sexta-feira, 16 de setembro de 2022

Nubank se livra de ‘pacote de obrigações’ ao deixar a Bolsa brasileira: entenda quais

Nubank se livra de ‘pacote de obrigações’ ao deixar a Bolsa brasileira: entenda quais

Matheus Piovesana 49 minutos atrás






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Os recibos brasileiros de ações do Nubank (ou BDRs), representam uma parte pequena da composição acionária da fintech. Ainda assim, sob o atual modelo do programa, o neobanco tem obrigações regulatórias quase equivalentes às que cumpre nos Estados Unidos, onde se concentra a maior parte das negociações do ativo em Bolsa.
Em dezembro, ao fazer duas ofertas simultâneas de ações, o Nubank vendeu 8,1 milhões de ações, ou menos de 0,2% do total do capital da fintech, que serviam como lastro para os BDRs por aqui. Cada recibo brasileiro equivale a um sexto de uma ação listada em Nova York. Ou seja: foram vendidos 48,5 milhões de BDRs na oferta.
Mesmo com essa base relativamente pequena, a companhia é obrigada a fazer por aqui o pacote completo. Como é formalmente uma empresa de capital aberto no Brasil, o Nubank tem de publicar formulário de referência anual, balanços trimestrais na janela prevista pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM), fatos relevantes, comunicados e atas de reuniões do conselho.

 
© Fornecido por Estadão Fachada da Bolsa de Nova York com a cor do Nubank; neobanco vai manter negociação de ações apenas nos EUA Foto: Brendan McDermid/Reuters - 9/12/2021
Reduzindo obrigações
A questão é que a fintech tem de publicar os mesmos documentos nos Estados Unidos, e não basta traduzi-los, dado que os dois mercados têm normas diferentes. É para reduzir essa redundância que o Nubank vai pedir a mudança de seu programa de BDRs para o nível 1, que o desobriga de cumprir certas normas por aqui. A Stone tem BDRs no mesmo enquadramento.
A mudança, anunciada na quinta-feira, 15, mantém a negociação de recibos de ações no Brasil, mas sem a mesma carga regulatória. Os detentores dos atuais BDRs poderão trocar de um programa para o outro, migrar a posição acionária para Nova York ou simplesmente vender seus recibos.
“O Nubank visa maximizar a eficiência e a escalabilidade, reduzindo cargas de trabalho duplicadas desnecessárias em requisitos regulatórios, que consomem recursos consideráveis”, disse a cofundadora e CEO do Nubank no Brasil, Cristina Junqueira. “Nosso foco é melhorar processos, produtividade e escalabilidade para entregar crescimento e valor para todos os nossos stakeholders.”
O número de BDRs vendidos na oferta não considera a distribuição que a fintech fez pelo programa NuSócios, no qual entregou a clientes um BDR de forma gratuita. O programa teve a adesão de 7,5 milhões de usuários do Nubank, que só podem vender este “pedacinho” (como o Nu chamou os BDRs) a partir de dezembro.
Percepção negativa
Em relatório enviado a clientes, o Itaú BBA afirmou que a mudança é ruim para os acionistas minoritários. Na visão do analista Pedro Leduc, uma das perdas é que os dados financeiros devem ser menos comparáveis aos de instituições financeiras brasileiras.
“Na prática, as divulgações (no Brasil) podem ficar mais pobres, e ainda menos comparáveis às instituições financeiras locais”, afirmou o analista Pedro Leduc. “Julgamos (a mudança) como negativa para minoritários locais e para a governança corporativa.”
Como mostrou o Estadão/Broadcast, analistas de instituições financeiras locais e estrangeiras têm manifestado posições opostas a respeito do Nubank. A comparação com bancos brasileiros é um dos fatores que deixa os locais mais pessimistas.
Os BDRs do Nubank caíam 5,9% nesta tarde, negociados a R$ 4,48. O movimento segue o da ação negociada em Nova York, que despenca 6,7%, a US$ 5,14. O dia é negativo nos mercados americanos, diante das expectativas para a próxima decisão de juros do Federal Reserve (o Banco Central americano), na semana que vem.
A aposta majoritária é de que o Fed vá elevar os juros em 0,75 ponto porcentual. Se isso acontecer, as ações mais penalizadas devem ser as de empresas de tecnologia, em que o crescimento a curto prazo tem mais preponderância que o resultado. Caso do próprio Nubank.Response negocia M&A para dobrar de tamanho

Leia mais em https://braziljournal.com/response-negocia-ma-para-dobrar-de-tamanho/?utm_source=BJ+subscribers&utm_campaign=cc799abab3-EMAIL_CAMPAIGN_5_5_2019_20_17_COPY_01&utm_medium=email&utm_term=0_850f0f7afd-cc799abab3-427637301 .



