terça-feira, 15 de outubro de 2024

Abrasel move ação contra a Enel e pede indenização de R$ 20 mil por restaurante

 


A associação estima que quase 80 mil estabelecimentos foram afetados

 

 

Comerciantes e restaurantes sofrem com a falta de energia em SP - Crédito: Paulo Pinto/ Agência Brasil

A Abrasel SP (Associação Brasileira de Bares e Restaurantes de São Paulo) irá ajuizar nesta terça-feira, 15, uma nova ação contra a Enel, empresa responsável pelo fornecimento de energia elétrica na capital paulista. Trata-se da segunda ação contra a companhia.

A ação coletiva é restrita aos associados da Abrasel SP, que conta com cerca de 5.000 estabelecimentos associados no estado de São Paulo.

A associação exige que a concessionária indenize bares e restaurantes do município devido aos prejuízos causados pela falta de energia, que iniciou na sexta-feira, 11.

A cidade de São Paulo possui aproximadamente 155 mil estabelecimentos, entre bares, restaurantes e similares. De acordo com a Abrasel SP, metade deles (77.500) foram afetados e tiveram prejuízo com a falta de energia, com perda mínima de R$ 10.000.

“A falta de energia impossibilita o funcionamento de bares e restaurantes e causa grande prejuízo aos empresários, que envolve perda de insumos, cancelamentos de reservas e eventos, impacta de forma significativa o faturamento, principalmente no fim de semana, que é expressivo”, diz Leonel Paim, vice-presidente da Abrasel SP, à imprensa.

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Avenida do Cursino no bairro do Jabaquara sem energia elétrica devido as chuvas – Crédito: Paulo Pinto/Agência Brasil

 

Falta de energia é recorrente

A associação afirma que há empresários que ainda estão esperando uma resposta de uma ação movida em 2023 pela falta de energia.

Percival Maricato, advogado especialista do setor e diretor institucional da AbraselSP, ressalta que a interrupção de eletricidade é uma situação recorrente, sendo a segunda ação movida pela entidade contra Enel.

“Pode-se até se admitir que a energia seja interrompida na sexta-feira por algumas horas, em alguns bairros, em decorrência da tempestade, mas é inaceitável que o serviço seja interrompido por longo período, afetando grande parte da cidade, como já aconteceu anteriormente. A ação coletiva vai requerer indenização por dano financeiro e moral para cada estabelecimento associado.”

E completa: “O dano moral pleiteado pela entidade é no valor aproximado de R$ 20 mil por restaurante ou bar associados, e o dano financeiro será calculado por cada estabelecimento e pode chegar a R$ 50 mil.”

Enel

Em nota divulgada, a Enel Distribuição São Paulo informa que “segue trabalhando para restabelecer a energia para cerca de 214 mil clientes na Grande São Paulo. Desse total, cerca de 46 mil se referem a ocorrências registradas na sexta-feira e no sábado. As equipes atuam, desde os primeiros momentos da tempestade de sexta-feira, no restabelecimento de energia para os clientes que tiveram o serviço afetado e para aqueles que ingressaram com chamados ao longo dos últimos dias”.

Walgreens tem lucro líquido ajustado de US$ 340 mi e anuncia fechamento de 1,2 mil lojas

 

O Walgreens Boots, gigante do varejo farmacêutico, registrou lucro líquido ajustado de US$ 340 milhões e receita acima do esperado no quarto trimestre fiscal encerrado em 31 de agosto, segundo balanço divulgado nesta terça-feira, 15. A empresa norte-americana também anunciou que planeja fechar 1,2 mil lojas nos próximos três anos, sendo que 500 unidades serão descontinuadas no ano fiscal de 2025.

A receita trimestral cresceu 6% ante um ano antes, a US$ 37,54 bilhões, e superou a projeção de analistas, que esperavam US$ 35,75 bilhões.

O lucro ajustado por ação teve queda de 42%, a US$ 0,39 por ação, mas também ficou acima da expectativa, de US$ 0,36.

No resultado sem ajustes, o Walgreens sofreu prejuízo líquido US$ 3,0 bilhões no quarto trimestre, representando aumento expressivo ante o mesmo período no ano passado, quando as perdas somaram US$ 180 milhões.

*Com informações da Dow Jones Newswires

A Enel, empresa privada do setor elétrico, abriu oportunidades de estágio

 


A Enel, empresa privada do setor elétrico, abriu oportunidades de estágio

A Enel vive, mais uma vez, questionamentos sobre sua atuação como companhia de energia elétrica. Na noite de sexta-feira, 11, um temporal com fortes ventos atingiu São Paulo e, como resultado, mais de 2 milhões de pessoas ficaram no escuro na região metropolitana da capital.

