sexta-feira, 14 de março de 2025

Para a Fiesp, negociação com Trump é caminho mais seguro para o Brasil

 

A Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) defendeu nesta sexta-feira, 14, o diálogo, e não a retaliação como o “caminho mais seguro” para o Brasil diante das tarifas que estão sendo anunciadas pelo governo dos Estados Unidos. A entidade diz que está acompanhando a política comercial do presidente Donald Trump com preocupação, citando possíveis impactos negativos na produção e no emprego no Brasil, além de prejuízos para os próprios consumidores americanos.

“Neste momento de crescente incerteza a Fiesp apoia a opção adotada pelo governo brasileiro de priorizar o diálogo, com vistas à construção de alternativas negociadas para essa situação que prejudica ambos os países”, disse a Fiesp em nota oficial.

O contexto atual, emenda a entidade, pede serenidade e engajamento constante entre os setores público e privado, em prol do relacionamento econômico e comercial entre Brasil e Estados Unidos.

A Fiesp lembra que no primeiro mandato de Trump os países foram capazes de encontrar, via negociação, soluções mutuamente benéficas. “O Brasil reúne as condições necessárias de alcançar um bom termo novamente, por meio de diálogo e cooperação permanentes”, conclui a federação da indústria paulista.

Tesla diz a governo Trump que tarifas podem prejudicar negócios

 

Em carta não assinada, empresa do bilionário Elon Musk – conselheiro do presidente Donald Trump – alerta que sobretaxas podem desencadear retaliação de países fornecedores e aumentar custos da indústria dos EUA.A Tesla, montadora de carros elétricos do bilionário Elon Musk, reclamou da política de tarifas de importação impostas pelo governo de Donald Trump numa carta enviada a uma agência federal do governo americano de fomento ao comércio exterior.

A empresa afirma que ela e outros grandes exportadores correm o risco de ser prejudicadas por medidas retaliatórias, o que pode aumentar o custo de fabricação de carros no país.

A mensagem foi enviada ao chefe do escritório do representante de comércio dos Estados Unidos, Jamieson Greer. A agência é responsável por desenvolver e promover políticas americanas de comércio exterior.

No texto, a Tesla, que também mantém fábricas na China e na Alemanha, diz reconhecer e apoiar “a importância do comércio justo”, mas que “os exportadores americanos estão naturalmente expostos a impactos desproporcionais quando outros países reagem às ações comerciais dos EUA”.

A montadora afirma estar fazendo mudanças em suas cadeias de suprimentos para encontrar o maior número possível de fornecedores locais para seus carros e baterias, mas adverte que “certas cadeias de suprimentos ainda estão em estágios iniciais de desenvolvimento”.

A empresa sugere ainda estar preocupada com um impacto sobre as vendas da montadora fora dos EUA. “Por exemplo, no passado, ações dos Estados Unidos resultaram em reações imediatas pelos países visados, incluindo aumento de tarifas sobre veículos elétricos importados por esses países.”

O documento foi enviado após uma sequência de políticas comerciais criticadas pelo mercado devido a preocupações com uma potencial guerra comercial e pressão inflacionária.

No início de março, por exemplo, Trump implementou tarifas de 25% sobre importações do México e do Canadá, utilizando o combate ao tráfico de fentanil como justificativa. Essa medida rompeu o tratado comercial entre os três países, afetando cadeias de suprimentos.

Após a província canadense de Ontário reagir com uma sobretaxa de 25% à eletricidade que exporta para os EUA, Trump subiu para 50% das tarifas sobre produtos de aço e alumínio vindos do Canadá. Ambos os lados recuaram das medidas no início desta semana.

Queda nas vendas e vandalismo

Apesar de não ser assinada, a carta da Tesla causou estranhamento por vir de uma empresa comandada por um aliado de primeira hora de Trump e consultor para os cortes de gastos em curso no seu governo. Não está claro se Musk estava a par do comunicado.

A carta tem a data do dia em que Trump organizou um evento na Casa Branca no qual prometeu comprar um Tesla, numa demonstração de apoio a Musk.

O alinhamento do empresário com a administração do republicano tem sido associado, contudo, à queda nas ações e nas vendas de carros da companhia. Uma onda de vandalismo contra carros, estações de recarga e concessionárias da marca tem se alastrado, inclusive na Alemanha, onde Musk declarou apoio ao controverso partido de ultradireita Alternativa para Alemanha (AfD).

sf/ra (Reuters, dpa, ots)

Azzas derrete mais de 9% com rumores de ‘divórcio’ entre sócios; entenda

 

Em um dia que varejistas sobem no Ibovespa, as ações da Azzas 2154 despencam 9,4% por volta das 15h. O motivo está atrelado a rumores de ‘divórcio’ entre os sócios da empresa, resultado da fusão entre a Arezzo&Co e o Grupo Soma.

