terça-feira, 25 de junho de 2024

Reancoragem das expectativas de inflação é essencial para ajustes na Selic, diz BC

 


Sede do Banco Central em Brasília

A reancoragem das expectativas de inflação é vista pela diretoria do Banco Central como elemento essencial para assegurar a convergência da inflação para a meta, mostrou a ata da última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), em que foi tomada a decisão de interromper a sequência de cortes na taxa básica de juros.

No documento divulgado nesta terça-feira, 25, o BC também informou que elevou marginalmente a hipótese de taxa de juros real neutra em seus modelos, de 4,5% para 4,75%.

“O Comitê unanimemente avalia que se deve perseguir a reancoragem das expectativas de inflação independentemente de quais sejam as fontes por trás da desancoragem”, disse o BC no documento.

O Copom ainda reiterou que o ambiente global incerto e cenário doméstico marcado por resiliência na atividade, elevação de projeções de inflação e expectativas desancoradas demandam maior cautela.

Na última quarta-feira, o Copom decidiu manter a taxa Selic em 10,50% ao ano, em decisão unânime de sua diretoria para interromper o ciclo de afrouxamento monetário iniciado em agosto do ano passado.

“O comitê avaliou que a política monetária deve se manter contracionista por tempo suficiente em patamar que consolide não apenas o processo de desinflação, como também a ancoragem das expectativas em torno de suas metas”, diz a ata.

Copom debate juros neutros mais altos

O BC reforçou, por meio da ata, que eventuais ajustes futuros na Selic serão ditados pelo “firme compromisso de convergência da inflação à meta.”

“O comitê avaliou que a política monetária deve se manter contracionista por tempo suficiente em patamar que consolide não apenas o processo de desinflação, como também a ancoragem das expectativas em torno de suas metas”, diz a ata.

Segundo o Copom, o comportamento do mercado de trabalho e da atividade doméstica têm surpreendido e divergido da desaceleração esperada. Isso é verdade especialmente para consumo das famílias, disse o comitê. Além disso, o aumento das expectativas de inflação também é um fator de preocupação.

Além de elevar a hipótese dos juros neutros a 4,75%, o Copom também debateu cenários com taxa neutra entre 4,5% e 5%, “uma vez que muitos modelos apresentados indicam valores nesse intervalo”.

“Em função da incerteza intrínseca e da própria natureza da variável, o Comitê reforçou que a taxa neutra não é uma variável que deve ser atualizada em frequência alta e que tampouco deveria ter movimentos abruptos, salvo em casos excepcionais”, afirmou.

segunda-feira, 24 de junho de 2024

‘O que aconteceu com o real é algo não repetível’, diz Persio Arida em evento sobre 30 anos da moeda

 


Na comemoração dos 30 anos do Plano Real, o ex-presidente FHC encontrou alguns dos economistas que criaram o mais bem-sucedido programa de estabilização da economia brasileira: Persio Arida, Pedro Malan e Gustavo Franco.

Na comemoração dos 30 anos do Plano Real, o ex-presidente FHC encontrou alguns dos economistas que criaram o mais bem-sucedido programa de estabilização da economia brasileira: Persio Arida, Pedro Malan e Gustavo Franco. (Crédito: Vinicius Doti/Fundação FHC)

O Instituto FHC realizou na tarde desta segunda-feira, 24, o evento “30 Anos do Plano Real” com a participação dos idealizadores do plano que criou a moeda brasileira em vigor até hoje. Estiveram presentes André Lara Resende, Arminio Fraga, Edmar Bacha, Gustavo Franco, Pedro Malan e Persio Arida.

“O que aconteceu com o real é algo não repetível”, avaliou Arida. Para o economista, o cenário e os personagens envolvidos no novo plano econômico à época são muito específico, e ajudaram a transformar o real hoje em um “bem público”.

“Havia um trabalho coletivo, não foi uma ideia do nada”, lembra. “O ponto foi entender a especificidade da economia brasileira. Conviver com indexação. E uma trajetória de sequências de planos, congelamentos de preços etc. Fomos de 20% [de inflação] em 1970 a mais de 2.000% antes do real. Havia no Brasil algo muito diferente dos processos normais de inflação”.

Persio destacou então a atuação de Fernando Henrique Cardoso, então ministro da Fazenda de Itamar Franco (1992-1994), que, segundo Arida, tinha uma dupla característica que foi importante no momento: a de político e de intelectual.

“Difícil imaginar um ministro da Fazenda convencer o presidente da República, que tinha ideias próprias, e fazer aliança com partidos, percorrer o país com pedagogia democrática. Essa dupla característica foi vital para o sucesso do plano. Se não tivesse sido essa liderança política do FHC, nada disso teria acontecido.”

