quarta-feira, 15 de maio de 2013

Brasil puxa recorde latino em investimentos estrangeiros, com 41% dos fluxos de recursos



 
 
O Brasil foi o principal destino dos investimentos estrangeiros diretos (IED) ingressados na América Latina e no Caribe em 2012, recebendo 41% do fluxo dos recursos, no montante de US$ 65,3 bilhões, segundo relatório da Comissão Econômica para América Latina e o Caribe (Cepal).

Como um todo, a região recebeu US$ 173,361 bilhões no ano passado, 6,7% a mais que em 2011, apesar da redução do total desses fluxos em um cenário global de crise. Já o Brasil, mesmo mantendo a posição de liderança regional também conquistada no ano passado, registrou uma queda de 2% em relação a 2011.

Para 2013, a Cepal projeta que as entradas de IED na região oscilem entre US$ 167,9 bilhões e US$ 185,2 bilhões. 

"A amplitude da variação decorre da incerteza sobre a concretização, durante 2013, de uma grande aquisição empresarial transfronteiriça", destaca o relatório. 

Esse contexto, segundo o documento, refere-se à venda do grupo Modelo (cervejaria mexicana) para a fusão belgo-brasileira Anheuser-Busch InBev, maior produtora mundial de cerveja. A transação chega a US$ 20 bilhões.

Os lucros das empresas transnacionais que operam na América Latina e no Caribe (também denominados renda do IED) aumentaram 5,5 vezes em nove anos, passando de US$ 20,4 bilhões em 2002 para US$ 113,1 bilhões em 2011.

Em média, as empresas transnacionais repatriam às suas matrizes uma proporção de seus lucros ligeiramente superior (55%) à que reinvestem nos países da região em que foram geradas (45%).

Segundo o relatório da Cepal, o investimento estrangeiro direto vai se direcionando cada vez mais para a exploração de recursos naturais, particularmente na América do Sul. 

E, na trajetória contrária, o peso da manufatura tem se mostrado bastante limitado nas entradas de IED na região, à exceção do Brasil e do México.

Em nota, a secretária executiva da Cepal, Alicia Bárcena, destacou que os resultados obtidos consideram "o bom momento que atravessa a economia da América Latina", apesar do contexto externo de acentuada redução desses fluxos mundiais. 

Ela acrescentou que "não vê indícios muito claros de uma contribuição relevante do IED à geração de novos setores ou à criação de atividades de alto conteúdo tecnológico", segundo a publicação Crescimento consistente atrai captação de investimento
 
É o potencial de crescimento expressivo apresentado cada vez com mais clareza pelos países da América Latina que tem incentivado o aumento da captação de investimentos pela região, segundo Cristina Helena Pinto de Mello, professora de Economia da ESPM. 

"Há uma mudança em termos relativos de atratividade. Investimentos que seriam destinados às economias europeia e americana são aportados em outras localidades, porque essas regiões perderam atratividade."

Na avaliação de Cristina, o Brasil ainda é um país bastante atraente em termos regionais, mas tem perdido "um pouco de brilho" diante de outras economias da região. 

"Nosso tamanho, nosso mercado doméstico, nosso potencial de crescimento e a velocidade do nosso consumidor ainda nos colocam como polo atrativo. Já fomos mais atraentes. Isso mudou porque são cada vez mais evidentes as dificuldade políticas para fazer as reformas necessárias e estabelecer um crescimento mais significativo", diz a especialista.

Fonte: Brasil Econômico

Plano Nacional da Cultura Exportadora define mapas estaduais estratégicos


 
 
 
Representantes das 23 Unidades da Federação e das 15 instituições parceiras do Plano Nacional da Cultura Exportadora (PNCE) estiveram reunidos nesta quarta-feira , no auditório da Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex-Brasil), para o lançamento de 15 mapas estratégicos e de oito planos de ação de comércio exterior. 

O PNCE é coordenado pela Secretaria de Comércio Exterior (Secex) do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC) e visa promover ações de desenvolvimento e difusão da cultura exportadora nos estados. 

No evento, o secretário-executivo adjunto do MDIC, Ricardo Schaefer, destacou o engajamento das administrações estaduais e das instituições parceiras do PNCE em ampliar a base exportadora brasileira mesmo diante das dificuldades existentes com a atual crise econômica. 

