sábado, 28 de setembro de 2013

Velhos ou ricos?




O dia 9 setembro de 2013 pode entrar para a História. Foi promulgada uma lei capaz de transformar a sociedade e a economia brasileiras: 75% dos royalties da exploração do pré-sal serão destinados à educação pública e os 25% restantes irão para a saúde pública.

Esta pode ser a semente de grandes mudanças no Brasil, mas nada ainda está garantido. Estima-se que a educação receberá cerca de R$ 70 bilhões adicionais nos próximos 10 anos. Para isso, a exploração do pré-sal precisa avançar rapidamente. O desinteresse das maiores companhias petrolíferas globais em participar do leilão de exploração do campo de Libra sugere que há riscos. Excesso de protecionismo, ingerência governamental e incertezas políticas afastaram grandes empresas americanas e européias  ̶  aliás os mesmos fatores que tem esvaziado leilões de concessão de rodovias.

Sem os investimentos para a exploração do petróleo, os royalties que garantiriam a melhora da educação não existirão. Pior, quanto mais demoramos para investir, mais os EUA avançam na exploração do seu gás de xisto, potencialmente reduzindo a atratividade de investimentos no pré-sal brasileiro.

Além disso, dinheiro apenas não melhora educação. Só nos dois minutos que você leva para ler este artigo, mais de R$1 milhão é investido em educação pública no Brasil. Desde 2006, um forte crescimento da arrecadação de impostos já tem permitido aumentos significativos dos investimentos em educação, mas a melhoria dos indicadores de desempenho dos alunos tem sido modesta. Entre 148 países analisados pelo último relatório do Fórum Econômico Mundial, o Brasil ficou em 124º em qualidade e acesso à educação.

A boa aplicação dos recursos adicionais através de Estados e Municípios é incerta. Um bom começo poderia ser copiar a reforma educacional aprovada no México dois dias antes da lei brasileira. Por lá, todos os professores passarão por uma avaliação nacional. Novos professores terão duas chances para serem aprovados; os atuais, três. Caso contrário, serão demitidos e substituídos.

Mais recursos deveriam permitir valorizar a função dos professores, aumentar salários e oferecer melhor infraestrutura escolar e treinamento. Porém, também precisamos medir e cobrar melhor desempenho dos professores e dos alunos. Se queremos ser um país desenvolvido, temos que agir como tal.

Caso contrário, o Brasil desperdiçará mais esta chance. O tempo urge. A janela de oportunidade do chamado bônus demográfico  ̶  o período em que a parcela da população em idade de trabalho cresce em relação à população total – irá se fechar na próxima década. A partir daí, as condições para o crescimento econômico serão mais adversas. Só maiores ganhos de produtividade impediriam uma desaceleração do crescimento. Acelerar o crescimento da produtividade no futuro requer melhor educação e maiores investimentos em infraestrutura hoje.

Boa educação e infraestrutura eficiente não garantem o sucesso de nenhum país – como mostram as crises nos países ricos nos últimos 5 anos. Mas sem elas não há desenvolvimento sustentável, como prova o medíocre crescimento brasileiro nos 3 últimos anos. Infelizmente, se não fizermos a lição de casa, corremos o risco de ficarmos velhos antes de ficarmos ricos.


Apresentador do Manhattan Connection da Globonews, colunista da revista IstoÉ, presidente da Ricam Consultoria, único brasileiro entre os melhores e mais importantes palestrantes mundiais segundo o Speakers Corner e economista mais influente do Brasil segundo o Klout.com

 

Renda do 1% mais rico cresce mais que a dos mais pobres, e desigualdade para de cair


  • Rendimento da parcela de 1% dos trabalhadores que ganham mais subiu 10,8%, de R$ 17.048 para R$ 18.889. Nenhuma outra faixa de renda chegou perto desse valor
  • Número de pessoas trabalhando subiu 1,6%, o que significa mais 1,4 milhão de ocupados
  • Desemprego caiu ao menor nível desde 2001 e rendimento foi o mais alto desde 2004
Cássia Almeida (Email)
RIO - A melhora do mercado de trabalho, com escassez de mão de obra qualificada pode ter feito parar a melhoria na distribuição de renda. O índice de Gini, que mede a concentração de renda, caiu muito pouco no mundo do trabalho: passou de 0,501 para 0,498, a primeira vez que fica abaixo de 0,5 (quanto mais próximo de zero, melhor a distribuição de renda no país), de acordo com os números da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad), divulgados nesta sexta-feira pelo IBGE.

