segunda-feira, 21 de janeiro de 2013

Indústria têxtil espera criar 300 mil novos empregos até 2025 com novo regime tributário

De acordo com uma simulação feita pela Abit (Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção), se for a aprovado, o novo regime poderá aumentar em 69% a produção física do setor

Redação, Administradores.com,
O presidente da Abit (Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção), Aguinaldo Diniz Filho, apresentou nesta segunda-feira (21), durante coletiva de imprensa, uma simulação da proposta de  Regime Tributário Competitivo para a Confecção, o RTCC, que visa desonerar, simplificar e desburocratizar a carga tributária que incide sobre as confecções. O estudo, que será concluído e entregue ao governo federal em março, se aplicado, poderia aumentar em 69% a produção física e gerar cerca de 300 mil novas vagas de emprego no setor, até 2025, em todo o Brasil, segundo a entidade.

“O setor têxtil e de confecção brasileiro tem enfrentado inúmeras dificuldades, mas não podemos nos intimidar. É preciso olhar para frente e vislumbrar as oportunidades. E é justamente este o nosso objetivo com o RTCC, resgatar a competitividade do segmento, pois não há país forte sem uma indústria de transformação forte”, afirmou Diniz Filho.
Na ocasião, o presidente da Abit também apresentou um balanço de 2012 e as estratégias da entidade para este ano.  

Dentre os resultados de 2012 estão:

- Produção: queda de 4,6% na de produtos têxteis e de 10,5% na dos confeccionados, de janeiro a novembro, em comparação a igual período de 2011
- Empregos: estimativa de redução do pessoal ocupado em mais de 130 mil postos de trabalho, segundo  o IBGE, que mede empregos diretos e indiretos
- Balança comercial: déficit de US$ 5,3 bilhões e estimativa de chegar a US$ 5,8 bilhões de déficit neste 2013 se as condições continuarem as mesmas
- Investimentos: US$ 2,2 bilhões

Na agenda do setor, os focos de atuação em 2013 são:

 - Salvaguarda para vestuário
- Pleitear Regime Tributário Competitivo para Confecção

China: novos rumos, mais oportunidades

Brasil pode investir em diversas áreas, como tecnologia, exploração espacial e infraestrutura

Redação Administradores, KPMG Business Magazine 
 
A China continua a ter na Europa o principal mercado consumidor para os seus produtos. Mesmo assim, conforme a União Europeia consegue soluções adequadas para equilibrar as contas mais comprometidas da zona do euro, a China sente o efeito das exportações em declínio. Em seus esforços para amenizar o impacto da crise europeia e estimular o crescimento orgânico, o governo chinês tem apresentado novas orientações e expectativas.


Os objetivos da China estão mais focados em desenvolver o consumo doméstico e tornar-se menos dependente das exportações líquidas.
Em entrevista concedida à revista KPMG Business Magazine 26, Peter Fung, líder global da Prática Chinesa da KPMG, analisa as orientações do novo governo chinês. Ele também explica como o Brasil pode aproveitar as oportunidades resultantes dessas mudanças.

Business Magazine - De que forma a crise dos países da zona do euro tem afetado a China?

Peter Fung - O impacto é visível principalmente nas exportações líquidas e no volume de investimentos estrangeiros diretos (IED) na China. Nas três últimas décadas, o IED na China cresceu exponencialmente, atingindo o ponto máximo de US$ 116 bilhões em grande parte provenientes da Europa. Com a crise, os investimentos estrangeiros diretos na China caíram para US$ 83,4 bilhões no terceiro trimestre de 2012. Ou 3,8% em relação aos US$ 86,7 bilhões de igual período de 2011. A participação europeia nesse montante caiu 6,3%.
Outro impacto foi sentido nas exportações líquidas. A China ainda é líder em produção e exportação, principalmente para a Europa. Contudo, diversos países compradores cortaram seus gastos com importações chinesas. Com isso, as exportações líquidas da China foram severamente impactadas. No terceiro trimestre de 2012, as vendas chinesas para a União Europeia caíram 17%, passando de US$ 108,2 bilhões para US$ 89,9 bilhões, em comparação com o mesmo período do ano passado.