“Em um cenário internacional difícil, é fundamental planejar e aperfeiçoar ações estratégicas para aumentar a inserção comercial do Brasil no exterior. 

O trabalho que vem sendo realizado é meritório por modernizar a gestão, com melhor alocação de recursos e maior efetividade e sinergia para as atividades de promoção comercial”, afirmou. 

A secretária de Comércio Exterior do MDIC, Tatiana Lacerda Prazeres, informou na reunião que mais um estado, o Mato Grosso do Sul, irá aderir ao PNCE, totalizando 24 Unidades da Federação participantes. A adesão dos governos estaduais é voluntária. 

“Esse número mostra a ampla cobertura do plano que realiza o cruzamento entre a oferta das instituições parceiras com a demanda nos estados para alavancar as economias regionais e melhorar o desempenho delas nos mercados externos”, explicou. 

O PNCE está estruturado por ações divididas em cinco eixos temáticos: cultura exportadora; inteligência comercial e competitiva; ambiente de negócios; diversificação e qualificação da pauta exportadora; e promoção comercial.

Os 15 mapas estratégicos lançados hoje definem ações em Amazonas, Bahia, Ceará, Espírito Santo, Goiás, Maranhão, Mato Grosso, Minas Gerais, Pará, Paraná, Pernambuco, Piauí, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul e Santa Catarina. Nestes estados, foram identificados setores estratégicos para o comércio exterior e selecionadas atividades para potencializá-los. 

Já em outros oitos estados que integram o PNCE (Acre, Alagoas, Amapá, Rio Grande do Norte, Rondônia, Roraima, Sergipe e Tocantins), foram elaborados planos de ações com atividades de formação, capacitação e sensibilização, com foco no curto prazo e no trabalho de base, para o desenvolvimento de uma cultura exportadora mais robusta.  

As instituições parceiras do PNCE que oferecem e promovem ações para atender as demandas locais de promoção da cultura exportadora no país são: 

Apex-Brasil, Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI), Banco da Amazônia, Banco do Brasil, Banco Nacional de Desenvolvimento, Econômico e Social (BNDES), Banco Regional de Desenvolvimento do Extremo Sul (BRDE), Caixa Econômica Federal, Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB), Confederação Nacional da Indústria (CNI), Sebrae, Senac, Empresa de Correios e Telégrafos (ECT),  Superintendência da Zona Franca de Manaus (Suframa), Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) e Ministério das Relações Exteriores (MRE).
O PNCE foi lançado em 2012, ano em que foram realizadas 255 ações. 

Neste ano, está prevista a realização 590 ações, ou seja, mais que o dobro do executado no ano passado.

As ações mobilizam e capacitam empresários de pequeno e médio porte, profissionais de comércio exterior e gestores públicos para aumentar e qualificar a base exportadora brasileira.

São exemplos destas ações a realização de cursos, consultorias e oficinas sobre comércio exterior, além de atividades para participação em feiras e eventos internacionais de exposição de produtos e rodadas de negócios. 

As ações do PNCE são monitoradas em tempo real pelo Sistema de Informações Gerenciais (SIG), que permite o acompanhamento e a avaliação das atividades.  

Fonte: MDIC
 

Aberto no Rio o Ano da Alemanha no Brasil, com foco em tecnologia

Aberto no Rio o Ano da Alemanha no Brasil, com foco em tecnologia
 
 
 
O Ano da Alemanha no Brasil será marcado por seis grandes eventos no país. O anúncio foi feito nesta quarta-feira (15/5) em solenidade que contou com a presença do presidente da Alemanha, Joachim Gauck (foto), do ministro da Ciência e Tecnologia, Marco Raupp, e do governador do Rio, Sergio Cabral. A programação será voltada para a área tecnológica, tendo como tema: Quando ideias se encontram.

