno é reflexo da estratégia da PDD, controladora da Temu, que visa crescimento global em longo prazo. A companhia saltou de um faturamento de US$ 4,3 bilhões em 2019 para US$ 34,9 bilhões no último ano. “Continuaremos
focando no crescimento do nosso valor intrínseco de longo prazo através
do investimento em iniciativas que tragam resultados sustentáveis e
impactos em nossas comunidades”, disse Lei Chen, presidente e co-CEO da Pinduoduo, no relatório financeiro de 2023.
No
Brasil, a Temu chega com o apetite de conquistar os consumidores,
especialmente pelos preços competitivos e acessíveis. Em nota enviada à
DINHEIRO, a empresa afirmou que a entrada no mercado tupiniquim segue o
plano de permitir que mais pessoas de todas as classes sociais tenham acesso a produtos de qualidade. “Estamos
empolgados para oferecer aos consumidores brasileiros produtos de
qualidade a preços excelentes, conectando-os diretamente com fabricantes
de classe mundial”, afirmou. “Ao eliminar margens de lucro
desnecessárias, estamos facilitando o acesso de todas as pessoas aos
produtos que desejam e necessitam”, complementou a companhia, que ainda não tem um executivo para liderar a operação no País.
A Temu mira um mercado bilionário. • O e-commerce brasileiro movimentou R$ 185,7 bilhões em 2023, segundo a Associação Brasileira de Comércio Eletrônico (ABComm). • A previsão para 2024 é que alcance R$ 205,11 bilhões, 10,45% superior ao ano anterior.
Presidente e co-CEO da Pinduoduo, Lei Chen foca no longo prazo: “Estamos empolgados para oferecer produtos de qualidade a preços excelentes”, declarou a companhia
Com site e aplicativo já disponíveis em português, há mais de trinta categorias de produtos na prateleira digital da chinesa, entre eles: • moda feminina, • masculina e infantil, • eletrônicos, • decoração, • beleza e saúde, • e artigos para animais de estimação.
Em relatórios da XP, os analistas
de varejo Danniela Eiger, Gustavo Senday e Laryssa Sumer apontaram que a
plataforma estreou com uma estratégia promocional agressiva com
descontos de até 90% para produtos selecionados, enquanto cupons de R$ 15 a R$ 50 de desconto também estão disponíveis para compras acima de R$ 175.
No entanto, a companhia estabeleceu um pedido mínimo de R$ 75 para proceder o checkout, potencialmente como forma de otimizar os custos de frete.
Outra
iniciativa inovadora em relação à concorrência é que, caso os preços
listados diminuam após 30 dias da compra dos consumidores, a Temu se
compromete a reembolsar a diferença, o que também arregala os olhos dos
consumidores brasileiros ávidos por compras com descontos e cashback.
CONCORRÊNCIA
Enquanto
a novata ainda desfaz as malas no Brasil, a Temu comemora os rápidos
resultados nos Estados Unidos e no México. Poucos meses após o
lançamento nesses países, a base de usuário aumentou e o app se tornou
vice-líder e líder em usuários ativos mensais nesses respectivos
mercados.
Os players já estabelecidos aqui têm respondido à entrada agressiva da Temu com estratégias e investimentos.
O
Mercado Livre – plataforma de origem argentina – anunciou em março o
aporte de R$ 23 bilhões para as operações brasileiras neste ano, com o
objetivo de preservar sua liderança e se posicionar melhor na batalha
por atração e retenção de clientes.
O e-commerce da PDD entra para disputar os clientes com as plataformas asiáticas Shein, AliExpress e Shopee.
Isso porque a Temu se assemelha ao modelo de negócios da Shein, que
leva precisão e eficiência para uma performance ainda melhor dos
fabricantes chineses, enquanto pode ser comparada com a proposta de
valor da Shopee, com variedade de produtos.
Segundo o especialista Alberto Serrentino, fundador da Varese Brasil e vice-presidente da Sociedade Brasileira de Varejo e Consumo, há embate direto entre a Temu e a Shopee. “A
Temu deve investir em vendedores locais, assim como fez nos Estados
Unidos. Esse é o modelo de negócio da Shopee para atrair uma base maior
de clientes em cada país”, afirmou.