BM - De que forma a China tenta reverter essa situação?


PF - Para a China, a reforma econômica significa mudar a partir de dentro do país. A estrutura que dita como a China cresce e de onde é obtido o crescimento irá conduzir, no final, a uma maior sustentabilidade econômica. O mercado consumidor terá a função mais importante no direcionamento do desenvolvimento econômico chinês; o desenvolvimento adicional da classe média chinesa é um aspecto imperativo na direção da obtenção do crescimento sustentável de longo prazo. O governo também enfatiza o aspecto de gastar relativamente menos em investimentos de larga escala. Já com relação a importações de commodities, como o minério de ferro do Brasil, os gastos devem crescer a um ritmo menor. Entretanto, uma economia chinesa mais equilibrada e mais saudável será capaz de garantir maior sustentabilidade no longo prazo.

BM - Como essa reforma poderá impactar a relação comercial da China com o Brasil?


PF - Em curto prazo, o governo chinês irá assumir uma postura mais baseada em incentivos. Espera-se que mais projetos de investimentos em infraestrutura e indústrias pesadas serão aprovados para apoiar o crescimento econômico. Os fornecedores brasileiros de commodities provavelmente serão beneficiados por essa política.
A China vai realizar, ainda, uma reforma na distribuição de renda, com eixo no aumento dos salários, o que também deverá elevar o poder de compra, bem como as importações. Com o aumento da renda, a população chinesa poderá viajar mais. E, provavelmente, o Brasil será um dos destinos mais procurados pelos turistas chineses, principalmente tendo em vista a Copa do Mundo de 2014 e os Jogos Olímpicos de 2016.
Os produtos manufaturados brasileiros poderão também se tornar uma parte relevante das exportações para a China.

BM - Quais mudanças prováveis veremos no comércio entre os dois países?


PF - O comércio bilateral continuará centrado na forte demanda da China por commodities. O Brasil é um poderoso fornecedor de commodities e a China é um dos maiores consumidores mundiais. A China tem sido a maior parceira comercial do Brasil e também o principal destino para suas exportações. Embora a economia chinesa tenha dado sinais moderados de desaceleração, a demanda crescente por commodities será sustentada devido à grande população e às políticas de estímulo ao consumo. Consequentemente, é correto assumir que o Brasil continuará sendo um fornecedor-chave para a China. E que o país manterá o seu excedente comercial atual com a China.

BM - Qual é a sua análise sobre o fluxo de investimentos entre ambos os países?


PF - A China e o Brasil, certamente, não estiveram imunes à desaceleração econômica global causada pela crise da dívida europeia, mas a crise também criou oportunidades de negócio. A China é autossuficiente em capital e tem grande demanda por energia, minerais e commodities. O Brasil é rico nesses recursos e tem grande demanda por capital para apoiar seu desenvolvimento.
Assim, o Brasil tem aproveitado os fluxos de investimentos razoavelmente grandes da China, que também tem aproveitado os crescentes recursos naturais do Brasil. Em 2011, os investimentos diretos da China responderam por 7% do IED total no Brasil, enquanto a China recebeu menos de 1% do investimento total do Brasil no exterior.
Consequentemente, é correto assumir que ambos os países podem beneficiar o investimento e o comércio estrangeiros. E que as oportunidades de investimento de capital continuarão a propiciar vantagens distintas para o desenvolvimento de ambos os países.

BM - Quais foram as oportunidades criadas até aqui?


PF - Por exemplo, o Brasil adotou medidas para estimular o investimento em infraestrutura, assim como em compras governamentais para combater a desaceleração econômica. As empresas chinesas podem levar recursos, tecnologia e experiência para o Brasil, principalmente para a construção de rodovias, ferrovias, portos e aeroportos.
Os planos para as compras governamentais brasileiras darão prioridade a produtos fabricados localmente, o que, por sua vez, fará com que as empresas chinesas acelerem os seus investimentos no país para a construção de plantas industriais.
A China, por sua vez, busca garantir o suprimento de energia e recursos naturais. Setores como os de metais e minérios, petróleo e gás natural, produtos agrícolas, florestais e de papel são áreas de investimentos atraentes para a China. O forte mercado de consumo do Brasil também apresenta um imenso potencial para as empresas chinesas, em diversos segmentos, como a indústria automotiva e de autopeças, eletrodomésticos, aparelhos celulares, smartphones e serviços de banda larga.
As empresas chinesas também mantêm um grande interesse no setor de infraestrutura brasileira, que exibe um forte crescimento. Essas áreas incluem redes de transmissão de energia, equipamentos e máquinas industriais, além da engenharia civil.

