terça-feira, 12 de novembro de 2024

Política fiscal crível é essencial para ancorar expectativas de inflação, diz ata do Copom

 


Prédio do Banco Central em Brasília

 

O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central destacou na ata da sua última reunião que uma política fiscal “crível” é um importante elemento para a ancoragem das expectativas de inflação no país e, consequentemente, permitir um menor aperto na política de juros.

“A percepção mais recente dos agentes de mercado sobre o crescimento dos gastos públicos e a sustentabilidade do arcabouço fiscal vigente vem tendo impactos relevantes sobre os preços de ativos e as expectativas. Uma política fiscal crível, embasada em regras previsíveis e transparência em seus resultados, em conjunto com a persecução de estratégias fiscais que sinalizem e reforcem o compromisso com o arcabouço fiscal nos próximos anos são importantes elementos para a ancoragem das expectativas de inflação e para a redução dos prêmios de riscos dos ativos financeiros, consequentemente impactando a política monetária”, afirma a ata.

No documento divulgado nesta terça, 12, o BC também reforçou a defesa da adoção de medidas fiscais pelo governo, argumentando que ações nesse sentido podem induzir o crescimento econômico.

“O Comitê reforçou a visão de que o esmorecimento no esforço de reformas estruturais e disciplina fiscal, o aumento de crédito direcionado e as incertezas sobre a estabilização da dívida pública têm o potencial de elevar a taxa de juros neutra da economia”, disse o BC.

O Comitê destacou, porém, que incorpora em seus cenários “uma desaceleração no ritmo de crescimento dos gastos públicos ao longo do tempo”.

Veja aqui a íntegra da ata do Copom.

Na semana passada, o Copom decidiu intensificar o ritmo de elevação da Selic, que subiu de 10,75% ao ano para 11,25% ao ano, sem dar uma sinalização sobre os próximos passos.

Segundo a ata, a alta de 0,50 ponto percentual se mostrou apropriada em razão do cenário de “incertezas prospectivas, refletindo o compromisso de convergência da inflação à meta, essencial para a construção contínua de credibilidade”.

Sobre a trajetória da Selic, a ata informa que o Copom “preferiu uma comunicação que reforça a importância do acompanhamento dos cenários ao longo do tempo, sem conferir indicação futura de seus próximos passos, insistindo, entretanto, no seu firme compromisso de convergência da inflação à meta”.

Repercussão

Na avaliação do Itaú, o Copom parece inclinado a manter o ritmo atual de aperto, “por enquanto”.

“Em nossa visão, há chances de que as condições econômicas e expectativas de inflação – que dependem de importantes decisões fiscais à frente – possam exigir uma aceleração do ritmo em breve”, escreveu o Itaú.

Analistas consultados pelo Banco Central subiram pela sexta vez consecutiva sua projeção para a alta do IPCA neste ano, elevando também as expectativas para a inflação em 2025 e 2026 e para as cotações do dólar, de acordo com a pesquisa Focus divulgada nesta segunda-feira, 11.

O levantamento mostrou que a mediana das expectativas para a inflação ao consumidor no Brasil este ano agora é de 4,62%, de 4,59% na semana anterior. Para 2025, também houve aumento, o quarto em sequência, com a projeção do IPCA marcando alta de 4,10%, de 4,03% anteriormente. Os analistas também elevaram pela segunda vez seguida a conta para 2026, chegando a 3,65%, de 3,61%.

O centro da meta oficial para a inflação é de 3,00%, com uma banda de 1,5 ponto percentual permitida para cima ou para baixo.

segunda-feira, 11 de novembro de 2024

Tarcísio: Estado de São Paulo vai tão bem, porque não tem PT

 

Tarcísio de Freitas no  leilão de escolas do estado de SP (Foto: Divulgação)

O governador do Estado de São Paulo, Tarcísio de Freitas, afirmou que “o estado vai tão bem”, porque não tem mais influência do PT na maioria das cidades, conforme o resultado das últimas eleições municipais. O governador participa de evento do UBS-BB em São Paulo.

Ele lembrou que das 39 cidades que compõem o cinturão da grande São Paulo, 38 tem prefeitos eleitos por partidos alinhados à direita. Ele citou ainda que dos 629 prefeitos eleitos no Estado de São Paulo, 645 prefeitos também “estão no nosso campo político”. Tarcísio é do Republicanos.