Embora a comparação seja
quase inevitável, a Shopee, e-commerce de Singapura que opera no Brasil
desde 2019, não gosta de se colocar no mesmo balaio. À DINHEIRO, Felipe Piringer, head de marketing da Shopee, disse que a empresa é tão brasileira quanto as outras.
“A operação brasileira tem foco local. Temos dois escritórios em São
Paulo, mais de 10 mil colaboradores, além de centros de distribuição,
galpões logísticos e pontos de coleta”, disse. Segundo Piringer,
são 3 milhões de vendedores brasileiros na plataforma, como Havaianas e
MadeiraMadeira, e mais de 90% das vendas são de lojistas locais.
Se entre as concorrentes
internacionais a Temu causa preocupação, nas varejistas brasileiras a
situação é ainda mais delicada. Muitas delas enfrentam fragilidades
financeiras e a chegada de um player altamente competitivo pode deixar a
disputa pelo mercado ainda mais acirrado.
De acordo com um levantamento da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), a quantidade de itens de bens de consumo com valor de importação de até US$ 50 por unidade cresceu 35% em 2023 em relação a 2022. Lideraram as encomendas produtos originários da China (51,8%). Muito atrás estão Argentina (6,2%) e Paraguai (5,9%).
DIPLOMACIA
Vislumbrando o potencial de mercado proveniente da aliança entre Brasil e China, o vice-presidente da República e chefe do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (Mdic), Geraldo Alckmin,
esteve no país asiático na primeira semana de junho em uma comitiva
empresarial. O plano, segundo ele, era celebrar acordos e aproximar o
empresariado chinês das oportunidades brasileiras. Entre os acordos
firmados, destacam-se os R$ 24,6 bilhões autorizados em concessões de
crédito para o mercado brasileiro de bancos chineses e o acordo para
exportação de café de R$ 500 milhões.
Se o clima diplomático
rondava os eventos de comemoração de 50 anos das relações entre Brasil e
China na estada de Alckmin por lá, por aqui um assunto bem menos afável
era tratado entre os importadores de produtos, em especial os chineses.
A taxação do governo para compras internacionais acima de US$ 50,
tópico sensível inclusive entre o eleitorado petista, foi aprovada no
Congresso e seguiu para sanção presidencial. Na prática, a mudança surge
como forma de proteger a indústria brasileira, como parte do pacote de
renovação dos parques fabris promovido pelo governo com iniciativas como
o Mover.
Alckmin prega cautela ao falar sobre o assunto. “Enquanto
governo, precisamos olhar o todo. A cadeia como um todo. O fato é que,
como foi colocado, não se trata de um valor muito alto. E, na
contrapartida, é algo que ajuda a preservar emprego, garantir o
desenvolvimento de empresas”, disse ele à DINHEIRO, ao avaliar que o mundo tem observado o potencial de consumo brasileiro. “Estamos
trabalhando para dar ao mundo a infraestrutura ideal. A reforma
tributária, por exemplo, nos coloca em paridade com as melhores práticas
mundiais e abre espaço para muitas empresas, inclusive as chinesas.”
Mesmo
impopular entre os cidadãos, em razão da percepção de que os preços dos
produtos aumentarão, a medida não é vista como fim da linha para as
asiáticas e não deve ser capaz de frear o bom momento das operações.
Segundo Claudio Felisoni de Angelo, presidente do Instituto Brasileiro de Executivos de Varejo & Mercado de Consumo (Ibevar), se sancionada, a taxação terá efeito limitado para os consumidores. “Os preços das plataformas chinesas continuarão muito atrativos em relação aos ofertantes do mercado interno”, afirmou. Em relatório divulgado no dia 7, analistas
do BTG Pactual também apontaram que, mesmo com os impostos, ainda há
posicionamento competitivo para essas plataformas com uma ampla
variedade de produtos mais baratos. Dessa forma, as portas do
Brasil estão escancaradas para as plataformas chinesas. O consumidor
agradece. Os concorrentes nem tanto.