BM - E quais as oportunidades para os brasileiros que desejam investir na China?


PF - As áreas promissoras para o capital brasileiro são as de biocombustíveis, energias renováveis, indústria aérea e aviação. O plano de cooperação de dez anos assinado entre o Brasil e China, em 2012, no Rio de Janeiro, identifica áreas-chave de cooperação que incluem alta tecnologia, exploração espacial, mineração, infraestrutura e transportes. Os empresários brasileiros também podem investir nas áreas de interesse do Plano Quinquenal da China, que inclui agricultura, nanotecnologia, biotecnologia, tecnologia da informação e comunicação, indústria cultural criativa, engenharia oceânica, petróleo e gás natural e novas fontes de energia (especialmente recursos renováveis).

BM - Qual é o melhor modelo de negócio para cada setor?


PF - Em 2010, entre todos os tipos de IED na China, mais de 76% dos investimentos se destinaram ao estabelecimento de empresas de capital 100% estrangeiro e 21% foram para joint ventures com companhias chinesas. Os investimentos brasileiros focaram, principalmente, em agricultura, fabricação e recursos naturais. Os investimentos na área de recursos naturais adotaram, normalmente, um modelo de cooperativa nos três estágios relacionados à exploração, ao desenvolvimento, e à produção.
Na agricultura, há normalmente três modelos principais de operações usados por empresas estrangeiras: joint venture, equivalência dejoint venture, que é uma forma diferente de associação com parceiros locais, e empresa de capital 100% estrangeiro.
Em áreas de alta tecnologia, como nanotecnologia e biotecnologia, as empresas brasileiras, em cooperação com companhias chinesas, podem escolher cofinanciar centros de pesquisa e desenvolvimento, bem como centros de aprendizado contínuo para acordos de cooperação tecnológica de longo prazo e um intercâmbio de experiências. 

Investimento estrangeiro no Brasil beneficia área com maior renda do consumidor

 


 
 
Afirmações de Luís Afonso Lima (foto), diretor- presidente da Sociedade Brasileira de Estudos de Empresas Transnacionais e Globalização Econômica (Sobeet):
♦ O Brasil saltou da 14ª posição entre os principais destinos de IDE no mundo durante o ano de 2009 para a quinta posição no último dado disponível.  Os ingressos de Investimentos Estrangeiros Diretos no Brasil mais uma vez superarão a marca de US$ 60 bilhões no ano de 2012, assim como ocorreu em 2011;  
este cenário favorável à realização de IED no Brasil deve ter continuidade.  Segundo pesquisa da Unctad (braço da ONU para o comércio e o desenvolvimento), com executivos de empresas multinacionais, o Brasil encontra-se na quinta 
posição no ranking dos países mais citados para a realização de projetos de IED até 2014, atrás apenas de China, Estados Unidos, Índia e Indonésia.
 Ingressos de IED propiciam pelo menos três tipos de benefício para o país: podem financiar o deficit em transações correntes e isto ocorre desde 2002; podem 
favorecer a contenção de preços por meio da expansão da capacidade produtiva (a atual proporção entre formação bruta de capital fixo e o PIB é de 16%, a mais 
elevada desde o ano de 2004); e podem propiciar aumentos de competitividade, com geração de habilidades gerenciais, acesso a novas tecnologias, o desenvolvimento 
de processos, produtos e serviços. Teremos boas notícias no front dos ingressos de IED em 2013 e setores beneficiados pelo aumento da renda real dos consumidores brasileiros, como os de 
serviços, deverão ser os principais candidatos a fusões e aquisições.  Entre as origens dos recursos, os EUA deverão seguir em posição de destaque.
Luís Afonso Lima faz uma pergunta: e
stariam então os ingressos de IED no Brasil isolados desse contexto adverso dos fluxos globais de investimento diretos?

