Administradora de 30 anos sabe até como operar equipamentos.
Liderança feminina é marcante em diferentes setores do agronegócio.
Paula Araújo sonhava ser diplomata antes de se apaixonar pelo agronegócio (Foto: Fernanda Testa/G1)
Jovem e bonita, a administradora Paula Araújo, de 30 anos, não passa
despercebida pelas feiras de agronegócio das quais participa por todo o
país. Mas é mesmo o fato de ser uma expert em máquinas agrícolas que a
torna conhecida no meio. Na edição da Agrishow em Ribeirão Preto
(SP), Paula surpreende os homens ao mostrar que sabe tudo - tudo mesmo -
sobre equipamentos pesados utilizados no campo. “Eles ficam
incrédulos”, diz.
A administradora que na adolescência sonhava ser diplomata conta que
aprendeu as especificações dos equipamentos há dez anos, quando entrou
como estagiária na multinacional onde trabalha. “Na época, eu trabalhava
com 52 homens e atuava na parte de assistência técnica e equipamentos.
Só depois migrei para o marketing. Desde que comecei a trabalhar
diretamente com equipamentos, participo de todos os treinamentos de
produto que a gente tem."
Os anos trabalhando com equipamentos tornaram a administradora uma
profunda entendedora de máquinas, já que ela conhece não só as
especificações, como também sabe operá-las. E é exatamente esse detalhe
que chama a atenção dos homens. Segundo ela, muitos deles ficam curiosos
quando a veem em meio a tratores.
“Em uma feira, onde todos os homens estavam ocupados nas vendas,
ofereci ajuda para um cliente. No entanto, ele disse que precisava de
alguém que entendesse de máquinas. Quando eu disse que entendia, ele
ficou meio incrédulo. Subi na máquina, abri o motor e expliquei para ele
como funcionava. Ele se surpreendeu”, lembra.
Apesar de nunca ter imaginado que se dedicaria ao setor agrícola, Paula
diz que não se vê mais em outro meio. “Eu queria ser diplomata. Nunca
imaginei estar no meio de máquinas. Mas quando caí nesse setor, foi
paixão à primeira vista. Hoje, minha vida é isso. Acordo feliz de saber
que vou trabalhar fazendo o que eu realmente amo”, conclui.
A especialista Walquiris Quiala veio de Cuba para
fechar negócios (Foto: Fernanda Testa/G1)
fechar negócios (Foto: Fernanda Testa/G1)
A presença feminina também é determinante nas negociações de compra e venda de equipamentos da feira. Direto de Cuba, a especialista em compras e vendas Walquiris Quiala desembarcou na Agrishow em busca de máquinas e equipamentos agrícolas que serão financiados pelo governo cubano.
“Compramos principalmente para cultura de cana-de-açúcar e grãos, como feijão. Vim para conhecer e negociar plantadeiras, forrageiras, picadores e enfardadeiras”, afirma. Veterana na Agrishow, Walquiris diz que a feira é um dos melhores lugares para se adquirir tecnologia de ponta em equipamentos. “É tudo muito bem organizado. Participamos praticamente todos os anos da feira e depois mantemos contato com as empresas que fechamos negócio”, diz.
Sozinha no Brasil, a especialista diz que, pelo menos em Cuba, a liderança de mulheres é cada vez mais comum, principalmente no agronegócio. “Hoje são as mulheres que viajam, fecham os acordos e criam esses laços empresariais. Cada vez mais estamos conquistando cargos de gerência e supervisão”, afirma.
Paula mostra que entende tudo de máquinas agrícolas (Foto: Fernanda Testa/G1)
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