Tarcísio afirmou que existe um trabalho político que é indissociável do que se faz do ponto de vista técnico. “A repercussão depende dos bons gestores, depende do ambiente que se consegue construir, que está muito favorável agora”, afirmou. Nesse sentido, Tarcísio fez referência à participação do atual prefeito, Ricardo Nunes, na privatização da Sabesp.

BNDES tem lucro de R$19 bi no ano até setembro

 


Logo do BNDES no edifício-sede do banco, no Rio de Janeiro

 

reutersi

RIO DE JANEIRO (Reuters) – O BNDES teve lucro líquido de 19 bilhões de reais de janeiro a setembro, valor 31,4% superior ao resultado positivo de um ano antes, informou o banco de fomento nesta segunda feira.

O lucro líquido recorrente nos 9 primeiros meses de 2024 alcançou 9,8 bilhões de reais, alta de 48,5% frente ao mesmo período de 2023.

As consultas para financiamentos somaram em 9 meses 258,9 bilhões de reais, aumento de 30% ante o mesmo período de 2023. Os desembolsos subiram 15%, para 87 bilhões de reais.

“O banco hoje já é dobro do tamanho do BID e com muito menos funcionários”, afirmou o presidente do BNDES, Aloizio Mercadante, a jornalistas se referindo ao Banco Interamericano de Desenvolvimento.

“Estamos tendo 19 bilhões de lucro, mas mandando 25 bilhões em dividendos ao Tesouro. É um esforço muito grande para contribuir com o superávit, com equilíbrio orçamentário e redução do endividamento. Estamos engajados na causa”, acrescentou.

Mercadante lembro que o banco também vai pagar ao Tesouro este ano ao menos 9,3 bilhões de reais na devolução antecipada de recursos emprestados ao banco no passado de forma subsidiada.

PEC da escala 6×1: Ministério do Trabalho diz que redução da jornada é ‘plenamente possível’

 


Ministro do Trabalho, Luiz Marinho, durante cerimônia no Palácio do Planalto, em Brasília

 

O Ministério do Trabalho comentou nesta segunda-feira, 11, o debate que ganhou as redes sobre o fim da escala de trabalho 6×1 e avaliou que a redução da jornada de 44h semanais é “plenamente possível e saudável”, diante de uma decisão coletiva.”

A Proposta de Emenda à Constituição (PEC), de autoria da deputada federal Erika Hilton (PSOL-SP), prevê o fim da escala 6×1 (seis dias de trabalho, um de descanso), mas ainda não conseguiu assinaturas suficientes para iniciar a sua tramitação. A deputada busca a assinatura de 171, dos 513 deputados federais, para que seja protocolada e avance na Câmara.

Pelo texto atual da Constituição e da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), a jornada de trabalho não pode ser superior a oito horas diárias e 44 horas semanais, sendo facultada a compensação de horários e a redução de jornada, mediante acordo ou convenção coletiva de trabalho.

Confira abaixo a íntegra da nota do ministério:

“O Ministério do Trabalho e Emprego tem acompanhado de perto o debate sobre o fim da escala de trabalho 6×1. Esse é um tema que exige o envolvimento de todos os setores em uma discussão aprofundada e detalhada, levando em conta as necessidades específicas de cada área, visto que existem setores da economia que funcionam ininterruptamente.

O MTE acredita que essa questão deveria ser tratada em convenção e acordos coletivos entre empresas e empregados. No entanto, a pasta considera que a redução da jornada de 44 horas semanais é plenamente possível e saudável, diante de uma decisão coletiva.”

Cade aprova joint venture entre Eletrobras e Gosolar para usinas solares flutuantes em reservatórios

 


Negócio foi aprovado sem restrições pelo órgão antitruste, que não revelou informações sobre o tamanho dos projetos ou investimentos a serem realizados pelas empresas

 

 

O Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) aprovou nesta segunda-feira, 11, a criação de uma joint venture entre Eletrobras e Gosolar voltada à instalação e operação de usinas solares flutuantes em reservatórios de hidrelétricas.

Segundo os documentos da operação, as empresas preveem a implementação de usinas fotovoltaicas flutuantes nas superfícies de reservatórios de hidrelétricas da Eletrobras, nos municípios de Sapucaia (RJ), Jequié (BA), Paulo Afonso (BA) e Sobradinho (BA).

A Gosolar é uma subsidiária do grupo Goener Participações que atua no mercado de geração distribuída de energia, que envolve a construção e operação de usinas de pequeno porte, com até 5 megawatts (MW) de potência.