O primeiro evento é a comemoração dos 40 anos do Serviço Alemão de Intercâmbio Acadêmico no Brasil, que acontece na noite desta quarta-feira no hotel Windsor Florida, no Rio de Janeiro. Outros cinco eventos estão marcados: o museu virtual, com exposição dos pesquisadores da evolução Fritz e Hermann Muller; o navio de pesquisa Meteor, em Fortaleza (CE) e a promoção da Alemanha como polo de pesquisa no 13º Congresso Internacional da Sociedade Brasileira de Geofísica e Expogef, no Rio de Janeiro. Haverá ainda o concurso Falling Walls Lab para ideias inovadoras de jovens talentos, em São Paulo e a comemoração dos 100 anos de arquitetura e design na Alemanha, também em São Paulo.
 
A estudante de intercâmbio do Programa Ciência sem Fronteiras, Talita Bezerra, disse que o ano da Alemanha no Brasil é importante para que os dois países possam trocar experiências. “Em relação a organização, em relação a como as coisas funcionam, não só academicamente, mas também o modo de vida dos alemães”.  
 
Fonte: Agência Brasil

Câmara aprova a reforma dos portos em votação tensa; hoje Senado decide



O governo aprovou o texto principal da medida provisória dos portos e evitou mudanças apresentadas pela liderança do PMDB.

Apresentada por Eduardo Cunha (PMDB-RJ), principal opositor do governo, a chamada emenda aglutinativa, que reunia PDT, PSB, PSDB e DEM, continha propostas que o Palácio do Planalto não aceitava.

O governo rejeitava a previsão de os concessionários e a União resolverem litígios sobre débitos através da arbitragem, mesmo com processo administrativo ou judicial em curso, e também não queria aumentar os tempos de contrato de concessões.

As propostas do governo haviam sido negociadas antes por ministros e pelo vice Michel Temer com o Eduardo Cunha.

Contrariando o governo, Eduardo Cunha apresentou a emenda, mas foi derrotado.

A abertura do setor portuário, que cria competição entre portos públicos e privados, gerou uma guerra entre operadores de portos públicos, como Santos Brasil e Libra, e grupos empresariais interessados em portos privados, como o de Eike Batista e a Odebrecht.

Os senadores iniciam nesta quarta-feira, ao meio dia, o processo de votação da MP.

Fonte: redação com agências.


terça-feira, 14 de maio de 2013

MÉDICOS ESTRANGEIROS: SEM TABUS NEM DEMAGOGIA

Médico estrangeiro poderá ficar até três anos no Brasil, afirma Mercadante. A importação de médicos não pode ser tabu.

O ministro Aloizio Mercadante (Educação) informou nesta terça-feira (14/05/2013), em audiência pública no Congresso, que o ingresso de médicos formados no exterior –em países como Cuba, Portugal e Espanha, por exemplo– será uma política temporária e os profissionais selecionados poderão atuar no Brasil por um prazo de até três anos.

Segundo o ministro, há uma “política estruturante” para o aumento do número dos profissionais no Brasil, que será feita com abertura de novas escolas de medicina em regiões onde hoje há carência de médicos e estrutura para recebê-los. Isso será feito por meio de editais do MEC (Ministério da Educação), que deverão ser publicados ainda neste semestre.

Ao mesmo tempo, disse o ministro, haverá uma “política de transição”. Médicos com registro em seu país virão para o Brasil e trabalharão com registro provisório em regiões onde hoje faltam esses profissionais. A atividade receberá tutoria das universidades federais.

Esses médicos não poderão atuar na rede privada e não receberão um registro definitivo no país, disse o ministro.
Durante a audiência, a senadora Kátia Abreu (PSD-TO) criticou a impossibilidade desses profissionais atuarem em consultórios particulares. “Quem é que vai controlar isso? Ninguém vai dar conta de controlar o mercado. Por que essa reserva de mercado?”, questionou.

Revalida

Mercadante disse ainda que o governo realiza estudos para “calibrar” o Revalida, prova de revalidação de diplomas de medicina obtidos no exterior. O ministro, entretanto, negou que isso signifique facilitar o conteúdo cobrado na prova.

“Não vamos flexibilizar o Revalida. Estamos pré-testando para ter uma régua [de avaliação]. (…) O MEC não vai resolver essa questão baixando o sarrafo para que todos possam virar médicos no Brasil”, disse.
Durante a audiência, Mercadante sugeriu debate sobre proposta do médico Adib Jatene de que, ao terminar o curso, o médico fique dois anos trabalhando no SUS (Sistema Único de Saúde).