Ele mesmo responde:

A resposta para essa pergunta é não. Há uma evidente tendência de redução dos anúncios de IED no Brasil, assim como no resto do mundo. Isso indica que os ingressos de IED na economia brasileira neste ano não devem ultrapassar os ingressos observados no ano de 2012.
Em suma, a economia brasileira segue e seguirá atrativa para investimentos de empresas transnacionais.
É fato que a economia brasileira vem tornando-se relevante polo de atração de Investimentos Estrangeiros Diretos (IED).

Fontes: Sobeet 

 
 



 


Produção do Etanol no Brasil


Quem diria? Há poucos anos, pensávamos em nos transformar em um exportador de etanol para os EUA. E os EUA, através da EPA (Environmental Protection Agency), estipulou um percentual de mistura na gasolina. E produziu o etanol por lá mesmo, usando o milho. Em 2011, os EUA e o Brasil produziram juntos quase 90% do etanol de todo o mundo. Em 2007, os EUA produziam cerca de 30% a mais que o Brasil. Em 2011, em comparação com 2007, os EUA haviam dobrado sua produção e o Brasil estava apenas 10% acima. Resultado: a produção americana de 2011 foi 2,5 vezes maior que a brasileira.

Quem poderia imaginar que, alguns anos depois, o Brasil pudesse estar nesta sinuca de bico? O preço do açúcar foi o item que mais caiu em 2012 no índice de preços mundiais médios de alimentos da FAO. Enquanto isto, aqui no Brasil, a falta de reajuste do preço da gasolina dificultou a situação do etanol.

Agora, os próprios produtores apontam questões importantes para justificar esta situação. Houve falta de investimentos nos canaviais e as últimas três safras sofreram com o clima (ora muito seco, ora muito úmido).

http://g1.globo.com/economia/globo-rural/videos/t/edicoes/v/crise-provoca-problemas-a-usinas-de-cana-de-acucar-de-sp-e-go/2354979/

domingo, 20 de janeiro de 2013

Brasil precisa investir mais em tecnologia e estimular o empreendedorismo, dizem especialistas


20/01/2013
Mariana Tokarnia
Enviada Especial

Recife – Falta aos pesquisadores brasileiros espírito empreendedor e melhor aproveitamento dos investimentos no setor de inovação tecnológica. Segundo especialistas que participaram do 14º Conselho Nacional de Entidades de Base (Coneb) da União Nacional dos Estudantes (UNE), o país precisa investir em tecnologia para se inserir na economia mundial.

“Inovação é algo essencial para qualquer país que queira se modernizar. Ou nos incorporamos à inovação ou vamos envelhecer como um país marginal do ponto de vista da inserção na economia mundial. Seremos menos ricos e teremos mais desigualdade social”, disse o presidente da Sociedade Brasileira de Física (SBF), Celso Pinto de Melo.

Um dos problema enfrentados pelo país é a falta de empreededorismo, que pode ser notada pelo número de registros de patentes. Em 2011 o número de pedidos atingiu, em dezembro, a marca de 30 mil, de acordo com dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC).
Um avanço, mas ainda inferior à China, que atinge a casa dos milhões em pedidos de registro de patentes.
“A China há 10 anos não registrava patentes. Hoje faz o processo reverso, registrado inclusive estrangeiros em seu território”, diz a presidente da Associação Nacional dos Pós-Graduandos (ANPG), Luana Bonone. Ela afirma também que, no Brasil, 80% dos investimentos em pesquisa são do Estado. “Os empresários brasileiros têm a característica de querer resultados imediatos. Não existem no país programas que atraiam esse investimento para as universidades”, complementa.

O representante da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC) José Luiz de Lima Filho afirma ainda que os investimentos muitas vezes são mal aproveitados. Ele alerta para a necessidade de captar recursos, mas usá-los com qualidade. “Temos que gerar riqueza. Temos algumas produções que são vantajosas no Brasil como a soja e o açúcar. Ambos são vendidos como commodities cotados em Chicago. Não estamos colocando neles valor agregado. Não estamos investindo em tecnologia nessas áreas que temos vantagem."

