quarta-feira, 1 de maio de 2013

Negócios na AL vão além do “portunhol”: dicas de como se portar com países vizinhos



 
 
A familiaridade com a língua pode parecer o menor dos problemas quando o assunto é negócios entre países da América Latina. Mas é justamente nesse ponto que muitos executivos são pegos de surpresa.

Isso porque acham que dominam o espanhol ou mesmo que os interlocutores entendem o português, quando na verdade não é o que acontece.

"O idioma é o primeiro ponto de atenção para quem quer fazer negócios com profissionais latino-americanos. Muitas vezes executivos brasileiros acham que dominam o espanhol e estão prontos para conduzir longas reuniões, e, no momento, se enrolam e não são compreendidos", afirma César Lins de Medeiros (foto), diretor-geral da CPP para a América Latina, que frequentemente viaja à Argentina, Colômbia, Peru, Chile e México. 

Além disso, há diferenças de palavras e expressões entre os países. Por isso, caso haja dúvida quanto ao entendimento, confirme com o interlocutor. Medeiros lembra que isso já aconteceu com ele. E, durante um diálogo de negócios, perguntou se ele havia entendido o que o outro executivo falara. 

Já Marcelo Ramos, vice-presidente de vendas e gerente geral da GXS para a América Latina, chama a atenção para o momento em que se estabelece a relação comercial. 

"É importante para o executivo latino-americano estabelecer uma relação de confiança, de forma que tenha certeza que honrará com a palavra. Muitas vezes, essa questão está acima dos três elementos básicos da negociação: preço competitivo, prazo de entrega e qualidade", diz.

"Os latino-americanos prezam pela relação ganha-ganha. Eles não gostam de serem dependentes e se colocam em um nível de igualdade. Cedem sua confiança, mas querem saber quem é você e como garantirá que entregará o prometido", completa o especialista. 

Também é importante que os profissionais brasileiros não tentem imprimir seu ritmo de trabalho em outros países. Nós, de acordo com Medeiros, somos imediatistas, enquanto o tempo de resposta do mexicano, por exemplo, é outro. "Entenda as diferenças culturais entre os países. Estamos falando de 10 países e não de uma única região", destaca Carlos Eduardo Altona, sócio da consultoria em recursos humanos Exec. 

Os profissionais que usualmente fecham negócios nos países latino-americanos também recomendam aos interessados evitar falar de assuntos polêmicos, como política, religião e violência, bem como evitar criticar o país visitado. 

"Os estrangeiros têm curiosidade sobre o Brasil. Por vezes comentam sobre a violência, mas evito alimentar o assunto", destaca o diretor da CPP. 

O executivo também sugere trocar experiências com colegas de trabalho que também fazem negócios com executivos latino-americanos. "Isso o ajudará a trocar experiência e evitará que cometa gafes", completa Medeiros.

Por fim, em virtude da globalização, muitos padrões de etiqueta estão desaparecendo. Ainda assim, é importante observar a postura no executivo latino-americano a fim de não atropelar algum costume. 
 

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