No rendimento domiciliar, esse mesmo indicador pouco variou: foi de 0,501 em 2011 e em 2012, chegou a 0,500. Uma das explicações pode estar no aumento expressivo do rendimento dos trabalhadores que estão na faixa do 1% que ganham mais que subiu 10,8%, passando de R$ 17.048 para R$ 18.889.

Entre as faixas de renda, foi a maior alta. Nenhuma outra conseguiu chegar perto desse valor. A segunda maior alta foi na faixa do salário mínimo, que subiu de R$ 576 para R$ 622. No Nordeste, o Índice de Gini voltou a subir. Passou de 0,520 para 0,529. De 2005 para 2006, isso já tinha acontecido
- A subida no rendimento dos 1% mais ricos é uma novidade na Pnad. A participação deles na renda total do trabalho deu um bom pulo, de 12% em 2011 para 12,5% em 2012. Pode ser um fato isolado. É uma variação atípica desde 2004. Eu diria que a pressão no mercado de trabalho por profissionais muito qualificados começou a aparecer. A ver os próximos capítulos, para saber se vai realmente parar de cair - afirmou Sonia Rocha, economista do Instituto de Estudos de Trabalho e Sociedade (Iets).

Para o economista no Insper-SP, Naercio Menezes Filho, o que chamou a atenção na Pnad foi a estabilidade nos índices de Gini, do trabalho, de todas as fontes (que inclui aposentadorias, pensões, ganhos com juros) e o domiciliar):

- Vínhamos numa queda da desigualdade persistente. O importante agora é entender os fatores por trás disso.

Ele acredita que algumas causas já possam ser apontadas.

- O programa de transferência de renda, como o Bolsa Família, não está se expandindo na mesma velocidade. Há também um certo esgotamento na queda do prêmio pela educação. Os jovens que concluíram o ensino médio estão indo trabalhar e não entrando na universidade. O grande diferencial de renda permanece no ensino superior.

O mercado de trabalho brasileiro avançou bastante em 2012. A taxa de desemprego caiu de 6,7% para 6,1%, a menor desde 2001, quando o desemprego atingia 9,3% da força de trabalho. E o rendimento real alcançou o valor mais alto desde 2004, R$ 1.507, com alta de 5,8%, puxado pelo salário mínimo que teve aumento real próximo de 7%.

O número de pessoas trabalhando também subiu 1,6%, o que significa mais 1,4 milhão de trabalhadores ocupados. Desse total, 1,1 milhão a mais com carteira assinada, uma expansão de 2,7%. O IBGE, porém, diz que essa variação, na verdade, indica estabilidade do emprego.

- Emprego com carteira, embora esteja com variação, a gente viu que esse número não é representativo. A gente observou estabilidade no emprego com carteira, após uma tendência de crescimento do emprego com carteira nos últimos anos - disse nesta sexta-feira Maria Lúcia Vieira, coordenadora da Pnad.

Houve aumento também nos trabalhadores que contribuem para Previdência Social: a parcela subiu de 59,1% para 60,2%.

Para o ministro-chefe da Secretaria de Assuntos Estratégicos (SAE) e presidente do Ipea, Marcelo Neri, o ciclo de queda da desigualdade não chegou ao fim. Segundo ele, dados do mercado de trabalho em 2013, coletados na Pesquisa Mensal do Emprego neste ano, apontam para uma retomada da redução da desigualdade após um período de estabilidade em 2012. Segundo o Gini medido pela renda per capita do trabalho (calculada a partir da Pesquisa Mensal de Emprego) em março de 2012, era de 0,5610, passou para 0,5615, em fevereiro deste ano, e passou para 0,547, em julho de 2013.

Alta na taxa de analfabetismo coloca em xeque programas do governo

  • Criado em 2003, o Brasil Alfabetizado já consumiu bilhões com a meta de erradicar o problema no país
Demétrio Weber (Email)
Cristiane Bonfanti (Email)
 
 
BRASÍLIA — O programa Brasil Alfabetizado, do Ministério da Educação (MEC) — criado em 2003 com a meta de erradicar o analfabetismo — consumiu investimentos bilionários e foi reformulado, mas continua longe de resolver o problema. Dez anos depois de lançado, o programa já atendeu um número de alunos equivalente ao total de jovens e adultos iletrados de uma década atrás. Afora os problemas de aprendizagem e evasão, o Brasil Alfabetizado tropeça na falta de dados sobre o que efetivamente foi feito. 
 