Na segunda-feira, 14, quando ainda meio milhão de pessoas estavam sem luz, a companhia deu um prazo de 3 dias para restabelecer totalmente fornecimento de energia. Enquanto isso, estabelecimentos como bares, restaurantes e padarias contabilizam o prejuízo causados por horas sem eletricidade.

Todo esse cenário ocorre em menos de um ano de situação vivida no início de novembro de 2023, quando alguns paulistanos chegaram a ficar sem luz por uma semana após uma forte tempestade, que também causou apagões e prejuízos.

Não só a história se repete, como dessa vez ocorre apenas um mês após a companhia ter feito uma forte divulgação sobre seus planos de investimentos justamente com foco em ter melhor preparo, e, principalmente, melhor resposta a esses eventos climáticos extremos, que devem ser cada vez mais frequentes.

Em setembro, a Enel anunciou que investirá R$ 20 bilhões até 2026 em suas três concessões de distribuição de energia elétrica no Brasil – São Paulo, Rio de Janeiro e Ceará – para mitigar os efeitos das mudanças climáticas em sua rede e garantir um atendimento mais ágil durante a temporada de chuvas.

Na época, o CEO da Enel Brasil, Antonio Scala, destacou que os aportes seriam focados na modernização, reforma das redes de baixa tensão e automação, “com o objetivo de melhorar a qualidade da energia fornecida aos consumidores e responder mais rapidamente a ocorrências como quedas de energia a partir, por exemplo, de gerenciamento remoto”.

A promessa era a instalação de mais de 1,5 mil novos dispositivos de telecontrole, somando as três distribuidoras, sendo 650 apenas em São Paulo, disse a companhia.

Em outra frente, a Enel reforçaria então as manutenções preventivas, com aumento das podas de árvores. Seriam realizadas, ainda em 2024, 600 mil podas na área de concessão, o dobro do ano passado, segundo o CEO.

Toda essa promessa foi feita também diretamente ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva. “A gente está disposto a renovar o acordo se eles assumirem o compromisso de fazer investimento, e eles assumiram o compromisso de ao invés de investirem R$ 11 bilhões, eles vão investir R$ 20 bilhões nos próximos três anos, prometendo que não haverá mais apagão em nenhum lugar em que eles forem responsáveis”, disse Lula.

 “São Paulo, a maior capital, cidade mais importante do país, não pode ficar sem energia”, reforçou o presidente.

Nos planos da Enel, São Paulo deve receber R$ 2 bilhões nos próximos dois anos. Mas os investimentos anunciados vão chegar cm atrasos. Estamos apenas às vésperas do início da temporada de chuvas de verão, que costumam ser mais intensas, causando grandes estragos como queda de árvores, derruba de fios de transmissão e mortes.

A escuridão de novembro rendeu duas multas para Enel. Em fevereiro, a Aneel multou a companhia em R$ 168,5 milhões. Em abril, o Procon-SP aplicou uma multa de R$ 12,9 milhões, por falhas no serviço de energia. A Enel ainda foi alvo de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) na Câmara Municipal que pediu o fim do contrato com a companhia e cobrou investimentos de R$ 6,2 bilhões na rede de energia da capital paulista.

Em abril, a 22ª Câmara de Direito Privado do Tribunal de Justiça de São Paulo manteve liminar que obriga a companhia a reduzir a falta de luz no estado.

Problemas em outros estados

A dificuldade da empresa em lidar com situações de emergência e reestabelecer o fornecimento de energia e a frequência de interrupção dos serviços levou a Secretaria Nacional do Consumidor do Ministério da Justiça e Segurança Pública a multar a filial no Rio de Janeiro em R$ 13,067 milhões.

Em agosto deste ano, a Agência Reguladora do Estado do Ceará (Arce) aplicou uma multa de R$ 28,5 milhões à duração das interrupções de energia, incluindo a demora nas religações. Segundo a agência, entre 2021 e 2023, o número de reclamações contabilizadas pela ouvidoria saltou 82,3%.

Ainda segundo a Arce, os problemas seguiram em 2024, com o número de reclamações entre janeiro e julho já superando o registrado em todo o ano de 2023.

