terça-feira, 3 de setembro de 2013

Grupos brasileiros já têm margens no exterior iguais às do mercado doméstico



 
 
Levantamento do Núcleo de Negócios Internacionais da Fundação Dom Cabral (FDC), que será divulgado nesta segunda-feira (2/9) mostra que a margem de lucro das multinacionais brasileiras que atuam no exterior é quase o mesmo do que o ganho no País. Em 2010, essas empresas tinham uma margem de lucro de 15,50% no exterior, e de 11,82% atuando no mercado brasileiro. Em 2011, já houve uma diminuição dessa diferença - 13,82% de margem ao operar em outros países, e 13,01% no Brasil -, de modo que em 2012, os ganhos ficassem mais equilibrados: 13,85% no exterior, e 13,75%, no mercado interno.

Com este cenário, o estudo revelou que a maioria (67,39%) das empresas consultadas (63 no total, entre multinacionais e franquias) pretende expandir os negócios, neste ano, nos mercados que já atuam. Ou pelo menos, 33% responderam que projetam estabilidade em suas operações. Nenhuma companhia disse que planeja recuar em sua atuação no exterior.

Por outro lado, 57,45% informaram que não têm planos de entrar em um novo país. "Mas o número de empresas que responderam que planejam entrar em um novo mercado [42,55%] é significativo", considerou a pesquisadora da FDC, Vanessa Nogueira. Dessas empresas que planejam entrar em novos mercados, os destinos mais citados foram países da América Latina, Sudeste Asiático e China, Rússia e Canadá, segundo ela.Em 2012, Vanessa comentou que o foco em aumentar a atuação na África ficou mais visível. Os países com entrada de empresas brasileiras foram os africanos: Cabo Verde, Gana, Marrocos e Tunísia, com o suporte vigoroso na área agropecuária, a partir da atuação da Embrapa (foto).

A pesquisa mostrou ainda quais são os impactos da política externa brasileira no processo de internacionalização das multinacionais originadas aqui. As empresas consultadas disseram que a criação de linhas de crédito para financiar investimentos no exterior é o que mais as beneficiaria. Mas, de acordo com o professor coordenador do Núcleo de Negócios Internacionais da FDC, Sherban Leonardo Cretoiu, o fato da fonte de financiamento ser praticamente só o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), na prática, é um aspecto que pouco apoiou a internacionalização.

"No entanto, de modo geral, a avaliação é de que a internacionalização por empresas grandes, médias ou pequenas é crescente", disse Cretoiu. "No caso das pequenas, o desafio e o risco são maiores. Um meio de se internacionalizar é procurar sócios nesses locais ou por meio de franquias", acrescentou.
No ranking de internacionalização das empresas brasileiras da FDC, entre as multinacionais, a JBS ficou no primeiro lugar, com um índice de 58,9%. Entre as franquias brasileiras, lidera a Showcolate (8,7%). 
Fonte: Fenacon/DCI-SP

Brasil recupera prestígio internacional e pode atrair novos investidores


 
 
 
Os números positivos da economia brasileira divulgados na última semana continuam repercutindo positivamente na imprensa internacional, que apontou um cenário de retomada no crescimento que pode atrair investidores estrangeiros de volta ao País. O tom de surpresa foi registrado até no Financial Times, que chegou a sugerir ao governo brasileiro a demissão do ministro da Fazenda Guido Mantega, por supostos erros na condução da política econômica.

Na última sexta-feira (30), a revista norte-americana Forbes chamou de “agradável surpresa” o avanço de 1,5% da economia brasileira no segundo trimestre deste ano, o que superou as expectativas de 0,9% dos analistas. 

A publicação cita que o aumento de 6,9% nas exportações bem maior que o das importações (0,9%) e a recuperação do consumo contribuíram para o resultado positivo. Com isso, indicou que os economistas já estão revendo as previsões no aumento do PIB (Produto Interno Bruto) deste ano de 2,2% para R$ 2,7%.

"O Brasil salvou este ano com um segundo trimestre surpreendentemente forte", diz a Forbes.

Para o site Yahoo! Finance, a recuperação da economia do Brasil “excedeu as mais otimistas expectativas do mercado” e foi influenciada pelo crescimento no segundo trimestre do setor agrícola (3,9%), industrial (2%) e de serviços (0,8%).

A rede britânica BBC comentou que a decisão do governo em aumentar a taxa básica de juros para 9%, realizada na última quarta-feira (28), pode ajudar o Brasil no controle da inflação e reforçar a confiança dos investidores, segundo relatório do FMI (Fundo Monetário Internacional) divulgado nesta semana.

