quarta-feira, 16 de outubro de 2024

Capitalização deve arrecadar valor recorde R$ 32 bi no ano, projeta FenaCap

 FenaCap | Rio de Janeiro RJ


O mercado de capitalização deve atingir arrecadação da ordem de R$ 32 bilhões em 2024, de acordo com a Federação Nacional de Capitalização (FenaCap). Nos sete primeiros meses do ano, o setor arrecadou R$ 17,9 bilhões, volume 6% maior que o do mesmo período do ano passado.

“Estamos estimando chegar a uns R$ 32 bilhões, o que vai ser recorde no ano”, disse o presidente da FenaCap, Denis Morais, em coletiva de imprensa realizada nesta quarta-feira. Neste ano, o setor chegou a R$ 40 bilhões em reservas técnicas.

A maior parte da arrecadação até julho, ou R$ 13 bilhões, foram nos títulos tradicionais. Outros R$ 1,9 bilhão foram arrecadados em títulos que são utilizados como instrumentos de garantia em determinadas operações. Este é um filão em que o setor tem investido, para atingir novos públicos.

Além de instrumentos de garantia locatícia, que ganharam impulso com a criação de plataformas online de aluguel de imóveis, a FenaCap vê enorme potencial no uso da capitalização como garantia de crédito, que era possível anteriormente, mas que foi incluído em lei neste ano.

“Agora as empresas estudam como colocar isso ‘no ar'”, disse Morais.

A regulamentação do uso da capitalização e da previdência privada como garantia em operações de crédito foi publicada no mês passado.

Próximos 5 anos

O setor de capitalização espera quase triplicar o faturamento anual nos próximos cinco anos. A ideia é explorar o potencial dos produtos atuais e ampliar a presença no mercado dos títulos que servem como garantia para outras operações.

“O mercado pode chegar perto de R$ 100 bilhões em arrecadação em 2028, e ultrapassar os R$ 100 bilhões em reservas”, disse Morais.

A FenaCap prevê que a arrecadação da capitalização chegará a R$ 91 bilhões em 2028, e as reservas técnicas, a R$ 111,4 bilhões. Nos sete primeiros meses deste ano, os números das reservas técnicas foram de R$ 40 bilhões.

As estimativas são parte de um estudo da FenaCap, feito para subsidiar as empresas do setor sobre possíveis vias de crescimento para os próximos anos.

Haddad: mudança em estatais não tem a ver com arcabouço, mas sim em torná-las menos dependentes

 Fernando Haddad – Wikipédia, a enciclopédia livre


O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse nesta quarta-feira, 16, que a proposta enviada pelo governo ao Congresso em torno do Orçamento das estatais não busca tirar essas empresas do arcabouço fiscal. Segundo ele, o projeto explora a possibilidade de se reduzir o aporte federal que é feito nessas companhias.

Ainda assim, ele admitiu que, se necessário, pode fazer ajustes na redação para deixar a proposta mais clara.

“Então, nós estamos explorando a possibilidade de reduzir o aporte federal para essas estatais que têm condição de se emancipar, por assim dizer, do orçamento federal. Então, o objetivo da medida é exatamente o contrário. É fazer com que a estatal não dependa mais de recursos orçamentários”, disse Haddad, que falou com a imprensa sobre o projeto porque, segundo ele, o assunto estaria trazendo “muito ruído”.

Reportagem do b>Estadão mostrou nesta quarta-feira que, segundo especialistas, as propostas poderiam dificultar o controle de gastos das estatais.

Questionado sobre os riscos apontados pela Consultoria do Senado, Haddad afirmou que se for preciso ajustar a redação para deixar “mais clara” a intenção do governo, não haveria problema.

“Você não pode transformar essa intenção do governo de fazer com que a estatal não dependa mais de recursos orçamentários no seu contrário. Como se ela fosse exigir mais recursos orçamentários ou como se esses recursos orçamentários fossem estar acima do teto previsto no arcabouço fiscal. O que nem seria possível de acordo com a lei complementar. Uma lei ordinária nem poderia alterar essa regra. Então, é muito importante corrigir essas duas informações. Até porque as pessoas às vezes se movem por boatos e perdem recursos apostando em coisas que não vão acontecer”, acrescentou Haddad, que insistiu que a matéria não tem relação com o arcabouço fiscal.

Segundo ele, a ideia do governo é oferecer para empresas estatais dependentes a possibilidade de apresentar um plano de trabalho para que elas deixem esse condição. Perguntado, Haddad não citou quais empresas poderiam se tornar independentes do orçamento. “Absolutamente não se mexe em nada da regra fiscal”, enfatizou.