Outro ponto para o sucesso do plano, segundo Arida, foi o ambiente de ideias que originaram o real. “Sim, foi um plano original, mas só vingou porque teve ambiente de discussão e aperfeiçoamento dessas ideias e alguém que resolveu bancá-las politicamente”.

Governo e Celesc projetam aporte bilionário para a geração de energias renováveis em SC

 


Programa Energia Boa prevê a construção de seis novas subestações e linhas de transmissão para conectar novas usinas ao sistema elétrico, gerando 19 mil empregos 
 
 
Com a infraestrutura implantada, o governo catarinense destrava pouco mais de R$ 3 bilhões em investimentos privados no Planalto Serrano, região que tem hoje o maior potencial hídrico do estado

 

O governador Jorginho Mello lançou nesta sexta-feira (21) na Associação Comercial e Industrial de Lages (Acil), o programa Energia Boa. Considerado o maior projeto estadual de fomento à geração de energias renováveis já realizado no país, a iniciativa prevê a construção de seis novas subestações e 225,5 quilômetros de linhas de transmissão no Planalto Serrano. Com o aumento da infraestrutura, pequenas centrais hidrelétricas (PCHs) e centrais geradoras hidrelétricas (CGHs) poderão se conectar ao sistema elétrico, melhorando a oferta de energia limpa para toda a região e incentivando novos negócios. Para alavancar esses projetos, o governo estadual planeja injetar R$ 572 milhões na realização de obras de infraestrutura energética em Lages, Painel, Campo Belo, Urubici, Matos Costa e Rio do Campo.

Caberá ao governo estadual a disponibilização dos recursos e à Celesc, por atribuição regulatória, a execução das obras. "Com o Energia Boa, estamos lançando o maior programa estadual de incentivo às energias renováveis já realizado no Brasil. Ao melhorarmos a infraestrutura no Planalto Serrano, aumentamos também a rede de energia elétrica trifásica para a região", anunciou Mello. Presidente da Celesc, Tarcísio Rosa explicou que o Energia Boa nasce para potencializar a vocação de Santa Catarina para gerar energia sustentável. "Somos referência para o Brasil, sendo o estado com a maior quantidade de usinas hidrelétricas em operação e com a cadeia produtiva completa para implantar projetos voltados à geração de energia limpa", destacou o presidente.

Com a infraestrutura implantada, o governo catarinense destrava pouco mais de R$ 3 bilhões em investimentos privados na região, que tem hoje o maior potencial hídrico do estado. Serão mais 300 MW de potência instalada em fontes renováveis hídricas — com possibilidade de investimentos futuros em fontes de energia eólica, solar e biomassa. A expectativa é gerar cerca de 19 mil empregos nos próximos três anos somente na construção das PCHs/CGHs. O cronograma de implantação é de até 36 meses. As projeções são baseadas em estudos e estimativas feitas pelo setor. Além de impulsionar a geração de energias renováveis, o programa também tem um importante componente socioeconômico para o Planalto Serrano. A região tem hoje um dos menores Índices de Desenvolvimento Humano (IDH) de Santa Catarina, com IDH médio de 0,72 – o IDH de Santa Catarina é de 0,79.

Secretário da Fazenda, Cleverson Siewert destacou que a combinação de recursos públicos e dos investimentos privados será revertida em projetos com reflexos positivos na geração de empregos e na arrecadação estadual, o que contribui para impulsionar a economia de Santa Catarina como um todo. "As projeções nos mostram que serão R$ 290 milhões em impostos municipais, estaduais e federais em 36 meses, a partir da realização das obras", projeta o secretário. O Energia Boa é desenvolvido em conjunto entre a Celesc, a Secretaria de Estado da Fazenda (SEF/SC) e a Secretaria da Indústria, Comércio e Serviços (Sicos). O programa também conta com o apoio da Associação dos Produtores de Energia de Santa Catarina (Apesc), entidade sem fins lucrativos que une mais de 100 empresas produtoras de energia e atua junto aos órgãos governamentais para a promoção de energias renováveis.

Em agenda privada em SP, Lula visita FHC, Noam Chomsky e Raduan Nassar

 

Em agenda privada, o presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, visitou na manhã desta segunda-feira (24), em São Paulo, o escritor Raduan Nassar e o linguista Noam Chomsky. Já no início da tarde, ele fez uma visita ao ex-presidente da República Fernando Henrique Cardoso.

Os três compromissos são reservados e não foram divulgados na agenda oficial do presidente.

