O presidente da AEB admitiu, no
entanto, que Roberto Azevêdo encontrará dificuldades para conseguir esse
avanço, tendo em vista que o mundo econômico passa por um período de
retração, claramente protecionista.
“Com Roberto, a gente tem uma luzinha
de possibilidade de alguma coisa avançar.
Ele tem muita capacidade de
buscar uma solução de expansão do comércio. Acho que a escolha foi
ótima, sob todos os aspectos”, ressaltou.
A opinião é compartilhada pela
economista Sandra Polonia Rios, professora de política comercial da
Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro e diretora do Centro
de Estudos de Integração e Desenvolvimento (Cindes).
Ela considerou a eleição de Roberto Azevêdo surpreendente e muito boa.
“Surpreendente porque a disputa estava
muito acirrada. Pelas qualidades pessoais, Roberto tinha grande chance.
Tem muito envolvimento com as questões da OMC”, disse.
Para o comércio
exterior do Brasil, é extremamente positivo ter um brasileiro no comando
da OMC, ressaltou Sandra Polonia.
“Porque aumenta o compromisso do país com as regras internacionais”, completou.
A economista disse ainda que o fato de o
governo federal ter feito campanha para que o embaixador Azevêdo fosse
escolhido amplia o compromisso do Brasil em contribuir para fazer a
Rodada Doha avançar e para que a agenda multilateral de comércio seja
privilegiada.
A Rodada Doha, conhecida como Rodada do
Desenvolvimento, é uma mesa de negociação entre mais de 100 países em
busca de acordos que favoreçam a liberalização econômica.
O ciclo de negociações teve início no Catar, em novembro de 2001, durante a 4ª Conferência Ministerial da OMC.
Programada para acabar em 2005, a
Rodada Doha ainda se estende até os dias atuais, devido a impasses entre
os blocos negociadores.
Sua motivação inicial objetivava a abertura de
mercados agrícolas e industriais com regras que favorecessem a ampliação
dos fluxos de comércio dos países em desenvolvimento.
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