O negócio foi aprovado sem restrições pelo órgão antitruste, que não revelou informações sobre o tamanho dos projetos ou investimentos a serem realizados pelas empresas.

Ex-BC da Espanha, Pablo Hernández de Cos é escolhido gerente-geral do BIS

 


O ex-presidente do Banco Central da Espanha, Pablo Hernández de Cos foi indicador para assumir o posto de gerente-geral do Banco de Compensações Internacionais (BIS, na sigla em inglês), segundo anúncio feito nesta segunda-feira, 11, pelo conselho da organização.

O mandato de 5 anos à frente da organização internacional responsável pela supervisão bancária, uma espécie de Banco Central dos bancos centrais, começará em 1 de julho de 2025. O dirigente substituirá Agustín Carstens, cujo mandato termina em junho de 2025. Hernández de Cos comandou o BC da Espanha de 2018 até junho de 2024.

“Era essencial que o conselho encontrasse um excelente líder para suceder Carstens, que tem sido extremamente bem sucedido na liderança e transformação do BIS nestes tempos difíceis. Hernández de Cos é uma pessoa de notável calibre e experiência global, e estamos plenamente confiantes de que ele encarnará o espírito de confiança internacional e excelência técnica sobre os quais o BIS se baseia”, disse o presidente do conselho de diretores do BIS, François Villeroy de Galhau, em comunicado.

Durante o seu governo no BC da Espanha, Hernández de Cos foi membro do conselho do Banco Central Europeu (BCE) e também foi presidente do conselho de Supervisão Bancária do Comitê de Basileia de janeiro de 2019 a junho de 2024. Nascido em Madri, Hernández de Cos é PhD em Economia pela Universidade de Complutense de Madri, com especialização em macroeconomia, política fiscal e monetária e estabilidade financeira. É formado em economia e administração de empresas pela CUNEF Universidad e em direito pela UNED.

Lula diz que vencerá mercado outra vez e cobra participação de Legislativo e Judiciário

 


Presidente Luiz Inácio Lula da Silva durante cerimônia em Brasília

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse em entrevista que foi ao ar na noite de domingo que vencerá o mercado financeiro mais vez e cobrou participação dos Poderes Legislativo e Judiciário nas medidas de contenção de gastos para ajustar as contas públicas do país.

Em entrevista à RedeTV!, Lula disparou contra o mercado financeiro, afirmando que seus agentes atuam com “gana especulativa” e “com uma certa hipocrisia”.

“Eu vejo o mercado falar bobagem todo o dia. Sabe, eu não acredito nisso não, porque eu venci eles uma vez e vou vencer outra vez. A economia vai dar certo porque o povo está participando do crescimento desse país”, afirmou Lula na entrevista, na qual não quis adiantar medidas de contenção de gastos que vêm sendo discutidas nas últimas semanas dentro do governo e cujo anúncio vem sendo aguardado com grande ansiedade pelo mercado financeiro.

“Eu não posso adiantar porque a gente ainda não concluiu o pacote. Eu estou num processo de discussão muito sério com o governo, porque eu conheço bem o discurso do mercado, conheço a gana especulativa do mercado e eu às vezes acho que o mercado age com uma certa hipocrisia”, disparou o presidente.

Lula disse ainda que o custo do ajuste nas contas não pode recair sobre as pessoas mais necessitadas e questionou se parlamentares estariam dispostos a cortar os recursos de suas emendas ao Orçamento para contribuir com o ajuste fiscal.

O presidente falou também em “excessos” do Judiciário ao defender que o esforço para equilibrar as contas precisa ser dos Três Poderes.

“Nós não podemos mais jogar, toda vez que você tem que cortar alguma coisa, em cima do ombro das pessoas mais necessitadas. Eu quero saber o seguinte, se eu fizer um corte de gastos pra diminuir a capacidade de investimento do orçamento, a pergunta que eu faço é a seguinte: o Congresso vai aceitar reduzir as emendas de deputados e senadores para contribuir?”, questionou.

“É uma responsabilidade do Poder Executivo, é uma responsabilidade do Poder Judiciário. Eu quero saber se também estão dispostos a abdicar daquilo que é excessivo, eu quero saber se o Congresso está disposto também a fazer o corte de gastos. Porque aí fica uma parceria, um cumplicidade para que todo mundo faça o sacrifício necessário para a gente colocar a economia em ordem.”