Enel teve que sair de Goiás

A empresa já teve atuação também no estado de Goiás, mas foi obrigada a vender sua concessão após três anos de um imbróglio que envolveu o governo estadual e a Aneel. Isso porque, quando comprou a Companhia Energética de Goiás (Celg) por mais de R$ 2 bilhões em 2017, prometeu reduzir as quedas de energia no estado em 40% em um prazo de três anos, por meio de investimentos para modernização da infraestrutura de distribuição.

A promessa não se cumpriu e a decisão das autoridades foi de repassar a operação para a Equatorial por R$ 1,6 bilhão em 2022.

Problemas cruzam fronteiras

Os consumidores chilenos passam pelos mesmo problemas que os brasileiros. Em agosto, a mesma situação ocorreu no país. A companhia demorou cinco dias para reestabelecer a energia de apenas a metade das 1 milhão de unidades consumidoras que ficaram sem luz após uma forte tempestade com rajadas de ventos de mais de 100km/h. Por lá, a concessão da empresa também está sob risco, após o ministro de Minas e Energia do país, Diego Pardow, anunciar o início de um processo para rever a concessão.

Na Itália, país de origem da empresa, as reclamações se concentram sobre os valores das tarifas do serviço de energia e como os reajustes são mal comunicados. Mas a multa 80 milhões de euros recebida pela empresa naquele país foi por causa do tratamento incorreto de dados de usuários, usados em ações de telemarketing.

E agora?

Para o professor de Estratégia e Inovação da Fundação Dom Cabral (FDC) Fabian Salum, o futuro da empresa é “muito desafiador”. Ele avalia que a companhia teria dado um passo antes da maturidade do mercado brasileiro.

“Entender o mercado brasileiro e ganhar concessões como ela ganhou, em estados-chave, requer, do corpo técnico,  uma leitura mais adequada sobre o cenário”

Salum destaca principalmente a decisão da empresa de cortar equipe técnica e apostar em automação, digitalização e inteligência artificial. “Isso requer um processo, uma evolução. O principal stakeholder é o consumidor. A empresa talvez avançou com uma ideia de busca de eficiência, redução de quadro e a maior geração de dividendos para  o grupo, requer um corpo técnico com maior conhecimento, com maior profundidade das especificidades deste mercado, desta cidade e desses consumidores”.

Prejuízos para bares e restaurantes

A Federação de Hotéis, Restaurantes e Bares do Estado de São Paulo (Fhoresp) anunciou que vai acionar judicialmente a Enel, a fim de responsabilizá-la por prejuízos causados ao setor por causa do apagão. A entidade diz representar mais de 502 mil estabelecimentos, dos quais cerca de metade em regiões afetadas.

A organização também lembrou que o apagão de novembro do ano passado teria causado um prejuízo de cerca de R$ 500 milhões. “A medida legal é necessária, tendo em vista os danos milionários causados aos estabelecimentos gastronômicos”, apontou em comunicado.

A Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP) calcula perdas brutas de cerca de R$ 1,65 bilhão para os setores de varejo e serviços, considerando o faturamento que ambos deixaram de registrar por três dias.

O varejo paulistano teve prejuízos de ao menos R$ 536 milhões nos dias em que parte dos agentes do setor ficou sem funcionar, e as perdas no setor de serviços somam R$ 1,1 bilhão. Esses dados foram compilados levando em conta que, aos fins de semana, o comércio de São Paulo tende a faturar, em média, R$ 1,1 bilhão por dia, enquanto os serviços têm receitas de R$ 2,3 bilhões, explicou a FecomercioSP.

Contudo, a federação estima ainda que “esse valor deverá ser maior, porque a empresa responsável pela distribuição de energia, a Enel, ainda não forneceu respostas concretas sobre o retorno do serviço à totalidade dos imóveis que dependem da rede”.

Em nota, a FecomercioSP diz que “a nova interrupção do fornecimento de energia evidencia, além do mais, como é fundamental discutir uma Reforma Administrativa a nível nacional, já que todas as instâncias de governo, apesar de grandes arrecadadoras de tributos, não conseguem fornecer serviços básicos à população – quanto mais com qualidade minimamente aceitável”.

*Com informações de Estadão Conteúdo, Reuters, Agência Brasil e Ansa

ClearSale celebra acordo com Serasa Experian para combinação de negócios

 

Serasa Logo – PNG e Vetor – Download de Logo

A Clear Sale informou nesta sexta-feira, 4, que, após aprovação do Conselho de Administração, que celebrou acordo com a Serasa S.A. (Serasa Experian) para combinação de negócios das duas empresas.

