Presidente Luiz Inácio Lula da Silva durante reunião no Palácio do Planalto, em Brasília
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva indicou nesta terça-feira, 18, que nada está descartado pelo governo em relação ao ajuste das contas públicas, mas argumentou que a equipe econômica precisa apresentar a necessidade de cortes de despesas.
Em entrevista à Rádio CBN, Lula afirmou que o problema do país é o fato de os “ricos” se apoderarem do orçamento da União com isenções fiscais e desonerações, dizendo que existem isenções feitas sem contrapartida para o mundo do trabalho.
Ao ser questionado sobre possíveis cortes de gastos, Lula pediu cautela, mencionou os benefícios fiscais ao agronegócio e criticou a ideia de ajustes onerando os mais pobres.
“Não me venham querer que faça ajuste em cima das pessoas mais humildes”, disse.
De acordo com o presidente, a equipe econômica irá apresentar a necessidade de cortes. E voltou às críticas: “As mesmas pessoas que falam que é preciso parar de gastar são as pessoas que tem R$ 646 bilhões em isenção, desoneração de folha. São os ricos que se apoderam de uma parte do orçamento do País e eles se queixam com o que está gastando com o povo pobre. Acabamos de aprovar a desoneração para 17 setores, qual é a contrapartida que esses grupos trazem para o trabalhador?”, indagou.
‘Campos Neto trabalha para prejudicar’ o Brasil’
O presidente também voltou a atacar o presidente do Banco Central, acusando Roberto Campos Neto de trabalhar “para prejudicar o país”.
De acordo com o presidente, o comportamento da autarquia é a única “coisa desajustada” no Brasil no momento e a taxa de juros não pode ser “proibitiva” para setores produtivos.
“O presidente do Banco Central não demonstra nenhuma capacidade de autonomia, tem lado político e, na minha opinião, trabalha muito mais para prejudicar o país do que para ajudar”, disse Lula.
Nesta quarta-feira, 18, o Comitê de Política Monetária do BC (Copom) anunciará sua próxima decisão sobre a taxa Selic, com ampla expectativa do mercado de manutenção dos juros no patamar de 10,50% ao ano, encerrando um ciclo de sete cortes consecutivos.
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