terça-feira, 3 de setembro de 2013

Indústria recua 2% em julho e dá indícios de PIB menor no 3º trimestre

Do UOL, em São Paulo

  • China Daily/Reuters
A produção industrial caiu 2% em julho, em mais uma evidência de que a economia não está conseguindo manter o surpreendente ritmo de crescimento do segundo trimestre. Os dados foram divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta terça-feira (3).

Na comparação com julho de 2012, a produção industrial brasileira aumentou 2%. No acumulado do ano até julho, o setor teve alta de 2% e, em 12 meses, houve avanço de 0,6%.

A produção havia subido 1,9% em junho. A melhora na atividade de fábricas ajudou o Brasil a crescer 1,5% no segundo trimestre, melhor taxa em mais de três anos.

Protestos abalaram confiança dos consumidores

No entanto, o cenário piorou nos últimos meses. Uma onda de protestos abalou a confiança dos consumidores, contribuindo para um aumento dos estoques. A confiança dos empresários também diminuiu após a forte alta do dólar, que encareceu a importação de máquinas e insumos.

Uma pesquisa de gerentes de compras mostrou nesta segunda-feira (3) que a contração no setor manufatureiro continuou em agosto. O índice PMI do instituto Markit subiu para 49,4 em agosto, ante 48,5 em julho, mas permaneceu pela segunda vez seguida abaixo da marca de 50, que separa crescimento de contração.

Redução em 15 de 27 ramos pesquisados

Pelos ramos de atividade, 15 dos 27 pesquisados apresentaram queda mensal, com destaque para veículos automotores (-5,4%) e farmacêutico (-10,7%). Também tiveram importante contribuição negativa borracha e plástico (-4,5%), celulose, papel e produtos de papel (-3,6%) e alimentos (-1,4%).

Na ponta oposta destacam-se refino de petróleo e produção de álcool (3,3%), bebidas (2,3%), material eletrônico, aparelhos e equipamentos de comunicações (3,5%) e produtos de metal (2%).

"Vale ressaltar que a queda observada nesse mês para o total da indústria, além de praticamente eliminar o avanço de 2,1% de junho último, manteve o padrão que marca a produção industrial em 2013, com meses de crescimento elevado sendo seguidos por recuos mais intensos", disse a entidade em nota.

Com o resultado de julho, o total da indústria ficou 3,6% abaixo do nível recorde alcançado em maio de 2011. E, ainda de acordo o IBGE, "na série com ajuste sazonal, os sinais de diminuição no dinamismo da atividade industrial nesse mês também ficaram evidenciados na evolução do índice de média móvel trimestral, que interrompeu a trajetória ascendente iniciada em dezembro último".

PIB cresceu 1,5% no 2º tri

A economia brasileira cresceu 1,5% no segundo trimestre de 2013 em relação ao trimestre anterior. Foi o maior avanço desde o começo de 2010 (2% no 1º trimestre de 2010).

A indústria, que vinha patinando nos últimos trimestres, também registrou um forte crescimento: teve expansão de 2% em relação ao 1º trimestre, e de 2,8% em relação ao mesmo período de 2012.

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Crescimento em 2013 será cortado de 3% para 2,5%

A previsão de crescimento da economia brasileira neste ano será cortada de 3% para 2,5%, disse o ministro da Fazenda, Guido Mantega, na semana passada (22). O anúncio oficial, segundo Mantega, seria feito nos próximos dias.

O governo já tinha reduzido suas contas sobre a expansão brasileira em 2013. A primeira previsão era de crescimento de 4,5% e, após inúmeros estímulos dados --como corte de tributos da folha de pagamento das empresas e de incentivos ao consumo--, a economia não decolou e a projeção foi rebaixada para 3,5% em abril.

Em julho, e já enfrentando os efeitos de uma crise de confiança dos agentes econômicos, a área econômica voltou a piorar a estimativa, reduzindo-a para 3%.
(Com Reuters)

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