segunda-feira, 27 de outubro de 2025

Triunfo nas urnas acima do esperado impulsiona reformas de Milei na Argentina

 

O presidente da Argentina, Javier Milei, obteve neste domingo, 26, o aval dos eleitores para seguir adiante com sua reforma radical da economia, apesar das amplas críticas às medidas de austeridade por ele adotadas.

O partido de Milei, La Libertad Avanza (LLA), saiu vitorioso das eleições legislativas de meio de mandato, que renovaram metade da Câmara dos Deputados e um terço do Senado, com cerca de 40% dos votos. O resultado foi bem melhor do que o esperado por Milei e seus apoiadores. A oposição peronista obteve cerca de 25%.

A boa votação pode ser entendida como um amplo apoio da população argentina ao governo de Milei, que completará dois anos no poder em dezembro. A maior conquista dele foi a redução da inflação por meio de um severo plano de ajuste que, do outro lado, gerou desemprego, precariedade no mercado de trabalho e turbulência nos mercados financeiros e elevou a dívida do país.

Os escândalos e as alegações de corrupção envolvendo o presidente e seus colaboradores próximos, incluindo sua irmã Karina, tiveram pouco efeito nas urnas.

A aproximação de Milei com o governo do presidente dos EUA, Donald Trump, os empréstimos concedidos ao país pelo Fundo Monetário Internacional (FMI) e a ajuda financeira do Tesouro dos EUA para apoiar o peso argentino parecem ter sido aceitos pela população.

Decisivas para reformas

As eleições eram decisivas para a agenda ultraliberal de Milei e lhe dão margem de manobra para levar adiante suas políticas de ajuste econômico e desregulamentação da economia nos dois anos finais do seu mandato.

Durante a campanha eleitoral, Milei declarara que seu objetivo era conquistar um terço das cadeiras na Câmara dos Deputados para sustentar suas reformas. Ele não só conquistou esse objetivo como também chegou muito perto de alcançar um terço do Senado, considerando a aliança estratégica com o partido de direita PRO.

Após a vitória, Milei declarou que vai implementar “as reformas que ainda faltam” e que o novo Congresso será fundamental para garantir esse rumo. “Durante os próximos dois anos, temos de fazer avançar o caminho reformista que iniciamos”, disse. “Teremos, sem dúvida, o Congresso mais reformista da história da Argentina”, acrescentou.

Vitória também para Trump

Os resultados também agradaram ao presidente Donald Trump, cujo governo enfrentou críticas após conceder um vultoso resgate financeiro à Argentina.

Para conter a desvalorização do peso, Milei queimara bilhões de dólares em reservas cambiais. Numa ação extraordinária, o governo Trump ofereceu um resgate no valor de 40 bilhões de dólares, incluindo um swap cambial de 20 bilhões de dólares já assinado e uma proposta de linha de crédito de mais 20 bilhões.

Trump condicionara a ajuda à Argentina a uma vitória de Milei nas urnas. “Se ele vencer, ficaremos com ele; se não vencer, sairemos”, disse no início do mês, após receber Milei na Casa Branca.

Neste domingo, o presidente americano felicitou o argentino pela “vitória esmagadora” nas eleições legislativas. “Ele está fazendo um excelente trabalho! O povo argentino justificou a nossa confiança nele”, escreveu Trump na rede social dele, a Truth Social.

Mais uma chance a Milei

Analistas disseram que o desempenho melhor do que o esperado pode ser um sinal de que, diante do risco de uma nova turbulência econômica, os argentinos acharam melhor optar pelas políticas de austeridade de Milei, que, mesmo tendo cortado subsídios há muito usados por muitos argentinos, ao menos conseguiram desacelerar drasticamente a inflação.

Essa foi a análise do diretor da empresa de pesquisas Zuban Córdoba, Gustavo Córdoba, que se declarou surpreso com o desempenho de Milei e que considerou que o resultado das urnas reflete a preocupação com a potencial repetição das crises econômicas de governos anteriores. “Muitas pessoas estavam dispostas a dar outra chance ao governo”, disse ele. “Veremos quanto tempo a sociedade argentina dará ao governo. Mas o triunfo é inquestionável”, declarou à agência de notícias Reuters.

A cientista política Maria Laura Tagina, da Universidade Nacional de San Martin, disse que, apesar de o índice de aprovação de Milei ter sofrido com as medidas de austeridade e os escândalos de corrupção, é possível que os argentinos desiludidos tenham decidido ficar em casa. A participação eleitoral foi de cerca de 68%, a menor em mais de uma década, segundo relatos da mídia.