“Para ClearSale, esse movimento significa o reconhecimento sobre o trabalho robusto que tem realizado para manter a solidez e perenidade na entrega de resultados ao longo de mais de 20 anos de história, nos quais tem contado com a confiança de clientes e parceiros, que continuarão tendo um serviço de excelência com essa combinação de negócios”, afirma empresa em fato relevante enviado à Comissão de Valores Mobiliários (CVM).

O contrato prevê que a operação será realizada por meio da incorporação da totalidade das ações ordinárias de emissão da companhia pela Serasa Experian, com a consequente conversão da companhia em subsidiária integral da Serasa Experian, e a emissão, pela Serasa Experian, de novas ações preferenciais compulsoriamente resgatáveis de três classes diferentes.

Com a consumação da operação, cada ação ordinária de emissão da ClearSale será substituída por uma ação PN resgatável da Serasa Experian, sendo que, em data a ser oportunamente informada, os acionistas poderão escolher receber uma dentre três opções de classes de ações PN Resgatáveis Serasa Experian.

A opção 1 prevê que para a ação preferencial resgatável classe A, o resgate será integralmente pago à vista, em moeda corrente nacional e em uma única parcela no valor de R$ 10,56 por cada ação ajustado nos termos do contrato de incorporação de ações.

Na opção 2, a ação preferencial resgatável classe B terá resgate com valor equivalente a R$ 10,56 por cada ação PN resgatável classe B, ajustado nos termos do contrato, e será pago à vista mediante a entrega de Brazilian Depositary Receipts a serem emitidos pela Experian, na qualidade de controladora da Serasa Experian, em Programa de BDR Patrocinado e lastreado em ações ordinárias de emissão da Experian negociadas na bolsa de valores de Londres.

A terceira opção, por sua vez, prevê que a ação preferencial resgatável classe C terá valor de resgate de R$ 10,03 e R$ 0,53, mediante entrega de BDRs, ajustados nos termos do contrato de incorporação, mais um valor retido de até R$ 1,25 por ação preferencial resgatável classe C, a ser pago após o 5º aniversário do fechamento da operação. O valor retido será corrigido pelo Taxa CDI aplicável em vigor para o período compreendido entre a data de fechamento da operação até a data de seu efetivo pagamento.

A Opção 1 será considerada a padrão aplicável a todos os acionistas da companhia que não manifestarem, na forma e nos prazos a serem oportunamente divulgados nos termos da legislação e da regulamentação aplicáveis, sua escolha pela opção 2 ou pela opção 3.

No contexto da operação, as ações PN resgatáveis classe B da Serasa Experian serão emitidas até o limite de 18.792.606 menos 5% do número de sções ON classe C. As ações PN resgatáveis classe B que excederem o limite da opção 2 serão automaticamente convertidas, de forma proporcional entre os acionistas da companhia que escolheram a opção 2, em ações PN resgatáveis classe A.

A Serasa Experian emitirá, no máximo, 64 milhões ações PN resgatáveis classe C. As ações dessa classe que excederem o limite da opção 3 serão automaticamente convertidas, de forma proporcional entre os acionistas da companhia que escolheram a Opção 3, em ações PN resgatáveis classe A.

Segundo a empresa, acionistas integrantes do grupo de controle e titulares de ações representativas de 34,86% do capital social votante e total comunicaram à companhia que escolherão a Opção 1.

A consumação da operação está condicionada à verificação de condições usuais para operações desta natureza, incluindo a aprovação pelo conselho administrativo de Defesa Econômica (Cade), o registro do Programa de BDRs na CVM e a aprovação das assembleias gerais de acionistas da companhia e da Serasa Experian.

A incorporação de ações ensejará o direito de retirada para os acionistas que forem titulares de ações ordinárias da ClearSale, de forma ininterrupta, desde o final do pregão de 3 de outubro até a data de consumação da operação.

A empresa afirma que a conclusão da operação está sujeita a condições precedentes e aprovações regulatórias. Durante esse período, a ClearSale seguirá comprometida com o alto padrão de excelência na oferta de soluções aos clientes.

segunda-feira, 14 de outubro de 2024

Estudo sobre prosperidade das nações leva Nobel de Economia


Trabalho mostra que instituições inclusivas tornaram-se prósperas ao longo do tempo 
 
 

Redação

 

 

Daron Acemoglu, Simon Johnson e James Robinson receberão o Nobel de Economia 2024

 

Os economistas Daron Acemoglu, Simon Johnson e James Robinson receberão o Prêmio Nobel deste ano por seus estudos sobre como as instituições são formadas e afetam a prosperidade. O comitê destacou que o trio soube explicar a razão pelas quais as sociedades com um Estado de direito precário e instituições que exploram a população não geram crescimento ou mudanças para melhor. "Quando os europeus colonizaram grandes partes do globo, as instituições nessas sociedades mudaram", relatou o comitê do Nobel, citando o trabalho do trio.

