Em
evidente indicação que os países ricos, liderados pelos EUA, estão
radicalizando posição contra a eleição do embaixador brasileiro Roberto
Carvalho Azevêdo para o cargo de diretor-geral da Organização Mundial do
Comércio (OMC), o ministro das Relações Exteriores, Antonio Patriota,
evitou nesta terça-feira (30/4) rebater as críticas de autoridades da
França e do Reino Unido sobre eventuais posições protecionistas do
Brasil.
As críticas, segundo
especialistas, podem atrapalhar a candidatura do brasileiro ao cargo e
contribuir para o adversário dele, o mexicano Herminio Blanco, tido como
representante dos interesses EUA. “[A
OMC] é uma organização democrática. Todo país pode apresentar suas
posições”, ressaltou o chanceler brasileiro, após reunião com o ministro
dos Negócios Estrangeiros do Principado de Andorra, Gilbert Saboya
Sunyé, no Palácio Itamaraty.
“Estamos aqui trabalhando em busca de todo apoio. É uma campanha que está ganhando fôlego”. Azevêdo, que concorre com o mexicano Blanco, intensificou a campanha em busca de apoio nesta última etapa.
A decisão final da disputa é esperada para o dia 29 de maio, mas é possível que o resultado seja divulgado antes.
O novo diretor-geral da OMC tomará posse em 31 de agosto, substituindo o francês Pascal Lamy. Os
negociadores brasileiros buscam votos entre os europeus e os aliados
dos Estados Unidos e do Canadá, pois nos bastidores há informações de
que a tendência entre norte-americanos, canadenses e parte da União Europeia é votar no mexicano.
Ao
ser perguntado sobre o apoio obtido, até o momento, pelo candidato
brasileiro, Patriota preferiu citar as habilidades do embaixador
Azevêdo.
“Não seria
apropriado [comentar isso] agora. Há muita aceitação em torno da
candidatura dele [Azevêdo]. Ele tem conhecimento técnico e talento de negociador”, disse.
Bem-humorado, o chanceler acrescentou: “Ele [Azevêdo] pode entrar chutando para o gol”. Azevêdo ocupa desde 2008 o cargo de representante permanente do Brasil na OMC.
O
mexicano Herminio Blanco é economista e ex-ministro de Comércio e
Indústria do México. Em qualquer resultado, será a primeira vez que o
órgão será comandado por um latino-americano.
Na eleição da OMC, cada um dos 159 países que integram o órgão tem direito a voto. A escolha é feita em três etapas. Na primeira, quando todos os candidatos concorrem, havia 11 nomes.
Para a segunda etapa, encerrada no dia 25, ficaram cinco candidatos. Nesta última fase, são apenas dois.
Desde
o lançamento de sua candidatura, em 28 de dezembro de 2012, Azevêdo foi
à América do Sul, à Europa, à América Central, ao Caribe e à África, assim como à Ásia, à América do Norte e ao Oriente Médio.
Fonte: Agência Brasil
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