O eleitorado parece dividido entre os beneficiários das reformas de Milei e aqueles que dizem que nunca enfrentaram tantas dificuldades para sobreviver. Num refeitório comunitário num subúrbio de Buenos Aires, Epifanía Contreras, de 64 anos, disse sentir que está arcando com o peso das reformas. “Não dá para viver com uma aposentadoria de 290 mil pesos por mês com a inflação atual”, disse ela. “A situação está piorando cada vez mais.”

“Voto por obrigação, nada mais”, disse o corretor imobiliário Matías Paredes, de 50 anos, cuja clientela estrangeira desapareceu com o câmbio forte de Milei. “Nenhuma dessas figuras inspira otimismo. Estamos apenas escolhendo o mal menor.”

O que vem por aí

Os resultados automaticamente posicionam Milei como candidato à reeleição em 2027. Ele acenou com uma reforma ministerial após a eleição, que poderá incluir membros do partido centrista PRO, um aliado frequente do governo no Congresso e que é liderado pelo ex-presidente Mauricio Macri.

De acordo com suas próprias declarações e as de membros de seu partido, o presidente pretende implementar um novo regime tributário e uma mudança substancial nas leis trabalhistas.

Milei chegou ao poder com a promessa de reduzir impostos, algo que até agora não conseguiu, e que vem sendo reivindicado por diversos setores produtivos e empresariais nacionais, bem como por grupos de investimento estrangeiro. Além disso, Milei pretende modificar os procedimentos de contratação, flexibilizar as contribuições previdenciárias e restringir a representação sindical.

Fed deve fazer novo corte de juros nesta semana, e é provável que não seja o último

 

As autoridades do Federal Reserve (Fed) devem reduzir os custos de empréstimos de curto prazo dos Estados Unidos nesta semana em 0,25 ponto percentual pela segunda vez neste ano, conforme buscam evitar uma maior desaceleração do mercado de trabalho.

É provável que essa não seja a última da série.

O aumento dos pedidos de auxílio-desemprego sugere que a demanda do mercado de trabalho continua a esfriar, mesmo com a paralisação do governo atrasando a publicação da maioria das estatísticas econômicas oficiais, incluindo a taxa de desemprego, estimada pela última vez em 4,3% em agosto.

Leituras de inflação mais fracas do que o esperado, incluindo o relatório da semana passada que mostrou que o índice de preços ao consumidor subiu 3% nos 12 meses até setembro, colocaram em segundo plano as preocupações com as pressões de preços impulsionadas pelas tarifas.

E, talvez mais importante, o comunicado pós-reunião do Fed, elaborado de forma consensual após o corte de 0,25 ponto nos juros no mês passado, incluiu uma referência a “ajustes adicionais”.

A vice-chair de supervisão do Fed, Michelle Bowman, chamou a atenção para essa linguagem especificamente como um prenúncio de futuros cortes na taxa de juros, e analistas não esperam que o Fed aponte para uma possível pausa ajustando essa linguagem.

“Embora boa parte do comitê provavelmente gostaria de sinalizar que um afrouxamento em dezembro não deve ser considerado como certo, achamos que essa escolha alternativa de redação pode ser muito ‘hawkish’ para a liderança”, escreveu Michael Feroli, economista-chefe do JP Morgan para os EUA.

Para ter certeza, o chair do Fed, Jerome Powell, não usará sua coletiva de imprensa pós-reunião na quarta-feira para sugerir que outro corte em dezembro já está garantido.

Há muita coisa que pode mudar antes disso, com as discussões sobre o comércio global em fluxo, o que pode alterar as perspectivas para os preços e para o crescimento econômico de forma mais ampla.

E um fim da paralisação do governo, o que retomaria a publicação de dados, também pode significar que as autoridades do Fed receberão três meses de dados de emprego até a reunião de dezembro, o que pode reformular suas visões sobre a situação do mercado de trabalho.

“É provável que Powell mantenha as opções em aberto e não se comprometa previamente com uma ação específica até o final do ano”, disseram os economistas do Deutsche Bank.

Um corte de 0,25 ponto nos juros na quarta-feira, no encerramento da reunião de dois dias do Fed, colocará a taxa de na faixa de 3,75% a 4,00%.

Os mercados financeiros estão apostando fortemente em novos cortes em dezembro e janeiro.

No Brasil, o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) só volta a se reunir no dia 5 de novembro.

sexta-feira, 24 de outubro de 2025

Rede Amigo da Criança terá mais 18 hospitais habilitados pelo governo

Ministério da Saúde.PNG — Transferegov.br

 

Mais 18 hospitais da rede Amigo da Criança serão habilitados pelo Ministério da Saúde. A medida visa diminuir os índices de mortes maternas e neonatais. De acordo com o ministério, o país registrou 1.325 mortes maternas e 40.025 mortes neonatais apenas em 2023.

