O
diretor-geral da Organização Mundial do Comércio (OMC), Roberto
Azevêdo, deve indicar a China para uma das quatro vice-diretorias da
entidade.
Esta será a primeira vez que Pequim ocupa um cargo no alto escalão da OMC.
As
outras vagas devem ficar com a África, de onde veio mais de um terço
dos votos que elegeram Azevêdo, EUA e Europa, que não votaram nele, mas não o bloquearam.
O
governo da China considera um triunfo para as economias emergentes a
nomeação do diplomata brasileiro Roberto Azevêdo como diretor-geral da OMC.
"A
designação de Azevêdo é algo que merece ser celebrado por ser a
primeira vez que um candidato dos BRICS (Brasil, Rússia, Índia, China e
África do Sul) alcança o cargo máximo na OMC", afirma uma nota da agência estatal Xinhua.
"A
nomeação demonstra mais uma vez o fato amplamente reconhecido de que as
economias emergentes estão desempenhando um papel cada vez mais importante nas atividades econômicas globais", completa. A
agência chinesa destaca que o brasileiro enfrentará uma tarefa difícil
ante o protecionismo generalizado para forjar consensos.
Embora
tenha mantido mistério durante a campanha, a China tornou clara a
preferência pelo brasileiro na rodada final da votação, quando a candidatura de Azevêdo ficou identificada com os países emergentes.
"O
embaixador Azevêdo é a pessoa perfeita para avançar com a Rodada Doha e
colocar o multilateralismo no centro das relações comerciais", disse Chai Xiaolin, chefe do departamento de OMC no ministério do Comércio chinês.
A
ênfase dada à Rodada Doha, a negociação de um acordo de comércio global
lançada em 2001, não impediu a China de se lançar em busca de acordos bilaterais de livre comércio. A China tem acordos desse tipo com 16 países, o mais recente deles assinado com a Islândia, há três semanas.
A
última tentativa de destravar a rodada fracassou em 2008, quando um
desacordo sobre importações agrícolas contrapôs países desenvolvidos,
com os EUA à frente, e em desenvolvimento, encabeçados por Índia e China.
A
divisão voltou a se manifestar na seleção do novo diretor-geral da OMC,
em que o brasileiro saiu vitorioso sem o apoio dos EUA e da União Europeia.
Para a China, porém, Azevêdo é capaz de reduzir as diferenças. "Ele
tem todas as qualificações para servir como ponte entre todas as
frentes. O avanço da Rodada Doha é um interesse comum a todos os
países", disse Chia. Fonte: redação com agências.
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