A fusão foi consolidada há cerca de oito meses atrás e, agora, circulam notícias de que os sócios Alexandre Birman e Roberto Jatahy estão negociando uma separação, uma divisão do negócio. Segundo informações do site Pipeline, ambos os sócios da Azzas já contrataram assessoria legal e financeira para tentar realizar essa divisão.

Birman, que é CEO da Azzas, tem sido assessorado pelo Morgan Stanley e pelo escritório Spinelli Advogados, ao passo que Jatahy tem G5 e Barbosa Mussnich lhe assessorando.

Na rotina da empresa, Jatahy – que chefia a operação de moda feminina da Azzas – deixou de reportar ao CEO, Birman, e passou a responder diretamente ao Conselho de Administração – atitude que teria desagradado o chefe da empresa.  Nesse contexto, a proposta de Birman é para comprar a fatia societária de Jatahy na Azzas, fazendo com que o fundador do Grupo Soma deixe por completo a operação da empresa, segundo a reportagem do Pipeline.

Procurada pela IstoÉ Dinheiro, a Azzas não retornou o contato até a publicação da última atualização desta reportagem.

Quanto os sócios da Azzas tem da empresa?

Atualmente, juntos, Jatahy e Birman são donos de cerca de 33,7% do capital social total da gigante do varejo de vestuário. A informação, aliás, deixou de ser pública há pouco.

No site de Relação com Investidores (RI) da Azzas não é exibido mais o percentual de quanto cada sócio possui. A página contém somente a mensagem “O conteúdo será disponibilizado em breve”. A Instrução CVM 480/2009 (atualmente incorporada na Resolução CVM 80/2022) prevê obrigatoriedade na transparência desses dados, levando em consideração as normas que tratam da transparência e governança corporativa de empresas públicas, de capital aberto.

Figurinha de WhatsApp

Dado o contexto de dificuldades de integração entre Arezzo e Soma, começaram a circular nas redes sociais e grupos de WhatsApp do mercado financeiro memes do possível divórcio e uma figurinha do empresário Alexandre Birman com o texto ‘Azzas R$ 21,54’ – em referência ao nome da empresa, citando que as quedas provocadas pelos problemas internos poderiam fazer os papéis chegarem a R$ 21,54.

Nesta sexta-feira, as ações da Azzas são negociadas perto de R$ 21,60.

Mudanças na casa

Ainda antes dos rumores do ‘divórcio‘ virem à tona, a companhia ocupou o noticiário com fatos que mostravam dificuldades na integração e poucas sinergias após a fusão.

Há poucos dias a empresa mostrou um balanço referente ao quarto trimestre de 2024 que desagradou o mercado. O lucro líquido recorrente do período foi de R$ 168,9 milhões, registrando uma redução de 35,8% em relação ao mesmo período do ano anterior.

A receita líquida saltou 13% – para R$ 3,4 bilhões – mas a rentabilidade mostrou impactos, com influência de fatores como ajustes de estoque e maiores descontos em marcas descontinuadas.

O mercado reagiu negativamente aos números, com retração de 13% nas ações da empresa no pregão que sucedeu o resultado.

Nesse contexto a Azzas anunciou uma reestruturação do portfólio de marcas, decidindo descontinuar algumas marcas e linhas de produtos, como Alme, Dzarm, Simples e a linha feminina da Reserva.

Em 2024 a empresa também contou com a saída de executivos-chave. Em meados de agosto, Rony Meisler, fundador da marca Reserva e acionista relevante da Azzas, anunciou sua saída da empresa. Além dele, outros três fundadores da Reserva, que ocupavam posições executivas importantes na AR&Co (unidade de vestuário masculino da companhia), também deixaram seus cargos.

Lula anunciará medida que amplia isenção de IR na próxima terça, véspera de Copom

O presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, afirmou nesta sexta-feira, 14, que vai anunciar na próxima terça-feira, 18 de março, a medida que isenta a população que ganha até R$ 5 mil de Imposto de Renda (IR). “O governo quer salvar o povo trabalhador de pagar IR enquanto muita gente rica sonega”, disse.

“Quem ganha muito inventa sempre uma mutreta para não pagar imposto”, continuou o presidente da República. “Pessoas mais ricas não precisam do Estado, quem precisa, são os pobres. […] Tem gente que fica nervoso dizendo que só quero cuidar de pobre.”