Matheus Piovesana - Estadão



Crédito: REUTERS/Paulo Whitaker



Os recibos brasileiros de ações do Nubank (ou BDRs), representam uma parte pequena da composição acionária da fintech. Ainda assim, sob o atual modelo do programa, o neobanco tem obrigações regulatórias quase equivalentes às que cumpre nos Estados Unidos, onde se concentra a maior parte das negociações do ativo em Bolsa.


Em dezembro, ao fazer duas ofertas simultâneas de ações, o Nubank vendeu 8,1 milhões de ações, ou menos de 0,2% do total do capital da fintech, que serviam como lastro para os BDRs por aqui. Cada recibo brasileiro equivale a um sexto de uma ação listada em Nova York. Ou seja: foram vendidos 48,5 milhões de BDRs na oferta.


Mesmo com essa base relativamente pequena, a companhia é obrigada a fazer por aqui o pacote completo. Como é formalmente uma empresa de capital aberto no Brasil, o Nubank tem de publicar formulário de referência anual, balanços trimestrais na janela prevista pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM), fatos relevantes, comunicados e atas de reuniões do conselho.

 
© Fornecido por Estadão Fachada da Bolsa de Nova York com a cor do Nubank; neobanco vai manter negociação de ações apenas nos EUA Foto: Brendan McDermid/Reuters - 9/12/2021 


Reduzindo obrigações


A questão é que a fintech tem de publicar os mesmos documentos nos Estados Unidos, e não basta traduzi-los, dado que os dois mercados têm normas diferentes. É para reduzir essa redundância que o Nubank vai pedir a mudança de seu programa de BDRs para o nível 1, que o desobriga de cumprir certas normas por aqui. A Stone tem BDRs no mesmo enquadramento.


A mudança, anunciada na quinta-feira, 15, mantém a negociação de recibos de ações no Brasil, mas sem a mesma carga regulatória. Os detentores dos atuais BDRs poderão trocar de um programa para o outro, migrar a posição acionária para Nova York ou simplesmente vender seus recibos.


“O Nubank visa maximizar a eficiência e a escalabilidade, reduzindo cargas de trabalho duplicadas desnecessárias em requisitos regulatórios, que consomem recursos consideráveis”, disse a cofundadora e CEO do Nubank no Brasil, Cristina Junqueira. “Nosso foco é melhorar processos, produtividade e escalabilidade para entregar crescimento e valor para todos os nossos stakeholders.”


O número de BDRs vendidos na oferta não considera a distribuição que a fintech fez pelo programa NuSócios, no qual entregou a clientes um BDR de forma gratuita. O programa teve a adesão de 7,5 milhões de usuários do Nubank, que só podem vender este “pedacinho” (como o Nu chamou os BDRs) a partir de dezembro.


Percepção negativa


Em relatório enviado a clientes, o Itaú BBA afirmou que a mudança é ruim para os acionistas minoritários. Na visão do analista Pedro Leduc, uma das perdas é que os dados financeiros devem ser menos comparáveis aos de instituições financeiras brasileiras.


“Na prática, as divulgações (no Brasil) podem ficar mais pobres, e ainda menos comparáveis às instituições financeiras locais”, afirmou o analista Pedro Leduc. “Julgamos (a mudança) como negativa para minoritários locais e para a governança corporativa.”


Como mostrou o Estadão/Broadcast, analistas de instituições financeiras locais e estrangeiras têm manifestado posições opostas a respeito do Nubank. A comparação com bancos brasileiros é um dos fatores que deixa os locais mais pessimistas.


Os BDRs do Nubank caíam 5,9% nesta tarde, negociados a R$ 4,48. O movimento segue o da ação negociada em Nova York, que despenca 6,7%, a US$ 5,14. O dia é negativo nos mercados americanos, diante das expectativas para a próxima decisão de juros do Federal Reserve (o Banco Central americano), na semana que vem.


A aposta majoritária é de que o Fed vá elevar os juros em 0,75 ponto porcentual. Se isso acontecer, as ações mais penalizadas devem ser as de empresas de tecnologia, em que o crescimento a curto prazo tem mais preponderância que o resultado. Caso do próprio Nubank.

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