O estudante de Engenharia Eletrônica da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) Felipe Duque Belfort fez questão de compartilhar a experiência que teve nos Estados Unidos. Ele morou um ano em New Jersey, pelo programa Ciência sem Fronteira. “Quando estudei lá, tinha um indiano que trabalhava comigo no laboratório. Ele estava lá noite e dia. Mas, certa vez, parou de ir. Quando perguntei por ele, disseram que tinha aberto uma empresa exatamente com a tecnologia na qual estávamos trabalhando. Não vejo esse espírito nos brasileiros.”

O 14º Coneb da UNE acontece em Recife (PE) até segunda-feira (21). Este ano foram mais de 3,5 mil inscrições de entidades de todas as regiões do país. Sob o tema “A Luta pela Reforma Universitária: do Manifesto de Córdoba aos Nossos Dias”, o Coneb oferece debates e grupos de discussão sobre temas ligados às universidades e ao Brasil. Ao final, os delegados vão decidir os rumos e posicionamentos da UNE para 2013. O evento antecede a Bienal da UNE, espaço de diálogo de estudantes e movimentos culturais que, este ano, está em sua 8ª edição.
 
Agência Brasil.

Os países que mais devem contratar em 2013; Brasil lidera

Executivos brasileiros lideram ranking de expectativa de aumento do número de contratações; veja quais as áreas mais demandadas nas principais economias do mundo

 

1. Brasil

São Paulo – A freada econômica do ano passado e a onda de incerteza sobre 2013 não foram suficientes para colocar um ponto final no otimismo dos executivos brasileiros. Entre 6 mil empresas das principais economias do mundo, as brasileiras são os que mais projetam aumento no número de contratações para os próximos meses, segundo pesquisa do Career Builder.
 
Ao todo, de acordo com o levantamento, 71% dos executivos brasileiros entrevistados pretendem expandir sua força de trabalho este ano. E apenas 5% devem fazer cortes de pessoal.
A robustez com que cada companhia começou 2013 é um dos fatores para isto: 80% deles dizem que as empresas em que atuam estão mais fortes hoje com relação ao mesmo período do ano passado. O Brasil está na segunda posição deste ranking – atrás apenas da Índia. 

As áreas de serviço ao consumidor, tecnologia da informação e administrativa são as que terão mais oportunidades profissionais abertas, segundo a pesquisa. 
Ao todo, de acordo com o levantamento, 71% dos executivos brasileiros entrevistados pretendem expandir sua força de trabalho este ano. E apenas 5% devem fazer cortes de pessoal.

A robustez com que cada companhia começou 2013 é um dos fatores para isto: 80% deles dizem que as empresas em que atuam estão mais fortes hoje com relação ao mesmo período do ano passado. O Brasil está na segunda posição deste ranking – atrás apenas da Índia. 
As áreas de serviço ao consumidor, tecnologia da informação e administrativa são as que terão mais oportunidades profissionais abertas, segundo a pesquisa. 

2. Índia

Contratações: 67% apostam em aumento da força de trabalho
Empresa está mais forte em 2013 com relação ao mesmo período do ano passado: 81% dos executivos
Áreas com mais oportunidades profissionais: Tecnologia da Informação, Marketing e Serviços ao consumidor

3. China

Contratações: 52% apostam em aumento da força de trabalho
Empresa está mais forte em 2013 com relação ao mesmo período do ano passado: 67% dos executivos
Áreas com mais oportunidades profissionais: Vendas, Pesquisa & Desenvolvimento, Produção

4. Rússia

Contratações: 48% apostam em aumento da força de trabalho
Empresa está mais forte em 2013 com relação ao mesmo período do ano passado: 63% dos executivos
Áreas com mais oportunidades profissionais: Produção, serviços ao consumidor, engenharia

5. Reino Unido

Contratações: 30% apostam em aumento da força de trabalho
Empresa está mais forte em 2013 com relação ao mesmo período do ano passado: 50 % dos executivos
Áreas com mais oportunidades profissionais: Vendas, Administrativa e Serviços ao consumidor 

