segunda-feira, 26 de setembro de 2022

OCDE eleva projeção para crescimento do Brasil em 2022, mas piora cenário de 2023


OCDE eleva projeção para crescimento do Brasil em 2022, mas piora cenário de 2023

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Por Luana Maria Benedito

 

SÃO PAULO (Reuters) – A Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) elevou sua estimativa para o crescimento econômico do Brasil em 2022 a 2,5%, mas reduziu o prognóstico para o ano que vem a 0,8% e aumentou suas projeções de inflação para ambos os períodos, em meio a um cenário global cada vez mais desafiador.

A previsão de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) deste ano no relatório de perspectivas econômicas de setembro da OCDE ficou 1,9 ponto percentual acima da última estimativa, de junho passado. A conta para 2023, por sua vez, piorou em 0,4 ponto percentual sobre o cenário anterior.

Essa deterioração veio em linha com a queda na expectativa da OCDE para o crescimento global no ano que vem, a 2,2%, de 2,8% previstos em junho. As crises de energia e inflação nas principais economias do mundo, que pioraram após a invasão da Ucrânia pela Rússia, arriscam desencadear recessões, disse a organização no relatório.

A OCDE destacou Brasil, Argentina, México e África do Sul como “países relativamente expostos ao ciclo econômico global e à demanda nas economias avançadas”.

Em relação à dinâmica de preços, a organização disse que o patamar elevado dos juros brasileiros, combinado com um arrefecimento na alta dos custos de energia, deve reduzir a inflação “substancialmente” em 2023 frente a 2022, o que também deve acontecer no México.

No entanto, a OCDE ainda aumentou suas estimativas para a inflação no Brasil neste ano e no próximo. Para 2022, a conta subiu 1,1 ponto percentual, a 10,8%, na contramão de fortes reduções recentes nos prognósticos de mercado doméstico para a alta dos preços ao consumidor.

O mais recente boletim semanal Focus, divulgado pelo Banco Central, mostrou redução na projeção de inflação deste ano pela 13ª vez seguida, a 5,88%.

Para 2023, a OCDE espera desaceleração da inflação anual a 6,6% –ainda assim, a taxa é 1,3 ponto percentual mais alta que a projeção de junho.

O mercado de forma geral projeta que o Banco Central manterá os juros brasileiros no atual patamar de 13,75% ao ano até pelo menos meados de 2023 visando pressionar a inflação para baixo.


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