domingo, 12 de maio de 2013

Azevêdo colocará a China, pela 1ª vez, em uma das 4 vice-diretorias da OMC

 
 
 
O diretor-geral da Organização Mundial do Comércio (OMC), Roberto Azevêdo, deve indicar a China para uma das quatro vice-diretorias da entidade. 

Esta será a primeira vez que Pequim ocupa um cargo no alto escalão da OMC.  

As outras vagas devem ficar com a África, de onde veio mais de um terço dos votos que elegeram Azevêdo, EUA e Europa, que não votaram nele, mas não o bloquearam.

O governo da China considera um triunfo para as economias emergentes a nomeação do diplomata brasileiro Roberto Azevêdo como diretor-geral da OMC.

"A designação de Azevêdo é algo que merece ser celebrado por ser a primeira vez que um candidato dos BRICS (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul) alcança o cargo máximo na OMC", afirma uma nota da agência estatal Xinhua.

"A nomeação demonstra mais uma vez o fato amplamente reconhecido de que as economias emergentes estão desempenhando um papel cada vez mais importante nas atividades econômicas globais", completa.
A agência chinesa destaca que o brasileiro enfrentará uma tarefa difícil ante o protecionismo generalizado para forjar consensos.

Embora tenha mantido mistério durante a campanha, a China tornou clara a preferência pelo brasileiro na rodada final da votação, quando a candidatura de Azevêdo ficou identificada com os países emergentes.

"O embaixador Azevêdo é a pessoa perfeita para avançar com a Rodada Doha e colocar o multilateralismo no centro das relações comerciais", disse Chai Xiaolin, chefe do departamento de OMC no ministério do Comércio chinês.

A ênfase dada à Rodada Doha, a negociação de um acordo de comércio global lançada em 2001, não impediu a China de se lançar em busca de acordos bilaterais de livre comércio.
A China tem acordos desse tipo com 16 países, o mais recente deles assinado com a Islândia, há três semanas.

A última tentativa de destravar a rodada fracassou em 2008, quando um desacordo sobre importações agrícolas contrapôs países desenvolvidos, com os EUA à frente, e em desenvolvimento, encabeçados por Índia e China.

A divisão voltou a se manifestar na seleção do novo diretor-geral da OMC, em que o brasileiro saiu vitorioso sem o apoio dos EUA e da União Europeia. 

Para a China, porém, Azevêdo é capaz de reduzir as diferenças.
"Ele tem todas as qualificações para servir como ponte entre todas as frentes. O avanço da Rodada Doha é um interesse comum a todos os países", disse Chia.
Fonte: redação com agências.

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