A
Vale reiterou na noite da quinta-feira, 13, que busca potenciais
parceiros para sua plataforma de energia após aquisição de fatia de 45%
da Cemig na Aliança Energia. Neste momento, no entanto, não há qualquer
instrumento vinculante ou decisão tomada a respeito de quem será o
potencial parceiro para a futura plataforma ou sua estrutura de capital.
Em
comunicado enviado à Comissão de Valores Mobiliários (CVM), a empresa
lembra que a conclusão da aquisição da totalidade da participação de 45%
da Cemig na Aliança Energia, pelo valor de R$ 2,7 bilhões, é sujeita a
condições precedentes usuais.
“O
aumento da participação na Aliança Energia é um passo importante para a
criação de uma plataforma de energia, que potencialmente contemplará
outros ativos do portfólio da Vale”, afirma.
A Vale diz que busca
potenciais parceiros para essa plataforma mantendo seu compromisso com a
descarbonização de suas operações a partir de fontes renováveis e com
custos competitivos de autoprodução.
Parque de geração de energia solar na França 12/02/2024 REUTERS/Gonzalo Fuentes/File Photo
Da redação com Reutersi
O
grupo Comerc Energia, que tem a Vibra como acionista, dá início na
próxima semana à operação comercial da última usina solar de seu atual
plano de investimentos em geração renovável de grande escala, um ciclo
que já consumiu R$ 5,5 bilhões em aportes desde 2021 e que levou a
companhia a alcançar um portfólio de 1,8 gigawatt (GW) de capacidade
instalada.
Agora, a Comerc começa a se preparar para um novo ciclo
de investimentos na área, também focado na fonte solar, com “apetite”
de seus controladores e em um momento de melhora da tendência de preços
de energia no país, disse à Reuters Pedro Fiuza, vice-presidente de
geração centralizada da Comerc.
O
grupo, que é um dos maiores na comercialização, gestão e soluções de
energia do país e tem a Vibra como acionista, inaugurou nesta
sexta-feira em Minas Gerais a usina solar São João do Paracatu, com 267
megawatts-pico (MW), e inicia na próxima semana a atividade comercial da
usina Várzea, de 118 MWp, também no Estado mineiro.
As grandes
usinas solares da Comerc têm sua energia contratada no mercado livre,
principalmente junto a grandes consumidores eletrointensivos, como
mineradoras e produtoras de alumínio.
“Fizemos um passo por vez, o
desafio era muito grande para esse primeiro ciclo de investimentos.
Concluímos e estamos entregando conforme o prazo, isso nos dá muita
tranquilidade para discutir o segundo ciclo”, disse Fiuza.
Segundo
o executivo, a execução dos investimentos no prazo e o bom desempenho
observado dos empreendimentos já em operação garantem “conforto” aos
acionistas da Comerc, que querem seguir crescendo em geração renovável,
afirmou.
Ainda não há definição sobre o tamanho do próximo ciclo
de investimentos, mas a proposta é seguir apostando na energia solar,
campo de “expertise” da Comerc. O grupo tem participações minoritárias
em parques eólicos de terceiros, mas não está no radar hoje se tornar
operador ou sócio majoritário de projetos da fonte, disse Fiuza.
Aquisições no radar
A
empresa está agora prospectando a compra de projetos solares em estágio
inicial, com outorga e licenças, para desenvolver e construir.
A
avaliação é de que o cenário de preços baixos da energia no Brasil, que
até então se mostrava desafiador para viabilizar o lançamento de novos
“greenfields”, está melhorando.
Em um ambiente de preços da
energia deprimidos, os consumidores do mercado livre geralmente tendem a
comprar energia para o curto prazo e evitar contratações mais longas,
dificultando a negociação de contratos para novas usinas de grande
porte.
“Temos visto o mercado voltando, os preços voltando, com
mais volatilidade… Hoje está bem melhor do que no final do ano passado.
Há uns nove meses a gente tinha pouca aceitação por parte dos clientes
para negociar contratos de longo prazo. Hoje a agenda do time comercial
está bem mais cheia.”
O executivo comentou ainda que a companhia
tem visto empresas interessadas em comprar seu complexo solar Hélio
Valgas, um dos maiores da fonte no país, com 662 MWp.
