quarta-feira, 16 de outubro de 2024

Revisão de gastos é prioridade e governo prepara medidas que sustentarão arcabouço, diz Haddad

 


Ministro da Fazenda afirmou que governo prepara uma calibragem da dinâmica de crescimento de despesas e acrescentou que parte das medidas deve depender de alteração constitucional

 

 

Ministro da Fazenda, Fernando Haddad, durante reunião no Palácio do Planalto, em Brasília

A agenda de revisão de gastos públicos é tema a ser tratado com prioridade pelo governo até o final do ano, disse nesta quarta-feira, 16, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, ressaltando que serão propostas medidas “consistentes” para que o arcabouço fiscal tenha vida longa.

Em entrevista a jornalistas, Haddad afirmou que o governo prepara uma calibragem da dinâmica de crescimento de despesas e acrescentou que parte das medidas deve depender de alteração constitucional.

“As pessoas ficam cobrando anúncio. Nós faremos isso quando o governo estiver todo alinhado em relação aos propósitos… O que está traçado daqui para o final do ano é que essa agenda seja prioritária”, disse.

“Eu nem estou falando em corte, eu quero muito mais uma calibragem da dinâmica da evolução dos gastos para caber dentro do arcabouço fiscal e nós seguirmos a vida com o juro mais baixo, crescimento, geração de emprego.”

Perguntado sobre um eventual direcionamento de recursos arrecadados com a multa do FGTS de trabalhadores demitidos para custear o seguro desemprego, Haddad afirmou que não há decisão do governo, mas ponderou, sem dar detalhes, que “o desenho disso está bastante avançado”.

Na entrevista, o ministro disse que o governo quer criar plano de trabalho para que estatais que atualmente usam recursos do Tesouro Nacional deixem de depender do Orçamento federal.

O jornal O Estado de S. Paulo noticiou nesta quarta-feira que projetos do governo encaminhados ao Congresso propõem mudanças de regras para que empresas públicas saiam da contabilidade tradicional e passem a gastar como instituições independentes.

O ministro disse que as propostas não afrouxam normas e que “não há hipótese” de estatais saírem da contabilidade do arcabouço fiscal, argumentando que alterações de redação nas medidas podem ser feitas caso haja alguma divergência de interpretação.

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