Aiana Freitas
Do UOL, em São Paulo
Do UOL, em São Paulo
Tatuagens, trufas de chocolate suíço e cubos de gelo. Tudo isso feito
com pequenas porções de ouro. Esses são alguns dos mimos disponíveis
para o público AAA no país.
Os produtos são vendidos no Brasil pela DeLafée, empresa suíça especializada em presentes luxuosos.
As tatuagens, chamadas pela empresa de "joias efêmeras", são feitas com
folhas de ouro de 24 quilates. Elas são coladas à pele e duram entre
dois ou três dias. Uma tatuagem em formato de borboleta custa R$ 345.
Uma menor, de coração, sai por R$ 165.
O kit com 48 cubos de gelo com flocos de ouro comestível de 23 quilates
é vendido a R$ 175. Já a caixa com oito trufas de chocolate suíço com
56% de cacau e ouro comestível é um presente mais caro: R$ 790.
"Existem pessoas que compram os produtos quando vão fazer alguma
comemoração e empresas que compram para oferecer em eventos. É para um
público de altíssima renda, que quer exclusividade e busca essa tradição
europeia que muitos brasileiros não conhecem, de se usar folhas de ouro
em produtos", diz Fabian Henke Nunes, dono da marca no Brasil.
A empresa, que chegou ao país há um ano, não tem lojas físicas no
Brasil e faz a venda no país apenas por telefone. Segundo Nunes, foi o
crescimento do mercado de luxo no Brasil e o aumento da renda da classe
média que atraíram a marca.
"O brasileiro nunca teve tanto dinheiro e tanto acesso a produtos de
luxo. Esse cenário é algo que não se vê em qualquer lugar. Grandes
grifes estão abrindo lojas no país e isso é reflexo do aumento do poder
econômico brasileiro", diz.
Produtos são para público que busca luxo "aristocrático"
O uso de ouro comestível não chega a ser tão incomum no Brasil. Em São
Paulo, o Octavio Café oferece um café com pó de ouro polvilhado. O preço
é R$ 37,50.
Pedras preciosas também são usadas na fabricação de alguns produtos. O
pó de rubi é um dos componentes de uma linha de batom da Avon. Para quem
não pode ter a pedra em uma joia, o Ultra Color Rich Rubies é uma opção
bem mais em conta: custa R$ 25,99.
Mais do que excentricidade, a venda de produtos com toques de ouro e
pedras preciosas faz parte de um segmento que se chama de "luxo
aristocrático", diz o jornalista e publicitário José Luiz Tejon, autor
do livro "Luxo for all".
"Existe uma certa tendência de se dar um toque de aristocracia e arte a
produtos mais populares. É uma forma interessante de criar um
diferencial e fazer um presente que seria simples deixar de ser comum",
diz Tejon.
O acesso, no entanto, deve continuar restrito a um público restrito. "O
segmento que mais cresce no mercado de luxo hoje no Brasil é outro: é o
do 'luxo possível', por causa da inserção da classe C, que hoje pode
comprar produtos que não eram acessíveis", afirma.
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