País germânico caminha para mudança na matriz energética
Colunista Paulo Wrobel -
De acordo com os dados do primeiro
encontro nacional de cooperativas de energia da Alemanha, ocorrido em
fins de 2012, o número dessas organizações ultrapassou 600 em todo o
país, passando a incluir, em seu meio, aquelas baseadas em grandes
cidades como Berlim. Parece que a cada dia uma nova cooperativa de
energia é criada na Alemanha.
Inicialmente
um pequeno movimento local, levado a cabo por cidadãos engajados na
produção de energias renováveis, as cooperativas regionais de energia
são parte constituinte de um movimento mais amplo para transformar a
matriz energética alemã em uma matriz limpa ou verde até 2050. O
movimento descentralizado das cooperativas tornou-se mais profissional,
passando a incluir a produção de energia eólica offshore, demonstrando a tendência de arregimentar cada vez mais adeptos.
Até mesmo uma expressão germânica foi cunhada para conceituar o movimento de apostar na energia limpa
- Energiewende
– o que significa transformação energética, a transição da produção de
energia baseada em combustíveis fósseis, como carvão, petróleo e gás, em
uma produção baseada em recursos renováveis – especialmente eólica e
solar. Com efeito, a indústria verde na Alemanha, nos setores eólico e
solar fotovoltaico, é bastante poderosa, empregando quase meio milhão de
pessoas - a maioria em pequenas e médias empresas - e produzindo
equipamentos necessários para o setor, apesar de enfrentar cada vez mais
a forte concorrência chinesa.
A indústria de energia verde teve
seu primeiro impulso quando o Partido Verde fez parte da coalizão
governamental liderada pelos sociais democratas. O setor foi muito
estimulado pelo Ato das Fontes de Energia Renovável, o primeiro
do mundo a tomar abertamente a decisão do país em levar a frente uma
política de transformação radical na matriz energética. Em fins de 2012,
cerca de um quarto da produção teutônica de energia proveio de fontes
renováveis. A meta é a de atingir 35% em 2020.
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