Revisão de gastos é prioridade e governo prepara medidas que sustentarão arcabouço, diz Haddad

 


Ministro da Fazenda afirmou que governo prepara uma calibragem da dinâmica de crescimento de despesas e acrescentou que parte das medidas deve depender de alteração constitucional

 

 

Ministro da Fazenda, Fernando Haddad, durante reunião no Palácio do Planalto, em Brasília

A agenda de revisão de gastos públicos é tema a ser tratado com prioridade pelo governo até o final do ano, disse nesta quarta-feira, 16, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, ressaltando que serão propostas medidas “consistentes” para que o arcabouço fiscal tenha vida longa.

Em entrevista a jornalistas, Haddad afirmou que o governo prepara uma calibragem da dinâmica de crescimento de despesas e acrescentou que parte das medidas deve depender de alteração constitucional.

“As pessoas ficam cobrando anúncio. Nós faremos isso quando o governo estiver todo alinhado em relação aos propósitos… O que está traçado daqui para o final do ano é que essa agenda seja prioritária”, disse.

“Eu nem estou falando em corte, eu quero muito mais uma calibragem da dinâmica da evolução dos gastos para caber dentro do arcabouço fiscal e nós seguirmos a vida com o juro mais baixo, crescimento, geração de emprego.”

Perguntado sobre um eventual direcionamento de recursos arrecadados com a multa do FGTS de trabalhadores demitidos para custear o seguro desemprego, Haddad afirmou que não há decisão do governo, mas ponderou, sem dar detalhes, que “o desenho disso está bastante avançado”.

Na entrevista, o ministro disse que o governo quer criar plano de trabalho para que estatais que atualmente usam recursos do Tesouro Nacional deixem de depender do Orçamento federal.

O jornal O Estado de S. Paulo noticiou nesta quarta-feira que projetos do governo encaminhados ao Congresso propõem mudanças de regras para que empresas públicas saiam da contabilidade tradicional e passem a gastar como instituições independentes.

O ministro disse que as propostas não afrouxam normas e que “não há hipótese” de estatais saírem da contabilidade do arcabouço fiscal, argumentando que alterações de redação nas medidas podem ser feitas caso haja alguma divergência de interpretação.

Lucro da Amazon dispara graças à IA e nuvem

 

Amazon Logo: valor, história, PNG

O grupo norte-americano Amazon registrou um lucro líquido de até US$ 13,5 bilhões (R$ 76,5 bilhões) no segundo trimestre do ano, resultado muito melhor do que o esperado pelo mercado, impulsionado principalmente pelo seu negócio na nuvem (computação remota) e pela Inteligência Artificial (IA).

No entanto, o volume de negócios do gigante do comércio on-line, com faturamento de US$ 148 bilhões (R$ 838,8 bilhões, +10% em um ano), decepcionou os analistas, que previam resultados ligeiramente superiores.

As ações da Amazon perderam mais de 4% durante as operações eletrônicas após o fechamento da Bolsa de Nova York nesta quinta-feira (1º).

As receitas da AWS, a unidade de serviços na nuvem da Amazon, aumentaram 19%, chegando a US$ 26,3 bilhões (R$ 149 bilhões), dos quais a filial obteve US$ 9,3 bilhões (R$ 52,7 bilhões) em lucros operacionais (indicador-chave de rentabilidade).

“Continuamos progredindo em várias áreas, mas sobretudo na reaceleração permanente do crescimento da AWS”, declarou o presidente do grupo, Andy Jassy, citado no comunicado que reportou os resultados.

Número um mundial em atividades na nuvem, a Amazon encontra-se, no entanto, atrasada na IA generativa em relação aos outros dois gigantes do setor, Microsoft e Google.

juj/jul/llu/dga/am/rpr

Amazon.com

MICROSOFT

Dólar encosta em R$ 5,70 pressionado por questão fiscal no Brasil, incertezas no exterior e queda de commodities

 


O dólar subia frente ao real nesta quarta-feira, 16, ampliando os fortes ganhos da véspera, à medida que as quedas nos preços de commodities e as incertezas em relação à China, às tensões no Oriente Médio e ao cenário fiscal local continuam pressionando a moeda brasileira.

Às 10h00, o dólar à vista subia 0,65%, a R$ 5,6956 na venda. Na B3, o contrato de dólar futuro de primeiro vencimento tinha alta de 0,53%, a R$ 5,690 na venda. Veja cotações.

A divisa brasileira já tinha sofrido com a forte valorização do dólar em mercados emergentes na sessão anterior, com a moeda norte-americana fechando em alta de 1,36%, a 5,6587 reais, o valor de fechamento mais alto em um mês.

Como fator principal para a pressão sobre moedas emergentes estão as quedas nos preços de commodities importantes, como o petróleo e o minério de ferro, em meio a notícias vindas da China, maior importador de matérias-primas do planeta, e do Oriente Médio, onde se teme a escalada das tensões.