Os bons resultados da economia divulgados pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) colocaram o Brasil na terceira colocação de uma lista que trouxe países emergentes e nações desenvolvidas como Alemanha, Estados Unidos e Japão.

Com o avanço de 1,5% no PIB (Produto Interno Bruto) no segundo trimestre deste ano, o Brasil ficou à frente de potências como Coreia do Sul (1,1%), Reino Unido (0,6%) e França (0,5%), ficando atrás apenas de Indonésia (2,6%) e China (1,7%).

O crescimento do país acima do esperado, a inflação abaixo do teto oficial e a recuperação do real ante o dólar, observados na última semana, indicam uma recuperação da economia brasileira. Com isso, a quantidade de dólares em circulação no Brasil aumenta e a cotação da moeda ante o real tende a cair. Esse movimento foi observado na última quarta-feira (28), com a moeda norte-americana caindo pelo segundo dia consecutivo, para R$ 2,35.

A inflação, um dos maiores fantasmas do governo, desacelerou recentemente. No último IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo), o índice teve um avanço de apenas 0,03% em julho e 6,27% nos últimos 12 meses. Além disso, o aumento da taxa básica de juros (Selic) para 9% ao ano elevou os rendimentos da poupança. Na última sexta-feira (30), o ministro da Fazenda, Guido Mantega, comentou o bom momento da economia e aponto um crescimento de 4% em 2014.

"O fundo do poço foi superado e, daqui para frente, a trajetória será de crescimento, de modo que poderemos voltar às taxas de crescimento que já tivemos. Estamos na rota da recuperação econômica, porque as medidas tomadas nos últimos anos têm apresentado resultado positivo, com redução dos juros, de tributos e de custos", explicou Mantega.

Fonte: redação com agências e R7.com.

Dívidas de IR sobre lucros no exterior poderão ficar livres de multa e juros




 






O ministro da Fazenda, Guido Mantega, ofereceu isenção de multas e juros caso as empresas em dívida com a Receita Federal - por não recolherem impostos sobre lucros obtidos por coligadas ou controladas no exterior - quitem seus débitos à vista.

O passivo, que supera R$ 70 bilhões, pode ser reduzido para até R$ 25 bilhões, segundo a proposta do governo federal.

A ideia é que as empresas decidam sobre a adesão ao programa até novembro. Para isso, o governo pretende editar medida provisória disciplinando os pagamentos.

Em reunião que teve nesta segunda-feira em São Paulo com empresários, Guido Mantega propôs uma outra lternativa: o pagamento da dívida em até 120 meses com redução de 20% nas multas e 50% nos juros devidos. Nesse caso, as empresas teriam que recolher 20% da dívida à vista.

Mantega corre contra o tempo. As frustrações de receitas neste ano e o aumento das desonerações para 2014 levaram a Fazenda a acelerar as negociações de grandes contenciosos tributários, capazes de gerar volumes expressivos de arrecadação para os cofres da União.

Ao mesmo tempo que estabelece novas regras de tributação, o governo negocia as dívidas acumuladas para criar um fluxo adicional de receitas ainda neste ano.

De acordo com os dados divulgados pelo Banco Central (BC), o superávit primário do setor público totalizou R$ 54,44 bilhões até julho, o equivalente a 49,1% da meta prevista para o ano.

Para conseguir cumprir a meta de 2,3% do PIB, o governo terá que aumentar o esforço fiscal em 45% nos últimos cinco meses do ano.

A disputa sobre a tributação no exterior afeta principalmente grandes empresas. Vale, Gerdau, Natura, Itaú Unibanco, Ambev, CSN, Braskem - todas têm passivos tributários anotados em seus balanços relativos a autuações pela Receita Federal.

Fonte: Fenacon

Mudança na tributação de lucro no exterior está em fase de conclusão


 
 
O pacote para definir a tributação de lucros e dividendos de subsidiárias de empresas brasileiras no exterior está em fase de conclusão. Neste momento, o governo estuda sugestões de representantes de setores para finalizar e divulgar as mudanças. A informação é do Ministério da Fazenda e foi divulgada nesta segunda-feira, em evento do Instituto de Estudos para o Desenvolvimento da Indústria (Iedi).
 
Uma das propostas seria mudar a forma de pagamento das multas de algumas empresas por não ter recolhido impostos devidos nessas operações - o lucro das empresas coligada ou controlada por uma companhia brasileira é cobrado pelo fisco federal. Uma ideia, segundo fonte, é utilizar créditos tributários. 
 
"É o que as empresas desejam", comentou ao jornal DCI, uma fonte que preferiu não se identificar. Outra sugestão é que quando a subsidiária tiver prejuízo no exterior, e lucro no Brasil, o imposto incidente nesse ganho seja descontado. 
 
