Western Union mira imigrantes no Brasil. Com o aumento do
número de imigrantes estrangeiros no Brasil, o volume de remessas de
residentes no Brasil para o exterior tem crescido, reduzindo o fluxo a
favor do país. Neste ano, até março, o saldo líquido de remessas de
residentes era de US$ 232 milhões, abaixo dos US$ 271 milhões registrado
no mesmo período do ano passado.
Toda semana a imigrante boliviana Alberta Dondina Mamani, de 45 anos,
separa parte dos ganhos com o seu trabalho na feira da madrugada no
bairro do Brás, famoso pelo setor de confecção têxtil na cidade de São
Paulo, para enviar para seus oito filhos na Bolívia.
Como muitos imigrantes, Alberta decidiu vir para o Brasil há três
anos em busca de emprego para sustentar a sua família. Esse é o perfil
típico de cliente que utiliza os serviços de envio de remessas da única
loja própria da Western Union no Brasil.
Com o aumento do número de imigrantes estrangeiros no Brasil a
Western Union, líder mundial em serviços de transferências de recursos,
espera ampliar a oferta de produtos no país, que está entre os cinco
mercados prioritários para a empresa.
Com o aumento do número de imigrantes estrangeiros no Brasil, o
volume de remessas de residentes no Brasil para o exterior tem crescido,
reduzindo o fluxo a favor do país. Neste ano, até março, o saldo
líquido de remessas de residentes era de US$ 232 milhões, abaixo dos US$
271 milhões registrado no mesmo período do ano passado.
A maior parte dos imigrantes que frequenta a loja da Western Union é
da América Latina, mas há também pessoas vindas da Ásia, de países como
Paquistão e Bangladesh. “A ideia é expandir o número de lojas próprias
no Brasil”, afirma Felipe Buckup, vice-presidente da Western Union
responsável pelas operações no Brasil.
O volume movimentado em transferências unilateriais de recursos no
Brasil ainda é pequeno se comparado a outros países da América Latina,
mas tem potencial para crescer. “Não é só o aumento do número de
imigrantes estrangeiros no Brasil que tem elevado esse fluxo, há também
mais famílias mandando dinheiro para seus filhos que vão estudar no
exterior”, diz Odilon Almeida, que assumiu em janeiro a área de Américas
da Western Union.
A empresa também pretende crescer no segmento de transferência de
recursos no mercado doméstico e acabou de fechar um acordo com a
Riachuelo para a realização de serviços de envio de dinheiro tanto para o
mercado internacional como para o local.
O foco da Western Union está na população não bancarizada ou que
prefere utilizar esse tipo de serviço em vez de ir ao banco. Entre a
população brasileira com 18 anos ou mais, 39,5% não possui conta
corrente e nem poupança, segundo dados do Data Popular.
O procedimento para o envio de remessas é relativamente simples.
Basta apresentar os documentos (CPF e RG) e não precisa ter conta em
banco. “Prefiro utilizar esse serviço de envio de remessas porque não
tenho minha documentação completa no Brasil para abrir uma conta em
banco”, diz Alberta. O custo é a partir de 4% do valor da operação. O
limite por envio de remessa é de US$ 3 mil para o mercado internacional e
de R$ 1 mil para transferências domésticas.
A empresa também prevê iniciar em breve a emissão de cartões
pré-pagos para moedas e um serviço de transferência de recursos para
empresas, explica Buckup.
Hoje a Western Union conta com mais de 11 mil pontos de atendimento
no Brasil, a maior parte por meio de correspondentes bancários. Além da
Riachuelo, a Western Union tem parceria com a varejista Gazin, que tem
uma loja que funciona como correspondente em Brasileia (AC), por onde
estão chegando imigrantes haitianos no Brasil, além da rede de farmácia
Pague Menos, que também realiza o serviço de pagamento de contas.
A intenção é que os demais pontos de venda passem a oferecer esse
serviço. A Western Union começou a operar com pagamento de contas no
Brasil no primeiro semestre de 2012 e realizou 600 mil transações no mês
passado.
A empresa ainda tem acordos com Banco do Brasil e Bradesco para envio
de remessas ao exterior. “A meta é chegar a 30 mil pontos de
atendimento no Brasil até 2017″, diz Buckup. No mundo, são 510 mil
pontos de atendimento, com presença em 200 países.
Com escritório de representação no Brasil desde 1997, a Western Union
recebeu licença para operar como banco e corretora de câmbio em outubro
de 2011. Hoje o México é o principal mercado para a empresa na América
Latina, mas a intenção é que o Brasil possa ultrapassar o posto e se
tornar a segunda maior operação nas Américas, depois dos Estados Unidos.
Silvia Rosa
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