Prioridade é para médicos de Espanha e Portugal

O ministro da Saúde, Alexandre Padilha, [por sua vez], disse ontem (13/05/2013) que a importação de médicos estrangeiros não pode ser um “tabu” e que a prioridade do governo será atrair profissionais de Espanha e Portugal para suprir a defasagem existente no interior do país e na periferia de grandes cidades.
A declaração do ministro vem depois da polêmica com organizações médicas que protestaram contra um possível acordo entre os governos do Brasil e de Cuba, encabeçado pelo Ministério das Relações Exteriores, para trazer 6.000 médicos ao país.

Durante evento em São Paulo, Padilha evitou falar diretamente sobre a importação de médicos cubanos.
Afirmou que seu “grande foco” será fazer intercâmbios com os dois países europeus, que possuem grande quantidade de profissionais qualificados e desempregados em razão da crise econômica.

O governo vai enviar hoje à Espanha um representante para visitar universidades de medicina daquele país.
A AMB (Associação Médica Brasileira) pretende acionar a Justiça e levar a classe para as ruas caso a gestão Dilma Rousseff (PT) importe médicos de outros países sem que eles passem por “rígidos testes de conhecimento, habilidade e atitude”.

O presidente da associação, Floriano Cardoso, afirmou que o governo será o “responsável direto por erros, complicações e mortes que poderão ocorrer caso médicos incompetentes passem a atender a população”.
“A real intenção com essa história é trazer brasileiros que fizeram cursos de medicina no exterior, em faculdades de baixíssima qualidade, para atender a população mais pobre. As fronteiras estão abertas, desde que esses profissionais provem que são competentes”, criticou.

Flávia Foreque / Jairo Marques / Ana Krepp
(Folha de SP – 14/05/2013)

DE OLHO NO GANHO DOS IMIGRANTES

 

 Western Union

 

Western Union mira imigrantes no Brasil. Com o aumento do número de imigrantes estrangeiros no Brasil, o volume de remessas de residentes no Brasil para o exterior tem crescido, reduzindo o fluxo a favor do país. Neste ano, até março, o saldo líquido de remessas de residentes era de US$ 232 milhões, abaixo dos US$ 271 milhões registrado no mesmo período do ano passado.

Toda semana a imigrante boliviana Alberta Dondina Mamani, de 45 anos, separa parte dos ganhos com o seu trabalho na feira da madrugada no bairro do Brás, famoso pelo setor de confecção têxtil na cidade de São Paulo, para enviar para seus oito filhos na Bolívia.

Como muitos imigrantes, Alberta decidiu vir para o Brasil há três anos em busca de emprego para sustentar a sua família. Esse é o perfil típico de cliente que utiliza os serviços de envio de remessas da única loja própria da Western Union no Brasil.

Com o aumento do número de imigrantes estrangeiros no Brasil a Western Union, líder mundial em serviços de transferências de recursos, espera ampliar a oferta de produtos no país, que está entre os cinco mercados prioritários para a empresa.

Com o aumento do número de imigrantes estrangeiros no Brasil, o volume de remessas de residentes no Brasil para o exterior tem crescido, reduzindo o fluxo a favor do país. Neste ano, até março, o saldo líquido de remessas de residentes era de US$ 232 milhões, abaixo dos US$ 271 milhões registrado no mesmo período do ano passado.

A maior parte dos imigrantes que frequenta a loja da Western Union é da América Latina, mas há também pessoas vindas da Ásia, de países como Paquistão e Bangladesh. “A ideia é expandir o número de lojas próprias no Brasil”, afirma Felipe Buckup, vice-presidente da Western Union responsável pelas operações no Brasil.

O volume movimentado em transferências unilateriais de recursos no Brasil ainda é pequeno se comparado a outros países da América Latina, mas tem potencial para crescer. “Não é só o aumento do número de imigrantes estrangeiros no Brasil que tem elevado esse fluxo, há também mais famílias mandando dinheiro para seus filhos que vão estudar no exterior”, diz Odilon Almeida, que assumiu em janeiro a área de Américas da Western Union.

A empresa também pretende crescer no segmento de transferência de recursos no mercado doméstico e acabou de fechar um acordo com a Riachuelo para a realização de serviços de envio de dinheiro tanto para o mercado internacional como para o local.