O escritor brasileiro Raduan Nassar, 88 anos, é autor de livros como Um Copo de Cólera e Lavoura Arcaica. Já o linguista e filósofo Noam Chomsky, 95 anos, esteve hospitalizado recentemente na capital paulista, tendo recebido alta no dia 18 de junho do hospital Beneficência Portuguesa. Ele se recupera em casa.

A visita ao ex-presidente Fernando Henrique Cardoso também foi privada. Adversários em eleições presidenciais, Fernando Henrique declarou apoio a Lula em 2022.

Lula chegou a São Paulo ontem (23) e deve retornar a Brasília ainda hoje.

Inhotim vai ganhar hotel de luxo nos próximos meses

 


Projeto inclui a ampliação e a finalização das obras do hotel boutique até dezembro deste ano e a construção de um novo resort até 2029; obras estão a todo vapor

Inhotim vai ganhar hotel de luxo nos próximos meses

Inhotim é o maior museu a céu aberto da América Latina e encanta a todos pela mistura de obras de arte e natureza | Crédito: Brendon Campos

O andamento das obras para a instalação de um hotel de luxo dentro do Instituto Inhotim, localizado em Brumadinho, na Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH), está a todo vapor. Sete meses após anunciar o empreendimento no museu de arte contemporânea e jardim botânico, o Grupo Clara Resorts trabalha, neste momento, na reformulação estrutural do hotel boutique adquirido, bem como no início das intervenções na piscina coberta e SPA e escolha dos revestimentos.

Com investimento de centenas de milhões nos próximos seis anos, o projeto inclui a ampliação e a finalização das obras do hotel boutique até dezembro deste ano e a construção de um novo resort até 2029.

A primeira etapa do hotel contará com 46 bangalôs, piscinas climatizadas e coberta, sauna, spa, dois restaurantes, brinquedoteca, academia e espaço para eventos. A expectativa é que fique pronta em dezembro deste ano.

“Depois serão construídas mais 60 acomodações, um spa cinematográfico no meio da floresta e a expansão do centro de eventos, até 2025. E para 2029 será inaugurado um resort completo com 150 acomodações em uma área a 700 metros do Museu”, explica a CEO do Clara Resorts, Taiza Krueder.

Para isso, ela garante que em todas as etapas serão priorizados fornecedores e prestadores de serviços locais. Neste momento, além do escritório de arquitetura, marceneiros, paisagistas e demais profissionais envolvidos são mineiros.

“Faço questão de valorizar os fornecedores locais. Foi assim que descobrimos um granito deslumbrante, feito em São João del Rei (Campo das Vertentes). A equipe do projeto sugeriu buscarmos as pedras no Espírito Santo, referência nacional no material, mas fiz questão de procurarmos mais perto. Desta forma encontramos um granito maravilhoso da região”, conta.

 

 https://diariodocomercio.com.br/turismo/obras-hotel-de-luxo-em-inhotim/

DiamondMall: expansão de R$ 80 milhões amplia atrativos do shopping; veja novas lojas

 

Marcas internacionais como Dolce&Gabbana, CH Carolina Herrera, Emporio Armani e Chanel irão compor o novo piso do mall

Centro de compras no Lourdes passa por obras de expansão e revitalização | Foto: Divulgação/DiamondMall

 

Com aportes de R$ 80 milhões, as obras de expansão do shopping DiamondMall, na região Centro-Sul de Belo Horizonte, estão cada vez mais próximas de serem inauguradas. Em novembro, o mall ganhará um quarto piso com 25 novas atrações, sendo algumas inéditas na Capital. 

A ampliação acrescentará ao centro de compras 5 mil metros quadrados em lojas. Entre as novas operações – divulgadas com exclusividade ao Diário do Comércio – estão marcas nacionais e internacionais, como Dolce&Gabbana, CH Carolina Herrera, Emporio Armani e Chanel. 

Outra novidade é a chegada de restaurantes inéditos para ampliar as possibilidades gastronômicas em Belo Horizonte. As marcas Zucco (dedicada à culinária italiana) e SU (especializada na cozinha oriental contemporânea), já consolidadas em bairros nobres de São Paulo, agora desembarcam na capital mineira. 

A expectativa, segundo a superintendente do shopping DiamondMall, Jucilene Oliveira, é posicionar Belo Horizonte na rota de grandes marcas internacionais. Além disso, a expansão e revitalização do mall levará maior conforto, modernidade e novas opções aos clientes. 

“Recebemos quase 7,5 milhões de visitantes por ano. Logo, temos que oferecer um mix valioso de marcas, como também uma estrutura moderna, arrojada e aconchegante”, destaca. 