Os números da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) divulgados nesta sexta-feira pelo IBGE apontam que a taxa de analfabetismo ficou praticamente estável em 2012 — variou de 8,6% em 2011 para 8,7% no ano passado —, colocando em xeque as ações do governo.
 
Um balanço divulgado pelo MEC em janeiro de 2012 dizia que 13 milhões de pessoas já teriam sido atendidas. Depois disso, mais cerca de dois milhões teriam sido matriculadas, totalizando 15 milhões. Esse número corresponde ao total de jovens e adultos analfabetos em 2004. Nesta sexta-feira, o MEC não informou o total de alunos atendidos desde a criação do programa.
 
Em nota, o ministério divulgou apenas o dado referente ao período de 2008 a 2012, quando 6,7 milhões de pessoas teriam frequentado o curso, ao custo de R$ 1,4 bilhão. Ao ser lançado, o programa repassava dinheiro a organizações não-governamentais, o que foi suspenso após a constatação de desvios de recursos. Hoje, o MEC só fecha parcerias com governos municipais e estaduais.
 
Outra dificuldade é a falta de uma avaliação nacional que mostre quem efetivamente aprendeu a ler e escrever no programa. A avaliação fica a cargo das prefeituras e dos governos estaduais, que informam quantos alunos frequentaram as aulas e quantos teriam sido alfabetizados.
 
A secretária de Educação Continuada, Alfabetização, Diversidade e Inclusão, Macaé Maria Evaristo dos Santos, afirmou que a taxa de analfabetismo, conforme a Pnad, cresceu apenas na faixa da população de 40 a 59 anos, tendo caído entre os jovens de 15 a 39 e entre os idosos com mais de 60. Ela admitiu rever pontos do programa, embora tenha ressalvado que, primeiro, será preciso analisar a Pnad minuciosamente:
 
— Com certeza, temos que repensar. Mas a gente tem que aprofundar a análise. Quando a gente olha esses dados, é um pouco estranho que tenha redução em todas as faixas de idade, menos no corte de 40 a 59 anos. Precisamos entender isso — disse Macaé.
 
 
Falta motivação
 
 
Segundo ela, um dos caminhos poderá ser a focalização de ações, com esforços dirigidos à população de 40 a 59 anos. Os cursos do Brasil Alfabetizado duram de seis a oito meses. Para o MEC, o desafio é garantir que o público atendido continue estudando em turmas de educação de jovens e adultos, o antigo supletivo. Do contrário, correm o risco de esquecer o que aprenderam.
 
O presidente da ONG Instituto Alfa e Beto, João Batista de Oliveira, diz que o maior obstáculo é a falta de motivação dos adultos analfabetos. Segundo ele, essas pessoas desenvolveram estratégias para sobreviver sem saber ler:
 
— Não vai fazer diferença nenhuma para elas no mercado de trabalho — disse João Batista.
 
O coordenador da unidade de educação de jovens e adultos da ONG Ação Educativa, Roberto Catelli, disse que os números da Pnad reforçam a necessidade de o governo reavaliar o programa. Ele destacou que, além de não ter uma avaliação efetiva dos resultados, a política pública precisa de uma integração maior com as redes públicas de ensino:
 
— Só 3% dos alunos que saem do programa de alfabetização vão para a escola. Isso é tão ruim quanto não alfabetizar — disse o coordenador.

Insistência num modelo equivocado

  • Desinteresse de investidores privados estrangeiros evidencia falha grave nas licitações
As duas primeiras licitações para concessões de rodovias e os preparativos para o leilão do campo de Libra, no pré-sal, já permitem perceber sérias dificuldades no esforço do governo para atrair investimentos privados para a infraestrutura de transportes e a produção de petróleo.

O esforço mostra contradições advindas da indisfarçável ambivalência que vem marcando as convicções, recém-estreadas, do governo sobre a necessidade de deixar ao setor privado a responsabilidade pelos investimentos que se fazem necessários nessas áreas. Embora esteja empenhado em atrair investidores privados, o governo continua aferrado à extemporânea ideia de que grande parte dos investimentos requeridos deverá ser financiada pelo Tesouro.

Chama a atenção o desinteresse de investidores privados estrangeiros. Dos oito interessados na licitação da BR-050, o único estrangeiro era um grupo que já vem atuando no País há algum tempo. No caso do leilão de Libra, das dez empresas estrangeiras que manifestaram interesse em participar, seis são estatais, três das quais, chinesas. Tanto num caso como noutro, o desinteresse de investidores privados estrangeiros evidencia falha grave na concepção das regras que pautam as licitações.