A ministra de Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann, e o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, já vinham reiterando que o anúncio da ampliação da insenção estava próximo. Meses atrás, Haddad anunciou a medida na televisão aberta.

Juros devem subir para 14,25%

O anúncio ocorrerá na semana de reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), que anunciará na quarta-feira, 19, a nova taxa de juros da economia brasileira. No final de janeiro, o Banco Central elevou a Selic a 13,25% e já apontou a tendência de novo aumento de 1 ponto percentual.

Os efeitos defasados do aperto monetário e a perspectiva de que os juros básicos se mantenham em patamar elevado já começam a se refletir na economia, impactando segmentos mais dependentes de crédito. O IBGE mostrou nesta sexta-feira que o setor de serviços caiu em janeiro, marcado o terceiro mês consecutivo de retração.

Promessa de campanha

Na campanha em que foi eleito para um terceiro mandato, Lula prometeu a isenção do imposto de renda para quem ganha salário de até R$ 5 mil mensais.

O governo tem repetidamente afirmado que as mudanças no IR serão fiscalmente neutras e compensadas com aumento da tributação para os que ganham mais.

A declaração de Lula foi feita durante evento de anúncio de investimento de R$ 243 milhões em novas ambulâncias do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência, o Samu, no pátio da empresa Flash Engenharia em Sorocaba (SP).

Também estavam presentes, entre outras autoridades, o vice-presidente da República, Geraldo Alckmin, e o ministro da Saúde recém-nomeado, Alexandre Padilha.

Veja a tabela atual do Imposto de Renda

Tabela do Imposto de Renda

Pela regra vigente, o contribuinte com rendimentos de até R$ 2.824 mensais é beneficiado com a isenção porque, dessa renda, subtrai-se o desconto simplificado, de R$ 564,80, resultando em uma base cálculo mensal de R$ 2.259,20, ou seja, exatamente o limite máximo da faixa.

Como o piso nacional foi reajustado em 2025 de R$ 1.412 para R$ 1.518, se o governo quiser manter a isenção para as pessoas que recebem até dois salários em 2025, precisará ampliar a faixa de isenção para renda mensal de R$ 3.036.

Segundo Haddad, o governo aguarda a aprovação do Orçamento de 2025 para bater o martelo em relação à ampliação da faixa de isenção do IR em 2025.

Importante destacar as mudanças que vierem a ser feitas em nada muda a declaração de Imposto de Renda 2025 a ser feita neste ano no prazo entre 17 de março e 30 de maio.

 

Kering nomeia Demna como diretor artístico da Gucci

 

A Kering, empresa francesa do setor de luxo, nomeou o designer Demna Gvasalia, conhecido apenas por Demna, como diretor artístico da Gucci, sua maior marca.

Anteriormente, ele esteve na direção criativa da Balenciaga, marca de menor porte do mesmo grupo.

O crash da Natura: ações da empresa despencam quase 30% após balanço; entenda

 

As ações da Natura afundam 28% por volta das 11h20 do pregão desta sexta-feira, 14, figurando como a maior queda da bolsa de valores hoje. Apesar de uma melhora na última linha do balanço reportado pela empresa antes do pregão – com prejuízo reduzindo em 83% – a companhia frustrou o mercado com alguns números da demonstração financeira, em especial as margens.

Analistas do BTG Pactual citam ‘números poluídos’ dentro do resultado da Natura.

“A empresa reportou números poluídos no 4º trimestre devido à reconsolidação da Avon International (após a conclusão do procedimento de Chapter 11) – que ajustamos em nossa análise para fins de comparação. Excetuados os de Avon International, os números ficaram abaixo de nossas estimativas, principalmente devido a maiores despesas de Despesas de Vendas, Gerais e Administrativas no período e uma margem bruta menor”, diz a casa.

Os analistas enxergaram com bons olhos as vendas da bandeira Natura no Brasil e na América Latina, mas, em contrapartida, a Avon na América Latina ainda está ‘lutando para reavivar as vendas’, enquanto as despesas gerais e as administrativas se mostraram maiores do que o esperado.

O BTG tem recomendação neutra para NTCO3, com preço-alvo de R$ 18 – ao passo que os papéis negociam a cerca de R$ 9,80 em bolsa atualmente.

A XP vê o balanço da Natura mostrando um trimestre ‘conturbado e complexo’, destacando que a lucratividade foi o grande ponto negativo.

“Após 7 trimestres de expansão de margem, a margem bruta caiu 20 pontos base devido a efeitos pontuais na Argentina (-0,5 p.p), enquanto a mistura de produtos (maior participação de presentes) e esforços comerciais táticos compensaram parcialmente uma melhor mistura de países e ganhos da Onda 2”, diz a casa.