“A razão de mortalidade materna chegou a 117 por 100 mil nascidos vivos em 2021 por conta do impacto da pandemia, e o índice passou para 55,3 em 2023”, detalha a pasta.

Estão previstos um total de R$ 25 milhões na iniciativa, que contava, até então, com R$ 12 milhões anualmente. Com as novas unidades, o país passa a contar com 335 unidades Amigo da Criança em 26 unidades da Federação.

Além disso, 56 hospitais passam por atualização de código de habilitação, processo que, segundo o ministério, “amplia o escopo da rede de hospitais ao incluir o Cuidado Amigo da Mulher, garantindo a permanência da mãe e do pai junto ao recém-nascido de risco”.

Exemplo de hospital

Brasília (DF), 06/10/2025 – O ministro da Saúde, Alexandre Padilha, disse que o HUB é exemplo de hospital amigo da criança. Foto-arquivo: Valter Campanato/Agência Brasil – Valter Campanato/Agência Brasil

O anúncio das novas unidades foi feito pelo ministro Alexandre Padilha, nesta sexta-feira (24), durante visita ao Hospital Universitário de Brasília (HUB), unidade que, segundo ele, é “um exemplo de hospital amigo da criança”.

“Aqui vemos o cuidado humanizado em cada detalhe, a dedicação das equipes e a formação de profissionais comprometidos com o acolhimento. A pediatria nos ensina muito sobre empatia e escuta, desde se abaixar para falar com a criança até entender o papel da família nesse cuidado”, acrescentou.

Em nota, o ministério informou que, com as novas unidades, o governo reconhece práticas de cuidado humanizado que fortalecem a atenção integral desde o parto até os primeiros dias de vida.


Amigo da Criança

Criada em 1992, a rede Hospital Amigo da Criança é mais uma das ações do ministério que pretende no âmbito da Política Nacional de Atenção Integral à Saúde da Criança – a exemplo da Rede Alyne, lançada em 2024, com a meta de reduzir em 25% as mortes maternas até 2027, por meio da ampliação de exames de pré-natal e no financiamento de leitos e bancos de leite humano.

Alckmin inaugura Zona de Processamento de Exportação no Mato Grosso

 

O presidente em exercício, Geraldo Alckmin, inaugurou, nesta sexta-feira (24), a Zona de Processamento de Exportação (ZPE) de Cáceres, no Mato Grosso.

“Os setores que exportam, estando numa ZPE, eles têm uma facilidade, tem um ganho do ponto de vista econômico que ajuda no processo da exportação. E nós estamos aqui quase na fronteira, então, é extremamente importante”, explicou.

Com uma área de 240 hectares, a ZPE de Cáceres contou com investimentos de R$ 51,3 milhões em obras de infraestrutura e da área administrativa.

As ZPEs são áreas de livre comércio destinadas à produção de bens para exportação e à prestação de serviços vinculados à atividade exportadora. Essa é a quarta ZPE ativa no país, somando-se às de Uberaba (MG), Pecém (CE) e Parnaíba (PI).

 A produção nesse espaço, destinada à exportação, garante às empresas suspensão do recolhimento de alguns impostos e tributos na aquisição de insumos e matérias primas, com a conversão em isenção ou alíquota zero caso o produto final seja exportado. Se a produção for vendida no mercado interno, a cobrança de tributos é realizada.

Alckmin destacou que Cáceres é um município com uma grande extensão territorial – 12 vezes maior a cidade de São Paulo – e que pode atrair investimentos para instalação de agroindústrias, por exemplo, agregando valor aos cultivos e criações da região.

“Se eu sou campeão na agropecuária, eu vou agregar valor para poder gerar mais emprego e melhorar a renda”, argumentou, em conversa com jornalistas locais.

A nova ZPE já conta com uma empresa operando, a TRC Agroflorestal, que produz placas de madeira e teca.

Integração

A ZPE de Cáceres ainda está localizada estrategicamente em uma das rotas de Integração Sul-Americana, a rota do Quadrante Rondon. O programa do governo brasileiro visa otimizar a logística e fortalecer o comércio com os países vizinhos e a Ásia, conectando diversas regiões do Brasil através de projetos em rodovias, ferrovias, hidrovias, portos e aeroportos.

O presidente afirmou, ainda, que vai conversar com o ministro dos Portos e Aeroportos, Silvio Costa Filho, para destravar a Hidrovia Paraguai-Paraná. A via fluvial na bacia do Rio da Prata conecta cinco países sul-americanos: Brasil, Paraguai, Bolívia, Argentina e Uruguai.

“O trecho que precisa ser desassoreado, que precisa melhorar o calado, é Cáceres até Corumbá [MS]. Então, esse é o trecho que precisa ter o investimento. Nós precisamos ter eficiência econômica, reduzir custos, melhorar a logística e integrar modais, integrar os vários tipos de modais. Então, essa hidrovia é essencial”, destacou.