"O ministro ficou de avaliar todas as propostas", comentou a fonte.Uma das mudanças que devem entrar em vigor é a diminuição da taxação mínima de Imposto de Renda Pessoa Jurídica (IRPJ) e Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL) para lucros no exterior, que hoje é de 34% - 25% de IR e 9% de CSLL. 
 
O governo já havia divulgado que a alíquota deveria recuar para 22%. Os representantes do Iedi sugeriram que pelo menos a taxação de IR diminua para 20%, com o pagamento feito em 8 anos.De acordo com especialistas, essas mudanças são importantes porque há falta de clareza na cobrança pelo fisco, de modo a prejudicar a estratégia da empresa que quer operar em outro mercado.
  Fonte: DCI – SP
 

Indústria recua 2% em julho e dá indícios de PIB menor no 3º trimestre

Do UOL, em São Paulo

  • China Daily/Reuters
A produção industrial caiu 2% em julho, em mais uma evidência de que a economia não está conseguindo manter o surpreendente ritmo de crescimento do segundo trimestre. Os dados foram divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta terça-feira (3).

Na comparação com julho de 2012, a produção industrial brasileira aumentou 2%. No acumulado do ano até julho, o setor teve alta de 2% e, em 12 meses, houve avanço de 0,6%.

A produção havia subido 1,9% em junho. A melhora na atividade de fábricas ajudou o Brasil a crescer 1,5% no segundo trimestre, melhor taxa em mais de três anos.

Protestos abalaram confiança dos consumidores

No entanto, o cenário piorou nos últimos meses. Uma onda de protestos abalou a confiança dos consumidores, contribuindo para um aumento dos estoques. A confiança dos empresários também diminuiu após a forte alta do dólar, que encareceu a importação de máquinas e insumos.

Uma pesquisa de gerentes de compras mostrou nesta segunda-feira (3) que a contração no setor manufatureiro continuou em agosto. O índice PMI do instituto Markit subiu para 49,4 em agosto, ante 48,5 em julho, mas permaneceu pela segunda vez seguida abaixo da marca de 50, que separa crescimento de contração.

Redução em 15 de 27 ramos pesquisados

Pelos ramos de atividade, 15 dos 27 pesquisados apresentaram queda mensal, com destaque para veículos automotores (-5,4%) e farmacêutico (-10,7%). Também tiveram importante contribuição negativa borracha e plástico (-4,5%), celulose, papel e produtos de papel (-3,6%) e alimentos (-1,4%).

Na ponta oposta destacam-se refino de petróleo e produção de álcool (3,3%), bebidas (2,3%), material eletrônico, aparelhos e equipamentos de comunicações (3,5%) e produtos de metal (2%).

"Vale ressaltar que a queda observada nesse mês para o total da indústria, além de praticamente eliminar o avanço de 2,1% de junho último, manteve o padrão que marca a produção industrial em 2013, com meses de crescimento elevado sendo seguidos por recuos mais intensos", disse a entidade em nota.

Com o resultado de julho, o total da indústria ficou 3,6% abaixo do nível recorde alcançado em maio de 2011. E, ainda de acordo o IBGE, "na série com ajuste sazonal, os sinais de diminuição no dinamismo da atividade industrial nesse mês também ficaram evidenciados na evolução do índice de média móvel trimestral, que interrompeu a trajetória ascendente iniciada em dezembro último".

PIB cresceu 1,5% no 2º tri

A economia brasileira cresceu 1,5% no segundo trimestre de 2013 em relação ao trimestre anterior. Foi o maior avanço desde o começo de 2010 (2% no 1º trimestre de 2010).

A indústria, que vinha patinando nos últimos trimestres, também registrou um forte crescimento: teve expansão de 2% em relação ao 1º trimestre, e de 2,8% em relação ao mesmo período de 2012.

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Conheça as principais etapas da fabricação de um carro29 fotos

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A produção de um carro popular demora cerca de 24 horas e envolve milhares de trabalhadores e centenas de robôs. O UOL Economia visitou a fábrica da General Motors em São José dos Campos (SP) para mostrar como funciona. Veja a seguir as principais etapas de construção Leia mais Fernando Donasci/UOL

Crescimento em 2013 será cortado de 3% para 2,5%

A previsão de crescimento da economia brasileira neste ano será cortada de 3% para 2,5%, disse o ministro da Fazenda, Guido Mantega, na semana passada (22). O anúncio oficial, segundo Mantega, seria feito nos próximos dias.