Enquanto em muitos lugares isso visava explorar a população indígena, em outros lugares isso lançou as bases para sistemas políticos e econômicos inclusivos. De acordo com o comitê organizador do Nobel, o trio de economistas mostrou que uma explicação para as diferenças na prosperidade dos países são as instituições sociais que foram introduzidas durante a colonização. Os países que desenvolveram "instituições inclusivas" tornaram-se prósperos ao longo do tempo, enquanto aqueles que desenvolveram "instituições extrativas" experimentaram um crescimento econômico persistentemente baixo.

Em seu livro de 2012 "Por que as nações fracassam", Acemoglu, professor turco-americano do Instituto de Tecnologia de Massachusetts, e Robinson, professor britânico da Universidade de Chicago, argumentam que algumas nações são mais ricas do que outras por causa de suas instituições políticas e econômicas. A obra abre com uma comparação de padrões de vida em duas cidades chamadas Nogales – uma no Arizona e uma ao sul da fronteira na região de Sonora, no México. Enquanto alguns economistas argumentam que diferenças em clima, agricultura e cultura têm grandes impactos na prosperidade de um lugar, Acemoglu e Robinson argumentam que aqueles que vivem em Nogales, Arizona, são mais saudáveis e ricos por causa da força relativa de suas instituições locais.

 

 

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Brasil precisa qualificar 14 milhões de profissionais até 2027

 


Logística, construção, manutenção e metalmecânica serão as áreas com maior demanda 
 
 
Novos trabalhadores deverão demonstrar habilidades técnicas como domínio de máquinas, equipamentos e softwares

 

 

Para atender a demanda da indústria brasileira nos próximos três anos, será necessário qualificar cerca de 14 milhões de profissionais entre 2025 e 2027, segundo o Mapa do Trabalho Industrial. O número contempla a necessidade de formação de 2,2 milhões de novos profissionais e de requalificação de 11,8 milhões que já estão no mercado. A projeção leva em conta o crescimento da economia e do mercado de trabalho. O levantamento é elaborado pelo Observatório Nacional da Indústria (ONI) da Confederação Nacional da Indústria (CNI). O estudo é uma importante ferramenta de inteligência para subsidiar as ações de planejamento de oferta do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai).

O diretor-geral do Senai, Gustavo Leal, explica que o cenário apresentado pelo Mapa reforça a relevância do aprendizado contínuo, bem como a necessidade de os profissionais, novos ou experientes, acompanharem as transformações do mundo do trabalho, especialmente em um contexto de transição para uma economia digital e sustentável. "Com o avanço de novas tecnologias, é essencial que as habilidades dos trabalhadores evoluam junto com essas mudanças. Isso não só representa oportunidades de emprego, como também impulsiona a produtividade e o desempenho da indústria", avalia.

Competências técnicas e socioemocionais

 
As projeções do Mapa do Trabalho também mostram que 11,8 milhões de trabalhadores precisarão de treinamento e desenvolvimento para atualizarem as competências nas funções que já desempenham na indústria e que também são demandadas por outros setores no Brasil. A atualização envolve o desenvolvimento de competências em dimensões como hard skills (habilidades técnicas como domínio de máquinas, equipamentos e softwares), soft skills (competências comportamentais como pensamento crítico, inteligência emocional, criatividade e inovação) e ações de saúde e segurança no trabalho (como inspeção de instalações, normas e regulamentos), para que os trabalhadores contem com as habilidades necessárias para desempenhar as funções de maneira eficaz e segura. Logística e transporte; construção; operação industrial; metalmecânica; manutenção e reparação; e alimentos e bebidas são alguns dos setores com carência de profissionais requalificados e treinados para o mercado atual.

Mercado financeiro eleva projeção de expansão da economia

 Ficheiro:Banco Central do Brasil logo.png – Wikipédia, a ...


O mercado financeiro aumentou as projeções de crescimento da economia e da inflação para este ano. A edição desta segunda-feira (14) do Boletim Focus – emitido pelo Banco Central – aponta que o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) deverá ficar em 3,01%, um pouco acima dos 3% projetados na semana passada. Já a inflação – medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) – foi projetada em 4,39%, ante os 4,38% da semana passada.