 

Agronegócio terá espaço para vitrine de soluções sustentáveis na COP30

 

São Paulo, 24 – O Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) vai estar presente na AgriZone, um dos espaços de discussão da 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (COP30) para debater sobre sustentabilidade. A programação será realizada de 10 a 21 de novembro, das 10h às 18h, com entrada gratuita.

Com coordenação da Embrapa, a proposta é reunir iniciativas voltadas à agricultura sustentável, segurança alimentar e descarbonização da produção.

De acordo com o Ministério, a AgriZone vai abrigar aproximadamente 400 eventos, com painéis, exposições, experiências gastronômicas e culturais, além de vitrines de soluções tecnológicas e práticas agroambientais de baixo carbono.

As atividades incluem painéis e encontros que discutem desde políticas públicas de mitigação de emissões até experiências práticas de restauração produtiva e bioeconomia.

Fávaro anuncia que Malásia abriu mercado para 6 produtos do Brasil

 Veja quem é Carlos Fávaro, futuro ministro da Agricultura ...

Brasília, 24 – O Brasil poderá exportar seis novos produtos agropecuários para a Malásia. A abertura de mercado foi anunciada pelo ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, após reunião bilateral no Ministério da Agricultura da Malásia em Kuala Lumpur durante a missão presidencial ao país asiático.

“Seis mercados abertos, a retomada importante da exportação do frango brasileiro e novas oportunidades para o setor produtivo e para a população brasileira”, afirmou Fávaro em vídeo nas redes sociais.

De acordo com o ministro, o Brasil poderá exportar pescados extrativos e de cultivo para o mercado malaio.

O país autorizou ainda a entrada de gergelim e ovo em pó do Brasil.

A Malásia também liberou a importação de melões do Ceará e do Rio Grande do Norte e de maçãs do Rio Grande do Sul e de Santa Catarina.

Além das aberturas de mercados, a Malásia vai retomar a importação de frango brasileiro, embarques que estão suspensos desde 16 de maio quando o Brasil registrou um caso de gripe aviária em plantel comercial.

“Retomamos o comércio de carne de frango em apenas 3 meses, um processo que poderia levar 12 meses conforme prevê o protocolo e já nesse curto espaço de tempo conseguimos concluir”, disse Favaro.

Como mostrou o Broadcast Agro (sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado), a flexibilização do protocolo de exportação de frango era uma das prioridades do governo brasileiro na comitiva.

A Malásia também confirmou ao governo brasileiro a realização de uma auditoria em novembro em 16 frigoríficos de carne suína para habilitação para exportações. Atualmente, dois frigoríficos estão aptos a exportar carne suína ao país do Sudeste Asiático.

Filandesa Wärtsilä fecha contrato com Âmbar para operação e manutenção de térmicas

 Âmbar Energy

A finlandesa Wärtsilä assinou com a Âmbar Energia, braço de geração de energia do grupo J&F, um contrato de operação e manutenção de cinco anos para três usinas térmicas localizadas em Manaus, que somam 92 megawatts (MW) produzidos por cinco motores Wärtsilä 50SG, informou a companhia em nota nesta sexta-feira, 24.

Recém-convertidas para operar exclusivamente a gás natural – caso único no País, segundo a Wärtsilä -, as plantas passarão a ser administradas sob um modelo de remuneração atrelado ao cumprimento de metas claras de desempenho, garantindo disponibilidade e confiabilidade ininterruptas.

“Este acordo baseado em resultados com a Âmbar Energia garante que alcançaremos juntos objetivos comuns, o que nos aproxima um passo mais das nossas metas de descarbonização. O acordo garante benefícios mútuos e uma responsabilidade clara”, disse em nota o diretor de Negócios de Energia da Wärtsilä Energy, Gaston Giani.

A fornecedora finlandesa ficará responsável pelo gerenciamento de prognóstico da manutenção e pelo suprimento de peças, o que, na prática, maximiza o tempo de atividade dos motores e mantém custos operacionais previsíveis, segundo a companhia.

Para o diretor de operações da Âmbar Energia, Fábio Bindermann, “o acordo visa criar valor para o nosso negócio por meio do aumento da eficiência operacional, da redução de custos e da conformidade regulamentar.”

Com 43 unidades de geração espalhadas pelo País, a Âmbar é hoje a quarta maior produtora de energia a gás natural do Brasil e também atua em fontes hídrica, solar, biomassa, carvão e biogás. Já a Wärtsilä soma 79 gigawatts (GW) instalados e 130 sistemas de armazenamento em 180 países, oferecendo soluções que combinam flexibilidade e suporte à descarbonização do setor elétrico, de acordo com a companhia.