quarta-feira, 8 de maio de 2013

A CONTRATAÇÃO DE MÉDICOS ESTRANGEIROS AVANÇA

 

 

 

A ministra das Relações Institucionais, Ideli Salvatti, garantiu que o Governo Federal tem a intenção de contratar médicos estrangeiros para amenizar o déficit de profissionais no interior do Brasil. A informação foi divulgada durante a abertura do Encontro Estadual com Novos Prefeitos do Rio Grande do Norte, realizado na manhã desta sexta-feira (03/05/2013). Segundo a ministra, o Governo Federal já prepara o projeto para encaminhá-lo ao Congresso.

Segundo Ideli Salvatti, Governo Federal tem conhecimento sobre os problemas que os municípios vêm enfrentando devido à falta de médicos dispostos a trabalhar no interior durante todos os dias da semana. Citando o discurso do prefeito de Lajes, Benes Leocádio, que relatou a negativa de um médico em realizar parto na cidade, Ideli Salvatti confirmou que o problema é comum no interior do Brasil. Por isso, a presidenta Dilma Rousseff já teria decidido realizar a contratação dos novos médicos.

“A presidenta vai trazer médicos do exterior porque não tem médicos em número suficiente para dar atendimento. Boa parte dos que têm não quer ir para o ‘interiorzão’, e não vamos permitir que a popuação fique sem atendimento médico, que sejam penalizados”, disse Ideli Salvatti.

De acordo com a ministra, o objetivo do programa é fazer com que o Governo Federal arque com os custos da mão de obra, o que vai contribuir para que os municípios diminuam os custos com os profissionais. “Sabemos que há prefeitos oferecendo até 30 mil para os médicos, e há os que se negam a passar a semana nos municípios. Isso vai acabar”, garantiu.

Apesar da intenção do Governo Federal, a aprovação ainda precisa da aprovação do Congresso Nacional. Por isso, durante o encontro, a ministra pediu o auxílio do presidente da Câmara dos Deputados, Henrique Eduardo Alves, para a aprovação da matéria.

“Sabemos que não será fácil aprovar isso no Congresso, porque a categoria não quer. Teremos um debate muito difícil de ser feito, mas estamos confiantes”, disse Ideli Salvatti.

Cubanos

Outra informação é que 6.000 médicos cubanos virão trabalhar no interior do país. O anúncio foi feito nesta segunda-feira (06/05/2013) pelo ministro das Relações Exteriores, Antonio Patriota, depois de um encontro com o chanceler de Cuba, Bruno Rodriguez. “Estamos nos organizando para receber um número maior de médicos aqui, em vista do déficit de profissionais de medicina no Brasil. Trata-se de uma cooperação que tem grande potencial e à qual atribuímos um grande valor estratégico”, informou o ministro.

A vinda dos médicos cubanos começou a ser negociada em janeiro de 2012, quando a presidente Dilma Rousseff visitou Havana pela primeira vez. A intenção do governo brasileiro é levar os cubanos para trabalhar em cidades do interior do Brasil onde hoje não há atendimento e onde os médicos do País não querem trabalhar.

O Brasil, no entanto, terá que encontrar uma solução para a autorização de trabalho para esses médicos. Hoje, médicos formados no exterior precisam fazer uma prova de revalidação do diploma, o Revalida, em que menos de 10% dos que tentaram nos dois últimos anos foram aprovados. “Ainda estamos finalizando os entendimentos para que eles possam desempenhar sua atividade profissional no Brasil, no sentido de atendimento a regiões particularmente carentes do País”, explicou Patriota.

CFM condena

O Conselho Federal de Medicina (CFM) divulgou nota nesta segunda-feira (06/05/2013) condenando a possível vinda de médicos estrangeiros para trabalhar no país.

O CFM afirmou repudiar “qualquer iniciativa que proporcione a entrada irresponsável de médicos estrangeiros e de brasileiros com diplomas de medicina obtidos no exterior sem sua respectiva revalidação”.

Na visão da entidade de classe, medidas como essa ferem a lei e configuram uma “pseudoassistência com maiores riscos para a população e, por isso, além de temporárias, são temerárias por se caracterizarem como programas políticos-eleitorais”.

O comunicado afirma ainda que o CFM e os Conselhos Regionais de Medicina (CRMs) “envidarão todos os esforços possíveis e necessários, inclusive as medidas jurídicas cabíveis, para assegurar o Estado Democrático de Direito no país”.

Além de apontar que os médicos estrangeiros, sem a revalidação de seus diplomas no Brasil, não têm uma comprovação de que têm uma formação à altura do necessário, o CFM alega que existem estudos que indicam que esses profissionais, após algum tempo, tendem a migrar para os grandes centros.

O CFM defende ainda a criação de uma carreira pública para o médico do SUS, com ênfase na atenção primária, para assegurar a presença de profissionais nas áreas remota e nas periferias dos grandes centros.

“O que precisamos é de médicos bem formados, bem preparados, bem avaliados e com estímulo para o trabalho. Tratar a população de maneira desigual é sinal de desconsideração e de desrespeito para com seus direitos de cidadania”, conclui a nota do conselho federal.

(Agências – 08/05/2013)

Nenhum comentário:

Postar um comentário