6. Alemanha

Contratações: 29% apostam em aumento da força de trabalho
Empresa está mais forte em 2013 com relação ao mesmo período do ano passado: 45% dos executivos
Áreas com mais oportunidades profissionais: Tecnologia da Informação, Vendas e Produção

 7. Estados Unidos

Contratações: 26% apostam em aumento da força de trabalho
Empresa está mais forte em 2013 com relação ao mesmo período do ano passado: 62% dos executivos
Áreas com mais oportunidades profissionais: Vendas, Tecnologia da Informação e Serviços ao Consumidor

8. França

Contratações: 24 % apostam em aumento da força de trabalho
Empresa está mais forte em 2013 com relação ao mesmo período do ano passado: 38 % dos executivos
Áreas com mais oportunidades profissionais: Vendas, Tecnologia da Informação (relacionada com Serviços ao Consumidor)

9. Japão

Contratações: 22 % apostam em aumento da força de trabalho
Empresa está mais forte em 2013 com relação ao mesmo período do ano passado: 34 % dos executivos
Áreas com mais oportunidades profissionais: Tecnologia da Informação, Engenharia e Serviços ao consumidor

10. Itália

Contratações: 19 % apostam em aumento da força de trabalho
Empresa está mais forte em 2013 com relação ao mesmo período do ano passado: 25 % dos executivos
Áreas com mais oportunidades profissionais: Produção, Vendas e Administrativo


Talita Abrantes - Exame

As dificuldades que os imigrantes altamente qualificados encontram para se estabelecer nos Estados Unidos podem estar minando a inovação, a geração de empregos e o crescimento


Mariana Segala e Ana Santa Cruz, de
Joanne Rathe/The Boston Globe/Getty Images
Formatura na Universidade de Boston 
Formatura na Universidade de Boston: para especialistas, imigrantes criam, e não roubam, vagas

São Paulo - A história do indiano Kunal Bahl poderia ter sido mais um exemplo de conquista do sonho americano. Com quase 20 anos, o imigrante deixou Nova Délhi para estudar engenharia na Universidade da Pensilvânia, uma das mais renomadas dos Estados Unidos. De lá, Bahl seguiu para um MBA na escola de negócios Wharton.

O currículo consistente o levou para a Microsoft, onde o engenheiro se dedicava ao desenvolvimento de negócios em mercados emergentes. Bahl trilhava uma carreira de sucesso quando foi surpreendido por um revés: em 2007, seu visto de trabalho em solo americano expirou e ele não conseguiu a renovação. Sem a perspectiva de conquistar uma permissão permanente — um green card — no curto prazo, Bahl foi obrigado a voltar para a Índia.

Como muitos estrangeiros bem formados e educados nos Estados Unidos, o sonho americano do engenheiro acabou sendo interrompido na mesa de burocratas da imigração do país. A história de Bahl, porém, tem um final feliz — e irônico. De volta à Índia, Bahl começou a estudar os modelos de negócio vencedores da internet e lançou, em 2010, o site de compras coletivas Snapdeal, uma espécie de Groupon indiano.

O sucesso do negócio foi estrondoso. Em três anos, o site já é considerado o líder do comércio eletrônico do país, com 18 milhões de usuários. A cada dia, 25 000 itens são vendidos pelo portal e distribuídos em 4 000 vilas e cidades. A ironia disso tudo é que o único emprego protegido pela imigração americana — a vaga de Bahl na Microsoft — se transformou em 1 500 postos criados pela Snapdeal na Índia.

Os Estados Unidos sempre foram um país aberto a estrangeiros. No final do século 19, 12 milhões de imigrantes desembarcaram na "terra da oportunidade". Foi essa mão de obra que ajudou a impulsionar a industrialização americana e fomentou o surgimento de inúmeros negócios. Esse ambiente instigante de prosperidade perdurou por décadas. Mas, desde os ataques terroristas de 11 de setembro de 2001, os Estados Unidos têm endurecido as regras para o trabalho de estrangeiros.

