segunda-feira, 24 de janeiro de 2022

"Ameaça". Após EUA, Reino Unido também retira alguns diplomatas de Kiev

Em causa está a "ameaça crescente" da Rússia. Medida surge após os EUA ordenarem a saída de familiares de funcionários da embaixada da Ucrânia. Já o chefe da diplomacia europeia afirmou que a UE não está a pensar ordenar a retirada do seu pessoal diplomático e sublinha que não se deve "dramatizar".

"Ameaça". Após EUA, Reino Unido também retira alguns diplomatas de Kiev

O Reino Unido começou a retirar "alguns funcionários" da embaixada em Kiev, na Ucrânia. Em causa está a "ameaça crescente" da Rússia.

Em comunicado, o Ministério dos Negócios Estrangeiros e da Commonwealth sublinhou que a embaixada britânica "permanece aberta e continuará a realizar os serviços essenciais".

Segundo o jornal The Telegraph, a medida não foi tomada como resultado de um possível ataque direto aos diplomatas britânicos, mas sim como "uma resposta à crescente ameaça russa e ao potencial risco para os funcionários do Reino Unido".

 Também os Estados Unidos da América (EUA) autorizaram, no domingo, a saída voluntária de diplomatas norte-americanos de Kiev e ordenaram a saída de “familiares elegíveis” da embaixada. Em causa está a “contínua ameaça de ação militar russa”.

“Em 23 de janeiro de 2022, o Departamento de Estado autorizou a saída voluntária de funcionários contratados diretos dos EUA e ordenou a saída de familiares elegíveis da embaixada de Kiev devido à contínua ameaça de ação militar russa”, lê-se num comunicado, citado pela CNN.

Os funcionários podem abandonar a embaixada, se assim o desejarem, e os cidadãos norte-americanos a residir na Ucrânia “devem agora considerar” deixar o país em voos comerciais ou outros meios de transporte, acrescentou o comunicado.

O Aviso Global de Saúde Nível 4, que anteriormente se referia à pandemia de Covid-19, passou a desaconselhar as viagens para a Ucrânia “devido ao aumento das ameaças de ação militar e da Covid-19". Há ainda um alerta para as viagens para a Rússia e a “tensão contínua ao longo da fronteira com a Ucrânia”. 

"Não viaje para a Rússia devido à tensão contínua ao longo da fronteira com a Ucrânia, o potencial assédio a cidadãos dos Estados Unidos, a capacidade limitada da embaixada de ajudar os cidadãos dos Estados Unidos na Rússia, a covid-19 e restrições de entrada relacionadas, terrorismo, assédio por funcionários de segurança do governo russo e aplicação arbitrária da lei local”, lê-se aviso.

O governo norte-americano recusou-se a dar uma estimativa do número de cidadãos a trabalhar na embaixada de Kiev e a residir no país.

Em entrevista à CNN, o secretário de Estado norte-americano Anthony Blinken reiterou que qualquer ataque russo contra a Ucrânia merecerá uma resposta "rápida e dura por parte dos Estados Unidos e da Europa".

Já esta segunda-feira, o chefe da diplomacia europeia, Josep Borrell, afirmou  que a União Europeia não está a pensar ordenar a retirada do seu pessoal diplomático da Ucrânia, a menos que o secretário de Estado norte-americano partilhe hoje "mais informação" que justifique tal medida.
   
Em declarações à chegada de uma reunião de ministros dos Negócios Estrangeiros da UE, em Bruxelas, que volta a ter como assunto em destaque na agenda a tensão na fronteira da Ucrânia com a Rússia, o Alto Representante da União para a Política Externa e de Segurança, questionado sobre a decisão de Washington de ordenar a retirada das famílias dos diplomatas dos Estados Unidos colocados em Kiev, comentou que não se deve "dramatizar".

 

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