segunda-feira, 6 de maio de 2013

Grupo Casino pode ser proibido de comercializar produtos próprios no Brasil


Conglomerado francês, sócio do Pão de Açúcar, enfrenta uma disputa judicial com uma marca brasileira


O Grupo Casino, conglomerado francês que vive às voltas com Abílio Diniz e o Pão de Açúcar, tem outra pedra no sapato - e uma bem pontuda: a rede pode perder o direito de comercializar seus produtos no Brasil. O motivo é que existe uma empresa brasileira, a Casa Patriarca, que utiliza a marca "Cassino" desde 1988.
Azeite comestível e azeitonas da marca francesa Casino já foram retirados das gôndolas das redes Pão de Açúcar e Extra, porque estão com as vendas proibidas judicialmente no Brasil, sob risco de multa diária de R$ 50 mil. 

Em breve o Instituto Nacional de Propriedade Industrial (INPI) deverá decidir se assegura à Casa Patriarca Comércio de Gêneros Alimentícios os direitos sobre a marca para todos os produtos da categoria 29 (alimentos). Se for decidido em favor da empresa brasileira, o Casino não poderá mais comercializar produtos alimentícios de marca própria no Brasil.

O caso está na 43.ª Vara Cível do Tribunal de Justiça de São Paulo, do Fórum João Mendes. Inicialmente havia agendado uma audiência marcada para o próximo dia 10 de Maio, em São Paulo, envolvendo representantes do grupo Casino Guichard Perrachon S/A, da Companhia Brasileira de Distribuição (Grupo Pão de Açúcar) e a Casa Patriarca. Mas no último dia 30 foi adiada para 11 de Junho, a pedido dos advogados do Grupo Casino e do Grupo Pão de Açúcar.

Segundo o advogado João Gabriel Neto, que defende a marca brasileira Cassino, a 43ª Vara Cível do Foro Central de São Paulo concedeu medida para que o Grupo Pão de Açúcar se abstenha de comercializar azeite comestível e azeitonas com a marca CASINO, concordado com as argumentações da Casa Patriarca que havia semelhança entre as marcas CASINO e CASSINO.

De acordo com a decisão judicial, a abstenção do uso da marca francesa Casino foi concedida em razão da violação da propriedade industrial, que já era anteriormente comercializada pela marca brasileira Cassino. As empresas vendem produtos semelhantes com similaridade entre as marcas apenas com a supressão de um “s” no caso da francesa, de modo que pode causar confusão nos consumidores e perda de clientes, o que fez a marca francesa infringir o direito da marca brasileira.

Em junho de 2012, o Tribunal de Justiça de São Paulo, julgando um agravo de instrumento, decidiu manter a restrição impedindo o Pão de Açúcar e seu sócio francês de vender os produtos azeite e azeitonas com a marca Casino. O processo, entretanto, envolve o dever do Pão de Açúcar e de seu sócio francês, de se absterem de vender todos os produtos da classe 29 do INPI com a marca CASINO, afirma João Gabriel Neto.

A Casa Patriarca possui a marca Cassino há 25 anos. Faturou R$ 17 milhões em 2012. Está presente nos 27 estados do Brasil. Tem 3200 clientes ativos e 4955 pontos de venda, sendo que 2100 apenas no Estado de São Paulo. Mesmo com a perda das vendas para o Grupo Carrefour, produtos da marca Cassino são vendidos nas redes Ricoy, Pastorinho, Joanin, Hirota, Nagumo e Shibata, além de muitos restaurantes e hotéis espalhados pelo Brasil.

Administração

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