Um erro descomunal, como tem afirmado Vivek Wadhwa, professor da Universidade Duke e um dos mais entusiasmados defensores da teoria segundo a qual os Estados Unidos, para progredir e sair da crise, deveriam facilitar, e não dificultar, a entrada e a permanência de estrangeiros altamente qualificados no país. Wadhwa é, ele mesmo, um imigrante indiano, formado em ciências da computação pela Universidade de Camberra, na Austrália, e radicado nos Estados Unidos desde a década de 80.

Trabalhou em companhias como a Xerox — na época, tida como uma das mais inovadoras — e abriu duas empresas de software antes de se tornar professor e consultor. Suas­ ideias são discutidas no livro The Immigrant Exodus (“O êxodo dos imigrantes”, numa tradução livre), que, lançado no fim do ano passado, botou mais lenha em um debate que há anos pega fogo no país.

"Alguns líderes políticos se esforçam para manter os melhores do mundo fora dos Estados Unidos, acreditando que imigrantes qualificados roubam o trabalho dos americanos", diz ele. "Mas a verdade é exatamente o contrário. Os imigrantes criam empregos."

Em tempos de crise e de alto desemprego, é natural que os imigrantes sejam encarados como uma ameaça ao emprego de nativos — e isso de fato ocorre nos postos menos qualificados e com menores salários. Mas novas evidências mostram que o impacto dos imigrantes no mercado de trabalho é positivo.

Uma pesquisa conduzida pelo professor William Kerr, da Universidade Harvard, por exemplo, concluiu que a chegada de imigrantes qualificados ao país não provoca nenhum impacto no nível de emprego de cientistas ou engenheiros nascidos nos Estados Unidos. Por outro lado, o estudo prova que os estrangeiros capacitados têm um papel importante no nível da inovação produzida no país.

Segundo Kerr, um aumento de 10% na concessão de vistos do tipo H-1B — permissões temporárias para trabalhadores que possuam ao menos diploma de graduação — resulta em um crescimento de 1% no número de invenções patenteadas. As conclusões do pesquisador dão suporte aos estudos de Wadh­wa.

 Segundo ele, 262 empregos são criados para cada 100 estrangeiros que empreendem nas áreas de ciência, tecnologia, engenharia ou matemática. Uma prova disso vem de uma ilha de excelência americana: no Vale do Silício — berço de gigantes como a Apple e o Google —, 44% das companhias fundadas desde 2006 tinham pelo menos um estrangeiro como sócio. O que preocupa é que, não muito tempo atrás, essa parcela chegava a 52%.

Uma parte da explicação para o problema está nas dificuldades crescentes para os estrangeiros se estabelecerem no país. Um levantamento do instituto de pesquisa Brookings mostra que o número de vistos H-1B concedidos em 2011 foi 20% menor do que dez anos antes, embora o número de pedidos tenha crescido 17%. No período, o governo americano reduziu o limite de emissão de novos vistos desse tipo de 195.000 para 85.000 por ano.

Além disso, obter um green card por motivo de trabalho pode tomar mais de uma década. Nos Estados Unidos, o limite de emissão de novos vistos de residência nessa categoria é de 140 000 por ano. Na Austrália, que tem um décimo da população americana, são 126.000 por ano. Países como Canadá e Singapura também têm recrutado estrangeiros altamente qualificados no exterior.

Enquanto estão no limbo entre a permissão temporária e a permanente, por motivos óbvios, os imigrantes evitam se arriscar. Não estabelecem raízes, não compram imóveis, não começam um negócio próprio. Isso tem alertado gente de peso no cenário político americano. Michael Bloomberg, prefeito de Nova York, tem dito que não há saída mais "rápida e barata" para a crise do que atrair imigrantes qualificados para o país.

Nas próximas semanas, o presidente Obama deverá lançar um plano para reformar o sistema de imigração do país que criaria um caminho para que boa parte dos 11 milhões de trabalhadores ilegais obtivesse a cidadania. A reforma também beneficiaria os estrangeiros qualificados, facilitando a permanência no país. O tema vem sendo tratado pelo presidente democrata desde a época da campanha para sua reeleição.

"Nosso sistema diz para os melhores estudarem aqui, mas depois os manda embora, para abrir suas empresas em qualquer outro lugar", disse Obama. Afastar essas mentes brilhantes é o que o país não deve fazer para voltar a crescer fortemente.