A pesquisa Focus é realizada com economistas e é divulgada semanalmente pelo Banco Central. Para 2025, a publicação manteve a projeção de crescimento do PIB – a soma dos bens e serviços produzidos no país – da semana passada. Segundo o mercado financeiro, o PIB no próximo ano deve ficar em 1,93%. Para 2025 e 2026, a projeção de expansão do PIB é de 2% para os dois anos.

Em 2023, também superando as projeções, a economia brasileira cresceu 2,9%, com um valor total de R$ 10,9 trilhões, de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Em 2022, a taxa de crescimento havia sido de 3%.

Inflação

A previsão do IPCA – considerado a inflação oficial do país – para 2025 caiu, passando de 3,97% na semana passada para 3,96% esta semana. Para 2026 e 2027, as previsões também são de 3,6% e 3,5%, respectivamente.

A estimativa para 2024 está acima da meta de inflação, mas ainda dentro da margem de tolerância que deve ser perseguida pelo BC. Definida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), a meta é de 3% para este ano, com intervalo de tolerância de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo. Ou seja, o limite inferior é 1,5% e o superior, 4,5%.

A partir de 2025, entrará em vigor o sistema de meta contínua e, assim, o CMN não precisa mais definir uma meta de inflação a cada ano. O colegiado fixou o centro da meta contínua em 3%, com margem de tolerância de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo.

Em setembro, puxado principalmente pelo gasto com a conta de energia elétrica das residências, o IPCA registrou alta de 0,44%. O aumento foi de 0,46 ponto percentual em relação ao mês anterior (-0,02%), influenciado pelo grupo habitação (1,8%), que contabiliza o reajuste nas tarifas de energia elétrica residencial.

No período, o gasto com o consumo de energia passou de -2,77% em agosto para 5,36% em setembro. O grupo alimentação e bebidas também contribuiu para a acelerada do IPCA (0,5%), que registrou aumento após dois meses de quedas seguidas.

Para o ano, o acumulado da inflação é de 3,31%, sendo que – nos últimos 12 meses – o índice está em 4,42%.

Taxa de juros

Em relação à taxa básica de juros, a Selic, o Focus manteve a projeção da semana passada de que a taxa termine 2024 em 11,75%. Para 2025, a projeção do mercado financeiro é que a Selic fique em 11%. Para 2026 e 2027, as projeções são de que ela fique em 9,5% e 9%, respectivamente.

Para alcançar a meta de inflação, o Banco Central usa como principal instrumento a taxa básica de juros, a Selic, definida em 10,75% ao ano pelo Comitê de Política Monetária (Copom). A alta recente do dólar e as incertezas em torno da inflação fizeram o colegiado elevar os juros pela primeira vez em mais de dois anos, na última reunião, em setembro.

A última alta dos juros ocorreu em agosto de 2022, quando a taxa subiu de 13,25% para 13,75% ao ano. Após passar um ano nesse nível, a taxa teve seis cortes de 0,5 ponto e um corte de 0,25 ponto, entre agosto do ano passado e maio deste ano. Nas reuniões de junho e julho, o Copom decidiu manter a taxa em 10,5% ao ano.

Taxa básica

A próxima reunião do Copom está marcada para 5 e 6 de novembro, quando os analistas esperam um novo aumento da taxa básica. Para o mercado financeiro, a Selic deve encerrar 2024 em 11,75% ao ano.

Quando o Copom aumenta a taxa básica de juros a finalidade é conter a demanda aquecida, e isso causa reflexos nos preços porque os juros mais altos encarecem o crédito e estimulam a poupança. Mas, além da Selic, os bancos consideram outros fatores na hora de definir os juros cobrados dos consumidores, como risco de inadimplência, lucro e despesas administrativas. Desse modo, taxas mais altas também podem dificultar a expansão da economia.

Quando a taxa Selic é reduzida, a tendência é que o crédito fique mais barato, com incentivo à produção e ao consumo, reduzindo o controle sobre a inflação e estimulando a atividade econômica.

Câmbio

Em relação ao câmbio, a previsão de cotação do dólar ficou em R$ 5,40 para o fim deste ano. No fim de 2025, a previsão é que a moeda norte-americana se mantenha em R$ 5,40. Para 2026, o câmbio deve ficar, de acordo com o Focus, em R$ 5,30, a mesma projeção para 2027.