Investimentos somam R$ 140 milhões

Além da expansão, o shopping DiamondMall segue investindo em reformas estruturais para revitalizar o espaço, que, em novembro, celebra 28 anos de história em Belo Horizonte. As obras em destaque incluem a modernização da praça de alimentação, além de um novo espaço gourmet, novas escadas rolantes e elevadores.

Outra novidade é a troca de forros, pisos e guarda-corpos, além da substituição de escadas rolantes, claraboias e elevadores por equipamentos mais modernos e sustentáveis. Na estrutura externa, a fachada, as portarias e os estacionamentos também serão reformados.

Em meados do ano passado, a reportagem do Diário do Comércio antecipou que o Grupo Multiplan, administrador do shopping, estava investindo R$ 60 milhões na revitalização do empreendimento. Com os R$ 80 milhões das obras de expansão, os investimentos chegam a R$ 140 milhões.

Na época, a empresa anunciou que as mudanças fariam parte do “novo DiamondMall”. Com as reformas, a gestão acredita que haverá possibilidade de maior evolução no orçamento do centro de compras que, em 2022, avançou cerca de R$ 620 milhões.

 

 https://diariodocomercio.com.br/negocios/expansao-shopping-diamondmall-belo-horizonte-novas-marcas/?utm_campaign=240624_diario_2024&utm_medium=email&utm_source=RD+Station

Privatização da Sabesp: oferta de ações pode saneamento básico e reduzir tarifas.

 


O governo do Estado de São Paulo pode levantar até R$ 16,5 bilhões com a oferta pública de ações da Sabesp. O governo estadual detém atualmente 50,3% da Sabesp e espera manter uma participação minoritária de 18% na empresa, enquanto uma fatia de 17% será ofertada para o mercado em geral, incluindo os investidores pessoas físicas. 

A Sabesp publicou nesta sexta-feira, 21, o prospecto da oferta pública de ações. Com isto, inicia-se o período de venda das ações da empresa para o mercado, etapa final do processo de privatização da companhia. O governo espera concluir a operação em 22 de julho.

Por enquanto, o valor de R$ 16,5 bilhões é apenas um indicativo de quanto o Estado pode arrecadar com o negócio, já que o preço por ação será definido apenas em 18 de julho. O papel da Sabesp na B3 fechou em R$ 74,85 na sexta-feira, 21.

Como será o oferta de ações

A operação terá uma oferta base de 191,7 milhões de ações e um lote suplementar de 28,8 milhões de ações. Não há oferta primária, o que significa que apenas ações que hoje são do Governo de São Paulo estão sendo ofertadas.

Entre os dias 24 e 28 de junho, os investidores profissionais 17 poderão apresentar suas propostas de preço por 15% das ações da companhia. Os dois investidores de referência finalistas serão anunciados no dia 28, após o fechamento do mercado.

A partir o dia 1 de julho, até o dia 15 de julho, será aberta a venda de mais cerca de 17% das ações da Sabesp. Neste período, os investidores aptos a operar no mercado de ações, inclusive pessoas físicas, poderão apresentar pedidos de compra por meio de corretoras.

A oferta pública de ações está sendo conduzida pelos bancos coordenadores: BTG Pactual, Bank of America, Citi, UBS e Itaú BBA.

O investidor de referência escolhido para deter uma participação de 15% na Sabesp deverá ser divulgado no dia 15 de julho. Na sequência, em 18 de julho será fechado o preço final da oferta pública. A liquidação e o encerramento serão em 22 de julho.

Regras para a escolha do investidor de referência

Na ocasião, a gestão estadual também adicionou uma condição que dá direito ao “right to match”, que permite ao investidor com menor preço ponderado ao final do “bookbuilding”, se tiver maior valor do book, igualar sua proposta à do concorrente e vencer a disputa.

Segundo o governo, isso “permitirá maximizar ainda mais o retorno financeiro do Estado de SP e garantir a escolha do melhor investidor”.

Entre os investidores interessados na oferta de ações da Sabesp, estão a empresa de saneamento Aegea e a Equatorial Energia, informaram fontes à agência Reuters.

Nesta semana que vem, a Sabesp inicia seu “roadshow” internacional para apresentar seu modelo de oferta de ações e projetos de desestatização, concessões e parcerias do Estado, começando pelos Estados Unidos, e, na sequência Europa e Brasil.

O processo de privatização da Sabesp tem sido marcado por protestos contrários à decisão da gestão do governador Tarcísio de Freitas (Republicanos). O governo estadual diz que a desestatização da companhia vai viabilizar a universalização do saneamento básico e reduzir tarifas.