Em vez de criar condições adequadas para atrair investimento estrangeiro efetivo para o setor de infraestrutura, o governo insiste em mais do mesmo: um arranjo em que o próprio Tesouro deverá financiar — a juros subsidiados, com recursos advindos de emissão de dívida pública e repassados ao BNDES — 70% do programa de investimento que será exigido das empresas que ganharem as concessões de rodovias.

Trata-se de aposta tardia e melancólica na sobrevida do desgastado modelo adotado, ainda no governo Lula, nas licitações das usinas hidrelétricas do Sul da Amazônia. Sem poder contar com licitações bem concebidas e um ambiente de investimento que engendre tarifas módicas de forma natural, o governo tenta mais uma vez assegurar modicidade tarifária na marra, despejando sobre as concessões todo o dinheiro público que se fizer necessário. E, como bem ilustra o fiasco da licitação da BR-262, constata agora que, mesmo assim, pode não conseguir atrair investidores.

Já no caso do leilão de Libra, o que se noticia é que a Petrobras não se contentaria com a participação mínima de 30% que lhe será exigida, sob qualquer circunstância, por força da esdrúxula legislação que regula a exploração do pré-sal. E que, nesse caso, tendo em conta a fragilidade financeira da empresa, o Tesouro lhe garantiria os recursos necessários para fazer face aos encargos adicionais de investimento que a ampliação de participação viesse a exigir.

A isso chegamos. Há poucos dias, o governo, a duras penas, conseguiu evitar, por um voto, que fosse derrubado o veto da presidente Dilma ao fim da multa de 10% do saldo FGTS, no caso de demissões sem justa causa. E, para isso, teve de chorar lágrimas de esguicho sobre o impacto catastrófico que a perda da receita proveniente da cobrança da multa teria sobre programas de gastos sociais em curso. Descobre-se agora que, no mesmo orçamento em que os recursos para gastos sociais são tão escassos, parece haver folga de sobra para que o Tesouro banque extravagâncias dessa ordem no leilão do pré-sal.

Continua faltando ao Planalto percepção mais clara da seriedade da restrição fiscal com que se debate a economia brasileira. Os três níveis de governo extraem da economia 37% do PIB em tributos, mal conseguem investir 3% do PIB, continuam com gastos correntes crescendo bem mais rápido que o PIB e com endividamento em ascensão, já da ordem de 60% do PIB. Nesse quadro, salta aos olhos que a insistência numa estratégia de crescimento econômico que atribui ao Tesouro o ônus de financiar grande parte do investimento privado está fadada ao insucesso. O mesmo insucesso que terá quem tentar se suspender no ar pelos cordões dos próprios sapatos.


Rogério Furquim Werneck é economista e professor da PUC-Rio

sexta-feira, 27 de setembro de 2013

Entidades criticam tratamento da polícia americana à jornalista brasileira



Correspondente do 'Estado' em Washington (EUA) foi algemada e detida na Universidade Yale enquanto tentava entrevistar Joaquim Barbosa, acusada de invasão de propriedade privada



O Estado de S. Paulo

Entidades ligadas ao jornalismo criticaram a postura da polícia americana no episódio que envolveu a jornalista brasileira, Cláudia Trevisan, correspondente do Estado em Washington. Trevisan foi algemada e detida nesta quinta-feira, 26, na Universidade Yale, uma das mais respeitadas dos Estados Unidos, enquanto tentava localizar o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Joaquim Barbosa, que fazia uma conferência no local.
A jornalista foi algemada e mantida incomunicável por quase cinco horas, inicialmente dentro de um carro policial e depois em uma cela do distrito policial de New Haven, cidade onde fica a universidade. Sua liberação ocorreu apenas depois de sua autuação por "invasão de propriedade privada". 

"Os abusos policiais contra a imprensa sempre constituem impedimentos para os jornalistas cumprirem com suas obrigações", disse o diretor-executivo da SIP (Sociedade Interamericana de Imprensa), Julio Muñoz. Segundo ele, no caso que ocorreu na Universidade Yale, a polícia atuou de forma "desproporcional" contra uma correspondente de um jornal estrangeiro. "Espera-se que o mesmo departamento policial ofereça um esclarecimento sobre esse fato. Se não o fizer, deve ser denunciada a medida exagerada (da polícia contra a repórter)."

