quarta-feira, 8 de maio de 2013

Roberto Azevêdo defende o combate ao protecionismo

Por Assis Moreira | Valor
 
GENEBRA - Em sua primeira entrevista como diretor-geral eleito da Organização Mundial do Comércio (OMC), o brasileiro Roberto Azevêdo alertou para as tendências protecionistas num cenário de desaceleração persistente da economia global.

Luke Macgregor/Reuters

O diretor-geral, que assumirá o posto em agosto, reiterou que desde a crise iniciada em 2008, “tendências protecionistas emergiram e continuam. Precisamos combatê-las”, estimando que o risco vem de todas as regiões.

Ele observou que a tarefa número 1 da OMC é promover liberalização comercial, e enfrentar o protecionismo é parte dessa prioridade. “É o que temos feito, os 159 países membros. Temos diferentes visões sobre como fazer isso”.

Em sua avaliação sobre o comércio global, Azevêdo alertou que a “OMC está num estágio muito crítico. O pilar de negociação está completamente paralisado” e que isso impede que disciplinas para as trocas globais sejam atualizadas para corrigir o fosso com o mundo real.

Ele reiterou que sua prioridade será tentar desbloquear a Rodada Doha. “No momento, (a discussão) não é sobre o que queremos, mas para salvar o que temos”, afirmou o diretor-geral da OMC sobre o sistema multilateral de comércio.

Para Azevêdo, a conferência ministerial da OMC em Bali (Indonésia), em dezembro, é fundamental para socorrer o sistema multilateral, e dar “resultados substantivos” afim de permitir que os países voltem a se engajar na Rodada Doha.

Para ele, é preciso também ampliar a agenda comercial, mas notou que os países sequer começaram a discutir isso, por causa do bloqueio de Doha. A nova agenda poderia incluir o que membros já têm abordado, como taxa de câmbio, clima, energia etc.

Com a sala de reuniões da missão brasileira lotada de jornalistas internacionais, Azevêdo manifestou sua gratidão pelo empenho do governo brasileiro em sua campanha, a começar pela presidente Dilma Rousseff, ministro Antonio Patriota, diplomatas, colegas que trabalharam na campanha.

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