Segundo ele,
a Comerc não “buscou ativamente” sondar o mercado para uma venda, mas o
empreendimento atraiu a atenção de terceiros por possuir um contrato de
compra e venda de energia (PPA, na sigla em inglês) em dólar, já que a
energia está contratada junto a um cliente exportador.
“São poucos
os projetos com essa característica, isso por si só desperta o
interesse de alguns players do mercado. Diante dessa realidade,
comentamos com os bancos que estamos abertos (a fazer negócio)”.
“Se
chegar a um preço que faça sentido (vender Hélio Valgas), reciclar
capital e realocar, a gente faz, mas não é uma diretriz do nosso
acionista e do conselho de administração fazer a venda de ativos de
forma ativa”, acrescentou Fiuza.
Em paralelo, a Comerc segue
crescendo em geração distribuída solar, modalidade que envolve projetos
de pequeno porte, com até 5 MW, com mais 1,5 bilhão de reais em
investimentos para executar até 2025. Somando sua carteira em “GD” e
fatias em eólicas, o grupo alcança 2,1 GW em capacidade instalada.
Aporte irá gerar uma média de 100 empregos diretos e indiretos na região
Redação
A Eikto, que produz células, módulos e sistemas de baterias de
lítio, é a maior fabricante da China no setor e está presente em 44
países
A
multinacional Eikto anunciou a aprovação de uma segunda rodada de
investimentos na fábrica de Laguna (SC). Serão mais de R$ 50 milhões
para ampliar a sua instalação com foco em exportação, o que irá gerar
uma média de 100 empregos diretos e indiretos para a cidade e região,
segundo informou o diretor comercial da Eikto no Brasil, Mauricio Borba.
A empresa, uma das maiores atuantes internacionais no setor de baterias
de lítio, investiu aproximadamente R$ 20 milhões para sua instalação,
comercialização e linha de montagem em Santa Catarina, somente no ano
passado.
A Eikto, que produz células, módulos e
sistemas de baterias de lítio, é a maior fabricante da China no setor e
está presente em 44 países. Tem como foco, na sua produção, atender as
necessidades náuticas, de telecomunicações ou de equipamentos de
movimentação de materiais. Os benefícios são vários, tanto para o meio
ambiente, como a redução da emissão de carbono, quanto para os
consumidores, pois a duração das baterias é de 10 anos, com
monitoramento do produto direto da China. "Os produtos fabricados em
Laguna serão destinados aos segmentos de empilhadeiras", explica Borba.
De
acordo com o plano de negócios da Eikto, o projeto total terá valor de
R$ 120,9 milhões, incluindo investimentos com maquinário, insumos,
equipamentos, instalações, obras civis, infraestrutura, mobiliário,
tecnologia e capital de giro. A representante da empresa no Brasil,
Melina Fechine, detelha ainda que o plano da Eikto em Santa Catarina
consiste na implantação da linha de montagem de baterias com maquinário
da melhor tecnologia do mercado global, desde máquina de solda,
dobradeira, até máquina de corte a laser e de teste de baterias. "Na
instalação da fábrica de bateria de íon de lítio haverá redução de
custos, como os de importação, para melhor atender potenciais clientes
brasileiros, são eles fabricantes de empilhadeiras, revendedores,
empresas de locação de máquinas, empresas de logística e empresas
voltadas à energia e energia solar", enumera.
O mercado de
empilhadeiras engloba, segundo ela, as de combustão interna e elétricas
(chumbo e lítio). "Entre as elétricas, a maioria das baterias eram de
chumbo ácido antes de entrarmos no mercado brasileiro, e estamos
promovendo a substituição para baterias de lítio. Nossa presença no
Brasil está facilitando essa mudança no mercado entre empilhadeiras
elétricas e baterias de lítio, aliando também as empresas de fabricação
de empilhadeiras locais, que estão se tornando mais fortes quando se
juntam a nós contra as empilhadeiras com baterias de íon de lítio
importadas. O total de vendas anuais de novas empilhadeiras no Brasil é
de atualmente 30 mil unidades", destaca.