Sérgio Moraes/Reuters
São Paulo - Entre 2003 e 2013, o Partido dos Trabalhadores (PT) teria recebido entre US$ 150 milhões e US$ 200 milhões em pagamentos de propina de contratos da Petrobras, segundo os jornais Estado de S. Paulo e Folha de S. Paulo.
A estimativa foi feita por Paulo Barusco, ex-gerente de engenharia da
estatal, em depoimento à Polícia Federal prestado em acordo de delação
premiada. O depoimento aconteceu no último dia 20 de novembro, mas só
veio à tona nesta quinta-feira.
Segundo Barusco, João Vaccari Neto, tesoureiro do partido, teria
participado no recebimento do suborno. Ele foi detido para depoimento na
Polícia Federal nesta quinta-feira na nona fase da Operação Lava Jato.
Os pagamentos de propina teriam sido feitos em cerca de 90 contratos de
grandes obras da estatal vinculados às diretorias de Abastecimento, Gás
e Energia e Exploração e Produção, além da Diretoria de Serviços. Entre
as obras listadas por Barusco estão a Refinaria Abreu e Lima e o
Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro.
Segundo Barusco, em todas as diretorias, o percentual de propina cobrado por contrato variava de 1% a 2%.
Na diretoria de Abastecimento, por exemplo, o percentual de propina
cobrado por contrato era, geralmente,de 2% - "sendo que 1% era
gerenciado por Paulo Roberto Costa, o qual promovia a destinação, e os
outros 1% eram divididos entre o Partido dos Trabalhadores, na proporção
de 0,5% representada por João Vaccari, e a "Casa", na proporção de 0,5%
representada por Renato Duque, o declarante [Barusco] e uma terceira
pessoa", segundo texto do termo de delação divulgado pelo site do jornal
Estado de S. Paulo.
Barusco afirmou que só do estaleiro Kepell Fels, Vaccari Neto teria recebido 4,25 milhões de dólares.
Até a publicação desta reportagem, o Partido dos Trabalhadores ainda não havia se pronunciado sobre o assunto.
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