Nesta sessão, a pressão das commodities parecia moderar um pouco, ainda que preços de produtos importantes seguissem em queda, e as atenções dos mercados globais se voltavam também a outros fatores, incluindo novos dados econômicos.

O dólar subia frente ao peso mexicano e se mantinha firme ante o peso chileno e o rand sul-africano.

O cenário externo continua incerto, com dúvidas sobre as perspectivas econômicas da China, o conflito no Oriente Médio e a eleição presidencial dos Estados Unidos em novembro.

“As moedas emergentes vêm sofrendo um bocado, ainda com dúvidas perante a solidez da economia chinesa… e em breve as eleições norte-americanas, que por sinal, no momento, mostram uma grande chance de Donald Trump vencer, o que pode acabar dificultando ainda mais o cenário para essas moedas”, disse Marcio Riauba, gerente da mesa de operações de câmbio da StoneX.

As atenções se voltarão na quinta-feira a uma nova entrevista à imprensa do governo chinês, com investidores na expectativa por anúncio de medidas de estímulo para o setor imobiliário.

Também estará no radar na quinta a decisão de política monetária do Banco Central Europeu, em que se espera que as autoridades reduzam a taxa de juros em mais 25 pontos-base para estimular a economia da zona do euro.

No cenário doméstico, ainda pesam as dúvidas do mercado com o compromisso do governo em equilibrar as contas públicas, mesmo após reportagem da Reuters mostrar na segunda-feira que o Executivo planeja anunciar medidas de contenção de gastos após o segundo turno das eleições municipais.

“A gente realmente não vai mais comprar essa tese (de contenção de gastos) enquanto não ver isso aprovado. O cenário político não é tão tranquilo para fazer essas aprovações”, disse Diego Faust, operador de renda variável da Manchester.

Impactos da incerteza fiscal eram observados também na curva de juros brasileira, com os juros futuros subindo de forma sólida nesta sessão.

terça-feira, 15 de outubro de 2024

Banco Mundial reduz comissões para que empréstimos fiquem ‘menos caros’

 


O presidente do Banco Mundial, Ajay Banga - GETTY IMAGES NORTH AMERICA/AFP

O Banco Mundial (BM) anunciou, nesta terça-feira (15), que reduzirá consideravelmente as comissões dos empréstimos concedidos a países, especialmente os menores, com o objetivo de tornar os créditos “mais simples e menos caros”.

As novas condições incluirão um pO eríodo de carência antes do início do pagamento do empréstimo, a suspensão dos prêmios de risco e a redução das comissões em empréstimos de curto prazo, detalhou a instituição em um comunicado.

As medidas se somam a uma série de anúncios para aumentar a capacidade de empréstimos do banco, como a redução da relação de capital próprio/empréstimo de 19% para 18%, o que permitiria desbloquear 30 bilhões de dólares (R$ 169,1 bilhões) adicionais em financiamento por ano.

“Essas novas medidas devem nos permitir realizar mudanças significativas na vida das pessoas (…) Sempre que pudermos, de forma responsável, usar melhor nossos recursos, faremos”, disse o presidente do BM, Ajay Banga, citado no comunicado.

As medidas dizem respeito, em primeiro lugar, ao Banco Internacional para a Reconstrução e o Desenvolvimento (Bird), uma filial do BM.

O anúncio ocorre menos de uma semana após o Fundo Monetário Internacional (FMI) ter anunciado medidas semelhantes para suavizar as condições de endividamento de países com importantes programas de ajuda, como Ucrânia e Argentina.

Desde que Ajay Banga assumiu a presidência em junho de 2023, o BM busca utilizar melhor a carteira para aumentar sua capacidade de financiamento.

Banga se comprometeu a fazer “um banco melhor” antes de pedir aos acionistas, os Estados, que aumentem sua participação para criar um “banco maior”.

Chile: S&P reafirma rating ‘A/A-‘ e eleva perspectiva de negativa para estável

 

A S&P Global Ratings revisou a perspectiva do Chile de negativa para estável e reafirmou os ratings de crédito soberano ‘A/A-1’ em moeda estrangeira e ‘A+/A-1’ em moeda local.

A perspectiva estável pressupõe que a combinação de crescimento econômico e medidas de receita contribuirá para a consolidação fiscal contínua, que estabilizará a dívida líquida do governo geral, diz a S&P. “Esperamos continuidade na política fiscal e monetária, indicando a estabilidade institucional do Chile”.

Embora a obtenção de consenso político seja mais lenta do que no passado, a S&P acredita que as sólidas instituições democráticas do país são âncoras econômicas que absorveram os choques internos e externos nos últimos cinco anos.