Brasil "perde" US$ 6 bilhões em exportações para principais parceiros
O Brasil vem perdendo espaço em todos os seus principais mercados no
exterior e a fatura dessa presença cada vez mais tímida tem sido alta
para as contas do país: só neste ano, já deixou de ganhar pelo menos US$
6 bilhões com exportações.
Mercado prevê piora das contas externas e pressão maior no câmbio
Investimento estrangeiro direto deverá encolher 16%
O valor corresponde ao que o país teria vendido para China, Estados
Unidos, União Europeia e Argentina nos dois primeiros meses deste ano
caso tivesse mantido a mesma participação nas importações totais desses
blocos em 2012.
Os quatro mercados são destino de mais de metade dos produtos brasileiros que seguem para o exterior.
O cálculo feito pela CNI (Confederação Nacional da Indústria) a pedido
da Folha considera dados bimestrais diante da ausência de informações de
todos os países estudados para o quadrimestre.
O montante
apurado representaria um forte alívio à balança comercial (diferença
entre importações e exportações), que até abril registra um resultado
negativo histórico de US$ 6,2 bilhões.
A derrapada no
desempenho se repete em todos os mercados. Na China, principal parceiro
comercial do país, a fatia brasileira caiu de 2,4% no primeiro bimestre
de 2012 para 1,9% do total neste ano, com redução das compras de
petróleo, soja e ferros-ligas, entre outros. No total, o Brasil deixou
de faturar US$ 3 bilhões.
A participação do país nas compras
feitas pelos EUA encolheu de 1,6% para 1,2% do total, custando US$ 1,6
bilhão em exportações. Houve retração, por exemplo, nas vendas de
motores, petróleo e café.
A União Europeia reduziu suas compras
externas no período, mas o corte no consumo de produtos brasileiros foi
mais intenso. Com isso, a fatia do país caiu de 1,93% para 1,71%, quase
US$ 1 bilhão de vendas perdidas.
Já na Argentina, o espaço de
produtos brasileiros regrediu de 27,1% das importações totais para
25,4%. No mesmo período, os chineses ampliaram sua fatia de 14,9% para
16,6%. A retração representou menos US$ 200 milhões em exportações para o
Brasil.
Entre as razões para a derrocada brasileira no
exterior, estão a baixa produção da Petrobras, o atraso de embarques
devido a problemas logísticos e a baixa competitividade dos
manufaturados.
Fabrizio Panzini, especialista da CNI, afirma
que a pauta de exportações brasileira é pouco diversificada e muito
dependente dos produtos básicos, cujas vendas, em queda, não têm
conseguido compensar o fraco desempenho dos manufaturados. "Neste ano,
temos os dois caindo. É o pior cenário possível."
Fonte: Folha de São Paulo.
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