sexta-feira, 4 de agosto de 2023

Setor privado investe na descarbonização das frotas


Empresas apostam na aquisição de veículos de carga elétricos para reduzir as emissões de GEE na atmosfera

 

Setor privado investe na descarbonização das frotas


A necessidade de reduzir a emissão de gases de efeito esfufa (GEE) tem feito as empresas buscarem estratégias em sua operação para conseguir esse feito em um espaço menor de tempo. Além da adoção de uma tecnologia mais limpa na produção, a indústria em geral está buscando substituir a sua frota de veículos por unidades menos poluentes, como alternativa para contornar os efeitos da queima de combustíveis fósseis em grande escala. Nesse sentido, os elétricos têm ganhado cada vez mais espaço nos pátios dessas companhias.

Esse movimento atende a uma tendência global, na qual a sociedade segue cada vez mais exigente para reduzir as emissões dos gases de efeito estufa. Segundo dados da Associação Brasileira do Veículo Elétrico (ABVE), o período de 2022 fechou com 49.245 veículos elétricos e híbridos, somando uma frota circulante de 126.504.

No mundo, esse movimento já deixou de ser uma tendência e ganhou corpo. De acordo com dados da consultoria Bright Consulting, especializada na indústria automobilística, as vendas globais de veículos elétricos ficaram próximas de 8,3 milhões de unidades.

Os benefícios oferecidos pelos veículos elétricos são diversos, envolvendo desde a baixa emissão de poluentes, melhor aproveitamento energético, baixo custo de operação e pouca manutenção. Além disso, não geram calor ou promovem barulho excessivo.

Operações mais limpas

Uma das empresas que vem despontando nessa tendência é a JBS, maior empresa de alimentos do mundo. Ela lançou a No Carbon, companhia especializada em locação de caminhões 100% elétricos. Inicialmente, o foco de atuação do novo braço sustentável da indústria é atender às operações logísticas da indústria, abrangendo a distribuição de produtos das marcas Friboi, Seara e Swift.

Segundo Maria Paula Bibar, gerente de sustentabilidade da JBS Brasil, a iniciativa vai ao encontro do compromisso Net Zero da companhia de zerar o balanço líquido das emissões de GEE até 2040 em toda a sua cadeia de valor. “Com a No Carbon, a JBS cria um negócio que irá trazer escala à utilização de caminhões elétricos no transporte de cargas no Brasil, um país com elevada dependência do modal rodoviário na área logística. Além disso, a nova frente representa a abertura de um campo com grande potencial de crescimento e colabora com o objetivo da empresa de trabalhar de maneira cada vez mais sustentável.”

Os caminhões da No Carbon possuem 170 quilômetros de autonomia, capacidade de até 4 toneladas de carga e são equipados com baús frigoríficos, armazenando, simultaneamente, produtos resfriados e congelados.

Na prática

A eletrificação da frota das marcas Friboi e Seara já começou a ganhar corpo com a locação de veículos da No Carbon. A Friboi, líder no segmento de carne bovina, ampliou a sua frota de caminhões 100% elétricos refrigerados de 10 para 53 veículos. Para fazer essa inclusão em suas operações logísticas, a marca está instalando sistemas de carregamento de veículos elétricos em seus Centros de Distribuição no Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, Mato Grosso do Sul, Goiás, Ceará, Pernambuco e Bahia.

A ampliação da frota de veículos elétricos permitirá que a Friboi deixe de emitir uma quantidade considerável de toneladas de CO2 por ano na atmosfera.

Já a Seara, reconhecida pela inovação e liderança em diversas categorias do mercado de alimentos, ampliou sua frota de 19 para 200 caminhões elétricos refrigerados. A marca é pioneira na adoção desses veículos, que realizam a distribuição de produtos em Santa Catarina, São Paulo, Paraná e Distrito Federal.

Com a chegada dos novos veículos na frota de transporte, a Seara projeta reduzir significativamente as suas emissões indiretas de CO2, o que deve equivaler ao plantio de 45 mil árvores.

Desde o fim do primeiro trimestre de 2023, a JBS opera uma frota de mais de 300 veículos elétricos nas operações logísticas de seus negócios, avançando nos esforços para se tornar Net Zero em 2040.

 

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