O foco da Western Union está na população não bancarizada ou que prefere utilizar esse tipo de serviço em vez de ir ao banco. Entre a população brasileira com 18 anos ou mais, 39,5% não possui conta corrente e nem poupança, segundo dados do Data Popular.

O procedimento para o envio de remessas é relativamente simples. Basta apresentar os documentos (CPF e RG) e não precisa ter conta em banco. “Prefiro utilizar esse serviço de envio de remessas porque não tenho minha documentação completa no Brasil para abrir uma conta em banco”, diz Alberta. O custo é a partir de 4% do valor da operação. O limite por envio de remessa é de US$ 3 mil para o mercado internacional e de R$ 1 mil para transferências domésticas.

A empresa também prevê iniciar em breve a emissão de cartões pré-pagos para moedas e um serviço de transferência de recursos para empresas, explica Buckup.

Hoje a Western Union conta com mais de 11 mil pontos de atendimento no Brasil, a maior parte por meio de correspondentes bancários. Além da Riachuelo, a Western Union tem parceria com a varejista Gazin, que tem uma loja que funciona como correspondente em Brasileia (AC), por onde estão chegando imigrantes haitianos no Brasil, além da rede de farmácia Pague Menos, que também realiza o serviço de pagamento de contas.

A intenção é que os demais pontos de venda passem a oferecer esse serviço. A Western Union começou a operar com pagamento de contas no Brasil no primeiro semestre de 2012 e realizou 600 mil transações no mês passado.

A empresa ainda tem acordos com Banco do Brasil e Bradesco para envio de remessas ao exterior. “A meta é chegar a 30 mil pontos de atendimento no Brasil até 2017″, diz Buckup. No mundo, são 510 mil pontos de atendimento, com presença em 200 países.

Com escritório de representação no Brasil desde 1997, a Western Union recebeu licença para operar como banco e corretora de câmbio em outubro de 2011. Hoje o México é o principal mercado para a empresa na América Latina, mas a intenção é que o Brasil possa ultrapassar o posto e se tornar a segunda maior operação nas Américas, depois dos Estados Unidos.

Silvia Rosa

Energiewende’: entenda o movimento que mais cresce na Alemanha


País germânico caminha para mudança na matriz energética
Colunista Paulo Wrobel -
De acordo com os dados do primeiro encontro nacional de cooperativas de energia da Alemanha, ocorrido em fins de 2012, o número dessas organizações ultrapassou 600 em todo o país, passando a incluir, em seu meio, aquelas baseadas em grandes cidades como Berlim. Parece que a cada dia uma nova cooperativa de energia é criada na Alemanha.

Inicialmente um pequeno movimento local, levado a cabo por cidadãos engajados na produção de energias renováveis, as cooperativas regionais de energia são parte constituinte de um movimento mais amplo para transformar a matriz energética alemã em uma matriz limpa ou verde até 2050. O movimento descentralizado das cooperativas tornou-se mais profissional, passando a incluir a produção de energia eólica offshore, demonstrando a tendência de arregimentar cada vez mais adeptos.
Até mesmo uma expressão germânica foi cunhada para conceituar o movimento de apostar na energia limpa 

- Energiewende – o que significa transformação energética, a transição da produção de energia baseada em combustíveis fósseis, como carvão, petróleo e gás, em uma produção baseada em recursos renováveis – especialmente eólica e solar.  Com efeito, a indústria verde na Alemanha, nos setores eólico e solar fotovoltaico, é bastante poderosa, empregando quase meio milhão de pessoas - a maioria em pequenas e médias empresas - e produzindo equipamentos necessários para o setor, apesar de enfrentar cada vez mais a forte concorrência chinesa.

A indústria de energia verde teve seu primeiro impulso quando o Partido Verde fez parte da coalizão governamental liderada pelos sociais democratas. O setor foi muito estimulado pelo Ato das Fontes de Energia Renovável, o primeiro do mundo a tomar abertamente a decisão do país em levar a frente uma política de transformação radical na matriz energética. Em fins de 2012, cerca de um quarto da produção teutônica de energia proveio de fontes renováveis. A meta é a de atingir 35% em 2020.