previsão é de que cada unidade tenha capacidade para processar 250 toneladas de lixo por dia
São Paulo - Até junho do ano que vem, a Prefeitura pretende colocar em
funcionamento duas megacentrais de triagem de material reciclável.
Outras duas devem ficar prontas em 2016.
A previsão é de que cada equipamento tenha capacidade para processar 250 toneladas de lixo
por dia. A quantidade é um pouco maior do que as 240 toneladas que são
processadas diariamente nas 20 centrais espalhadas pela capital.
Para viabilizar o projeto, a Secretaria Municipal de Serviços firmou um
acordo com as duas empresas que fazem a coleta de lixo. O contrato que a
Loga e a Ecourbis têm com a Prefeitura já previa que elas construíssem
mais 17 pequenas centrais.
A proposta do governo foi trocá-las por quatro unidades maiores. As
primeiras duas unidades ficarão em Santo Amaro, na zona sul, e no Bom
Retiro, no centro. As outras megacentrais ficarão em São Mateus, zona
leste, e na Vila Guilherme, zona norte.
O secretário de Serviços, Simão Pedro, acredita que a mudança pode
ajudar o governo a atingir a meta proposta pelo prefeito Fernando Haddad
(PT) de aumentar de 1,8% para 10% a quantidade de lixo reciclado no
Município.
"Para atingir a meta, vamos ter de ampliar o serviço e a velocidade da
coleta", afirma o secretário. "Hoje, dos 96 distritos, só 72 têm coleta
seletiva. Temos de levar a todo o Município."
Críticas
Embora seja necessário aumentar a porcentagem de lixo reciclado na
capital, a construção de centrais de triagem muito grandes podem causar
prejuízos, segundo o presidente do Instituto Brasil Ambiente, Sabetai
Calderoni, que é consultor da ONU para gestão de resíduos sólidos. "A
iniciativa é muito boa, mas o ideal é descentralizar o tratamento do
lixo para evitar o custo de deslocamentos pela cidade."
Calderoni afirma que, em geral, um terço de tudo o que se gasta com a
gestão do lixo vai para o transporte do material. "Uma central capaz de
tratar 250 toneladas por lixo por dia é muito grande.
É praticamente o que produz uma cidade de médio porte, com cerca de 300
mil habitantes. O mais indicado é ter pequenas centrais. Por seu
tamanho, São Paulo poderia ter centenas delas."
Custo. As novas centrais devem custar cerca de R$ 6 milhões, além de
ter despesa mensal de manutenção de R$ 300 mil, segundo Pedro. Por outro
lado, a venda do material reciclado pode render até R$ 2 milhões por
mês, segundo cálculos da secretaria.
"Esse valor deve ser dividido para todo o sistema de coleta, não só
para a cooperativa que operar a central." Cada equipamento seria
destinado a uma cooperativa de catadores de material reciclável, mas a
renda pode ser dividida.
Cinco cooperativas aguardam autorização da Prefeitura para trabalhar.
Além das quatro megacentrais, a Secretaria de Serviços estuda a
construção de nove unidades menores.
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