O governo já tinha reduzido suas contas sobre a expansão brasileira em 2013. A primeira previsão era de crescimento de 4,5% e, após inúmeros estímulos dados --como corte de tributos da folha de pagamento das empresas e de incentivos ao consumo--, a economia não decolou e a projeção foi rebaixada para 3,5% em abril.

Em julho, e já enfrentando os efeitos de uma crise de confiança dos agentes econômicos, a área econômica voltou a piorar a estimativa, reduzindo-a para 3%.
(Com Reuters)

segunda-feira, 2 de setembro de 2013

A alta carga tributária e os impactos para os contribuintes


2 de setembro de 2013
Autor: Comunicação Millenium

Impostômetro 
 
 
Na última semana, o total de impostos, taxas e contribuições arrecadados pelos governos estaduais, municipais e federal alcançou a marca de R$ 1 trilhão, segundo registrado pelo Impostômetro da Associação Comercial de São Paulo (ACSP) em 27 de agosto. Até o fim deste ano, estima-se que os brasileiros arquem com até R$ 1,62 trilhão em tributos.

Do montante arrecadado até a última terça-feira, 20,66% correspondem ao pagamento de Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS), seguidos pelos recolhimentos ao Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), com 18,02%. Empresário e especialista do Instituto Millenium, Paulo Gontijo observa que a alta carga tributária é reflexo de uma política que não incentiva a geração de renda e emprego no país.

“Além do volume de impostos pagos pelas empresas no Brasil, os estímulos econômicos não são corretos. A lógica desestimula o dinamismo da economia. Enquanto países desenvolvidos incentivam a geração de emprego e renda, no Brasil, empresas de alguns setores chegam a destinar 17% do seu faturamento, e não do lucro, para arcar com tributos”, analisa.

Outro imposto que vem pesando no bolso dos contribuintes é o Imposto de Renda, responsável por 17,7% do total. Presidente do Conselho de Jovens Empresários da Associação Comercial do Rio de Janeiro (ACRJ), Gontijo comenta que o volume arrecadado com impostos contrasta com os serviços oferecidos à população.

“A população já compromete cerca de 40% da sua renda com tributos e ainda tem que arcar com saúde e educação privadas. Como o governo não oferece serviços de qualidade, o contribuinte tem que pagar duas vezes”, pondera.


Conjunto de soluções


Para Gontijo, iniciativas como o Dia Nacional da Liberdade de Impostos e o Impostômetro da ACSP contribuem para conscientizar os cidadãos sobre a alta carga tributária no país. “A população está cada vez mais atenta a quanto paga em impostos”, afirma.

No entanto, ele destaca que é necessário adotar uma série de medidas para mudar a cobrança de tributos no Brasil, a começar pela simplificação do processo de pagamento. “Empresários precisam arcar com impostos de jurisprudências diferentes, e isso inclui não apenas o custo do tributo, como também o valor de homem-hora para gerenciar esses pagamentos”, ilustra, acrescentando ainda que os impostos incididos sobre a geração de empregos devem ser diminuídos.

Já para reduzir a insatisfação popular com a alta carga tributária, o primeiro passo é a transparência nos gastos públicos. Gontijo argumenta que a população deve poder acompanhar como são empregados os impostos pagos ao governo. “Além disso, é preciso que os cidadãos desenvolvam uma cultura de maior participação popular. Seja no seu município ou estado, acompanhe as contas do seu governo”, recomenda.

Dólar terá forte oscilação até a eleição de 2014, diz ex-BC Gustavo Franco

 






TONI SCIARRETTA
ENVIADO ESPECIAL A CAMPOS DO JORDÃO



O dólar deve seguir com forte oscilação até as eleições presidenciais de 2014, disse Gustavo Franco, ex-presidente do Banco Central (1997-1999) à época do câmbio fixo, no governo FHC. 

A razão, segundo Franco, são as incertezas do mercado em relação às respostas do Banco Central e ao ambiente político mais tenso após a onda de manifestações.

Para Franco, o mercado não tem mais segurança na política econômica do governo. Por esse motivo, está mais sensível a a qualquer fato novo. 

"Até as eleições haverá uma crescente volatilidade no câmbio. E será nas duas direções."
Franco, que defendeu o real em 1999 usando as reservas cambiais, criticou o fato de o BC não utilizá-las agora. Para ele, essa é a forma mais eficaz. 

Uma consequência dessa hipersensibilidade do mercado são as apostas dos fundos de investimento, que veem oportunidades para ganhar dinheiro com a oscilação do câmbio. 

Luís Stuhlberger, gestor do Fundo Verde do Credit Suisse, disse que não viu alternativa para proteger os cotistas além de investir no exterior. "O Brasil estava muito caro. Fui para o exterior por desespero", disse.