O presidente da Abraji (Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo), Marcelo Moreira, disse que a repórter estava apenas fazendo o seu trabalho e cumprindo a sua missão, que é a de informar. Segundo ele, não se justifica a jornalista ser algemada e levada para uma delegacia. "A atitude dos policiais merece ser apurada com rigor e levada a instâncias diplomáticas. Não é de se admitir este tipo de comportamento, seja em solo brasileiro ou americano. Parece claro atentado à liberdade de imprensa."

Para o professor de Jornalismo da Universidade do Texas - Austin e diretor do Centro Knight de Jornalismo para as Américas, Rosental Calmon Alves, a situação parece "um pesadelo". "Estou acostumado a ouvir esse tipo de episódio em países ditatoriais, que não conseguem conviver com a democracia e a liberdade de imprensa. É uma surpresa que tenha acontecido nos Estados Unidos, país que se orgulha da imprensa livre e da agressividade dela", disse. 

Alves disse ter ficado ainda mais surpreso por esse episódio ter acontecido em uma universidade tradicional e ter envolvido a sua escola de Direito. "Se um escritor relatasse esses acontecimentos em um romance policial, iriam criticá-lo por exagerar na ficção", disse ele, lembrando que casos de abuso policial contra jornalistas são raros nos EUA.

Advogado é custo e engenheiro é produtividade” – Nota pública da OAB

33
A respeito da manifestação da presidenta Dilma Rousseff na data de ontem, 25/9, em Nova Iorque/EUA, segundo a qual “advogado é custo e engenheiro é produtividade”, a Ordem dos Advogados do Brasil vem a público se manifestar.
A Ordem dos Advogados do Brasil tem a convicção da sua importância na construção de uma sociedade plural e democrática, exercendo papel relevante na história do Brasil nas lutas pelas liberdades e pelo Estado de Direito. Longe de representar um custo para qualquer governo, a advocacia significa um investimento, pois é através dos advogados que a sociedade se faz ouvir e exige o cumprimento dos compromissos constitucionais.
A Constituição Cidadã, que completará vinte e cinco anos em outubro próximo, valorizou a importância da advocacia, reconhecendo-a como imprescindível para a entrega da justiça, além de outorgar à Ordem legitimidade universal para provocar o controle de constitucionalidade.
O atual Governo não se descuidou da importância da advocacia, inclusive convidando a OAB para elaborar conjuntamente com membros do Ministério da Educação um marco regulatório para o ensino jurídico no Brasil. Trata-se de uma conquista histórica dos advogados, que irá colaborar para o aperfeiçoamento de todas as carreiras jurídicas, e não apenas da advocacia. Na recente crise representativa, dos movimentos de junho de 2013, a própria presidenta Dilma Rousseff convidou a OAB para discutir soluções para as reivindicações populares.
O controle mais rígido na abertura de novas vagas do curso de Direito se deveu ao atendimento de antigo pleito da advocacia em razão da baixa qualidade do ensino jurídico. Até bem pouco tempo, os governos ignoravam os pareceres da OAB recomendando o fechamento de cursos de péssima qualidade. Agora, os advogados são ouvidos.
Diante desse cenário, acredita a Ordem dos Advogados do Brasil não ter passado de um equívoco a manifestação de Sua Excelência, a presidenta Dilma Rousseff, inclusive em tom descontraído, pois sabemos todos, na sociedade, a importância e a imprescindibilidade da advocacia para a manutenção do Estado de Direito, a solidificação da Democracia e a consequente conquista de uma sociedade livre e mais justa. Advogado respeitado, cidadão valorizado.
Diretoria do Conselho Federal da OAB
Fonte: OAB

O peso da burocracia brasileira


Falta de gestão eficiente e o excesso de burocracia representam entraves que reduzem a capacidade de competição do Brasil


Nos últimos anos, segundo especialistas, o País perdeu a capacidade de executar investimentos em infraestrutura. Os motivos são o excesso de burocracia e a dificuldade que a administração pública enfrenta na área de gestão de projetos, temas debatidos em mais um evento da série Fóruns Estadão Brasil Competitivo, promovido pelo Grupo Estado com apoio da Confederação Nacional da Indústria (CNI).

Esta edição especial traz, além dos principais temas debatidos, reportagens sobre a importância da gestão e o preço que os brasileiros pagam pela falta de eficiência do poder público.

Enquanto o governo tenta sem sucesso destravar o ambiente de negócios, o País perde espaço nos rankings internacionais de competitividade. Entre 2012 e 2013, o Brasil caiu da 48.ª para a 56.ª posição no Relatório Global de Competitividade do Fórum Econômico Mundial.