“A margem EBITDA ajustada caiu 2p.p devido à reclassificação de investimentos em TI de Capex para Opex (-1,6p.p), o que deve continuar no primeiro semestre de 2025, e os royalties da Avon (-0,5p.p), enquanto a pressão sobre despesas gerais e administrativas resultou de investimentos contínuos em pesquisa e desenvolvimento e iniciativas omnichannel”, completa.

A XP também tem preço-alvo de R$ 18 para as ações da Natura, todavia segue com recomendação de compra para os papéis.

O JP Morgan avalia que ‘os resultados da Natura não chegaram nem perto do que era esperado’ olhando do ponto de vista operacional.

Segundo o Brazil Journal, um tema chave é uma potencial solução para a Avon Internacional. A empresa declarou que busca uma alternativa para o ativo, incluindo uma venda ou um investimento minoritário, mas não há visibilidade sobre quando esse processo será balizado.

A gestão da empresa, durante a teleconferência de resultado com analistas, associou os problemas de rentabilidade ao impacto da operação na Argentina. O CFO Guilherme Castellan não chegou a quantificar o tamanho desse impacto, mas disse que excluindo a Argentina, a expansão de margem bruta não teria sido igual a dos trimestres anteriores, mas sim ‘bastante substancial’.

Natura foi praticamente ‘cortada pela metade’ nos últimos 12 meses

A empresa amarga uma desvalorização de 47% no acumulado dos últimos 12 meses na bolsa de valores. O preço das ações é o menor em cerca de 10 anos, considerando o ajuste em dividendos.

Com a queda desta sexta, 14, o valor de mercado da Natura passa a ficar abaixo dos R$ 15 bilhões pela primeira vez em uma década – perdendo R$ 5 bilhões de valuation em um só pregão.

quinta-feira, 13 de março de 2025

Ibovespa ignora NY e sobe quase 1%, aos 125 mil pontos, de olho em China

 Ibovespa: como ele impacta na sua vida? | Politize!

Após operar indefinido no início da sessão desta quinta-feira, 13, o Ibovespa ganhou tração e ignora a queda dos índices acionários em Nova York e do petróleo. O avanço ocorre ainda a despeito da elevação do viés para cima nos juros futuros. Apesar da queda de 0,2% no volume de serviços em janeiro ante dezembro, resultado negativo mais intenso do que a mediana de -0,1% das expectativas do mercado financeiro, o setor ainda demonstra que a atividade está aquecida quanto se olha o acumulado em 12 meses, por exemplo.

O investidor avalia o balanço da CSN no quarto trimestre, no momento em que começou cobrança das tarifas sobre aço e alumínio pelo governo dos Estados Unidos.

Em meio à cobrança de tarifas ao setor pelos Estados Unidos, Henrique Lenzi, operador de renda variável da Manchester Investimentos, destaca que há indícios de que a China pretende aumentar o consumo de produtos siderúrgicos, o que tende a beneficiar o Brasil. Além de CSN que avança 9,21%, CSN Mineração sobe 11,55%. Já Vale tinha alta de 1,60% e Usiminas PNA, 1,19%. Gerdau virava para o positivo, a 0,55%.

O Ibovespa tinha elevação de 0,99%, aos 125.088,24 pontos, na máxima, após ceder 0,22%, na mínima aos 123.589,56 pontos.

Destaque ainda às ações da Petrobras, com ganhos de 0,88% (PN) e 0,98% (ON), apesar do recuo do petróleo. O minério avançou 0,45% hoje em Dalian, na China.

Nos EUA, saiu nesta quinta-feira o PPI (inflação ao produtor) de fevereiro, que ficou estável, depois de ontem o CPI (inflação ao consumidor) ter mostrado um resultado aquém do esperado, a poucos dias da decisão sobre juros pelo Federal Reserve (Fed, o banco central dos Estados Unidos).

Os dados reforçam as apostas de que o Fed cortará o juro três vezes neste ano, começando em junho. Para a decisão da semana que vem, espera-se manutenção das taxas.

O fiscal também fica no foco após o governo brasileiro incluir novos gastos no orçamento deste ano com PAC, MST e órgãos controlados pelo Centrão a poucos dias da votação da peça orçamentária na semana que vem.

Ontem, conforme apurou o Broadcast (sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado), o governo propôs alterações na Lei Orçamentária Anual (LOA) deste ano para acomodar a ampliação do programa de Auxílio-Gás. Entre elas, um corte de R$ 7,7 bilhões no Bolsa Família.